terça-feira, 23 de julho de 2019

O que a queda livre me ensinou sobre a superação...


Há sensivelmente uma semana fui desafiada a experimentar uma actividade nova. Nunca antes me tinha passado pela cabeça fazer queda livre nem pará-quedismo. Foi o ponto alto do Evento de Verão da empresa onde trabalho. E, claro, aceitei.

Foi a primeira vez que me atirei de 5 000 metros de altura. Uma loucura, pensarão os leitores deste texto. Mas foi um desafio muito positivo que me ensinou muito acerca da superação pessoal, do medo, e da coragem para o encarar de frente.

Já passava das dez da manhã quando vestia o equipamento para dar o dito salto para o nada. Aos poucos, estava a mentalizar-me para o que aí vinha... Mas nada fazia prever o que sentiria assim que olhasse das alturas para o solo distante. Fiz parte do primeiro grupo de sete corajosos que decidiram deixar o medo em terra. Queria despachar o assunto antes que a coragem me abandonasse. Depois de me terem ajudado a equipar, ainda em terra, fui apresentada ao meu "melhor amigo", o pará-quedista que guiaria o meu salto.

Não tive de esperar muito tempo até à hora de entrar no helicóptero. Foram 15 minutos de ansiedade até que voasse até aos tais 5 000 metros de altitude de onde iria saltar. Olhava para os meus colegas do lado e de trás. Tentava evitar que a ansiedade e o medo não se apoderassem de mim. Por isso, dizia que estava "tudo bem". Só que não. Por dentro, toda eu tremelicava de um novelo de emoção, curiosidade, medo e ansiedade. 

Depois de o equipamento estar bem apertado e de conferidas as medidas de segurança, chegou a hora de me aproximar da porta do helicóptero para saltar. Foi quando olhei lá para baixo, a instantes de dar o esperado salto, que o medo se apoderou de mim. Indescritível. Era esse o estado de espírito que me invadia a milésimos de segundo de saltar. Respirei fundo e atirei-me juntamente com o para-quedista que ia "colado a mim", claro.

Sem pensar muito e quase sem conseguir gritar, deixei-me ir numa velocidade estonteante de cerca de 200km/h. 200km/h no meu corpo. 200 km/h de adrenalina. 2000 kh/h de aventura. Uma verdadeira loucura. Durante um minuto, devo ter estado absolutamente pálida e transtornada. Mal consegui abrir os braços ou pousar para a fotografia! Este foi o tempo que durou a queda livre antes de abrir o pára-quedas. Um terrível minuto alucinante que me pareceu duas horas.

O alívio chegou quando o pára-quedas abriu. Aí senti uma sensação única de liberdade e de segurança. É caso para dizer que "depois da tempestade vem a bonança". Veio, sim, em forma de alívio. Assim que agarrei o pára-quedas senti a força da natureza em "modo" vento. Comprovei a minha fraca força de braços, mas tentei desfrutar ao máximo do momento.

Mal conseguia falar com o meu "melhor amigo" de queda. Durante os quatro minutos  que se seguiram, recuperei o fôlego que perdi num, e deixei que a adrenalina abandonasse o meu corpo aos poucos. Olhei para o céu e para a terra e apreciei a harmonia com que estes elementos se confundem no ar. 

Preparei o momento da aterragem mas, novo entrave. A escassa flexibilidade das pernas mal me permitiu cair sentada. Mas, com um pouco de esforço, lá caí como deveria ser. Apesar de me sentir algo enjoada, fiquei satisfeita por me ter superado. Vi o medo de frente e encarei-o de alma e coração abertos. 
Em vários momentos da vida já fui colocada à prova. Todos fomos. Este foi apenas mais um desses desafios. Quando soube o que era para fazer, não me passou pela cabeça não saltar. De forma alguma! Assim que vi o que me esperava naquele dia de verão em Évora, a minha primeira reacção foi aceitar. Se a vida é um risco, porque não  vivê-lo(a)?

Por isso fui e venci!

sexta-feira, 5 de julho de 2019

28 verões do 1º de julho

Recomeçar... Sempre no início de cada dia. Mas, o passado dia 1, foi diferente. Acordei com 28 anos (meu DEUS, já!?). Mais uma data para celebrar a vida com alegria e com felicidade, de coração cheio, junto dos que mais amo. 

28 anos de juventude e de gratidão. Para mim, o dia de aniversário foi sempre especial. Primeiro porque é o dia 1; dia de recomeçar e de abraçar a vida com forças renovadas. Depois porque é a mudança de mês e de semestre, altura em que revemos os objetivos traçados, em janeiro, para o novo ano e que nos leva a fazer uma necessária introspeção. Por fim, porque começa o VERÃO... Aliás, a minha estação preferida do ano começou no passado dia 21 de junho, mas é o início, sempre o início. 

Nesta altura da vida já fiz algumas coisas, mas não tantas quantas as que queria. Vi planos irem por "água abaixo", promessas não cumpridas destroçaram as minhas expectativas e alguns objetivos traçados não passaram de meras ilusões. Mas, porque "tudo o que não nos mata torna-nos mais fortes" e uma vez que é com os falhanços que crescemos, faço um balanço positivo destes 28 sorridentes anos.

Sorrio porque tenho saúde. Tenho uma família incrível e amigos (poucos mas bons!) do meu lado. Tenho trabalho. Tenho as minhas duas lindas cadelas arraçadas de podengo a darem-me as boas vindas sempre que vou até à terrinha. Tenho a minha casa. Aos poucos, estou a construír a minha independência. E sonhos... ah, desses tenho para dar e vender. Não fosse o nosso amigo António Gedeão reconhecer, na sua "Pedra Filosofal", que "O Sonho Comanda a Vida"!

Perdida... Distraída... Desnorteada. Estou assim muitas vezes e as questões existenciais fazem parte do meu dia-a-dia. Todos os dias procuro o foco e a motivação que vão alavancando a vida. Procuro fazer-me entender e dar sempre um pouco mais de mim. Tento compreender o que nem sempre é assim tão óbvio. Sempre ouvi dizer que "o essencial é invisível aos olhos". 

Tenho perfeita noção de que nem sempre dou tudo, mas não me crucifico por isso. Overthinking. Todos os dias luto para não ser. Ansiedade. Tento combater isso, mas nem sempre consigo. Tento não deixar-me corroer com pensamentos destrutivos e veicular as minhas energias para coisas boas.

E, agora, tenho 28 anos. Ainda posso lutar por ser mais feliz a cada dia que passa. Se ainda tenho idade para usar o Cartão Jovem, tenho motivos suficientes para manter o meu espírito jovial. Preciso de me concentrar em ser melhor a cada dia que passa e, só assim, conseguirei atingir o objetivo final de todo e cada ser humano, a FELICIDADE.

Será o objetivo ou o caminho, essa tal Felicidade?