terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Nutelleria traz mais sabor a Leiria

Com kebabs, com waffles, com churros, com bolas de berlim, com crepes, com croissants e até mesmo com gelados. Aqui,  nutella dá com tudo. Não fosse esta a primeira Nutelleria que Portugal viu nascer em Leiria, no passado dia 6 de Dezembro.

Assim que se entra no novo espaço, após uma longa espera na fila, para saborear uma pequena delícia recheada de chocolate, sente-se o inconfundível cheiro a nutella. Há pessoas espalhadas por todo o lado e cresce água na boca só por se sentir o cheiro. Afinal é apenas uma amostra da guloseima que vai tornar mais doce o dia de quem a prova.

"A ideia de criar uma Nutelleria nasceu com este frasco de nutella", explica Sérgio Duarte, 36 anos, referindo-se a um pote de 5kg de chocolate, oriundo de França. Foi no Verão passado que Sérgio e a irmã Sónia Santos, 40 anos, decidiram expandir um negócio de distribuição de kebabs que já tinham. Movidos pela vontade empreendedora de fazer mais, seguiram os conselhos de um casal francês amigo e abriram um espaço com um conceito inovador no centro de Portugal.

"O que nos diferencia de outros locais são os churritos e os kebabs", menciona o proprietário acerca daqueles que considera o cartão de visita do espaço. O concept store em Leiria é apenas uma experiência de um projecto que está a crescer e promete não ficar por aqui. "A ideia é fazer melhoramentos e seguir para cidades como Porto, Lisboa e Coimbra em 2015", acrescenta. Os impulsionadores do projecto querem, numa fase inicial "tomar conta de todos estes espaços", explica Sérgio Duarte acerca do negócio sobre o qual não tem tido "mãos a medir".

Acorrem à Nutelleria pessoas com idades compreendidas entre os 8 e os 80. Rui Cordeiro, de 33 anos, conheceu a Nutelleria através de uma reportagem da SIC. "Estou a comer um kebab de nutella e está a ser óptimo", diz. Apesar de ser a primeira vez que visita o espaço, não vai deixar que esta seja a última: "sim, tenciono vir mais vezes", admite.

O espaço é pequeno mas acolhedor. Agrada a todos os que por aqui passam. As janelas grandes e as paredes brancas criam um ambiente favorável e arejado que apela a uma pequena pausa e incentiva a um generoso "break".

"Estamos sempre à procura de novos produtos que nos diferenciem de outros locais", afirma o proprietário. O bolo do dia, o cheese cake e os cookies são exemplos de alguns dos doces que se pretendem colocar no mercado em breve. 

À semelhança de Rui Cordeiro, também Natalina Rodrigues, de 32 anos, da Bajouca, conheceu o espaço através dos meios de comunicação social. "Tenho pessoas amigas que já tinham vindo cá e também vi a reportagem da SIC", admite. Enquanto os dois filhos saboreiam uma bola de berlim com chocolate, Natalina entrega-se aos prazeres degustativos dos churritos com nutella. A intenção é a "de voltar", admite.

No que se refere à divulgação da Nutelleria que tem apenas umas semanas de existência, são "os próprios clientes a fazerem-na enquanto aguardam e tiram fotografias que depois partilham nas redes sociais, das longas filas de espera onde estão", admite o dono do espaço. "Fazemos muito pouca coisa, limitamo-nos a uns posts no Facebook, pois não temos tempo", já que não há mãos a medir para atender tantos nutelleiros que acorrem a este lugar. 

O gosto pela nutella acaba por fazer parte do percurso de vida dos dois proprietários e empreendedores, que transportaram uma tradição da Alemanha para Portugal. "Em 1992, quando vim para Portugal, não existia uma Nutelleria. Foi por isso que pegámos num conceito que nos é tão familiar e tão querido", explica Sérgio Duarte.

E quanto às surpresas para 2015? "Queremos tentar surpreender o cliente com inovações, como o cake design", isto é, um bolo que permita ao cliente definir o que quer, de acordo com a sua vontade e principalmente em datas especiais, como os dias de anos.  

