quarta-feira, 15 de março de 2023

The Reader - Um Drama Inquietante

Há uns dias vi, na Netflix, o filme "O Leitor", de 2008, realizado pelo produtor britânico Stephen Daldry. Esta história de amor entre um adolescente e uma desconhecida com o dobro da sua idade acontece no pós 2ª Guerra Mundial, na Alemanha.

Michael Berg é um adolescente que está doente e é ajudado por uma misteriosa desconhecida que trabalha como revisora nos comboios. Depois de recuperar da escarlatina, Michael vai à procura de Hanna para lhe agradecer. Depois do primeiro seguem-se o segundo e o terceiro encontros. Uma paixão "proibida" cresce entre os dois e rapidamente resvala para uma relação carnal lasciva.

O adolescente descobre que a bela, sensual e autoritária Hanna gosta que leiam para ela e esta deixa-se cativar à medida que Michael lhe lê "A Odisseia", "Huck Finn" e "A Dama do Cachorrinho". Apesar da relação intensa entre eles, um dia Hanna desaparece misteriosamente e Michael fica confuso e de coração partido. 

Oito anos depois, Michael é um estudante de Direito que observa julgamentos de alguns nazis. Qual não é o seu espanto quando vê Hanna sentada no banco dos réus. À medida que o passado de Hanna é revelado, Michael desvenda um grande segredo que irá ter impacto na vida de ambos. E que segredo é esse? Hanna era analfabeta, tendo ocultado isso toda a vida. Passou a integrar a Seção de Segurança (SS) na Alemanha nazi, após ter sido promovida num emprego anterior, o que lhe obrigou a revelar seu segredo. 

Michael revela a um professor que possui uma informação relevante, favorável a uma das rés, mas não sabe se faz a revelação, já que a própria acusada havia optado por escondê-la.

Hanna é condenada à prisão perpétua pelos crimes de guerra cometidos. A vida de Michael continua; este casa-se, tem uma filha e divorcia-se. Ao rever os seus livros e notas de aula dos tempos do seu caso com Hanna, resolve gravar os textos em fitas cassete e envia as fitas e um gravador à ex-amada. Com o tempo, ela aprende a ler e a escrever, e passa a enviar cartas a Michael. 

Este nunca responde às cartas, mas continua a enviar cassetes. Em 1988, uma funcionária da penitenciária (Linda Basset) telefona para Michael e pede sua ajuda: Hanna tivera um atenuar na sua pena e seria libertada, mas sua transição para uma vida em sociedade poderia ser problemática. Michael encontra uma casa e um emprego para ela, e finalmente visita-a. No entanto, na noite anterior ao dia de liberdade, Hanna  suicida-se e deixa uma carta e uma lata com algum dinheiro a Michael. 

Este filme é, na minha opinião, incrivelmente avassalador. Faz- nos refletir sobre assuntos tão importantes na vida como a Ética e o Amor, o Certo e o Errado, os limites sobre o que é ou não Aceitável. Envolvi-me e emocionei-me com esta história forte, repleta de conteúdo e de reflexões. Um Amor Proibido, um Misterioso Desaparecimento e, no fim de tudo, uma Morte (in)esperada que constituem os elementos perfeitos de uma história arrebatadora. Um filme a não perder, sem sombra de dúvida. 

Para aguçar o apetite, fica o trailler: 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Sobre Reciprocidade.

Voltei, ao fim de algum tempo sem escrever por aqui. Hoje venho falar sobre R-E-C-I-P-R-O-C-I-D-A-D-E.  É tão fácil pronunciar e parece tão difícil de praticar... Porquê?


No dicionário online Priberam encontro a seguinte definição para esta palavra: 

re·ci·pro·ci·da·de
(latim reciprocitas, -atis)
nome feminino

1. Carácter do que é recíproco.

2. Mutualidade.

Passemos ao ponto 2, o da Mutualidade. Falamos de retribuir aquilo que recebemos "na mesma moeda". É agradecer em forma de ação, não só de palavras, o que outro nos ofereceu ou fez por nós. Reciprocidade é sobre Amor, é sobre Apreço, é sobre Zelo, é sobre Consideração.

E é tão fácil fazer, mas infelizmente, cada vez mais raro de se ver. Porquê? Porque achamos que o outro tem alguma obrigação ou está em dívida para connosco? Porque nos colocamos num pedestral tal que nos consideramos superiores e mais merecedores do que os outros? Porque não ser agradecido e recíproco se isso é tão fácil?

Claro que a reciprocidade pode ter dois lados: o bom, alicerçado no respeito, no amor, no apreço e na consideração pela boa ação do outro e o mau, alimentado pela raiva, pelo desgosto, pela desilusão em relação a algo que um terceiro nos tenha feito. Prefiro alimentar a reciprocidade boa e, em relação ao que é mau, aprendi que o melhor é remeter-me ao silêncio e à indiferença. Essa é a arma mais eficaz.

Afinal, tudo o que desejamos ao outro, a nós volta em dobro. Por isso desejo que, quem me fez mal no passado, seja feliz com as escolhas que faz no presente. Desejo que quem vive na escuridão encontre a luz e que quem se sente "perdido" encontre uma orientação. Se não recebermos do outro uma benção, será uma lição. 

