sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Empresa de Albergaria dos Doze associa-se a Missão Guiné 2015

Cerca de 130 pessoas e 50 viaturas vão partir em missão para ajudar o povo guineense, já no próximo dia um de Maio. Os voluntários vão percorrer cerca de 5 000 km para levar material escolar e hospitalar a este povo, nomeadamente, a crianças que vivem em privações materiais e alimentares. “Uma missão, um legado para a vida, o prazer de fazer a diferença” são algumas das directrizes que regem este projecto solidário.

Levar esperança a quem nada tem envolve custos; as ambulâncias são um exemplo dos meios que mais custos requer. “Algumas ambulâncias em causa foram oferecidas nas condições em que se encontravam. Todas necessitam de ser alvo de revisão”. De Albergaria dos Doze vão partir cinco viaturas, entre as quais, quatro ambulâncias e uma de apoio mecânico.

Para estas revisões, que já começaram a ser realizadas, “é necessário um custo de 7 000 euros por viatura”, afirmou um dos supervisores que integra esta missão, Hélder Costa. Para que seja possível proceder a essas intervenções, é necessária a colaboração de todos. “Pretendemos fazer um peditório e negligenciar eventos para angariar fundos”, referiu o responsável. Os apoios provêm de particulares e de empresas.

Neste momento o material escolar oferecido já perfaz “um total de 20 mil euros e, quanto ao material médico, ainda não podemos adiantar valores porque além de estarmos à espera de despachos, está em negociação”, explicou Hélder Costa.

Esta é a segunda vez que a empresa de comércio e reparação automóvel Joaquim Gameiro, Lda., se associa a uma causa humanitária. “O que nos leva a associarmo-nos à Missão Guiné 2015 é a parte humanitária, a vertente nobre da missão”, esclareceu o responsável. Este ano pretendem partir em missão duas pessoas, Hélder Costa e Miguel Costa, e uma instituição, a João 21.

A viagem vai iniciar-se a um de Maio e terminará 13 dias depois, a 14 do mesmo mês. 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

"Sou um cantor ao vivo"

Revolucionário, contestatário e inconformista. Aos 73 anos de idade, José Cid considera-se um cantor ao vivo. Distinguido, em 2009, com o prémio de consagração de carreira pela Sociedade Portuguesa de Autores, o cantor vai lançar, já no próximo mês, mais um álbum, "Menino Prodígio", composto por baladas e músicas rock, que promete não desiludir os seus fãs. O autor de “Ontem Hoje e Amanhã”, "Junto à lareira", "A Rosa que te dei", "Adios, Adieu", "A minha música", "A pouco e pouco (Favas com chouriço)" e de muitas outras obras fala sobre o público, as músicas e os projectos para o futuro.


Ana Isabel Mendes (AIM): O José Cid percorre o país em tempos de crise. A crise que se faz sentir ao nível global também se reflecte nos seus concertos? 

José Cid (JC): A  crise é para quem canta mal e não tem público. Eu faço aquilo que eu  sempre soube fazer, que é cantar as canções que eu próprio escrevi, e não sinto crise nenhuma. A crise é mais para cantores que ganhavam 30, 40 ou 50 mil euros; esses estão atrapalhados porque as câmaras não têm dinheiro e, se calhar, até nem mereciam. Portanto, eu não sinto crise nenhuma. O que eu estou aqui a fazer é divertir-me, coisa que, em palco, é difícil fazer. Poucos cantores conseguiriam fazer um espectáculo de duas horas com piano. Talvez um Jorge Palma, um Luís Represas e pouco mais; não teriam a mesma dinâmica que eu tenho ao vivo. Isso é uma coisa que me diferencia; crise eu não sinto nenhuma: nem de criatividade nem de voz. 

AIM: O seu trabalho é transversal a diferentes idades e atravessa gerações. Como tem sido a receptividade do público aos seus álbuns? 

JC: Fantástica, não tenho problema nenhum de receptividade a nível nenhum porque os meus álbuns são feitos para as pessoas: não são elitistas nem são "pimba". São álbuns reais, de um cantor real que canta e que as produz, pois eu sou protagonista da minha obra. As pessoas preferem comprar coisas verdadeiras e não plágio ou obras de cantores que sabem perfeitamente que estão em estúdio e que são corrigidos do princípio ao fim com máquinas e que, ao vivo, não cantam assim.



