domingo, 27 de maio de 2018

Rafael Pascoal vence IV Torneio Jovem de Xadrez de Pombal

Rafael Pascoal foi o vencedor do IV Torneio Jovem de Xadrez de Pombal que se realizou na tarde de sábado, 26 de Maio, na Escola Básica Integrada Gualdim Pais. Promover o convívio entre os xadrezistas que frequentam as Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC's) na freguesia de Pombal foi o principal objectivo cumprido numa competição que reuniu cerca de 120 participantes. 

Além de Rafael Pascoal, aluno do 4º ano do Centro Escolar Fonte Nova, foram galardoados com os prémios de primeiro, segundo e terceiros lugares alunos do primeiro ao quarto ano de escolaridade. 

No quarto ano de escolaridade, Gonçalo Santos da Escola Básica do Travasso ficou com o primeiro lugar, seguido de Francisco Cardoso do Centro Escolar Fonte Nova e de Edgar Gonçalves do Centro Escolar de Pombal, com os segundo e terceiro lugar, respectivamente. 

No terceiro ano de escolaridade o primeiro lugar foi para Tomás Fernandes, aluno do 3º ano no Centro Escolar Fonte Nova e o segundo e terceiro lugares foram para Andrey Pogodin,  do Centro Escolar de Pombal e Mateus Correia, aluno no Centro Escolar Fonte Nova.

Tomás Diogo, aluno na Escola Básica do Barrocal; Henrique Cação, da Escola Básica do Barrocal e Andreia Cardoso, da Escola Básica do Casalinho subiram ao pódio com o primeiro, segundo e terceiro lugares, respectivamente, no segundo ano de escolaridade.

Os vencedores do primeiro ano de escolaridade foram Tiago Madeira do Centro Escola Fonte Nova, Xavier Silva do Centro Escolar Fonte Nova e Eva Chorna da mesma escola. 

O sistema de jogo suíço foi o escolhido para este torneio, tendo realizado-se em sete sessões, em partidas de oito minutos para cada jogador. A organização do evento esteve a cargo da Junta de Freguesia de Pombal, da Edubox e da Forminho, tendo contado com o apoio dos agrupamentos de escolas de Pombal e Gualdim Pais.

No fim e de acordo com a organização, o balanço do torneio foi muito positivo, os alunos e os encarregados de educação desfrutaram de momentos de convívio e de partilha de conhecimentos e todos estiveram envolvidos num espírito competitivo saudável.

Preparação dos jogos
Vencedores do 1º ano de escolaridade
Vencedores do 2º ano de escolaridade
Vencedores do 3º ano de escolaridade
Vencedores do 4º ano de escolaridade
Todos ao pódio

quinta-feira, 24 de maio de 2018

O que me ensinou a emigração

Nem sempre é fácil começar a escrever um texto numa folha em branco. Sem um fio-condutor, sem uma linha de raciocínio coerente ou sem um plano mental estruturado, mais difícil se torna. Mais ainda quando toca a assuntos da alma e a confissões do coração. Mas depois de uma ausência (reflexiva) algo prolongada, penso que já posso colocar no papel aquilo que me vai na alma, sobre o que a emigração me ensinou e para mim significou.

Moçambique não foi a minha primeira experiência internacional. Há cinco anos havia estado seis semanas na Bulgária. Mas, efectivamente, foi a primeira vez que saí do continente Europeu. Aprendi muito com as duas experiências internacionais, mas claro, mais agora. Afinal foram 15 meses fora num país em que apenas a língua é a mesma que a do meu país-natal. Tudo o resto é diferente. Se quiserem saber um pouco daquilo que me ensinou esta minha viagem por África, Moçambique, Maputo, Bilene, Chidenguele, Ilha de Moçambique, Pemba, Ilhas Quirimbas e tantos lugar fabulosos que tais, embarquem comigo nos próximos parágrafos.
Tudo começou faz hoje precisamente um ano e quatro meses. Estávamos a 25 de Janeiro de 2017 quando, pela primeira vez, pisei solo moçambicano. O primeiro impacto foi o climático: afinal vinha do severo Inverno português para o auge do Verão moçambicano. Mas, de manhãzinha, o céu estava enublado. No entanto, o "bafo" quente e húmido que senti logo que cheguei deram-me sinais de que estava no Hemisfério Sul, em Moçambique, em Maputo.

