domingo, 13 de março de 2016

O Amor (não) existe mesmo

O título deste texto era para ser "O Amor... esse gajo estranho". Mas cheguei à conclusão de que "esse gajo" não existe mesmo. Não estou a falar "de cabeça quente" nem tive nenhuma desilusão amorosa (nos últimos tempos). Esta conclusão deve-se a uma conversa de café com uma amiga que, por sinal, está casada. Para mim, "O Amor", aquele "fogo que arde sem se ver" (não) existe mesmo.

Não será o Amor uma mera construção psicológica ou uma ilusão passageira? Uma convenção social? Uma "coisa boa" que nos enche a alma e nos acalma as preocupações? Um objectivo de vida? Um extrapolar da felicidade? O expoente da realização humana? O que é, afinal, o Amor? - A resposta pode assumir uma versatilidade multifacetada de significados pois, não existe "O Amor". Existem "Os Amores"!

" (do latim amore) é uma emoção ou sentimento que leva uma pessoa a desejar o bem a outra pessoa ou a uma coisa", diz a wikipedia. Podemos sentir Amor por pessoas, por animais, por plantas ou, até mesmo, por objectos. E há várias formas de amor: o amor-amizade, o amor-família, o amor-animal e o amor-amor. Este último, significativamente usado para se transmitir à "cara-metade".

Arrisquei-me a tocar num outro termo carregado de subjectividade. Poderia questionar, agora, se há uma "cara-metade", uma "alma-gémea" ou um "mais-que-tudo". Mas penso que, tal como o Amor (que não existe), não existe uma outra parte de nós por aí algures. Até porque os indivíduos são únicos, iguais a si mesmos e originais. Em duas palavras, todos somos "edições limitadas".

Depois de lançar uns palpites sobre o "não-Amor" e as "não-almas-gémeas", está na altura de explicar porquê que, afinal, não existem. Pura e simplesmente. Na minha opinião, o "Amor" não existe porque sentimos afeição, uma amizade forte e um carinho especial. "Amor" é um termo demasiado forte para expressar sentimentos como os atrás mencionado. Prefiro um "adoro-te" a um "amo-te". Sem dúvida. Pois o "adoro-te" sei que existe; quanto ao "amo-te", tenho as minhas dúvidas. 

O Amor não existe. Existe o contacto físico, os beijos e o sexo. Existem sentimentos profundos, que não se vêem mas que se sentem. Existe a afeição transfigurada na vertente do "Amor-físico", isto é, o toque. Mas isso não passa de uma "verbalização" física do sentimento puro, inato e invisivelmente intocável.


"Almas-gémeas" não existem. Existem pessoas que nos fazem sentir bem, que nos fazem rir, que nos fazem bem ao espírito. Existem pessoas positivas e optimistas, aquelas com quem as "conversas são como cerejas". Existem pessoas com signos compatíveis ao nosso e com pontos de vista mais-ou-menos semelhantes. E são elas que nos fazem querelas ter por perto. Mas não são, necessariamente, almas gémeas. São pessoas. Como outras quaisquer. Pessoas que não apareceram na nossa vida por mero acaso. Pessoas que apareceram para nos ensinar algo. Mas lá por gostarmos de as ter por perto, lá porque nos fazem sentir bem e felizes, não significa que sejam "almas-gémeas". 


Uns podem chamar-me céptica, outros lunática. Afinal, eu não acredito n'"O Amor". Acredito em "Amores". Mas prefiro senti-los a verbalizá-los. Prefiro mostrá-los a torná-los físicos. Prefiro acreditar neles a ouvi-los.  

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