domingo, 17 de janeiro de 2021

O meu primeiro voto antecipado

Hoje, pela primeira vez, votei de "forma antecipada". Decidi fazê-lo devido às atuais restrições de circulação entre concelhos impostas pelo Governo e consequência da atual situação pandémica que vivemos em Portugal. Estou recenseada em Pombal mas votei no Porto. Mesmo que no próximo fim-de-semana me desloque até Pombal, sinto que já cumpri para com os meus direitos e deveres cívicos.  

Votei para eleger o próximo Presidente da República Portuguesa. Escolhi votar e não abster-me pois, desde os 18 anos, sei que posso ter uma voz política. Faço-o sempre porque, mais do que um direito adquirido, é um dever que tenho como cidadã portuguesa. Sim ao voto, não à abstenção! Afinal, se tantos outros sofreram, foram presos, viveram ostracizados e exilados, sacrificaram-se e morreram para que HOJE pudéssemos votar, porque não fazê-lo?

Escolhi votar e não abster-me pois considero assustadoras as atuais taxas de abstenção; de acordo com a PORDATA, a taxa de abstenção nas eleições para a Presidência da República em 2016 foi de 51,3% contra as de 24,6% em 1976 (pós-25 de abril de 1974). Desinteresse? Apatia? Desconfiança? Políticos descredibilizados? Afinal o que se passa?

Penso que só quem vota, só quem tem uma voz ativa, só quem exerce os seus direitos e deveres democráticos pode opinar sobre o que está bem ou o que está mal. Quem se abstém, quem não vota, quem prefere ficar a assistir em vez de agir fica automaticamente destituído do direito de opinar nesta matéria. 

Hoje fiquei satisfeita; não por ter de aguardar numa fila durante uma hora para votar, mas sim porque vi que há imensas pessoas que (ainda) vão votar. Muitas pessoas foram votar antecipadamente. Estas pessoas escolheram não ficar em casa. Estas pessoas escolheram agir. Estas pessoas escolheram não ficar indiferentes. Estas pessoas não encontraram desculpas para não irem votar. Nem o Covid-19 as demoveu.  Estas pessoas que decidiram fazer ouvir a sua VOZ.

Nos últimos tempos vi algumas frases interessantes, das quais destaco: "o sofá não precisa do teu rabo, mas a democracia precisa do teu voto". Verdade! Espero que todos aqueles quantos leiam este artigo não se abstenham do direito democrático que tanto custou a muitos conquistar. Não se afastem das vossas responsabilidades políticas. É preferível votar nulo ou em branco do que, efetivamente, não votar. 

Cuidado! Sejamos conscientes e estejamos alerta, pois a ditadura alimenta-se dos alienados...

domingo, 10 de janeiro de 2021

Os meus objetivos (concretizáveis) para 2021

No arranque deste novo ano propus-me a trabalhar mais e com maior qualidade em mim mesma, de forma a concretizar os meus objetivos pessoais e profissionais. Tal como (acredito eu) algumas pessoas, por vezes sinto-me perdida; mas não é isso que vai tirar o foco sobre o caminho que devo percorrer. A missão que tenho para cumprir. Tudo aquilo que quero fazer.

Acredito que só com metas atingíveis e propósitos realistas conseguirei afastar a frustração e aproximar-me da tal "felicidade", esse conceito tão abstrato e tão difícil de definir às vezes. 

Assim, para chegar onde pretendo em 2021, vou colocar em prática alguns todos estes tópicos:

1. Definir metas objetivas e reais diariamente.
2. Afastar de mim tudo aquilo que em nada me acrescenta. Isto incluí pessoas, rotinas, situações, hábitos e vícios;
3. Dar o meu melhor sempre, comparando apenas o meu "eu" de hoje com o meu "eu" de ontem. Não comparar-me constantemente aos outros, evitando assim criar situações de sofrimento evitáveis.
4. Ler mais, escrever mais,  meditar, distrair-me, e procurar outras atividades que me façam abstrair do quotidiano.
5. Cumprir todos os objetivos a que me proponho diariamente;
6. Ser fiel a mim mesma nunca perdendo a minha essência, mesmo que tenha de me moldar às situações que ocorrem diariamente;
7. Manter a mente aberta ao conhecimento e aceitar que o "novo" vem sempre acrescentar;
8. Manter a minha agenda organizada;
9. Manter o corpo e a mente saudáveis todos os dias;
10. Escrever pelo menos uma vez por semana neste blogue.