"A afluência ao pequeno espaço tem sido grande, muito para além das nossas expectativas, não esperávamos tanta adesão por parte do público e da comunicação social", declara Sérgio Duarte sobre o balanço do primeiro mês de actividade. Afinal, só falou com a "Perguiça Magazine" e com a comunicação social local para divulgar o projecto numa fase inicial. Depois, movidos pela curiosidade, bloggers e a SIC, deram um saltinho a Leiria para falarem e darem a conhecer ao país a novidade.  

Para todos os que ficaram com água na boca no final deste texto, as portas da Nutelleria localizada no Largo Paio Guterres, n.º18 estão abertas de segunda a quinta entre as 9h e as 20h, às sextas, aos sábados e em vésperas de feriado entre as 9h00 e as 00h00 e, aos domingos, das 10h às 20h00. O dia de descanso semanal é às terças-feiras.


Texto: Ana Isabel Mendes
Fotografias: Hélder Ferreira

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Há heróis de vigia na noite de Natal

A noite é de partilha, comunhão e união. As famílias cristãs reúnem-se para celebrar o nascimento do menino Jesus. Muitos estão de folga ou de férias. Mas há quem esteja de vigia a zelar pelo bem-estar comum.


Já não é a primeira vez que Helena Silva, funcionária e voluntária há cerca de 22 anos no quartel dos bombeiros em Pombal, trabalha na noite de Natal. “Faço turnos há muitos anos, calha-nos sempre esta noite. Em vez de passar o Natal com a família em casa, passo com esta, que é a dos bombeiros”, revela a chefe de piquete do turno das 21h às 7h, da madrugada de 24.

Para si acaba por ser uma noite igual a tantas outras. “Não valorizo muito o Natal. Acho que se canaliza muito as energias para uma data, que deveriam ser distribuídas ao longo de todas as noites do ano. O mais importante é estar junto aos colegas”, diz a voluntária de 45 anos. “Não o valorizo tanto quanto as outras pessoas. Não atribuo um simbolismo típico à data”, revela Nelson Carvalho, que já faz dos bombeiros profissão há dez anos e confessa não atribuir um significado particular ao Natal.

Opinião contrária tem, no entanto, o 2ºcomandante Paulo Albano, que atribui um simbolismo maior à consoada. “Na altura em que fazia piquetes, o mais difícil era deixar os filhos pequenos. Quando vivia perto do quartel passava por casa. Mas não era a mesma coisa”, confessa.

E quanto às expectativas desta noite? “Tendo em conta as noites de Natal que já fiz, será uma noite calma, com toda a gente que estiver de serviço, nos bombeiros, com a particularidade de esta ser já uma segunda família, que prima pelo valor humano e proporciona conforto”, conta Nelson Carvalho, de 33 anos. É na altura em que se tenta colmatar a falta da família biológica que os bombeiros se refugiam no convívio com os colegas, no jantar, que este ano é bacalhau, nas filhoses e no bolo-rei. Tiago Neves, de 25 anos, vai trabalhar pela primeira vez com o colega, enquanto profissional. Tem “expectativas boas” e acredita que “ ao entendemo-nos todos o resultado é o bem comum”.

“Surgiu a oportunidade de entrar como profissional e, depois de terminar os estudos, enveredei pela via profissional”, diz o bombeiro mais novo que há cinco anos é profissional. “O que nos leva a optar por este trabalho é, efectivamente, o que ele significa. O nosso trabalho envolve seres humanos e bens imprescindíveis aos mesmos. Eu faço o que faço pelo gosto que ganhei enquanto voluntário e que desenvolvi aquando do desempenho das minhas funções enquanto profissional”, sublinha Nelson Carvalho. “Gostamos daquilo que fazemos e orgulha-mo-nos disso”, acrescenta com um brilho nos olhos.

Apesar de, em anos anteriores, não terem ocorrido acidentes de maior importância na noite de Natal, por vezes lá há “uma doença súbita”, que atinge pessoas idosas, ou um “incêndio provocado por uma lareira”, porque nestas alturas as pessoas “exageram um pouco com a lareira”, explica Paulo Albano, que nesta consoada não vai estar ao serviço. 
  
