A ideia de emigrar para a Bélgica
surgiu há cinco anos quando Carla Mota, pombalense de 34 anos, estava a
ultrapassar momentos complicados na vida pessoal e profissional. Foi uma
mensagem de telemóvel que enviou a um amigo emigrante nesse país que mudou a
sua vida. Carla vive e trabalha desde 2013 em Lasne como “concierge”, onde
presta apoio nas tarefas domésticas e é responsável pelas crianças de uma
família belga.
Foi no verão de 2013 que, pela
primeira vez, Carla pisou solo belga. Sem saber falar uma única palavra em
francês decidiu apresentar a sua carta de demissão e, no dia 08 de setembro,
rumou à Bélgica. Apesar de reconhecer que adora a “experiência que está a ser
muito enriquecedora”, se pudesse voltar atrás, a pombalense não emigraria.
“Nunca irei esquecer as lágrimas dos meus pais no dia da minha partida!”,
admite destacando as dificuldades emocionais de se estar “num país estrangeiro sozinha”.
Carla vai voltar a Portugal no final
deste mês. De Pombal sente saudades de tudo e, neste momento, quer encontrar
trabalho a fim de ter “estabilidade profissional, estar ao lado da minha
família e, mais tarde, poder constituir a própria família”, admite. Agora a
prioridade é estar perto dos pais que estão reformados e que “precisam dos
filhos ao seu lado”.
Da experiência na Bélgica retira
apenas bons ensinamentos: “aprendi um idioma que não era o meu, adaptei-me a
uma cultura que nada tem a ver com a portuguesa e conheci
pessoas que adoro e que jamais iria encontrar se não tivesse emigrado”. Durante
cinco anos sentiu-se integrada num país que tem muitas parecenças com Portugal,
faltando só “a comidinha da mãe”.
Se pensava que a vida de emigrante era
a mesma que faz no país natal, neste caso, Portugal, Carla aprendeu que
“emigrar é ter uma vida dura de trabalho, muitas vezes de sol-a-sol, uma vida
de sofrimento e de saudade que deixamos lá longe e não podemos abraçar
constantemente e quando queremos”.
A um candidato a emigrante, Carla
aconselha a poupar; “ganha-se algum dinheiro, sim, mas para poupar não podemos
ir todos os dias beber o café com os amigos ou tomar o pequeno-almoço à
pastelaria da esquina”. Por outro lado, é preciso ter consciência de que
“psicologicamente e sentimentalmente é duro emigrar”, conclui. AIM
Lasne
Bélgica
Fundação 1830
Área 47. 22 km²
Habitantes 14 043 (censos de 2008)
Área 47. 22 km²
Habitantes 14 043 (censos de 2008)
Curiosidades Lasne é
um município de Walloon, na província belga de Brabant
Wallon, o lado francês da Bélgica, a sudeste de Bruxelas. Lasne é o município mais rico de Walloon, medido pelo rendimento tributável médio dos
habitantes. Esta localidade tem os impostos locais
mais baixos de qualquer município da Bélgica.
O melhor por lá…
“A simpatia, a adaptação dos belgas a quem
chega de novo, a abertura de mentalidades e a organização” são, para Carla, os
pontos fortes dos belgas.
O pior por lá…
Para Carla, o mais
desagradável no país “é o inverno, o
facto de se fazer de noite muito cedo e a falta de sol”.
A pombalense ficou surpreendida com “a multiculturalidade e a capacidade de aceitação que o povo belga tem para acolher um estrangeiro”.
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