AIM: Como é que alguém com tantos anos de carreira consegue manter salas de espectáculos cheias (inclusivamente, teve de se marcar uma sessão extra em Pombal)? Como tem mantido a sua carreira e atraído um público tão vasto?

    JC: Não sei, tem de perguntar às pessoas com carreiras efémeras porque o José Cid existe. Eu sou o José Cid: se não tivesse feito uma carreira aqui poderia ter feito noutros países, mas graças a Deus fi-la aqui, com o meu público e tenho uma homenagem que é nacional e única, na música da história portuguesa. Com a idade que eu tenho, cantar em Queimas-das-Fitas e Latadas com público jovem a ouvir o Rock'n Roll, porque eu quando canto nessas áreas faço espectáculos com música deste género ou muito próxima, diferente, com muita dinâmica. Ter 70 mil pessoas em Cascais, na Festa do Mar, para me ouvirem durante duas horas e meia, 200 mil pessoas na passagem do ano a cantar comigo do princípio ao fim na Praça do Comércio... A minha obra e a minha carreira falam por mim. Quase que nunca houve ninguém com a minha idade que tivesse esta dinâmica e a energia que eu tenho para cantar, com concertos tão cheios e com um público sempre a querer ver. Em Pombal esgotei o primeiro concerto, teve de se marcar outro e, se voltasse amanhã, teria novamente a sala cheia.
      
AIM: Não é a primeira vez que está em Pombal. Que sentimentos lhe desperta esta cidade? 

JC: É uma cidade que eu considero ser muito portuguesa. O facto de ser bastante central define muito aquilo que é o Portugal profundo no bom sentido. É uma cidade com muitas histórias, com muita história, é realmente uma cidade que tem muito a ver com a história do país. É uma cidade que me atrai muitíssimo. Aqui estão pessoas que têm sido sempre muito minhas amigas. 

    
AIM: Que características o definem?

JC: Levo uma vida muito saudável, canto, sou muito provocador, não fujo a nada e sou um bocadinho contra o sistema. Sou revolucionário. Tenho 28 canções proibidas de antes do 25 de Abril, só que não tenho necessidade nenhuma de obrigar as pessoas a pensar de outra maneira que não seja a do 25 de Abril. Eu tenho as minhas opções. 

AIM: Que projectos tem para o futuro? Para quando planeia lançar um novo álbum?
  
JC: O lançamento do meu novo álbum, "Menino Prodígio", que é muito roqueiro, muito inesperado, com muita intervenção poética, composto por baladas e rock. Eu espero que vá ao encontro das novas gerações. Este meu novo álbum, em termos poéticos,é muito contestatário. Os meus três últimos álbuns anteriores são basicamente, compostos por baladas, e este não. 

AIM: O concerto desta noite (22 de Fevereiro) superou as suas expectativas?

JC: Não, é a apoteose em todas as cidades por onde tenho passado:  Aveiro, Braga, Porto e Lisboa. [O concerto] foi apoteótico. É disso que eu estou à espera e as pessoas sabem que estou aqui para me entregar à música. Eu sou um cantor ao vivo mesmo. Há por aí gente que grava discos muito bonitos mas, ao vivo, adeus. Eu sou um cantor que escreve canções para si próprio. Há pessoas que têm projectos musicais muito bons, mas que ao vivo decepcionam: ou porque bebem muito álcool, ou porque já vêm muito chatos. Não é a mesma coisa. Eu tenho de definir a minha diferença por ser ao vivo. E o facto de eu me aguentar estes anos todos é as pessoas saberem que vão para um concerto do José Cid, e se vão divertir, sabem que vai ser bem cantado e bem tocado e sabem que eu não vou falar muito. O que as pessoas querem é ouvir música.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Pombal vestiu-se de Carnaval

Cerca de 1700 foliões participaram no desfile de Carnaval, na passada sexta-feira, dia 13 de Fevereiro, entre as 10h e as 12h. “Ano Internacional da Luz” foi o tema escolhido para o desfile de Carnaval das Escolas, Jardins-de-infância e IPSS’s do concelho de Pombal.

Reconhecer a importância das tecnologias à base da luz para o desenvolvimento, e a promoção de boas práticas, que consciencializem as novas gerações para o facto de que as tecnologias da luz podem apresentar-nos soluções na redução do impacto ambiental, foram os principais objectivos do tema escolhido.