Dos que estão de vigia, a colega Helena Silva espera que a noite decorra na normalidade, com pouco trabalho, pois significa “que as pessoas estão tranquilas em suas casas”. Tiago Neves e Nelson Carvalho partilham o mesmo desejo: “que não haja muito serviço e que passemos a noite com os colegas que estão a trabalhar”. 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Casa Abrigo celebra Natal diferente

Para muitos o Natal é sinónimo de união, partilha e reunião familiar. Há quem passe na noite de consoada na companhia dos entes queridos, entre o perú, o bacalhau, as rabanadas e as filhoses características da época. Mas há quem, por circunstâncias adversas, não tenha esse miminho e passe a quadra natalícia com uma outra família. É o exemplo das utentes da Casa Abrigo de Pombal.

“Tentamos envolver as crianças e as utentes da casa em todas as actividades que a APEPI faz alusivas ao Natal”, refere Sandrina Mota, directora técnica da Casa Abrigo de Pombal. Por saber que as mulheres vítimas de violência doméstica não podem passar a quadra natalícia junto aos entes queridos, tenta-se proporcionar um ambiente agradável, o mais próximo da época possível, a todas elas.

Assim, todas podem propor os efeitos para a casa, elaborar o presépio, cozinhar pratos das regiões de onde vêm, bem como confecionar as sobremesas. “O bolo-rei, as filhoses, e as rabanadas são elas que preparam tudo aquilo que a quadra natalícia pressupõe. Temos todos os anos utentes diferentes e temos em atenção os costumes delas próprias e da terra de onde vêm; elas partilham connosco os doces das suas terras. Dão um pouco delas próprias na ementa da consoada para se sentirem em casa”, explica a directora técnica.

Na noite de consoada o Pai Natal visita as utentes da casa e os filhos. “Nós [as funcionárias] preparamos os presentes de Natal para as crianças e para as utentes, com muito cuidado e com muito amor. O Pai Natal chega à Casa Abrigo no dia 24 à noite e deixa os presentes na Casa”, revela Sandrina Mota.

“No dia 25 também é feita uma ementa especial de que é exemplo o perú”, desvenda aquela responsável. Este dia costuma ser passado em família, embora com uma diferente, já que nem todas as utentes têm condições para ir passá-lo com a família. “Se não há condições e se está colocada em causa a segurança da vítima e dos filhos, passam o Natal connosco”.

Apesar desse aspecto mais desfavorável, há quem vá a casa. “Há utentes que devido à situação em que estão a viver e se tiverem essa facilidade podem ir passar o Natal com familiares”, mas tem de estar “garantida a segurança da vítima”, explica a directora técnica. Também há familiares a visitarem as utentes: “apesar de não irem ter com os familiares, há muitos que vêm cá passar o dia com as utentes”.

O balanço dos Natais acaba por ser, de ano para ano, o mesmo: “o que corre menos bem é o facto de sabermos que as mulheres acolhidas estão privadas de poderem passar o Natal nas próprias casas. Mas tendo em conta que elas estão num ambiente protegido, que estamos a trabalhar com elas um projecto de vida diferente, é isso que nos poderá animar.”

sábado, 13 de dezembro de 2014

“O Fado foi o meu destino”

Era vocalista n' Os Toranja mas cantava apenas como hobbie. Foi depois de ter assistido a um concerto ao vivo que, sem conhecer o Fado, Isabel Cuca Roseta, se apaixonou por um género musical que é património imaterial da humanidade desde 2011. Numa eterna procura de si mesma estudou Direito, Psicologia, fez uma Pós-graduação em Marketing e gostava de estudar Antropologia. Admite que, neste momento, o Fado é o seu destino.

Ana Isabel Mendes (AIM): O que significa o Fado?

Cuca Roseta (CR): Para mim é verdade e eu costumo associar essa palavra ao Fado. O fadista não canta um poema que não fale sobre a sua vida. Ele é como um Bilhete de Identidade dele próprio. Se o Fado não for a sua verdade, se a pessoa não conta a sua história, não mostra um bocadinho da sua intimidade, não consegue chegar ao público nem emocionar ninguém. O sentido do fado é emoção: é como dois amigos que se juntam para contar um segredo, ou algo totalmente íntimo que nos faz rir ou chorar e que nos faz parar e pensar sobre a vida.

AIM: Como surgiu o gosto por este género musical?