Na minha perspetiva, a RECIPROCIDADE não é nada mais nada menos, do que uma relação de casualidade entre dois eventos consecutivos. Escolho sempre a reciprocidade e a mutualidade boas em prejuizo da vingança, do desamor, da raiva e do ódio.

domingo, 8 de janeiro de 2023

O Presente Que É Saber Dar e Receber

Oferecer um presente é mais do que dar um bem material. Começando por falar em "presentes materiais", inicio este texto dizendo que num presente oferecido está gravada a intenção de quem o dá. Antes de ser escolhido, feito ou comprado houve um pensamento prévio no destinatário que o vai receber. Houve a intenção de oferecer àquela pessoa e não a outra. Aí está a magia da intenção e aquilo que representa, mais do que o bem material em si. 

Fonte: Pinterest
Além de comprado, pode ser feito pela pessoa que o oferece. Importa sublinhar o pensamento prévio no destinário tendo em conta os seus gostos pessoais, as suas necessidades ou os seus desejos. Quem oferece pensa no destinatário e na ocasião em que o faz. Portanto, oferecer um bem material é mais do que simplesmente entregá-lo à outra pessoa; é um gesto de apreço, de reconhecimento e de carinho por aquele que o recebe. Mais do que o objeto em si, o emissor oferece um pouco da sua alma. 


Passou o Natal e tanto se falou de presentes. Tanto se falou em dar, tanto se falou em comprar, adquirir, consumir. Mas, afinal, qual foi a intenção que colocaste em cada um dos presentes que ofereceste? Será que o deste só por dar, de forma leviana e pouco refletida? Ou pensaste se aquela pessoa iria realmente gostar daquilo que lhe ofereceste? Dar por dar é fácil, dificil é acertar nos gostos ou nas necessidades das pessoas a quem oferecemos e que pensamos que conhecemos mas não conhemos assim tão bem...

E quem recebe? Será que quem recebe vê além do bem material? Será que nas entrelinhas lê a intenção de quem lhe entregou o presente? Será que reconhece, tantas vezes, o esforço não confessado do que foi encontrar o presente certo para oferecer? - Na minha humilde opinião muitas vezes vemos e avaliamos o que nos é dado só com a sensação que nos proporciona os olhos. Não apreciamos com os olhos da alma. Vemos aquilo que nos mostram os olhos físicos e agradecemos, muitas vezes, até porque "parece bem".

É preciso saber dar mas também é preciso saber receber e valorizar, mais do que o que foi oferecido, a pessoa que deu. Porque se deu assim o sentiu e esforçou-se para ir ao encontro dos seus gostos pessoais. Claro que nem sempre recebemos aquilo que desejamos ou nem sempre os presentes superam as expectativas. Mas também não é para fazer expectativas sobre presentes que são dados de livre e espontânea vontade. Haja bom-senso e mais empatia.

Quem dá oferece de alma e coração e quem recebe deve fazê-lo de coração aberto. Por detrás da ação de dar existe sempre  a intenção de ver alguém sorrir. É preciso ver além do óbvio para saber dar e receber de forma mais grata e gentil. :)

domingo, 1 de janeiro de 2023

Meu Querido 2023

 Bom Dia, Caro 2023!

Chegaste abençoado ao Norte de Portugal, com lágrimas de chuva e alma de vento. Tempestuoso, ameaçador, turbulento mas com essência de mudança, é assim que te entendo. Até porque antes da mudança vem a instabilidade. É assim que te recebo, de braços bem abertos, e te envolvo calorosamente num abraço infinito. Bem-vindo, FANTÁSTICO ANO NOVO!

Sabemos bem, 2023, que se a mudança não começar dentro de cada um de nós, não vais ser diferente. Se não olharmos para dentro e se não elevarmos a nossa Consciência vais ser igual aos anos que já passaram. Cada um tem dentro de si as ferramentas necessárias a tornar-se melhor ser humano de dia para dia... E são 365 novas oportunidades para ser feliz, que maravilha! Que cada dia que amanheça neste ano bonito signifique uma nova oportunidade para nos reinventamos.

 Nunca é tarde para fazer seja o que for. E, cada vez que se inicia um novo ano, renovam-se esperanças, formulam-se desejos e fazem-se novas resoluções. Muitas delas renovam-se porque não se completaram em anos anteriores. Mas este ano é que é! Portanto toca a alterar o mindset, toca a reprogramar a mente e a agir em conformidade com os nossos desejos. De nada nos vale formular desejos e sonhar alto se a perguiça e a inércia encherem os nossos dias.

 Criar novos hábitos e novas rotinas leva tempo e é um processo muita vezes doloroso, que requer consistência e coerência. Sem firmeza nada se faz, sem foco e sem vontade os nossos novos hábitos são protelados para "segundo plano". Portanto, se queres que aconteça, FAZ ACONTECER. És tu quem guia o volante da tua vida.

Deixemo-nos de desculpas e avancemos rumo ao que nos faz feliz!