O desfile teve um percurso fechado, com partida na Praça Marquês de Pombal, passagem pela Rua Capitão Tavares Dias, pelo Largo 25 de Abril, pelo Largo do Cardal, pela Rua Miguel Bombarda e regresso à Praça Marquês de Pombal. Ao longo do percurso, os participantes contaram com muitas surpresas e animação, levadas a cabo por alunos do curso de animação sócio-cultural da ETAP.

O desfile decorreu nas ruas de Pombal entre as 10 e as 12h

Escolas, jardins-de-infância e IPSS's coloriram a cidade

“Ano Internacional da Luz” foi o tema escolhido

A importância da luz esteve no centro das atenções

As escolas primaram pela originalidade dos disfarces

Bruxas, pirilampos e luzes foram alguns dos disfarces escolhidos

As crianças colaboraram na elaboração dos fatos carnavalescos

Animadores sócio-culturais presentearam os mais novos

Os painéis foto-voltaicos e os sóis marcaram presença

Cidade vestiu-se de Carnaval

O desfile contou com cerca de 1700 foliões

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Dia do Catequista uniu comunidade paroquiana

Solidariedade foi a palavra de ordem do passado dia 25 de Janeiro, na Festa da Catequese da Paróquia de Pombal. Dezenas de pessoas juntaram-se, às 15h, na Central de Camionagem para assistirem a várias actuações. Ajudar famílias carenciadas e proporcionar a participação de todos nas actividades da catequese foram dois dos objectivos da recolha de fundos.

O grupo coral infantil da Charneca, “Os Traquinas”, abriu a festa com os cânticos afincadamente ensaiados. Afinal, o que se pretendia, além do convívio, era mostrar aquilo que os mais pequenos conseguem fazer. Enquanto ouviu as canções, o público teve a oportunidade de ajudar a paróquia através da compra de bolos, leguminosas, frutas, entre outros bens que estavam expostos. Os produtos alimentares, na sua maioria, foram trazidos pelos pais dos catequizandos, que deram o seu contributo.

Afinal, o objectivo principal do evento era o de angariar fundos que se destinassem a ajudar as famílias menos abastadas e assegurar alguns custos associados às actividades da catequese. Graciosa Gonçalves, catequista do 10º ano em Pombal, explicou quais são os anos que implicam mais custos: “as actividades que envolvem mais custos neste momento são as do 3º sector [7º ao 10º ano], particularmente as de preparação para o Crisma”. É por isso que se pediu a colaboração de todos, “para tentar que a paróquia possa suprir essas despesas sem ter de recorrer muito aos pais, daí a ideia de usar a união e este dia em que deveríamos estar juntos em prol da catequese para poder criar esse fundo que depois reverterá para as actividades dos jovens”.

Outra das áreas a que se destinam os fundos angariados são as “cadernetas. Este foi o primeiro ano em que apareceram, com toda a gestão dos cromos em papel autocolante, são despesas bastante altas e não foi pedido nenhum valor a nenhum catequizando, pelo que é uma maneira de tentarmos contribuir”, explicou o catequista João Simões, também do 10º ano. Por outro lado, “tendo em conta as obras que a paróquia vai tendo todos os anos, os fundos não chegam. Esta é uma maneira de ajudar, de uma forma indirecta, e convidar toda a comunidade a participar, sem pedir dinheiro”, explicou.

A festa prosseguiu animada, depois da resolução de alguns problemas técnicos do grupo de dança, que deveria ter sido o primeiro a actuar. Todos se aplicaram e deram forma a algo que deve estar presente mesmo nos momentos mais difíceis da nossa vida: o convívio e a alegria. João Paulo Vaz, o padre da paróquia, frisou a importância destes dias: “quando as pessoas forem capazes de se encontrarem e de se alegrarem juntas, estamos bem. Num tempo de tantas dificuldades, é importante que os cidadãos sejam capazes de se encontrar, de se alegrarem, de se rirem juntos”. No fundo, o objectivo do dia 25 que, no fim, teve um balanço muito positivo.