CR: Eu não ouvia Fado em casa porque os meus pais só ouviam música clássica. Eu ouvi Fado pela primeira vez aos 18 anos ao vivo e apaixonei-me. Na altura cantava com os Toranja, fazia baking vocals mas cantava como hobbie. Eu acho que o Fado é um género musical que é um desafio; não é só para mostrar a voz, mas fala sobre a nossa experiência de vida, tem um peso muito maior, e acho que eu fiquei motivada com isso mesmo, com o facto de ser um desafio, com o facto de falar sobre a vida, porque era isso mesmo que eu gostava de fazer, de escrever sobre a vida, de me emocionar, parar e pensar sobre aquilo que vivemos e a forma como nós vivemos.

AIM: Como caracteriza o seu Fado em particular? 

CR: Dizem que o meu Fado é mais doce, mais leve, mais fresco, mais positivo. Eu sou uma pessoa positiva, muito nostálgica, muito romântica que gosta de pensar sobre a vida e sobre o comportamento humano. Acho que essa é a minha grande paixão. Mas penso na vida sempre de uma forma positiva, mesmo que tenha de falar de experiências negativas. Apesar de tudo elas também nos fazem evoluir e crescer.

AIM: Encara o Fado como um presente que o destino lhe ofereceu?

CR: Eu costumo dizer que o Fado foi mesmo um destino. Estudei Direito, Psicologia, fiz uma Pós-graduação em Marketing e gostava de estudar Antropologia. Sempre cantei lado a lado ao estudo e acho que encontrei o meu destino no Fado, nasci para cantar Fado e agora tenho a certeza disso, mas durante muito tempo não via nem entendia isso. Foi, sem dúvida, o maior presente porque não há maior presente do que nós nos encontrarmos a nós próprios e eu encontrei-me a mim própria no Fado.

AIM: Até onde a vai levar o seu destino?

CR: Não sei, eu vivo um dia de cada vez, não crio expectativas. Não tenho aqueles sonhos… Acho que o meu sonho é cantar, cantar aquilo que eu vivo e viver da melhor forma. Acho que isso eu cumpro todos os dias, sempre que posso cantar, cada vez que posso partilhar a minha música e as minhas emoções. Mas há-de ser sempre o Fado.

AIM: Entre fados e desfados já viajou até diversos países. Qual foi a viagem que mais a marcou?

CR: A Índia marcou-me muito e foi um dos únicos sítios que eu gostava de viver, ou onde seria capaz de viver. Adorei a cultura e as pessoas. Há uma admiração por Portugal que não existe aqui e que é incrível, sermos portugueses e embaixadores da cultura portuguesa lá fora e vermos como as pessoas valorizam cada palavra, como aprendem a falar português. É uma língua que conquista através do Fado. Temos polacos e chineses a aprender a falar português. Gostei muito de actuar em Nova Iorque, para o Ban Ki Mon [o secretário-geral das Nações Unidas], para o Bento XVI em Lisboa, gostei muito de actuar na Cisterna portuguesa em Marrocos, gosto muito de Paris, gosto muito de cantar o Fado na cidade do amor. Tem uma quantidade enorme de portugueses quer adoram Fado e uma quantidade enorme de franceses que são completamente fanáticos por Fado. Quer a pessoa cante para uns, quanto para outros, vem sempre cheia. Também gosto de cantar nas ilhas, porque eles também recebem o Fado com sede.

AIM: Além da música que outras paixões tem? Até onde as quer levar?

CR: Eu gosto muito de estar sozinha, de escrever e de compor. Eu escrevo poesia, componho e pinto. Gosto muito de pintar; isso é algo que vou fazer a vida toda. Também faço ioga e taekwondo há 10 anos, a minha segunda arte, que é a minha grande paixão para além do Fado. Eu nunca vou deixar de fazer porque dá-me imenso equilíbrio. É uma arte marcial muito completa. Eu gosto de desafios, não gosto de estar parada. Acho que a vida é para aproveitar e eu prefiro passar o tempo a aprender do que a não fazer nada. Tenho muita energia e quero sempre saber muita coisa.

AIM: Que planos tem para o futuro?