A caminho da casa da C fui-me deixando impressionar com todo o cenário que se afigurava tão diferente daquele a que estava habituada: perto do aeroporto, casas em ruínas, barracas destruídas. Perto do sítio onde viria a ficar hospedada por um mês e pouco, buracos no chão, lixo por todo o lado e cheiros, muito diferentes daqueles que eu conhecera antes. Claro que não pude deixar de reparar no verde das árvores e nas estruturas edificadas que se erguem e tocam no céu. Tudo podia estar conservado de uma outra forma, mas senti a essência da beleza da cidade assim que pousei pé na estrada para entrar em casa.

Este foi apenas o início de uma aventura com muitos "altos e baixos" que me fez crescer muito a bem e a mal. Sofri desesperadamente ri com muita vontade e aprendi inconscientemente, principalmente ao nível pessoal. Em vez de redigir um parágrafo sobre aquilo que por terras moçambicanas aprendi, prefiro enumerar, por tópicos, para tornar a leitura mais fluída e não chatear o leitor.

Ora muito bem...

* Aprendi a ser mais paciente, pois reclamar de uma hora de espera em qualquer restaurante ou café moçambicanos de pouco ou nada serve;
* Aprendi a levar assuntos sérios a brincar, pois o stress enerva, faz cabelos brancos e desgasta qualquer um;
* Aprendi a não ficar ressentida. Afinal, para que serve isso, mesmo?
* Aprendi a ser mais resiliente e a ultrapassar os meus impasses com um sorriso no rosto;
* Aprendi que a falta de carácter é um cancro mundial e que o melhor a fazer é afastarmo-nos de pessoas incoerentes;
* Aprendi que a cultura não pode justificar a falta de educação e a ausência de compromisso;
* Aprendi que é preferível estardo que mal acompanhado(a);
* Aprendi que o dinheiro move o mundo de muitas pessoas. Apesar disso, tornei-me menos materialista do que já não era;
* Aprendi que o dinheiro não é tudo na vida e que o que interessa é ser feliz, com menos que se tenha, com aquilo que se tem;
* Aprendi a menosprezar assuntos inúteis e a valorizar o que realmente importa;
* Aprendi que "devagar se vai ao longe";
* Aprendi que não se devem usar as pessoas para atingir os nossos fins;
* Abri bem os olhos no que toca às "facadas nas costas";
* Aprendi a ser bondosa, generosa e simpática só para quem merece, para quem merece o melhor de mim;
* Aprendi que todos os dias se aprende mais um pouco.

Até já,
Ana I Mendes

terça-feira, 15 de maio de 2018

(re) começar 15 meses depois

Fechar ciclos de vida não é fácil. Nunca ninguém disse que o era. Mas hoje, mais do que nunca, sinto isso na pele, depois de sensivelmente 15 meses em Moçambique. De regresso às origens, ao continente Europeu, a Portugal, a Leiria, a Pombal, recrio o "filme" da minha passagem pela "Pérola do Índico".
Amei muito de Moçambique e detestei outro tanto. País de contrastes e tão diferente do de Camões, Moçambique fascina e revolta, engrandece e chateia, embeleza e endoidece. Gostei de muito, detestei outro tanto... O que há a reter é o que de bom me ofereceu o país e as aprendizagens que, a bem ou a mal, ficaram de experiências mais ou menos amargas. Podia ter sido tudo perfeito, mas se assim fosse, não teria sido a mesma coisa.

De Moçambique gostei do calor, da cor e da alegria que se respira nas ruas, da simplicidade e humildade do povo, das paradisíacas praias que se estendem ao longo de toda a costa, dos locais onde, quem sabe, nunca mais regressarei, dos pores do sol "à Rei Leão", do cheiro a terra molhada na época das chuvas, do frenesim da agitação da cidade em em dias de chuva, do voluntariado, da Escolinha Solidária, dos amendoins, dos cajus, das capulanas e da beleza natural das paisagens selvagens.

Aquilo de que menos gostei foram os contrastes sociais, a clivagem entre ricos e pobres, ver miúdos descalços pelas ruas a pedirem no meio da estrada; a "desorganização" no trânsito, que nos obriga a olhar para todo o lado antes de atravessar a estrada e mesmo assim ter medo de ser atropelado; a lentidão com que tudo acontece; os dias curtos, pois na "época seca" anoitece pelas 17h30; a vulnerabilidade das relações humanas; a distância da família e a ausência do meu porto de abrigo.