Acções com um cariz solidário

Apesar de terem já sidos organizados alguns eventos com um cariz solidário, esta foi a primeira vez que se realizou um evento com uma adesão massiva. “A acção sócio-caritativa tem de estar sempre presente na vida das comunidades e das paróquias. Há muitas coisas que se vão fazendo em favor dos mais pobres e, particularmente nesta paróquia, como a conferência são Vicente Paulo”, reforçou o pároco da paróquia de Pombal.

“De acordo com respostas que são pedidas como igreja, haverá sempre outras actividades para ajudar os mais carenciados”, acrescentou. No que se refere à catequese “penso que esta será a primeira de outras vezes. Se este objectivo for assumido por todos, naturalmente que vão surgir outras actividades, outras acções e outras iniciativas para ajudar os que mais necessitam e que passam por mais privações hoje”, sublinhou João Paulo Vaz.

Afinal, o que se pretendeu fazer foi criar uma alternativa ao “domingo da generosidade” e encontrar uma data favorável á junção de toda a paróquia, que acabou por colidir com o dia do catequista. “Em vez de recorrermos ao domingo da generosidade relativamente às obras, tentámos criar um momento de lazer, com os pais, os catequistas e a comunidade, com o objectivo de ajudar a paróquia sem que as pessoas sintam muito”, frisou a catequista Helena Maximino. O objectivo, reforçou a ideia do padre João Paulo Vaz, era o de “proporcionar as mesmas oportunidades aos catequizandos mais desfavorecidos”, que por razões diversas nem sempre conseguem participar nas actividades levadas a cabo pelos grupos de catequese.

 Depois da actuação do grupo da escola de dança “Art Movement”, houve tempo para assistir a uma peça de teatro, “Tentações”, preparada pelos catequizandos do 10º ano, bem como ver, ouvir e apreciar as danças do Rancho Folclórico de Guístola. Já ao final da tarde, os mais pequenos do Grupo Juvenil dos Vicentes, surpreenderam o público com as danças que foram preparando desde o início do ano lectivo.

Vontade, empenho e trabalho de grupo

“Organizar um evento destes envolve sempre algum esforço e algum empenho. Foi um trabalho de união, em que as capelas colaboraram bastante”, declarou Graciosa Gonçalves. João Paulo Vaz revelou de que forma participou no evento e reconheceu o esforço de todos os envolvidos: “eu apadrinhei a ideia e dei todo o apoio que a paróquia pode facultar, o logístico. Foi o trabalho dos catequistas e de uma ou outra pessoa que está ligada a outras estruturas da paróquia, como seja o conselho económico”, referiu. Quanto aos recursos utilizados, “são fáceis de arranjar quando as pessoas estão envolvidas. Por outro lado, o município também ajudou na parte logística”, acrescentou o padre. No fundo, quando todos colaboram, o trabalho torna-se mais fácil. 

Depois da actuação do Grupo Juvenil dos Vicentes, chegou a altura de as pessoas voltarem às suas casas e aproveitarem o serão de domingo. Eram 18h30. O balanço, no fim, revelou-se muito positivo. “Esteve muita gente da cidade e das aldeias, o dia estava bonito e convidativo. Superou as expectativas. Tivemos muita gente que foi passando durante toda a tarde”, resumiu o padre João Paulo Vaz. “A adesão foi muito boa”, finalizou.

No dia em que se celebrou, também, o dia do catequista, Graciosa Gonçalves frisou o papel destes na comunidade paroquiana: “é um serviço a Deus, o dia do catequista é aquele em que devemos estar unidos com os catequizandos e com os pais em torno de um objectivo comum, a catequese, e fazer dos meninos melhores pessoas.”

A receptividade dos catequistas, dos pais e dos catequizandos bem como a dos grupos que actuaram mostrou que, efectivamente, “as crianças, a catequese e estas movimentações continuam a mexer com as pessoas e a ser atractivas, o que é óptimo”, concluiu o pároco. Graciosa Gonçalves partilhou a mesma opinião: “acho que a receptividade foi significativa, os pais e os meninos estão aqui, acho que foi atingido o objectivo.”

Ao todo a paróquia de Pombal conta com 19 capelas, 16 das quais com celebração dominical. Existem, ao todo, 14 centros de catequese, um em Pombal e 13 nas aldeias circundantes.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

“1.3 Billion” em exposição na Galeria Municipal de Pombal

A exposição “1.3 BILLION” de João Ferreira foi inaugurada, no passado dia 24 de Janeiro, pelas 17 horas, na Galeria Municipal de Pombal. A narrativa fotográfica, que retrata o quotidiano na China, vai estar patente até ao dia 15 de Março de 2015. O principal objectivo do autor é mostrar em que aspectos se cruzam as culturas oriental e ocidental.

