quinta-feira, 28 de outubro de 2021

A Violência Normalizada "Na Porta ao Lado"

Helena. Marta. Ana. Estes são os nomes das três protagonistas da triologia de filmes da SIC, "Na Porta ao Lado". Estes são os três rostos (ficcionados mas, ao mesmo tempo, tão reais) da violência doméstica que a SIC escolheu para dar visibilidade a este flagelo social. Estes são os nomes de três vítimas que tão bem retratam a violência de que são alvo as mulheres - e muitos homens, não os esqueçamos, mesmo que em número significativamente mais reduzido - NA PORTA AO LADO. 

         Foto: Direitos Reservados

Violência doméstica. Violência contra as mulheres. Violência contra as crianças. Violência contra os homens. Violência só e apenas. Temos de falar sobre isto. Temos de estar atentos ao que realmente se passa "na porta ao lado". Na nossa rua. Na nossa vizinhança. No nosso círculo de amigos. É preciso parar para refletir sobre isto. É preciso denunciar porque sim, "entre marido e mulher mete-se a colher"!

Em três telefilmes muito realistas, a SIC "toca na ferida" e retrata um crime hediondo que não pode ser ignorado - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. Em particular a violência contra as mulheres. "Esperança", "Amor" e "Medo" são os nomes dos três episódios que arrepiam, de tão desconfortáveis que são. Cada um retrata um relacionamento diferente e tem em conta as suas particularidades, mas o objetivo é comum: sensibilizar para a denúncia. No final de cada filme pode ver-se, em números de um branco de esperança 116-006, o número para o qual se deve fazer uso e denunciar.

Estamos em pleno século XXI e são aterradores os números de violência doméstica em Portugal; basta abrir o site da APAV para perceber que as mulheres e as crianças são as principais vítimas deste crime que é público desde 1995. E o artigo 152º do Decreto-Lei n.º 48/95 do Código Penal prevê um enquadramento legal que regula as punições aplicáveis à prática deste crime. 

Voltemos à trilogia perturbadora dos telefilmes da SIC. Custou-me especialmente assistir ao último da trilogia "O Medo". Neste, a vítima e protagonista "Ana", tia de uma menina cuja mãe tinha sido esfaqueada pelo marido (para mim um monstro, diga-se!), suportava todos os tipos de abusos psicológicos, emocionais e físicos. E certamente estão a perguntar-se, porquê? Porque é que ela não saia de casa? Porque é que as vítimas de violência doméstica não fogem, simplesmente?

Não é assim tão linear. Elas ficam por dependências. Ficam por medo. Ficam porque não têm outra opção. Ficam por apego emocional. Ficam porque pensam que eles vão mudar. Ficam porque acreditam que não são ninguém sem eles. Ficam porque acreditam que precisam deles. Ficam porque têm medo que eles as MATEM. É por isso que ficam e não vão embora. Vivem no ciclo vicioso de um relacionamento tóxico:

Fonte: Life is cool
Mais uma vez, quem é independente financeiramente é independente de tudo o resto. A "Ana", protagonista deste filme, vivia com o marido, Presidente de Junta, os filhos, a sobrinha e os sogros.  Trabalhava no café destes e não era paga por isso. Sempre que era agredida pelo marido e as suas feridas abertas expostas ao "olho gordo" da sogra, esta ainda lhe dizia que "alguma deves ter feito para ele te ter deixado nesse estado!" Sim, porque as mulheres, em vez de se ajudarem, julgam-se umas às outras e contribuem até para perpetuar o ciclo de violência contra o mesmo género. Um ciclo que precisa de ser rompido!

É aterrador pensar que isto acontece diariamente. Na sociedade machista em que, infelizmente vivemos, que maltrata as suas mulheres e os seus idosos e que protege os agressores, somos expectadores passivos deste "cancro social" que não deveria deixar ninguém indiferente. Somos o grito mudo que prefere consentir a agir. Somos os ouvidos surdos que preferem ignorar em vez de ajudar. E somos as mulheres ignorantes que, em vez de denunciarem os animais, desculpabilizam constantemente os comportamentos dos meninos, como se os homens fossem uns atrasados mentais.

Muitos são. Mas outros são NARCISISTAS, MANIPULADORES, SOCIOPATAS ou PSICOPATAS que deviam bem tratar quem tanto se dedica à relação. Revolta-me saber que a violência é socialmente aceite e está tão normalizada na nossa sociedade. Enquanto os agressores não forem expostos, denunciados e responsabilizados pelos seus atos, podemos dizer que algo muito errado se passa. 