Por enquanto não aprofundo o que me vai na alma, o que me enche o coração. Talvez um dia, com o distanciamento que esta reflexão exige. Afinal, acabei de aterrar (quinta-feira, 10 de maio) e já tanto aconteceu que mal tive ainda tempo para parar para pensar!


Felizmente esta minha transição de ciclo está a decorrer de uma forma calma e muito pacífica. Sem grande agitação para a alma, tenho estado com bons velhos amigos, desfrutado da companhia da família e do conforto quente do meu lar. Incrivelmente, comecei ontem, segunda-feira, a trabalhar e a vida tem-me sorrido todos os dias. Depois de dias agitados, decorrentes de momentos tristes e pesados, penso que é hora de me erguer, de ir à luta, de fazer acontecer!
Aprendi muito durante 15 meses em Moçambique. Lições que para mim ficam e que fazem todo o sentido. A vida é assim e temos todos de aprender com mais ou menos sofrimento. Eu vivi o que tinha a viver e vou continuar a aprender, um bocadinho, todos os dias! Estou grata pelas memórias que me este belo país me proporcionou, pelas pessoas que conheci, pelos momentos que vivi. Apesar de tudo foi bom conhecer-te, Moçambique. Obrigada, Pérola do Índico, obrigada, Maputo, obrigada. Obrigada por tudo!

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Empreendedorismo Social inspira alunos da EPM-CELP

“A arte de empreender inspira e motiva pessoas em todo o mundo. Grandes negócios são criados e ideias luminosas colocadas em prática. Vidas são transformadas, empregos são gerados e desafios são superados...E é também assim que se constroem países...” (ENDEAVOR, 2015)

Foi com este mote que se iniciou a "Mesa redonda sobre Empreendedorismo Social” que teve lugar no auditório Carlos Paredes na quarta-feira, 2 de maio. Promovida pelo grupo disciplinar de Geografia, a ação teve como objetivo sensibilizar os alunos para a arte de empreender. No fim, ficaram os conselhos das mentoras dos projetos “Mamana Mudada”, “Wamina”, “Daisy Soap”, “Ecokaya” e “Girl Move”.

Moderada por Tânia Tomé, responsável pela “EcoKaya”, uma empresa que se dedica a apoiar o desenvolvimento de projectos, durante o encontro foram apresentadas as lideres dos diferentes projectos que intervieram no debate que teve como pano de fundo o conceito de “Empreendedorismo Social”.

O conceito de “empreendedor social”, alguém que transforma uma ideia num projecto, em algo concreto; as etapas fundamentais para a criação de um projecto; como procurar uma solução para um problema social e a sustentabilidade e financiamento dos projectos levados a debate foram alguns dos assuntos abordados.

“Moçambique é um local privilegiado para fazer projetos de desenvolvimento social. Há muitas carências. É preciso sair da zona de conforto para procurar e identificar um problema para o resolver”, destacou Isabel Costa, da “Mamana Mudada”, um projeto que intervém junto a mulheres que vivem nas zonas rurais, perto da Ponta do Ouro.

Por sua vez, Filipa Carreira, da “Wamina”, uma empresa que faz a distribuição de produtos íntimos femininos, destacou que “o empreendedorismo social passa por parcerias, por conversas, até nos cruzarmos com alguém que nos mostre uma maneira diferente de pensar sobre o problema.   

Cristina Rocha, da “Daisy Soap”, empresa que visa capacitar mulheres com habilidades para produzir sabonetes artesanais de baixo custo, reutilizando ingredientes e materiais, criando um emprego e protegendo o meio ambiente, recomendou a todos que “sejam a mudança que querem ver no mundo” e desejou a todos os alunos muito sucesso.

“Pode empreender-se através de duas maneiras: por aquilo que te apaixona e, também, por aquilo que te dá raiva. E é muito mais fácil ir por aquilo que te dá raiva: se houver lixo no chão e não gostamos de ver lixo no chão, temos de desenvolver um projeto para tirar o lixo do chão”, exemplificou Teresa, uma aluna que participou na academia de liderança e de empreendedorismo social da “Girl Move”.

Rita Megre da “Girl Move” falou na importância que, para si, é ter um emprego que tenha algum impacto na sociedade e não sirva “só para ganhar dinheiro”. “Nós vivemos numa era extraordinária de acesso à informação e, daqui para a frente, vocês podem ser aquilo que quiserem, basta questionarem”, destacou. Indicou, ainda, que foi aos 26 anos, altura em que fez uma pós-graduação em Empreendedorismo Social, que descobriu aquilo que queria fazer na vida.