A exposição vai estar patente até dia 15 de Março
Quais são as diferenças e as semelhanças entre a sociedade portuguesa e a chinesa? Como vivem os chineses? Como se comportam no seu dia-a-dia? Este é o ponto de partida para a exposição de 34 fotos a preto e branco, captadas em diferentes períodos desde meados de 2011.
               

“Esta exposição parte de determinadas viagens que eu fiz à China, porque o meu trabalho assim me obriga”, explicou João Ferreira, 38 anos. Apesar de, para si, a fotografia ser um hobbie, aproveitou algumas “deslocações à China para dar a conhecer um pouco o país fora dos cartões a que estamos habituados e mostrar a realidade do dia-a-dia da população chinesa”.    
 
A ideia de desenvolver um trabalho durante os tempos livres e o incentivo dos amigos fez com que crescesse no mundo da fotografia. “A reacção dos meus amigos foi muito positiva”, revelou o fotógrafo a part-time, que, a tempo inteiro, trabalha na indústria de moldes.            

Durante a realização do seu trabalho teve de pedir autorização às pessoas para as fotografar, privilegiando o “estado mais natural”. Acerca do projecto que realizou desde 2011 fez “12 visitas a cidades do sul da China. A abrangência do trabalho é bastante grande, já que as cidades distavam muito umas das outras, e aí, também consegui encontrar diferenças comportamentais dentro da própria cultura chinesa”, assegurou. 

O ser humano, o meio e os outros

A exposição fotográfica destaca o ser humano e a sua envolvencia com os outros e com a cidade. “A humanidade é muito idêntica, em Portugal, no oriente ou no ocidente. Mesmo sem conseguirmos comunicar na mesma linguagem, conseguimos entrar em comunicação através da linguagem corporal, independentemente do sítio onde estivermos”, concluiu João Ferreira acerca das fotografias.                                                                                                                               
Jorge Ferreira, Ana Gonçalves e João Ferreira 
Depois de Leiria, em Abril do ano passado, e de Lisboa, em Dezembro e no início de Janeiro deste ano, o fotógrafo teve “a oportunidade de mostrar o trabalho em Pombal, a convite de Jorge Ferreira que cedeu o contacto da Câmara Municipal de Pombal”, declarou.          
                 
“Gosto muito do trabalho do João, sou amiga pessoal dele, e acho que está muito interessante. Acho que poderemos retirar um paralelismo entre o oriente e o ocidente nesta exposição”, referiu, no fim da apresentação da exposição, a amiga Helena, de 46 anos, que acompanhou o fotógrafo a Pombal.      
                                                                                                              
E projectos para o futuro? “Como a fotografia é só um hobbie, as coisas vão aparecendo de uma forma bastante natural. Neste momento não estou a trabalhar num projecto específico, embora tenha umas ideias em mente que ainda não apresentei.” O expositor falou ainda sobre o fotojornalismo actual: “apesar da grande concorrência, um bom fotojornalista têm sempre um futuro assegurado”.                                                          

A galeria pode ser visitada de terça a quinta e domingo, das 14h às 24h, sexta e sábado das 14h às 02h, de 24 de Janeiro a 15 de Março, na Galeria Municipal de Pombal.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Grupo quer continuar a (en)cantar em 2015

Canta e encanta todos por onde passa há quase 16 anos. Uns associavam-no a um coro de igreja convencional, outros a um grupo ligado à religião ou à música popular. Mas o que o Coro Municipal Marquês de Pombal tem vindo a mostrar ao longo dos anos é que isso são ideias feitas. Dirigido há 13 anos pelo ex-coralista Vitor Gonçalves, em 2015, o grupo promete ir além-fronteiras e continuar a apaixonar os corações daqueles que ainda não o conhecem.


Ana Isabel Mendes (AIM): Que balanço faz do último ano de actuações?

