Aos 29 anos, idade máxima para participar
no programa de estágios internacionais – INOV Contacto, Tânia Vieira Carreira
está a residir e a trabalhar em Maputo há cerca pouco mais de três meses. Natural do distrito de Leiria,
freguesia de Santa Catarina, a jovem aproveita a oportunidade de, pela primeira
vez, trabalhar numa Agência de Comunicação, a Ogilvy.
Já passou por França e pelo Reino
Unido, mas quando soube que ia trabalhar num continente diferente do Europeu,
Tânia não pôde sentir-se mais grata. “Do continente Africano, penso que Moçambique
é um dos países mais seguros”, acredita.
Antes de fazer as malas para rumar ao
desconhecido ouviu conselhos de quem passou por terras moçambicanas e está a
aprender que “em Moçambique tem de se confiar, desconfiando”. Tânia é da
opinião de que, além de ser preciso ter a mente aberta, é imperativo não criar
demasiada intimidade com as pessoas com que se relaciona diariamente.
Reconhece, contudo, que é amiga do seu txoupela
(género de tuk-tuk português) Matias, que a transporta todos os dias
para o trabalho.
Não é só em termos pessoais que Tânia
Carreira, pós-graduada em Comunicação Estratégica na Universidade da Beira Interior,
se sente satisfeita: “poder ter uma experiência numa agência de comunicação foi
o melhor presente que o INOV Contacto me deu”, diz, acrescentando que neste
momento está a fazer apresentações e estudos de mercado.
Depois do horário de trabalho
sobram-lhe umas horas para se dedicar ao voluntariado. Tânia distribui sopas na
rua, uma vez por semana, através da Plataforma Makobo, programa que conheceu ainda
em Portugal. “A Sopa Solidária é a única experiência que me permite ver a
realidade por detrás da cidade”, frisa com a esperança de um dia poder ensinar
crianças.
Apesar de não saber o que lhe reserva
o futuro, depois de seis meses de estágio na Ogilvy, Tânia não descarta a
hipótese de ficar a trabalhar na empresa. “Se me convidassem ficaria muito
contente porque seria uma maneira de enriquecer o meu currículo e de ter
oportunidades em noutros países”, admite reconhecendo que “seis meses não é
tempo suficiente para se ter uma experiência profissional”.
A futuros emigrantes aconselha-os a recolher o máximo
de informação que seja útil para o dia-a-dia, bem como da papelada para entrar
no país. “Ignorem as experiências dos outros: assim o choque será maior e a
experiência será melhor”, conclui.
O melhor por lá…“As experiências com as pessoas, tanto com os moçambicanos, como com os colegas do INOV Contacto”, afirma Tânia que já lidou com diferentes camadas da sociedade moçambicana.
O pior por lá…
O melhor por lá…“As experiências com as pessoas, tanto com os moçambicanos, como com os colegas do INOV Contacto”, afirma Tânia que já lidou com diferentes camadas da sociedade moçambicana.
O pior por lá…
A insegurança. “Tenho de pensar duas vezes quando vou andar
sozinha na rua”, diz Tânia, que sabe que não pode andar com a máquina
fotográfica na mão na rua.
O mais surpreendente…
O mais surpreendente…
O moçambicano ser, simultaneamente, muito aberto e muito tímido.
“Ao mesmo tempo que é fácil criar proximidade e empatia, o tom de voz dos
moçambicanos é muito baixinho”, conclui a jovem leiriense.