Será assim tão difícil cumprir estes dez objetivos? Vamos andando e vamos vendo...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Minimalismo: a arte de viver feliz com menos

Depois de alguns meses de interregno, volto hoje a escrever neste blogue. Um de Janeiro de 2021. O início de um novo mês, de um novo ano. Parece-me uma excelente data para (re)começar. E aqui estou eu, de regresso a uma das atividades que mais aprecio: ESCREVER. E hoje escrevo acerca do primeiro documentário que vi este ano, um original NETFLIX: "The Minimalists - Less is NOW".

Fonte: https://www.felizcomavida.com/minimalismo
Antes de ver este documentário já tinha ouvido falar nesta corrente, também nome de movimento artístico ou se lhe quiserem ainda chamar, estilo de vida. Admito que nunca tinha refletido aprofundadamente acerca do minimalismo até ver este documentário de 53 minutos que tão bem explica como é tão necessário e urgente pensar a cultura de consumo de hoje: agora é a hora de menos - "less is now".

Em menos de uma hora somos convidados a acompanhar as histórias de dois amigos norte-americanos que se viram "obrigados" a desapegar dos inúmeros bens materiais de que dispunham em suas casas para alcançarem a felicidade que tanto almejavam. Ao mesmo tempo é-nos dada uma perspetiva acerca da "pressão" que os media, através da publicidade e do marketing agressivos, exercem sobre nós para a aquisição de inúmeros produtos, muitos dos quais não precisamos, mas cuja necessidade nos é diariamente criada. Através dessa mesma propaganga é-nos "vendido" um estilo de vida "feliz e próspero" que só é concretizavel mediante a aquisição de certos bens de consumo.

Ora, neste documentário é-nos apresentada uma perspetiva minimalista da vida, partindo da premissa de que "menos é mais" ou "less is now". Somos convidados a desconstruir crenças e valores que, muitas vezes, estão assentes no materialismo e no consumismo exacerbados. Somos levados a questionarmo-nos sobre o propósito das coisas que temos e sobre a real utilidade dessas mesmas coisas. Será que precisamos realmente de todos os objetos que temos em casa?

Sei que tenho gavetas cheias de coisas de que não preciso neste momento mas que já utilizei; no entanto de nada me servem agora e estão simplesmente a ocupar espaço - um espaço que poderia ser utilizado de outra maneira - nas gavetas das minhas mesas de cabeceira. Esporadicamente limpo e arrumo o meu guarda-fatos; ainda assim tenho noção de que deixo ficar roupas que não uso, pois penso que "um dia vão ser-me úteis". Mas esse dia nunca chega e fico, simplesmente, com roupas "inúteis" guardadas no armário, a ocupar um espaço que podia estar mais "liberto". E assim funciona a acumulação de "coisa atrás de coisa" de que não preciso.

Talvez devido à forma como fui educada e aos valores que me foram transmitidos na infância, para mim a verdadeira felicidade nunca residiu nas coisas "que se compram", mas sim nas pessoas, nos animais de estimação, nas viagens, nos momentos únicos proporcionados pela beleza incrivel de um arco-íris ou num fim do dia oferecido por um único pôr-do-sol. É a natureza que, por si mesma, cria momentos de felicidade que nem sempre apreciamos devidamente. São as viagens que fazemos e as pessoas que conhecemos que, tantas vezes, nos dão aquilo de que realmente precisamos (e muitas vezes não sabemos)! Afinal é possível ser-se feliz com tão pouco.

"Destralhar", vender, doar, libertar espaço são os desafios colocados ao espectador no fim do documentário. Se, ao longo de 30 dias, colocarmos por dia, numa caixa, um objeto de que não precisamos, certamente teremos, ao fim desse mês, 30 objetos que antes consideravamos imprescindíveis. 

Viver bem com pouco. Viver feliz com menos. Viver somente com o mínimo indispensável - é esse o verdadeiro propósito do MINIMALISMO.