Vitor Gonçalves (VG): Este foi um ano de vários concertos para o Coro Municipal, no qual conseguimos atingir a meta de 20 concertos. Não menosprezando os vários locais onde actuámos, este ano fomos, no dia 1 de Outubro, à Assembleia da República. Para nós foi um feito único, mas várias oportunidades poderão surgir para fazer vários concertos do género, acompanhados por orquestras, por bandas filarmónicas, por quintetos, por sextetos, por grupos de metais, por solistas convidados… É uma pespectiva para 2015. Mas em relação ao ano passado foi um ano muito bom cheio de concertos, não só para dar a conhecer o que é o amadorismo ao nível de coros, mas também para mostrar aquilo que se faz em Pombal, na área do canto, que ainda não é considerada uma área cultural de excelência a nível Nacional. Para que não sejamos associados a um coro de igreja, apostamos num repertório mais conhecido, mais actual. Temos temas da Dulce Pontes, do Luís Represas, dos Xutos & Pontapés, José Afonso, Fernando Lopes Graça, entre outros, bem como temas mais actuais, como os clássicos mais conhecidos: Abba, Ave Maria (Schuber, Giullio Caccini, Bach) óperas (Funiculi, Funicula; Granada, O fortuna), fados (Foi Deus, Rua do Capelão, Samaritana…) entre outros… Temos reportório para que quem nos ouve cantar pense: «eu conheço isto». Daí a nossa luta e o meu trabalho de composição para ter um reportório mais diversificado e diferenciado.

AIM: E que seja transversal a todas as idades…

VG: Sim, desde o mais pequeno ao graúdo. Temos um tema The lion sleeps tonight, que é de um filme mas o coro também o canta. Por isso não fazemos qualquer diferença no reportório; seja quer para adulto como para criança, temos um pouco de tudo ao fim e ao cabo.

AIM: Há quanto tempo existe o Coro Municipal Marquês de Pombal?

VG: O coro foi fundado em 1998. Fez a sua primeira actuação, um ano depois, no dia do município, a 11 de Novembro de 1999. Na altura entrei como coralista, quando o Carreira Fernandes da Mata Mourisca era o maestro e eu fui coralista do coro até 2002. Quando o maestro deixou o cargo à disposição, foi-me pedido pela direcção de então para “aguentar o barco” até se encontrar um novo Maestro, uma vez que era o único coralista com conhecimentos musicais e que já ia ajudando a realizar ensaios de naipe. Fui tirando cursos de formação de regência e técnica vocal e fui ficando até aos dias de hoje. Como maestro já são 13 anos.


AIM: Com quantos elementos conta? Entre que faixas etárias estão?

VG: O coro municipal tem neste momento 42 coralistas efectivos e 10 “aspirantes” a coralistas. Os últimos vão aos ensaios, estão a adaptar-se com o objectivo de virem a integrar as actuações do coro, mais tarde. Há elementos com idades compreendidas entre os 14 e os 81 anos de idade.

AIM: Como tem sido a receptividade por parte do público?

VG: Temos tido cada vez mais agora. Apesar de dizermos que temos problemas de divulgação em casa, nos últimos anos temos começado a ter cada vez mais público. Isto porque já tiraram a ideia de que é um coro de igreja, já percebem o que é e já há pessoas que nos vão acompanhar fora do conselho. Estamos aqui para trabalhar e a dar o máximo, evoluindo, e os desafios vão sendo maiores ao nível de qualidade vocais e do próprio reportório.

AIM: Que trabalho está por detrás das actuações? Com que frequência ensaiam?

VG: Podemos dizer que, por regra, há dois ensaios por semana. Nas épocas de mais aperto devido aos concertos, podemos falar em três ensaios. Há muitos ensaios chamados os “ensaios de naipe”: ensaios esses que permitem realizar um trabalho mais específico por cada naipe e também obter resultados mais rapidamente, uma pouca época do ano em que ensaio as cinco vozes (soprano, contralto, tenor, barítono e baixo) existindo por vezes subdivisão de vozes no naipe dos sopranos, contralto e tenores, que poderão por vezes significar seis, sete e oito vozes. Na sexta-feira junto todas as vozes, num ensaio geral. Isso é durante três semanas. Há o trabalho individualizado e depois o trabalho de grupo.


AIM: Este é um grupo aberto? Qualquer pessoa pode entrar?

