terça-feira, 25 de agosto de 2015

“A festa é um ponto de encontro entre emigrantes e residentes”



De 13 a 16 de Agosto a Charneca vestiu-se de cor e de luz para celebrar a festa em Honra do Sagrado Coração de Jesus. À semelhança do que tem vindo a acontecer em anos anteriores, os artistas abrilhantaram as noites dos bailes tradicionais. A organização falou de um “balanço muito positivo” e realçou a importância da manutenção da tradição que proporciona o encontro entre emigrantes e residentes.

Virgínia Nogueira, Ricardo Mota, Vitor Teixeira, Edite Marques, Sendy Silva e Pedro Mota foram os seis elementos que constituíram a Comissão de Festas deste ano. “O trabalho de equipa é muito gratificante apesar de requerer muita disponibilidade. Lembro-me que, na altura em que fomos nomeados, não sabíamos como teríamos tempo para organizar a festa, mas tudo se fez”, mencionou um dos membros da organização.  


A dimensão da festa assemelhou-se à de anos anteriores e, com a actuação do duo musical “Némanus”, no passado dia 16, muitos foram os festivaleiros que acorreram ao largo da igreja da Charneca. Nas palavras da organização, a tradição deve ser mantida: “esta é a única oportunidade que alguns residentes e emigrantes têm de se encontrarem. Há quem vá à festa para encontrar pessoas que não vê durante o ano”.


As expectativas são para que as festas continuem a ser realizadas: “acho que todas as comissões passam pelo receio de não terem ninguém para o ano seguinte, mas acaba por aparecer sempre alguém disposto a agarrar o desafio”, referiu a organização de 2015. “Daqui para a frente vamos ajudar as comissões vindouras”, acrescentou sublinhando o apoio de terceiros à organização da festa: “não fomos apenas nós os seis que realizámos esta festa”.

Já há uma comissão constituída para as festas de 2016 que será composta por quatro elementos: Miguel Santana, Eurico Nogueira, Rafael Nogueira e Carla Lopes. No fim, o balanço foi muito positivo: “pelo convívio e pela oportunidade de conhecer pessoas com quem tínhamos menos confiança. O que eu achámos espectacular foi a forma como nos receberam aquando do peditório. Todos nós voltávamos a fazer o mesmo”, concluiu a organização.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Vai um like?

Há algum tempo ando a pensar em escrever sobre uma das redes sociais mais badaladas do momento. Mas o momento certo ainda não tinha surgido. Por estarem a "meio-gás", a imaginação e as minhas capacidades mentais de abstracção não haviam, antes, proporcionado meios para escrever algo criativo. Não quer dizer que agora o seja. Mas vou tentar. 
                                                                           DR

Com mais de 11 anos de existência, a rede social Facebook revolucionou, sem sombra de dúvidas, a comunicação digital  e veio trazer uma lufada de ar fresco à forma como as pessoas se relacionam entre si. Muitas conversas acontecem online, muitos bem e mal entendidos também acontecem online e, tal como já acontecia antes desta mediática rede social existir, as pessoas continuam a conhecer-se online. Parece que a praça pública greco-romana encontrou na Internet um novo espaço de difusão de ideias, de conhecimentos, de argumentos e até mesmo, de discussões. 

E é aqui que entra a questão dos comentários e dos famosos "like(s)". Afinal, qual é o valor de um "Like"? Coloca-se "like" por isto e por aquilo. Por isto, quando se gosta, quando se concorda e quando a opinião pessoal vai ao encontro do que foi exposto, quer seja numa notícia, numa fotografia ou numa imagem com uma frase inspiradora. Por exemplo, eu "gosto" de uma notícia de alguém que descobriu a cura para o cancro, "gosto" de uma fotografia de grupo tirada num solarengo dia de Verão, "gosto" de uma frase que lembre que a vida é linda e maravilhosa. No fundo, concorda-se com o que se vê.

Contudo, o like pode, por vezes, assumir um sentido perverso. Eu, afinal, não gosto de tudo aquilo em que coloco like. Passo a exemplificar: eu até posso gostar do facto de o conteúdo informativo de uma notícia do Jornal de Notícias me informar de que um feto de um bébé recém-nascido foi encontrado num cano de esgoto. No entanto, essa é uma notícia triste, repugnante que mostra que, efectivamente, há quem não saiba dar o devido valor a uma vida humana. Eu não gosto. Mas para mostrar a minha indignação até coloco um like e faço um comentário juncoso à atitude de quem, efectivamente de uma forma desumana, roubou, aquela que estava para ser uma vida humana.

Por outro lado, eu não gosto de touradas. Não gosto de violência, seja ela de que tipo for. Não gosto de abandonos. Não gosto de tudo aquilo que muita gente não gosta. Vejo um vídeo da CMTV e não hesito em partilhá-lo no Facebook depois de, claro, colocar um like bem visível. É que esse vídeo contém formas inspiradoras de vingar do ex-namorado. Afinal, nunca se sabe quando poderá ser uma útil fonte de inspiração. Não é que ache justo esse tipo de violência gratuita física ou emocional; mas coloco um like e faço uma partilha em tom de aviso. 

