Desde o dia 14 de março, o que tinha escrito na minha agenda, acabou por não se cumprir. Não fui trabalhar no dia 15 (dia, em que por acaso, tinha folga). Já não vi o horário da semana seguinte e voltei à minha cidade-natal. À minha casinha no campo. Tudo mudou, no espaço de uma semana, num "abrir e fechar de olhos". E nada fazia antever isto. Nada nos tinha preparado para isto.
Acabei por não realizar o que tinha escrito na agenda nas semanas seguintes. Tinha um aniversário marcado, que acabou por não se concretizar presencialmente. Ia começar uma formação de massagens de relaxamento, mas não cheguei a inscrever-me. Acabou por ser adiada. Ao invés, tudo aquilo que ia fazer presencialmente, acabei por adiar ou por fazer via Internet. Se antes usava muito as redes sociais, passei a usá-las ainda mais.
Os eventos adidados deram lugar a formações online, a entrevistas online, a convívios online e a muitos, muitos mais telefonemas e incontáveis video-chamadas. O Skype, no qual já nem sei há quanto tempo tocava, voltou a fazer parte do meu dia-a-dia. Tive fomações em línguas - Espanhol, Inglês e Italiano - por Skype e alguns "meetings" via Zoom. Descobri as funcionalidades do Microsoft Teams e aprofundei os meus conhecimentos em programas de vídeo gratuitos.
Não desdizendo tudo aquilo que escrevi no post anterior, aproveitei este tempo em que a vida me/nos trocou os planos para ler, escrever, aprofundar conhecimentos em determinadas áreas e em obter uma certificação para poder dar formação. Aproveitei, tenho aproveitado o tempo de uma forma produtiva, que não havia estado planeada. Tenho aproveitado para fazer aquilo que, noutras circunstâncias, não teria tempo para fazer.
Tenho tentado manter o espírito positivo. Mas não é fácil, principalmente quando se está há algum tempo sem obter qualquer tipo de rendimento. Aprender, aprender, aprender tem sido o meu lema, diariamente.
Tudo mudou. Quase de um dia para o outro. É por isso que nos temos de adaptar. Sem que ninguém nos tivesse avisado e sem preparação prévia para tudo o que está a acontecer, é tempo de dizer que "Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças", como disse Leon C. Megginson.
E agora... Desde o inicio deste mês, estamos a assistir a um desconfinamento gradual e faseado. De máscara, de luvas e de viseira, vamos saindo aos poucos de casa. Mantendo o distanciamento a que a pandemia nos obriga, é aos poucos que retomamos os contactos sociais. Ao vivo! É a vida a recomeçar com um novo "normal". Aquele que não conhecíamos antes. Aquele que, aos poucos, vamos construíndo passo-a-passo.