VG: Pode, sem restrição nenhuma. Qualquer pessoa dentro e fora do concelho pode integrar o coro. É um coro aberto à população: já chegámos a ter aqui pessoas de Leiria ou da Bidoeira. É abrangente.

AIM: Como, quando e porquê que surgiu a ideia de ser maestro do coro?    

VG: Eu nunca pensei vir a ser maestro de um coro. Nunca foi um dos meus objectivos. Agora foi uma sugestão de vamos experimentar até conseguirmos arranjar um maestro para o coro. Como disse, nesse mês e meses seguintes fui tirar cursos de regência coral e técnica vocal. Comecei a aperceber-me que havia no coro dificuldades em termos de aprendizagem, dificuldade em tirar vícios nas peças já ensaiadas pelo anterior Maestro. A partir desse momento optei por trazer reportório novo. Comecei a compor uma peça na altura. Foi feito um grande trabalho ao nível de sensibilização, para aprender. Tive o trabalho de fazer uma espécie de crivo dos coralistas. Vou colocando todos os anos peças novas, mais difíceis de cantar, mas esse é um desafio.

AIM: Que planos têm para o futuro?

VG: Manter o nível e a qualidade musical que temos neste momento e aperfeiçoá-lo. Somos amadores, mas pretendemos ser sempre “profissionais” na nossa forma de estar. Estamos abertos a novas propostas, como por exemplo, continuar a fazer concertos com bandas filarmónicas ou com orquestras, fazer concertos com solistas convidados, com pianistas, ou sermos convidados para fazer concertos de fados, cantados a quatro ou a seis vozes. É um desafio e uma hipótese que poderá surgir um dia destes. Existem várias áreas que nós poderemos explorar. Inclusivamente em 2010, a minha ideia foi a de fazer um concerto com várias vertentes para mostrar ao público que um coro misto pode ter várias formas de interpretação musical, nomeadamente, cantar à capela, cantar acompanhados por um pianista, cantar fado acompanhados por guitarristas e por fim acompanhados por uma banda filarmónica interpretando temas como Funiculi, Funiculá; Coro dos Escravos, Panis Angelicus, Vangelis, Amigos Para Siempre. Fomos já também acompanhados pelo grupo de Gaita de Foles de Pedra Rija – Cantanhede, na interpretação do tema Amazing Grace. Mostrámos um pouco os vários tipos de reportório que o coro pode fazer. É muito mais do que associado à religião ou à música popular. E, a partir daí é andar para a frente, fazer muito, divulgar cá e fora, ir a vários locais e a grandes palcos. Em Julho de 2014 fomos a Biscarrosse e ao País Basco.

AIM: Tencionam cantar além-fronteiras este ano?

VG: Estamos a pensar nisso: em ir a um festival internacional.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Reflectir não ofende...

Há reflexões que têm de ser feitas. E não é por este ser um blogue de notícias que vou deixar de dar a minha opinião. 

Quem estiver minimamente atento às notícias que enchem os noticiários dos canais generalistas, à hora de almoço e à hora de jantar, tem-se apercebido de que o nosso país não vai bem de saúde e (não sei se) está pior em termos de educação. Venha o diabo e escolha.

Em primeiro lugar, refiro-me aos valores exacerbados que comportam a compra do medicamento para a hepatite C. Há pessoas a morrer enquanto esperam a administração do medicamento para uma doença que, aos poucos, as vai consumindo. Pelos vistos, parece que ontem à noite, de acordo com o Económico, o Ministério da Saúde já tinha chegado a um acordo com a Gilead para o fornecimento dos medicamentos. Não esqueçamos que a última proposta conhecida era de 24 mil euros por três meses de tratamento e mais três gratuitos caso fosse necessário prolongar. Parece que hoje, pelas 11 horas o nosso ministro da Saúde, Paulo Macedo, falou pelas 11h e, não sei porque não ouvi, mas leva a crer que anunciou novas regras para diminuir a demora no processo burocrático para autorizar a toma do medicamento. A minha questão é a seguinte: quantos mais terão de morrer até que uma decisão seja tomada em prol da saúde pública? 

