Têm entre 50 e 85 anos de idade e são a prova viva de
que nunca é tarde para aprender. Idalina Jorge, Teresinha Vieira e Joaquim
Santos são apenas três dos 130 alunos que trocam diariamente as voltas ao
sedentarismo característico da terceira idade.
Quarta-feira, 15h00. Cerca de 14 alunos aguardam,
junto a uma sala de aula da Escola Secundária de Pombal, a chegada do professor
de inglês. Este já é o terceiro dia da semana e, agora, inicia-se mais um dia
de aulas que promete prolongar-se até às 19h00. “Boa tarde”, cumprimenta o
professor Jorge Rodrigues enquanto abre a porta da sala de aula.
|
Professor Jorge Rodrigues explica conteúdos aos alunos |
Inglês é apenas uma das diversas disciplinas que
oferece a Universidade Sénior de Pombal (USP), uma das três valências da
Associação de Pensionistas e Reformados de Pombal (APRAP), desde a sua fundação
em 2007. Além de Inglês, Artes Decorativas e Espiritualidade são duas outras
das disciplinas que Idalina Jorge, de 70 anos e sócia da APRAP frequenta.
“Procuro o envelhecimento activo e, enquanto as forças me permitirem,
continuarei a frequentar a USP”, frisou acrescentando que, “deveria haver mais
pessoas a frequentarem a USP, o que não acontece já que algumas pensam que é só
para as pessoas em Pombal”, afirmou a aluna residente em Albergaria dos Doze.
A Universidade Sénior “assenta num conceito inovador
de ocupação, promovendo a participação cultural e cívica dos seus alunos,
através do enriquecimento e socialização ocupacional”, frisou a directora
Sílvia Teresa. Francês, Pintura, Informática, História, Geografia, Ginástica e
Ioga contam-se entre o rol diversificado de disciplinas que a instituição
oferece. “Após a aposentação não quis ficar em casa inactiva”, conta Teresinha
Silva, de 70 anos. E é por isso que, além das aulas, aproveita as visitas de
estudo e os convívios de aniversário que ocupam os tempos de lazer dos alunos.
|
Alunos empenham-se na aprendizagem do Inglês |
A aula prossegue enquanto os alunos questionam o
professor acerca das “linking words” (os
conectores de discurso). Afinal, todos os professores que trabalham na
Universidade Sénior fazem-no a título voluntário, como é o caso do professor de
inglês, Jorge Rodrigues. “Ensinar na USP acaba por ser um ‘escape’ ao trabalho
do dia-a-dia. É uma excelente gratificação, pois este público tem motivações
acrescidas”, referiu, enfatizando a sede de aprendizagem dos seus alunos
séniores. “Procuro conciliar todas as motivações e saberes para que todos se
sintam integrados”, mencionou acerca da actividade a que se dedica duas horas
por semana.
Foi através
de um amigo que, há três anos, Joaquim Santos de 58 anos, residente no Paço
(Almagreira) conheceu a Universidade Sénior. Foi então que, impelido pelo gosto
de aprender, começou a frequentar as aulas de Inglês e de História. 60 euros é
o valor anual da propina para frequentar a Universidade Sénior. “Não existem
condições para frequentar a USP, é uma instituição aberta a todos e a
Universidade não confere nem atribui qualquer tipo de grau académico”, informou
a directora. Por sua vez “ alguns professores na USP são simultaneamente
formandos de outras áreas que não dominam tão bem”, acrescentou a responsável.
|
Idalina Jorge, Joaquim Santos e Teresinha Vieira |
Afinal os
professores e os alunos da USP são a prova viva de que nunca é tarde para
aprender.
Actividades da USP
Além das aulas em sala de aula na ESP a USP oferece
aulas de actividade física duas vezes por semana às segundas e quintas, das 10
às 11 horas, na Escola Conde Castelo Melhor, leccionadas pela professora de
dança Daniela Vinhas, e dispõe, ainda, de uma Tuna formada por 20 elementos. Há
uma visita de estudo por cada período lectivo e, uma vez por ano, os alunos
deslocam-se ao estrangeiro. Realizam-se dois almoços de aniversariantes por ano
a fim de celebrar os aniversários dos alunos de Outubro a Abril e de Abril a
Outubro. Para o final deste ano lectivo está prevista a realização de uma
visita de estudo ao Alentejo.