Hoje, pela primeira vez, votei de "forma antecipada". Decidi fazê-lo devido às atuais restrições de circulação entre concelhos impostas pelo Governo e consequência da atual situação pandémica que vivemos em Portugal. Estou recenseada em Pombal mas votei no Porto. Mesmo que no próximo fim-de-semana me desloque até Pombal, sinto que já cumpri para com os meus direitos e deveres cívicos.
Escolhi votar e não abster-me pois considero assustadoras as atuais taxas de abstenção; de acordo com a PORDATA, a taxa de abstenção nas eleições para a Presidência da República em 2016 foi de 51,3% contra as de 24,6% em 1976 (pós-25 de abril de 1974). Desinteresse? Apatia? Desconfiança? Políticos descredibilizados? Afinal o que se passa?
Penso que só quem vota, só quem tem uma voz ativa, só quem exerce os seus direitos e deveres democráticos pode opinar sobre o que está bem ou o que está mal. Quem se abstém, quem não vota, quem prefere ficar a assistir em vez de agir fica automaticamente destituído do direito de opinar nesta matéria.
Hoje fiquei satisfeita; não por ter de aguardar numa fila durante uma hora para votar, mas sim porque vi que há imensas pessoas que (ainda) vão votar. Muitas pessoas foram votar antecipadamente. Estas pessoas escolheram não ficar em casa. Estas pessoas escolheram agir. Estas pessoas escolheram não ficar indiferentes. Estas pessoas não encontraram desculpas para não irem votar. Nem o Covid-19 as demoveu. Estas pessoas que decidiram fazer ouvir a sua VOZ.
Nos últimos tempos vi algumas frases interessantes, das quais destaco: "o sofá não precisa do teu rabo, mas a democracia precisa do teu voto". Verdade! Espero que todos aqueles quantos leiam este artigo não se abstenham do direito democrático que tanto custou a muitos conquistar. Não se afastem das vossas responsabilidades políticas. É preferível votar nulo ou em branco do que, efetivamente, não votar.
Cuidado! Sejamos conscientes e estejamos alerta, pois a ditadura alimenta-se dos alienados...