CR: Já estou a gravar um novo disco com um dos melhores produtores do mundo, o Nélson Motta do Brasil, que lançou Elis Regina e cresceu no Samba e estamos a gravar agora, já gravámos cinco temas e vamos continuar a gravar em Janeiro. Há-de sair em Março e está a ficar lindo (risos). Vai ter muitas surpresas e algumas participações especiais: compositores fantásticos tanto do Brasil como de Portugal e não só.

AIM: Considera-se hoje uma pessoa feliz?

CR: Acho que me sinto realizada. Eu acho que a felicidade encontra-se quando nós temos paz de espírito. Quando temos essa simplicidade de ver, de valorizar o que  temos, somos felizes. Eu vivo um dia de cada vez:  tenho muitas coisas boas mas também passei por muitas coisas más. Eu acho que o mais importante é valorizarmos as coisas boas e, por isso, sinto-me realizada.

Texto: Ana Isabel Mendes
Fotografias: Hélder Ferreira

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Alunos doam brinquedos para campanha “Mil Brinquedos Mil Sorrisos"



As crianças dos jardins-de-infância e escolas do 1º ciclo de Pombal foram convidadas a oferecer centenas de brinquedos no âmbito campanha do Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Instituto Politécnico de Leiria, “Mil Brinquedos Mil Sorrisos". A acção aconteceu nos passados dias 9 e 10 de Dezembro no Pavilhão das Actividades Económicas em Pombal. 

A iniciativa, à qual o Município de Pombal se associou, já acontece há sete anos na zona de Leiria. A campanha já deu os seus frutos que vão muito além da área que abrange. “É uma campanha de todos nós que nos permite angariar brinquedos e transmitir valores de partilha entre as crianças”, afirmou Célia Sousa, coordenadora do Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Instituto Politécnico de Leiria.

A coordenadora explicou como surgiu o convite da Câmara Municipal de Pombal (CMP): “temos a campanha há cerca de sete anos e este ano fomos surpreendidos pela CMP, a dizer que tinham feito um convite a todas as crianças do concelho para nos darem um brinquedo”. Os frutos de um trabalho que tem vindo a expandir os seus horizontes de ano para ano já se traduziram em “quatro mil brinquedos” angariados. As expectativas são de um aumento exponencial dos brinquedos. “No final de 2014 esperamos ter angariado cinco mil brinquedos”, mencionou a coordenadora da acção.

Já são diversas as autarquias e as pessoas que, a título anónimo e/ou individual, estão a ajudar. “Mais autarquias já aderiram, a Câmara Municipal de Leiria também já se associou. Há várias instituições que, de forma anónima, se juntam a nós”, explicou Célia Sousa. Mostrou-se, ainda, satisfeita com os resultados que da campanha têm resultado. “Estou muitíssimo satisfeita; é mesmo uma bela prenda de Natal. Para quem acredita que é possível mudar um pouco o mundo e fazer a vida destas crianças um pouco mais feliz”, referiu acerca do evento. 

Os bonecos de Natal – a rena e o boneco-de-neve - que têm animado a cidade e os mais pequenos, durante esta época festiva, marcaram presença no Pavilhão das Actividades Económicas. Os brinquedos doados pelos alunos foram depositados à entrada do Pavilhão, onde as crianças assistiram, durante cerca de uma hora, ao espectáculo “Tomás … e a Floresta do Pai Natal”.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Magia do Natal dá brilho à cidade

Durante o mês de Dezembro Pombal veste-se de cor, de luz e de efeitos festivos para celebrar o Natal. O objectivo é assinalar mais uma época natalícia e mostrar aos moradores e aos visitantes da cidade o que de melhor Pombal tem para oferecer. Os festejos iniciam a 5 de Dezembro e prolongam-se até 6 de Janeiro.

Os custos estimados são na ordem dos “17 mil euros financiados através de candidaturas”, assegurou o presidente da Câmara Municipal de Pombal (CMP), Diogo Mateus. Este valor é superior em 7 mil euros comparativamente ao orçamento para o ano passado, que rondou os 10 mil euros. A justificação está no facto de terem sido desenvolvidas mais actividades, durante mais tempo, e por estarem envolvidas mais entidades na celebração dos festejos. 

A cidade vai contar com 34 actividades que vão animar os próximos “30 dias, todas elas desenvolvidas pelas colectividades do concelho”, assinalou Diogo Mateus, em conferência de imprensa, no passado dia 26 de Novembro.