Olhamos para a educação e verificamos que a saúde deste sector, que deve ser o primeiro pilar da formação de cidadãos conscientes, livres e autónomos, já teve melhores dias. Tenhamos como exemplo uma notícia constante na Rede Regional cujo título é "Professores cumprem promessa e faltam às aulas". A notícia da passada segunda-feira, 2 de Fevereiro dá conta da não comparência, dos professores que leccionam Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC's), em três agrupamentos do concelho de Santarém. Em causa está a falta de pagamento pelas aulas já leccionadas, uma situação que afecta cerca de 100 docentes, na sua maioria recém-licenciados. Em declarações a este meio, Ricardo Dias, um dos professores que esteve presente no protesto afirmou: "aquilo que seria a nossa remuneração está em falta desde o início. Nós aceitámos trabalhar com certas condições, e essas condições não estão a ser cumpridas".

Em causa está o contrato assinado entre a Associação de Solidariedade Social que os contratou, a "Know How - Aprender a Brincar", e o Ministério da Educação, que, por ser superior a 350 mil euros, obriga a visto do Tribunal de Contas. Como o documento só entrou no Tribunal de Contas a 15 de Dezembro e este órgão ainda não se pronunciou, a "Know How" ainda não recebeu a primeira tranche, no valor de 237 mil euros, para liquidar as verbas das prestações de serviços destes professores.

Mais do que o não receber, os professores dizem-se fartos de pagar para trabalhar, uma vez que as despesas de deslocação são às suas custas e o dinheiro começa a fazer muita falta para compor o orçamento familiar. Há pessoas que têm de recorrer a empréstimos bancários para fazer face às despesas que estão a ter. Afinal, até quando vão estes professores, classe à qual eu, a pouco e pouco, vou tentando pertencer, ter de continuar a pagar para trabalhar até que os seus direitos lhes sejam restituídos?
Dá que pensar (mas vale a pena)...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Educação e cultura são preocupações dos jovens pombalenses

Cerca de 90 alunos do ensino secundário estiveram presentes numa sessão escolar, levada a cabo no passado dia 12 de Janeiro, pelo deputado do PSD, Pedro Pimpão. A sessão sobre o Parlamento dos Jovens teve lugar no auditório da Escola Secundária de Pombal pelas 14h00. Em cima da mesa estiveram várias questões subordinadas ao tema, entre as quais, a educação e a cultura, que constituem duas das principais preocupações dos estudantes.

“Cortar na educação de um país é cortar na cultura desse país?”, foi uma das questões levadas a debate, por João Ponte, do 10º ano, do curso Línguas e Humanidades. A pergunta à qual o deputado Pedro Pimpão respondeu, “se há futuro para um país, a educação deve ser um pilar”, foi o mote para a discussão que se seguiu.

Entre as principais preocupações dos jovens estudantes estão a cultura e a educação, numa altura em que se discute a polémica questão sobre a qual a nota da disciplina de educação física deverá ou não fazer parte da média final do secundário. O ensino público, o semi-privado e o privado também estão no centro das atenções dos estudantes devido à qualidade e ao sucesso dos alunos nas referidas instituições.

“Como se forma um partido?”, “porque são 230 os deputados da Assembleia da República?” e “porque não se pode votar aos 16 anos?” foram outras das questões que mereceram a atenção do autarca.

“Sinto que os jovens têm que estar cada mais sensibilizados para a participação cívica e para se envolverem cada vez mais com a comunidade”, frisou o deputado do PSD. No fim, o balanço foi positivo: “gostei muito do nível de preparação e das intervenções dos jovens presentes que mostraram estar muito bem informados”.

A vontade que os jovens têm para contribuir “construtivamente para a comunidade”, nomeadamente através do voluntariado, foi outro dos aspectos tidos em conta por Pedro Pimpão: “espero, sinceramente, que este seja um motivo de esperança”, finalizou.
 
A reunião foi apenas uma parcela de um conjunto de outras sessões que tiveram lugar em diferentes escolas do conselho. No mesmo dia, pelas 9h00, realizou-se uma sessão do ensino básico na Escola Marquês de Pombal. A 19 de Janeiro, o deputado deslocou-se às Meirinhas para participar na sessão do Colégio João de Barros e, no dia 23, vai estar presente na Guia, na sessão da Escola C+S da Guia.

O Programa Parlamento dos Jovens assinala, este ano, 25 anos de existência e inclui mais de 789 escolas, sendo o segundo número mais elevado da história do programa, habitualmente, com 20 000 alunos a fazer parte das listas eleitorais e 150 000 alunos a votar.