Chega de normalizar a violência. Chega de passar "paninhos quentes" na "cabeça dos meninos, que coitadinhos, não sabem o que fazem". Chega de responsabilizar as vítimas pela dor de que são alvo. Chega de as culpabilizar. Elas não são culpadas de NADA. Nada do que lhes acontece teve que ver com algum erro que tenham cometido. Não, elas não provocam. Não, elas não se "comportam mal". Não, elas não têm de aceitar tudo nem de se diminuírem para caber no mundo limitado dos monstros.

Elas têm voz. Elas têm uma opinião. Elas nem sempre concordam com tudo o que o companheiro diz. E se é companheiro, verdadeiro companheiro, ele devia aceitar e respeitar o ponto de vista dela, que não é nem tem de ser igual ao dele. Nada, nada, absolutamente NADA justifica a violência. Seja de que género for - psicológica, emocional, financeira, social, física e por aí fora.

Se não estás bem, muda-te. Vai-te embora. Deixa-a ir, mas não lhe batas!

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Em caso de dúvida, ESCOLHE-TE

Em caso de dúvida, escolhe-te. Escolhe-te porque tu és a tua prioridade. És tu quem cria a tua própria realidade. És tu quem toma as rédeas da tua própria vida. És tu quem desenha o teu futuro. E, se não és, deverias ser. 

Escolhe-te. Acredita que os teus pensamentos têm poder e são eles que criam a tua realidade. Pensa na tua mente como se de um jardim se tratasse: planta flores ou semeia ervas daninhas. A escolha é e será sempre tua. 

Fonte: https://www.pensamentosdefabs.com.br/2019/02/
nao-priorize-quem-nao-te-prioriza-tanto.html
Tornares-te independente de sentimentos e de pessoas é o primeiro passo. Pratica o desapego emocional e sê a tua própria fonte de rendimento. O caminho é por aí. Desapega-te das pessoas e dos sentimentos (por vezes obsessivos e tóxicos) que nutres por elas. Lembra-te: pessoas no mundo há muitas; elas vêm e vão-se. Mas tu tens-te e ter-te-ás sempre a ti próprio e, com a tua companhia, nunca estarás sozinho. É importante gostarmos de outras pessoas, mas mais importante ainda é sabermos valorizar-nos e não aceitarmos menos do que aquilo que merecemos. Valoriza-te e não deixes que ninguém te calque, NUNCA!

Cuida-te como cuidas o teu melhor amigo, pois tu deves ser o centro e a prioridade da tua vida. Tenta, também, não seres financeiramente dependente de ninguem, isto é, do teu núcleo familiar ou do teu companheiro/a. Cria a tua própria independência financeira e, se possível, encontra mais do que uma fonte de rendimento. É importante teres o teu próprio dinheiro e as tuas próprias contas bancárias. Não permitas que ninguém te domine a esse nível, pois para seres independente precisas de ser auto-suficiente. 

Para mim os dois princípios para criares a tua verdade, a tua realidade, são precisamente a independência emocional e a independência financeira. Tive de o aprender da forma mais cruel possível e, com as lições que a vida me tem dado, tenho aprendido abruptamente que o centro da minha vida SOU EU

Não permitas que te manipulem. Não deixes que sobre ti exerçam coação psicológica. Não permitas que te levem a duvidar de ti mesmo/a nem das tuas capacidades. Afinal, antes de aquela pessoa aparecer na tua vida, tu já eras completo/a. Tu já tinhas conquistado várias coisas em diversas dimensões (pessoais e profissionais). Porquê que agora ele/ela te fazem duvidar das tuas próprias capacidades?

Não deixes que o OUTRO passe a ser o foco da tua vida. Não deixes que te domine. Não deixes que te desvalorize. Não deixes que te menospreze. Não permitas que te diminua pois, se tiveres de te diminuir para caber no "mundo" de alguém, certamente estarás a trilhar o caminho errado. Não deixes que o outro faça escolhas por ti e te tente modificar. Se não podes ser tu mesmo/a, deverás repensar o teu percurso. 

Valoriza-te e presta atenção às "red flags" (em português têm esse sentido literal e figurado - as bandeiras vermelhas - os perigos de uma relação, os comportamentos prejudiciais)  que, muitas vezes, cegos/as pelo amor, o hábito e o apego emocional, teimamos em não ver. Acredito que também seja por falta de conhecimento, mas os padrões repetem-se e é preciso estar atento/a para ter consciência dos mesmos e ter o poder de os quebrar. 

Quem te ama valoriza-te. Espera por ti. Aceita as tuas escolhas. Incentiva-te a evoluires como pessoa. Quer que vás mais além e apoia-te. Caminha ao teu lado e faz-te aceditar que és capaz de mais, mais e MAIS. Não re proíbe. Não te restringe. Não te pisa. Valoriza-se e valoriza-te tal como TU MERECES!