A visita dos Bonecos de Natal às escolas marca o início dos festejos na cidade, já no dia 5 de Dezembro de manhã. No mesmo dia à noite, a Tuna da Universidade Sénior de Pombal vai mostrar o seu talento no Largo do Cardal, pelas 18 horas. No sábado seguinte, a 6 de Dezembro, Cuca Roseta promete encantar, já com lotação esgotada, no Teatro-Cine de Pombal.

Entre as novidades deste ano conta-se o prolongamento, de dois para três dias, do Mercado de Natal, nos dias 7, 14 e 21, no mercado dos agricultores. De acordo com o autarca, conta com uma “enorme adesão dos parceiros e das entidades que vêm pontualmente dar o seu contributo pela forma como vamos viver o Natal”.

Há música para ouvir e exposições para desfrutar

Quanto à animação de rua, no dia 7 de Dezembro, a cidade conta com a actuação do ciclo de Teatro Amador do INATEL, no Teatro-Cine, pelas 16h00. No dia 12 de Dezembro, pelas 15 horas, o GADILUS – Grupo de música medieval e tradicional vai fazer uma arruada pela cidade.  

“Queria sublinhar a oportunidade de ouvirmos pela primeira vez, em Pombal, a pombalense Sara Carneiro e o Grupo ADLIB, e o seu quarteto de cordas, que no dia 13 de Dezembro actuarão na igreja do Cardal”, pelas 21h30, mencionou ainda Diogo Mateus.

Também Daniel Reis Music vai presentear os pombalenses com um espectáculo no dia 20 de Dezembro. “O Art’Encena Teatro, que trata de um espectáculo de música e fogo no mesmo dia”, acrescentou o presidente da CMP. “Todas as filarmónicas do concelho, a Fanfarra dos Bombeiros, a Associação de Vespas, os motards vão marcar presença nos eventos”.

As exposições também são um presente novo com que contará a cidade, os pombalenses e os visitantes. São “duas exposições com características diferentes: a primeira, intitulada ‘Os Sorrisos do Menino Jesus’, no Museu Municipal, e a segunda, ‘Os Expostos do Concelho de Pombal’, que será apresentada no arquivo municipal na Praça Marquês de Pombal”.

Pombal enche-se de luz e de cor

Quanto às decorações, “foram desafiadas as escolas e as IPSS para nos ajudarem nas decorações da ruas da nossa cidade, mas também desafiámos os comerciantes a desenvolverem algumas actividades para que se envolvessem mais no conjunto do esforço e de município para que as ruas tenham outro aspecto”, explicou Diogo Mateus. Sinos, bolas e presentes são alguns dos elementos decorativos das ruas. “Cinco conjuntos de duendes com 1.60 metros que serão distribuídos em diferentes pontos da cidade, como o Largo do Cardal, em frente ao Tribunal, no Largo do Pelourinho, no Teatro-Cine e junto ao Centro de Saúde”, são outras das novidades decorativas.

Também há Bonecos de Neve em madeira, “que vão pontuar a cidade, em frente ao edifício Manuel Henriques, junto à Farmácia Paiva no Cardal. São oportunidades decorativas que desenvolvemos de forma económica e acrescem a outros elementos já existentes”, sublinhou o presidente.

A iluminação de Natal mantém-se nas ruas habituais, “na zona histórica, na Avenida Heróis do Ultramar, na Rua Professor Gonçalves Figueira”. Há também “animação de rua, com um boneco de neve, com uma rena e um Pai-Natal”.

Tradição mantém-se

“O concurso de árvores de Natal, que era feito com presépios, mas agora é com árvores de Natal. Já há 40 escolas e IPSS a participarem”, afirmou Diogo Mateus. Estas árvores vão estar em diversos pontos da cidade.

Os comerciantes foram desafiados a colaborar. “Mantém-se em articulação com a Associação Comercial e Serviços de Pombal, a decoração de montras, com 40 lojas já aderentes. Esta decoração é desenvolvida com as IPSS, com as escolas e com os próprios lojistas.” Neste trabalho colectivo estão envolvidas centenas de pessoas.

Estão envolvidas várias entidades, com a colaboração de instituições como a AdilPOM, o Programa Pró-Verde e o Projecto Vila Sicó.

