Construir um nó de acesso à Auto-estrada 1 (A1) através do Itinerário Complementar 2 (IC2) em Barracão/Meirinhas é o objectivo da Moção que tem estado em discussão nas Assembleias de Freguesia de algumas localidades de Pombal e de Leiria. Pretende-se facilitar o acesso à A1, bem como aliviar a sobrecarga de tráfego no IC2, entre Leiria em Pombal.
Foto: Jorge Pereira |
A discussão é antiga, mas voltou a estar na ordem do dia nas Assembleias de Freguesia de Vermoil, Meirinhas, Carnide, Bidoeira de Cima e Bajouca. Em causa está a aprovação de uma moção que resultou de um entendimento conjunto das autarquias locais. O documento pretende chamar a atenção para a necessidade da construção de um nó de acesso à A1 no IC2 em Barracão/Meirinhas, obra esta que é apontada como “uma necessidade dado a sua localização estratégica reconhecida e assumida pelos vários quadrantes políticos, agentes económicos e cidadãos”.
“Este nó apresentará mais-valias na fluidez, diminuirá o trânsito nos actuais acessos à A1 em Pombal e Leiria, permitirá um trânsito mais eficiente, com a redução da poluição e com menos emissões de gases para a atmosfera”, pode ler-se no documento que já foi aprovado a 29 de Setembro em Vermoil, mas cujo conteúdo é similar nas restantes freguesias.
Além das vantagens ambientais que decorrem da construção do nó de acesso, os autarcas evidenciam também os impactos económico-financeiros na zona, “tendo em conta a grande concentração de empresas e indústrias nas freguesias mais próximas desse nó”. Colmeias e Memória, Santiago de Litém, São Simão de Litém, Albergaria dos Doze, Bidoeira de Cima, Boa Vista e Bajouca são outras das freguesias que poderão via a beneficiar desta proposta.
É neste contexto que pretendem “solicitar ao Governo a construção urgente deste acesso há muito prometido, dado este ser inequivocamente uma maior valia para o desenvolvimento da indústria e da economia local e regional”, bem como “solidarizar-se com o interesse económico das empresas tendo em vista a melhoria das acessibilidades”. A moção vai ser enviada às câmaras municipais de Pombal e Leiria, às assembleias municipais daqueles dois concelhos, à Assembleia da República e partidos ali representados, ao Primeiro-Ministro, aos ministros da Economia e dos Transportes e das Telecomunicações, à Brisa e Estradas de Portugal.
Recorde-se que já na Assembleia Municipal de Pombal de 29 de Dezembro de 2009, o presidente da Junta de Freguesia de Vermoil, Ilídio da Mota, pediu à Câmara Municipal de Pombal e àquela Assembleia que pugnassem “pela melhoria da segurança do IC2”, apelando a “esforços no sentido de se conseguir o nó da A1 em Meirinhas/Barracão, que é fundamental para o progresso das zonas limítrofes”.
Na altura acrescentou também que, “para potenciar mais esse nó e dar uma nova vida às freguesias mais a sul do concelho, seria importantíssima a construção de uma via que ligasse a A1, o IC2 em Meirinhas/Barracão ao IC8 na zona de Abiúl, uma via que passasse por Vermoil, São Simão, Santiago e Albergaria”, via essa que traduzir-se-ia num “novo ânimo aos empresários destas freguesias”.
IMPACTO PARA AS EMPRESAS TRANSPORTADORAS
Duas das empresas transportadoras que consideram vantajosa a construção do nó de acesso são a Transportes Antunes Figueiras e a Transportes Sousa Gomes, que se localizam em Vermoil e em Carnide, respectivamente. “As empresas de transportes poupam no tempo de viagem já que hoje em dia os motoristas têm que cumprir horários e tempos de repouso; com a actual IC2 não há condições para que os motoristas cumpram na íntegra o disposto na lei”, apontou Dário Correia, da Transportes
Antunes Figueiras.
Por sua vez, António Sousa da Transportes Sousa Gomes destacou o facto de “os veículos perderem muito tempo na nacional com rotundas e semáforos” bem como nas pesadas multas que têm de suportar devido ao facto de os motoristas ultrapassarem os “limites de velocidade na IC2”. “O IC2 tem muito tráfego, e está a tornar-se insustentável. São muitos milhões de euros que se perdem em engarrafamentos, poluição e ausência de tempo de produção”, declarou acerca da inexistência de um nó de Auto-estrada centralizado.
Considera, contudo, que a construção do nó de Auto-estrada pode ser mais favorável se se “baixar as taxas de circulação nas Auto-estradas, porque abrindo o nó facilita mais, há um maior escoamento de trânsito”, o que poderá vir a resultar em “menos acidentes e menores custos na manutenção dos veículos.”
Em jeito de conclusão, Dário Correia sublinhou a importância da desocupação da IC2 devido aos “riscos de acidente inerentes ao excesso de tráfego”, bem como a preocupação com os níveis de poluição que abundam no meio ambiente. “Numa altura em que se fala muito sobre a poluição, não se percebe como é que estes governos não tomam medidas para tirar o tráfego de dentro das vilas e das aldeias, como a Ranha, as Meirinhas ou o Barracão”, insurgiu-se. Por último, ressalvou: “não serão só os automobilistas a ganhar; a população em geral também ganha”.