No fim, as mentoras responderam às questões dos alunos do 9º ano das turmas C e D e do 11º ano das turmas A1 e B, que se mostraram interessados em conhecer melhor cada um dos projetos.

Tiffany Sérgio, aluna do 9ºD, destacou que “a palestra ajudou-me a refletir muito sobre empresas e a forma como posso ter impacto social”. Por sua vez, a colega da mesma turma, Ishara Loureiro sublinhou que “a palestra permitiu-me conhecer melhor o país onde vivo”.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Associação Portuguesa de Moçambique quer estreitar laços da Comunidade Portuguesa em Moçambique

Exterior das instalações da Associação Portuguesa de Moçambique
As instalações da Associação Portuguesa (AP) de Moçambique estão em obras e prevê-se que o espaço esteja remodelado no final deste ano civil. A inauguração oficial do espaço dedicado aos portugueses e à cultura portuguesa está agendada para 10 de Junho do próximo ano, data em que a AP celebra 20 anos de existência. O objectivo é tornar este um espaço apelativo, dinâmico e congregador da comunidade portuguesa em Moçambique.

Elmano Madaíl no interior das instalações da AP (abril de 2018)
 Elmano Madaíl é o presidente da Associação Portuguesa de Moçambique e acredita que, mais do que uma lufada de ar fresco, as obras na AP vão dignificar o espaço que se pretende que seja um “pólo que promova um networking entre a comunidade portuguesa e esta tenha um sentido agregador muito maior, que seja mais coesa, que promova o negócio entre a comunidade portuguesa e que celebre a comunidade portuguesa promovendo o bom nome dos portugueses e de Portugal”.

A AP tem como fins sociais a promoção, o incentivo e a prática de actividades culturais, recreativas e desportivas bem como a divulgação da Cultura e Língua Portuguesas. A actual Direcção pretende, ainda, acrescentar a acção social direccionada para a Comunidade Portuguesa em Moçambique. Neste âmbito estão “actividades de ocupação de tempo livre para a camada mais juvenil da população e para os seniores, de natureza diversa”, destaca o presidente.

Elmano Madaíl, Presidente e Miguel Ferrão, Vogal da AP 
Workshops de diversa natureza, como de DJ, aulas de culinária para celebrar aquilo que é a "excelente gastronomia portuguesa", workshops de pintura, de dança, de música e de olaria tradicional portuguesa são algumas das actividades que se pretendem desenvolver no espaço localizado na Avenida Friedrich Engels, n.º 275, em Maputo.

Neste momento, o número de associados em arquivo é de 999 - número que vai ser revisto em breve -  mas os elementos da AP estão a fazer a captação de novos sócios; “com esta revitalização e nova dinâmica, esperamos tornar a AP um pólo agregador e atractivo da comunidade portuguesa”, destaca o presidente da Associação.

Um pouco de história…

As origens da AP remontam ao Clube de Futebol de Salão TAP-Consulado de Portugal – o qual chegou a ser campeão nacional da modalidade –, fórmula encontrada para contornar a proibição do associativismo no Moçambique independente.

Durante a década de 1980, a Direcção do Clube TAP -Consulado de Portugal integrava também elementos da Associação 25 de Abril, doutrinária e declaradamente marxista-leninista e, por isso, tolerada pelo regime de Samora Machel em função da coincidência de pontos de vista políticos.

As qualidades diplomáticas de João Dionísio da Costa Santos, homem respeitadíssimo por todos os quadrantes da Comunidade Portuguesa de então (e que acabaria por ser o primeiro presidente da AP) levaram as direcções de ambas as formações a convergir na constituição de uma entidade única que congregasse a Comunidade. E, com toda a propriedade, chamaram-lhe Associação Portuguesa de Moçambique.

Apesar das dificuldades, naturais numa organização sem fins lucrativos e animado por um trabalho voluntário e absolutamente gratuito, desempenhado por pessoas que são também profissionais a tempo inteiro, a actual Direcção tem desenvolvido algumas acções visando, por um lado, recuperar o prestígio e capacidade de atracção da AP – Associação Portuguesa; por outro, servir a Comunidade Portuguesa residente na capital de Moçambique; e, por fim, defender o bom nome dos Portugueses e de Portugal.


Todas as informações constantes neste trabalho foram gentilmente cedidas por Elmano Madaíl.