Terminou quinta-feira, 10 de novembro, mais uma edição do evento mais tecnológico do mundo: a Web Summit 2016. Conferências, discursos, encontros, (des)encontros, pitches, partilhas de experiências e trocas de impressões: tudo fez parte de um evento que fez de Portugal a capital tecnológica europeia, durante três dias, dirigido pelo irlandês Paddy Cosgrave e destinado a todos os amantes e entusiastas do mundo da tecnologia e da inovação.
Foram cerca de 53 mil pessoas que, durante quatro dias - tendo em conta o fim de tarde do dia sete, da abertura, passaram pelos pavilhões da Feira Internacional de Lisboa (FIL) para verem algo novo, inovador e totalmente disruptivo. Investidores, empreendedores, jornalistas e representantes de meios de comunicação sociais nacionais e internacionais, curiosos e
geeks de diversas nacionalidades tiveram a possibilidade de alargar a rede de contactos e fortalecer o seu
networking.
Todas as conferências foram ministradas em língua inglesa e havia um espaço dedicado somente às mulheres, onde a entrada estava vedada a homens: o
women in tech. O pavilhão do Meo Arena teve quase sempre lotação esgotada e nomes como Luís Figo (futebolista português), Sean Rad (fundador do Tinder), Bob Greitfeld (CEO da Nasdaq) e outros de igual relevância fizeram as delícias dos participantes.
Sociedades do Futuro, tecnologia auto, robótica, inteligência artificial redes sociais, universidades de start-ups e criatividade foram alguns dos temas levados a debate nos vários locais apropriados para o efeito (de certo que 53 mil pessoas não caberiam, simultâneamente, no Meo Arena e, claro está, a dispersão humana seria fundamental para justificar a realização de um evento com tamanho investimento e relevância!
Além da Web Summit das-10-às-17h30 havia, no fim da tarde, o Sunset Summit, onde, junto ao pavilhão da FIL, produtores artesanais mostravam os seus artifícios endógenos, noites de fados e outros eventos que tais. Quem não esteve muito cansado à noite, para espairecer, beber uns copos e conhecer mais uns empreendedores, teve a oportunidade de dar um saltinho à Night Summit na Baixa-Chiado.
Gostei de tudo e será difícil selecionar as
talks que mais me interessaram. Mas, uma vez que a sociedade, o empreendedorismo e as pessoas são temas que me suscitam um maior interesse, arrisco dizer que tudo o que tive oportunidade de ouvir sobre empreendedorismo social me deixou mais elucidada e interessada nessa temática em particular.
Como rapariga não me senti discriminada, nem assediada, nem nada que se pareça - quero deixar isto bem claro porque há por aí opiniões de pessoas que não estiveram no evento que insistem em falar na Web Summit como um evento bem conseguido para promover o "engate", o género de um Tinder temporário. Não, nada disso. Fui muito bem recebida e sinto que voltei culturalmente bem mais rica de Lisboa.
Se não tiver oportunidade de voltar, a este evento, que prevê realizar-se nos próximos três anos em Portugal, guardo boas recordações de uma conferência sem género, sem idades, sem crenças religiosas, sem raças, sem profissões e que colocou em comum uma quantidade estrondosa de pessoas que gostam, vivem ou apreciam tecnologia. Serviu para espairecer do ambiente de escritório e ganhar contactos que um dia, quem sabe, poderão vir a ser muito úteis.