Também a Junta de Freguesia, de acordo com Nascimento Lopes, faz parte dos eventos e das boas iniciativas para os pombalenses e para os que se vão dirigir à cidade. “A nossa colaboração é em função das nossas capacidades, vamos suportar os custos parcialmente deste evento que estão bastante bem delineados. Seria bom que não só os pombalenses como os habitantes do conselho aderirem ao evento.”

Os custos estimados são na ordem dos “17 mil euros financiados através de candidaturas”, assegurou o presidente da CMP. No ano passado foram à volta dos 10 mil euros. “Este ano fazemos mais, evolvemos mais recursos e mais entidades, fazendo mais actividades, este ano são 34, ao contrário do ano passado que não chegaram a dez”, justificou.

O evento vai terminar no dia 6 de Janeiro com a Entrega de Prémios de Montras e Sorteio de Natal da ACSP que vai ter lugar nos Claustros dos Paços do Concelho. A música também tem lugar no fim do evento, com o “canto das janeiras pela Tuna da Universidade Sénior de Pombal” e “um concerto de Ano Novo, com o Coimbra Gospel Choir que actuará na Igreja do Cardal. A articulação com a nossa paróquia é essencial para este trabalho que aqui temos estabelecido”, concluiu Diogo Mateus.


sábado, 29 de novembro de 2014

"Caixa Forte" anima Pombal em digressão nacional

Esta é uma peça diferente e quem não está habituado a vê-lo fora da “Revista à Portuguesa” pode estranhar. Mas não fica desiludido. Há um ano a “Caixa Forte” de Fernando Mendes anda a surpreender os fãs do apresentador do “Preço Certo” por esse país fora. Há 34 anos a despertar sorrisos no mundo do espectáculo, o amante de gastronomia fala da digressão da sua última peça de teatro, do público, do sucesso e do futuro.

Ana Isabel Mendes (AIM): Apresenta a peça “Caixa Forte” em tempos de crise. Esta caixa pertence ao Banco Espírito Santo (BES) ou ao Novo Banco?

Fernando Mendes (FM): Nem a um, nem a outro. Esta caixa felizmente está sólida, não sei se o novo ou o velho banco estão sólidos, mas esta "Caixa Forte" está sólida porque estreou há quase um ano no Teatro Villaret em Lisboa, estivemos seis vezes no Villaret a trabalhar e depois surgiu a oportunidade de andar pelo país. É uma coisa de que eu gosto, não só para fazer espectáculos mas também pela gastronomia. Portanto esta Caixa Forte está mesmo sólida.

AIM: Em digressão pelo país, decerto já se deparou com reacções diferentes por parte do público. Como tem sido a receptividade do público a este trabalho?

FM: Estou a fazer um trabalho completamente diferente do que o que fazia, a “Revista à Portuguesa”. Este ano decidi fazer uma comédia. É uma história que tem de se ver do princípio ao fim para se perceber. Tenho sentido que a reacção [do público] não só em Pombal como por todos os sítios onde temos passado tem sido boa. Eu estava com medo por causa disso mesmo; sendo que há 30 e tal anos faço revista, ao fazer uma coisa diferente, estava com medo da reacção do público. Mas não: corre bem, o elenco também é bom e as pessoas divertem-se.

AIM: Não é a primeira vez que está em Pombal. Como é recebido pelos pombalenses e que sentimentos lhe desperta esta pequena cidade?

FM: Eu não conheço muito de Pombal. A minha mãe é daqui de uma zona próxima, nasceu aqui. Eu sempre vim a Pombal praticamente para trabalhar, tanto no Verão para as festas do Bodo, como para este Cine-Teatro em que trabalhei várias vezes. Não conheço muito bem Pombal, tem sido mais para trabalhar e para comer. Fomos jantar muito bem ao Vintage, o Hotel Pombalense, onde ficámos, que é um espectáculo, e também fomos ao leitão ao Pote, que também é muito bom e ao Manjar do Marquês, que também é bom. Isto faz parte da minha maneira de estar em tornée pelo país. Não é só trabalho: tem de se comer!

AIM: Em termos de gastronomia o que mais apreciou?

