Quando
se pensa em Natal é inevitável associá-lo à família, ao aconchego do lar, à
variedade gastronómica na mesa da consoada, às luzes, ao presépio e ao
pinheirinho. Saudade, ausência, e distância são palavras que parecem não caber
no léxico natalício. Mas nem sempre é assim. Certo e sabido que vida de
emigrante não é fácil, só lhe dá o devido valor quem por ela passa. E quando as
circunstâncias obrigam a passar a Consoada e o Dia de Natal longe do tradicional
quentinho familiar, tudo assume outros significados, por nós desconhecidos…
Resiliência. Saudade. Falta. Talvez sejam essas as palavras que melhor definem o meu Natal passado. Decidi passar a consoada no meu T1 alugado em Maputo, na cidade onde residia e trabalhava há um ano. O Natal a oito mil quilómetros de distância da família. O Natal a 12 horas de avião de casa. O Natal sem os amigos por perto. O Natal sem o perú nem o bacalhau. Sem dúvida, o Natal mais difícil de sempre. Senti muitas saudades. Senti imensa falta. Mas a minha resiliência obrigou-me a ser forte para que esses não fossem os dias emocionalmente mais destrutivos de sempre.
Resiliência. Saudade. Falta. Talvez sejam essas as palavras que melhor definem o meu Natal passado. Decidi passar a consoada no meu T1 alugado em Maputo, na cidade onde residia e trabalhava há um ano. O Natal a oito mil quilómetros de distância da família. O Natal a 12 horas de avião de casa. O Natal sem os amigos por perto. O Natal sem o perú nem o bacalhau. Sem dúvida, o Natal mais difícil de sempre. Senti muitas saudades. Senti imensa falta. Mas a minha resiliência obrigou-me a ser forte para que esses não fossem os dias emocionalmente mais destrutivos de sempre.
Não
havia luzes. Não havia pinheiros e muito menos presépios, visto que os
moçambicanos são, na sua maioria, muçulmanos. Não havia ruas enfeitadas nem
desfiles de pais-natal. Não havia espírito natalício. Nada. Zero. Imagino que
houvesse, sim, paz e serenidade dentro do lar de cada um. Aquela que eu
procurei e não tive, simplesmente porque estava sem a minha família por perto.
Recusei um convite para passar o Natal junto da família de uma amiga
moçambicana. Pensei que assim fosse doer menos. Mas não. Doeu, foi um Natal a
não repetir. Se o passei com um ou outro amigo, posso dizer que não foi a mesma
coisa.
Com
o que escrevi no parágrafo anterior não quero dizer que me arrependo de ter
passado o Natal fora. Tudo são experiências de vida, tudo é motivo de
crescimento. E eu cresci. Amadureci. Agora sei o que é passar o Natal longe de
casa e com MUITO calor. Sim, aproveitei as praias do Norte de Moçambique e a
beleza avassaladora das Ilhas Quirimbas para passar um fim de ano memorável.
Com
o distanciamento que esta reflexão merece, posso dizer que me sinto grata por
ter tido a experiência de vida de que hoje me orgulho. Venci, disso não tenho a
menor dúvida! Lutei e fui em frente. Assumi que a vida não é um mar de rosas e
aceitei esse Natal como uma dádiva, com um outro género de sol e com o CALOR
típico que só um país tropical pode oferecer. Venci a saudade e a distância
tornou-me mais forte. Passei um natal cheio de calor e de mar e só posso sentir
grata pela experiência que a vida lá fora me proporcionou.
A
todos desejo um feliz e quente NATAL.