Likes e dislikes têm muito que se lhe diga. Ups!, peço desculpa. Dislikes não existem. Porque será? Talvez uma forma de dissuasão humana? Uma forma de manipulação da opinião pública? Uma maneira de levar a que não mostremos aquilo com que, efectivamente, não concordamos? Respondam-me. Talvez seja uma forma de ser mais feliz. Afinal, ninguém me aponta uma pistola à cabeça somente por não gostar. Se não gosto, não coloco like nenhum. Nem faço nenhum comentário. Certamente, andarei com o rato para baixo, a ver se no feed de notícias aparece algo mais apetecível aos olhos e que, realmente, valha a pena ler para reflectir e colocar like

No fundo vai tudo para o Facebook. Tudo o que as pessoas publicam e divulgam. Cabe a cada um de nós separar o acessório daquilo que realmente interessa. Mas como nem sempre há paciência para ler o desenvolvimento de uma notícia com um título extremamente sensacionalista, mais vale ficar-mo-nos pela rama do assunto, saber que aquilo aconteceu e mandar umas larachas sobre o que não se leu, colocar um like e, se até calhar, fazer uma partilha. 

Agora pergunto: qual é, afinal, o valor de um like?

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Curta-Metragem alerta para Bullying



Bullying foi o tema escolhido para a Prova de Aptidão Profissional (PAP) de um aluno do 12º ano do Instituto D. João V. O projecto, que foi o culminar de três anos do curso profissional de multimédia, foi inspirado num tema "que tem estado no auge dos últimos tempos". 

Quatro jovens, uma ideia e um problema cuja urgência requer uma atenção acrescida. Foi desta forma que Filipe Martins Henriques, 19 anos, Filipe Costa Henriques, Petar Stanev, Vladyslav Huliy e Artem Bondarenko  de 18 anos, colocaram mãos à câmara e deram vida à curta-metragem sobre bullying.

"A ideia de criar um projecto relacionado com o bullying surgiu da personagem que interpretou o papel principal: o Filipe Costa", explicou o mentor do projecto, Filipe Henriques, 19 anos. "Já o conheço há uns  anos e sempre soube as dificuldades e os  desafios que ele superou em criança, enquanto vítima de bullying", continuou. Afinal, o tema, que tem estado quase diariamente presente nos noticiários e tem feito manchete nas capas de jornais, quis sensibilizar a comunidade estudantil para os abusos físicos e psicológicos que alguns adolescentes infligem aos seus pares.
 
No que se refere às filmagens, que decorreram durante alguns dias, "a curta acabou por ser feita à última hora. Foi um trabalho "à pressão" mas cujo resultado mesmo assim me agradou", afirmou o porta-voz do grupo. "A apresentação final do trabalho decorreu no dia 14 de Julho. Consegui obter 19 valores", continuou Filipe Henriques.
 
Relativamente a projectos futuros e à continuidade de um trabalho que tem vindo já a ser desenvolvido desde 2012, Filipe acredita que com "melhor material e mais tempo" vai conseguir realizar um novo projecto, já que o vídeo e a imagem são "áreas que lhe agradam bastante". Mas não se esquece dos colegas que participaram no projecto: "eles ajudaram-me bastante ao participarem no vídeo e disso nunca me vou esquecer, portanto espero que um dia tenhamos bastante sucesso".

Mas que projectos têm já em mente? "O Filipe Costa tem muito jeito para o desenho e penso que irá ingressar no superior; quanto aos restantes ainda lhes falta 1 ano para terminarem o secundário". Para já, o Filipe Henriques pretende trabalhar durante um ano e, dessa forma, "juntar algum dinheiro para ingressar no ensino superior". Mas, no fim, resta a esperança de, um dia, "puder ser considerado um bom realizador e designer".

A curta-metragem foi publicada, no passado dia 15 de Julho no website :www.powerful.pe.hu, onde pode ser visualizada.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Porta Aberta reaviva zona histórica da cidade


Seis jovens, uma vontade de empreender e uma “Porta Aberta”. Foi com estes ingredientes que se deu início ao projecto que está a reavivar a zona histórica de Pombal, desde 25 de Julho de 2014. O desafio lançado pelo Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Pombal (CMP) proporcionou a abertura de seis lojas. A partilha de experiências, de despesas e de sinergias já deram os primeiros frutos.

A Culnatur é uma das primeiras lojas com que nos deparamos assim que passamos pelo rés-do-chão do nº37 da Rua Miguel Bombarda. A cargo de Rui Rua, 25 anos, é uma empresa de animação turística que quer unir os conceitos “cultura” e “natureza”. Foi quando fez um estágio na CMP que surgiu a oportunidade de criar o próprio negócio: “vendo recordações, valorizo o artesanato local e associo isso às caminhadas e aos eventos no âmbito do programa de animação turística da empresa”, explicou o responsável ao Pombal Jornal.

