domingo, 22 de julho de 2018

Carla Mota: “Desta experiência só tiro bons ensinamentos”

A ideia de emigrar para a Bélgica surgiu há cinco anos quando Carla Mota, pombalense de 34 anos, estava a ultrapassar momentos complicados na vida pessoal e profissional. Foi uma mensagem de telemóvel que enviou a um amigo emigrante nesse país que mudou a sua vida. Carla vive e trabalha desde 2013 em Lasne como “concierge”, onde presta apoio nas tarefas domésticas e é responsável pelas crianças de uma família belga.

Foi no verão de 2013 que, pela primeira vez, Carla pisou solo belga. Sem saber falar uma única palavra em francês decidiu apresentar a sua carta de demissão e, no dia 08 de setembro, rumou à Bélgica. Apesar de reconhecer que adora a “experiência que está a ser muito enriquecedora”, se pudesse voltar atrás, a pombalense não emigraria. “Nunca irei esquecer as lágrimas dos meus pais no dia da minha partida!”, admite destacando as dificuldades emocionais de se estar “num país estrangeiro sozinha”.

Carla vai voltar a Portugal no final deste mês. De Pombal sente saudades de tudo e, neste momento, quer encontrar trabalho a fim de ter “estabilidade profissional, estar ao lado da minha família e, mais tarde, poder constituir a própria família”, admite. Agora a prioridade é estar perto dos pais que estão reformados e que “precisam dos filhos ao seu lado”.

Da experiência na Bélgica retira apenas bons ensinamentos: “aprendi um idioma que não era o meu, adaptei-me a uma cultura que nada tem a ver com a portuguesa e conheci pessoas que adoro e que jamais iria encontrar se não tivesse emigrado”. Durante cinco anos sentiu-se integrada num país que tem muitas parecenças com Portugal, faltando só “a comidinha da mãe”.

Se pensava que a vida de emigrante era a mesma que faz no país natal, neste caso, Portugal, Carla aprendeu que “emigrar é ter uma vida dura de trabalho, muitas vezes de sol-a-sol, uma vida de sofrimento e de saudade que deixamos lá longe e não podemos abraçar constantemente e quando queremos”.

A um candidato a emigrante, Carla aconselha a poupar; “ganha-se algum dinheiro, sim, mas para poupar não podemos ir todos os dias beber o café com os amigos ou tomar o pequeno-almoço à pastelaria da esquina”. Por outro lado, é preciso ter consciência de que “psicologicamente e sentimentalmente é duro emigrar”, conclui. AIM

Lasne
Bélgica

Fundação 1830
Área
47. 22 km² 
Habitantes
14 043 (censos de 2008)

Curiosidades Lasne é um município de Walloon, na província belga de Brabant Wallon, o lado francês da Bélgica, a sudeste de Bruxelas. Lasne é o município mais rico de Walloon, medido pelo rendimento tributável médio dos habitantes. Esta localidade tem os impostos locais mais baixos de qualquer município da Bélgica.

O melhor por lá…

“A simpatia, a adaptação dos belgas a quem chega de novo, a abertura de mentalidades e a organização” são, para Carla, os pontos fortes dos belgas.

O pior por lá…

Para Carla, o mais desagradável no paísé o inverno, o facto de se fazer de noite muito cedo e a falta de sol”.

O mais surpreendente por lá…
A pombalense ficou surpreendida coma multiculturalidade e a capacidade de aceitação que o povo belga tem para acolher um estrangeiro”.

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