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

O medo é o teu pior (e único!) inimigo

O medo é o teu pior e único inimigo. As tuas crenças limitadoras levam-te a pensar que não consegues e a acreditar que a procrastinação é o único caminho. O medo impede-te de avançar e de alargares a tua zona de conforto. A tua mente pode ser a tua melhor amiga ou a tua pior inimiga e, novidade das novidades... És tu que decides isso!

Fonte: o-cidadao-de-bem-e-a-prisao-social.html
A mente é como um guarda-chuva; apenas funciona aberta. Fechada, pode ser a tua maior prisão e quantas vezes mais prejudicial do que o teu pior inimigo (aqui falo de pessoa tóxica)!... É a tua mente que guia o teu caminho, alimenta os teus sonhos e desenha o teu futuro. É, também, a tua mente que te diz "não consigo", "isto não é para mim", "tenho medo". É ela que pode significar a tua insubstituível liberdade ou a tua eterna prisão. E, mais uma vez, és tu que decides.

Os últimos meses têm sido, para mim, de introspeção. Tenho olhado todos os dias para dentro. Tenho analisado e refletido sobre os meus traumas e sobre os meus receios. Tenho tentado perceber o porquê de algumas coisas falharem e de tantas outras não resultarem. E tenho chegado a conclusões incríveis; muito do que me acontece (e que acaba por não resultar) está intimamente ligado ao medo que eu sinto, às minhas crenças limitadoras, à dificuldade de encarar o futuro com coragem e sem receios.

Além do medo, a negatividade e o pessimismo são os meus segundo e terceiro piores inimigos. O medo não me deixa avançar; a negatividade impede-me de olhar para um presente e um futuro risonhos e o pessimismo não me permite ver o lado positivo de tudo o que me acontece. A verdade é que nada acontece por acaso e tudo são experiências de vida. Lições duras ou momentos prazerosos. Porque a vida é mesmo assim, uma montanha russa de altos e baixos.

Olhar para dentro de mim mesma e mergulhar no fundo das minhas questões mais sensíveis e profundas, tem-me permitido identificar os aspetos menos bons e as áreas que preciso de limar. É a tomada de consciência, proporcionada pelo autoconhecimento, que nos permite escolher sermos ou não melhores pessoas. É, também, a olhar para os nossos "calcanhares de Aquiles"  e a aceitá-los que vamos parar de projetar nos outros os nossos defeitos. É urgente investir tempo a tornarmo-nos melhores pessoas pois só assim conseguiremos viver na plenitude a nossa essência.

Feridas emocionais como a rejeição, o abandono, o orgulho, a injustiça e a traição, oriundas muitas vezes da infância, fazem com que criemos máscaras para nos protegermos do sofrimento causado por essas mágoas. Ao criarmos estas máscaras estamos, necesssariamente, a afastarmo-nos do "eu genuíno", do "eu verdadeiro". Máscaras que funcionam como "escudo de proteção" impedem-nos de viver libertos do medo que nos prende; esse medo de sofrer e de não ser feliz. Contudo, só quando aceitamos os nossos traumas e nos libertamos desse "falso eu" é que conseguiremos ser felizes e plenos na alegria de desfrutar do "verdadeiro eu".

Fonte: pt.vecteezy.com/arte-vetorial/
"O medo é o teu único Deus". Acredito mais ou menos nisto. Acredito na lei do retorno e no facto de recebermos aquilo que atraímos. Pensamentos negativos geram situações tóxicas. Situações toxicas trazem gente que vibra baixo. E assim começa um ciclo de sofrimento que só termina quando tomarmos consciência daquilo que verdadeiramente somos e daquilo que queremos para as nossas vidas. Até lá esquecemo-nos de quem somos e deixamo-nos arrastar para situações desagradáveis e até perigosas.

Liberta-te dos medos. Liberta-te dos anseios. Liberta-te do "falso eu" e dessas máscaras que te consomem. Estuda-te. Acolhe os teus traumas. Aceita-te. Abre a mente. Toma consciência de quem tu és. Sê tu mesmo(a) e vive o teu "eu genuíno"! Só assim conseguirás ser feliz e contagiar todos os que estão à tua volta com esse sorriso de "orelha a orelha".

Aproveita o início de um novo mês para te tornares melhor. Rejuvenesce. Aprende. Descobre. Abre-te ao autoconhecimento. Lê. Entende os teus receios. Aceita-te tal como és. É um novo mês! É uma nova oportunidade para seres feliz. Eu vou continuar a investir em mim. Lembra-te: quando o teu mundo parecer desabar, terás sempre alguém. Ter-te-ás sempre porque TU és a pessoa mais IMPORTANTE da TUA VIDA. Por isso, CUIDA-TE.