FM: Gostei muito do Vintage, um restaurante novo, gerido por uma senhora nova, que tem um conceito muito bom: faz pratos diferentes do habitual, que não é fácil ver-se dentro das grandes cidades. Fiquei contente e gostei muito do polvo que lá comi. O leitão é sempre bom e regado com azeite, claro.

AIM: Considera que a imagem que quer transmitir ao público em geral e aos pombalenses em particular é a que realmente transmite?

FM: É, se isso não acontecer é mau para mim. Se me comprometo a sair de casa com uma comédia e as pessoas não se rirem, é melhor eu pegar na mala, pegar na "Caixa Forte" e levá-la para o lixo porque realmente não dá. O fundamental é fazer com que as pessoas saiam satisfeitas e, no meio do espectáculo se riam bastante.

AIM: Como surgiu o gosto pela televisão e pela representação?

FM: O meu pai já era actor desde sempre. Depois faleceu e eu tive oportunidade de entrar no teatro porque o meu pai era dessa área. Dos quatro irmãos, fui o único filho que quis seguir esta profissão. As coisas foram acontecendo de ano para ano. Comecei a engraxar sapatos, a pregar pregos.

AIM: Há quanto tempo está nestas andanças?

FM: Há 34 anos (fez anos no dia 15 de Novembro). É bom vir a Pombal festejar esta data.

AIM: Quais foram os momentos mais marcantes da sua carreira até hoje? Quer contar-nos um episódio caricato?

FM: Às vezes acontecem coisas em cena que as pessoas não se apercebem. Mas eu já trabalhei, por exemplo, num palco em que por debaixo dele estavam porcos. Ao ar livre, estávamos a trabalhar e só ouvíamos os porcos por baixo. Queríamos falar e não conseguíamos. Também já levei com um cenário na cabeça; começou a rasgar e eu a pensar: “isto vai cair em cima de mim” e caiu mesmo.

AIM: Que conselhos quer dar a quem pretende iniciar-se no mundo da representação/espectáculo?

FM: Primeiro, não se deslumbrar. Vê-se muitos programas de televisão para actores, para cantores, mas este é um país pequeno e como isto está… Não estou a dizer para não seguir esta área. Agora vê-se que não é fácil. O que eu sinto mais é que quando acaba uma novela fica muita gente desempregada. Eu acho que se gostam, é de seguir em frente e de estudar para isso. Eu por acaso não estudei e tive a sorte de não ter as faculdades. É ir em frente, e não se deslumbrar com o sucesso porque ele é muito efémero.

AIM: Quais são os ingredientes para atingir o sucesso?

FM: Temos de ser humildes em tudo na vida. Eu não fujo muito daquilo que sou; no “Preço Certo” claro que tenho de representar um bocado mas eu não fujo muito da pessoa que sou. Acho que é um trunfo fundamental que eu tenho para estar há 11 anos em frente daquele programa. O que tenho feito ao nível do teatro tenho feito escolhas, textos escritos por mim. Nesta peça pedi para a escrever para mim e acho que assenta muito bem.

AIM: Vai continuar em digressão pelo país fora? Planeia viajar em trabalho até ao estrangeiro?

FM: Já temos feito espectáculos fora: já fui aos Estados Unidos, ao Canadá, à Suiça, ao Luxemburgo, à Alemanha e a Paris. Agora esta peça tem um cenário muito difícil de transportar para andar pelo mundo e, vamos ser sinceros, as coisas não estão iguais há 20 anos, nesse aspecto de levar uma equipa para qualquer parte do mundo.

AIM: Que projectos tem para o futuro?

FM: Vou continuar em digressão por este país fora com a “Caixa Forte”. Queria ver se chegava ao Verão do próximo ano pelo menos, vamos fazer o Porto, no Teatro Sá da Bandeira, até lá ainda vamos volta ao Villaret no mês de Dezembro. E vamos andar aí: em Olhão e em Ponte de Lima, por exemplo. É uma peça que faz um ano e pretende ter continuidade até meio de 2015. Eu sempre tive a sorte de não ter de pensar no que fazer a seguir. Claro que depois desta peça vou querer fazer outra. Por agora, vou seguramente continuar com o "Preço Certo", que é líder de audiências em horário pré-nobre, e que não vai acabar tão cedo.

Texto: Ana Isabel Mendes
Fotografias: Hélder Ferreira