Pinturas de azulejo, arte do bracejo, produtos artesanais, trapologia, cabaças, canecas e postais são alguns dos produtos que se podem encontrar no interior, mas com uma particularidade: são tudo bens produzidos por artistas locais. “A oferta era muito escassa na zona histórica de Pombal: acabei por criar dois negócios distintos, a venda de artesanato e a empresa de animação turística”, afirmou. Sobre a última revelou que “o principal objectivo é utilizar os recursos que temos no nosso território para as pessoas ocuparem os tempos livres de uma forma enriquecedora”. 


O balanço de um ano de actividade “é positivo” e, “aos poucos vou conhecendo mais os interesses do meu público-alvo para ir ao encontro daquilo que quer receber”. No que toca à zona histórica “acabámos por vir para uma zona difícil porque algumas pessoas ainda não sabem que existimos”. E projectos para os próximos tempos? “Queremos utilizar as infraestruturas existentes no concelho, como a Praça de Touros, onde vamos realizar a segunda edição do torneio de petanca” já no fim do mês de Agosto. A intenção é para que, também este mês as caminhadas de final de dia se estendam aos concelhos vizinhos.

Partilhar o espaço com Ana Carvalho da Mercearia da Praça acaba por ser uma vantagem para os dois: “quem aqui vem comprar um produto regional para comer, tem, aqui ao lado, uma recordação para levar”, afirmou ressalvando o facto de as vantagens não se restringirem à partilha do aluguer da loja. “Desde logo nos demos bem e, além de criarmos um espírito de entre ajuda, estamos abertos à hora do almoço”, explicou Rui Rua acerca do espaço que está aberto de segunda a sábado das 10 às 19h30.  

Há iguarias a serem descobertas

Os biscoitos com dizeres de Portugal, os sabonetes vintage, as conservas portuguesas, os licores, as ginjas, as caipirinhas e os vinhos novos enchem a alma e os olhos de quem passa pela Mercearia da Praça. “As pessoas acham tudo muito giro, talvez pelo toque de tradicionalidade da loja”, realçou Ana Carvalho. Dos oito aos 80 são várias as pessoas que por lá passam devido ao trabalho de divulgação que a CMP tem vindo a realizar. 


A vereadora com o Pelouro da Cultura, Ana Gonçalves, frisou a importância da Praça Marquês de Pombal e falou nos eventos que o Município tem estado empenhado em desenvolver: “é um dos pontos da cidade que congrega história, património e modernidade. Para além da animação que temos promovido na Praça, a instalação de uma esplanada no período de verão (concessão) tem dado uma nova vida a esta zona”.

Provar o pão, o chouriço, os presuntos de cura, os queijos tradicionais e as gomas é possível a partir do momento em que se entra na Mercearia da Praça. Está já marcada uma degustação de produtos para Agosto: “queijos, licores da zona e vinhos do Douro” vão ser algumas das atracções gastronómicas a experimentar.  

Aqui, o design convive com a Alfaiataria Portuguesa
Depois de se passar pela Culnatur e pela Mercearia na Praça, o convite é para dobrar a esquina e aprender um pouco sobre design. A cargo de Francisco Marques, a FRAMA encontra-se localizada em frente à Farmácia Barros. “Apesar de já estar a trabalhar, este foi um negócio próprio em que tenho estado a desenvolver com o meu sócio Mário. Temos mais duas pessoas a colaborar connosco: uma encarrega-se do vídeo e outra da web”, afirmou o responsável.

“Houve uma aceitação muito grande e, desde o ano passado, contamos já com 40 clientes”, afirmou Francisco Marques sobre o trabalho ao qual se dedica aos fins-de-semana e aos finais de dia. Em termos de projectos “queremos trabalhar com clientes portugueses e estrangeiros e, ao nível da montra, queremos mostrar os trabalhos que temos desenvolvido”, disse.


E o que por aqui se faz? “Trabalhamos ao nível do design, com clientes muito diferentes, entre os quais o ginásio Pulse”, afirmou Francisco Marques, acrescentando que esta foi uma oportunidade que tiveram de trabalhar ao nível do produto, da escolha dos materiais para o interior, do desenvolvimento do logótipo, do outdoor e das publicidades: “é um sítio onde não fazemos sempre a mesma coisa, mas trabalhamos em áreas muito diferentes, desde a reabilitação do prédio de um cliente às rotulagens de embalagens de licores de Gin”, explicou o mentor. 


Ao contrário dos proprietários das lojas vizinhas, na opinião de Francisco Marques, não passam mais pessoas na zona histórica de Pombal comparativamente ao que acontecia entes de as lojas por lá se terem fixado. Apesar disso e acerca do primeiro ano existência das novas lojas, a vereadora Ana Gonçalves, falou de um “balanço bastante positivo, pela experiência, pela partilha e pelo sucesso dos negócios”. Por sua vez quis frisar “a criação de novas ofertas e as lojas "Porta Aberta" conseguiram apresentar produtos e conceitos que atraem novos clientes”. 

O percurso termina com o espaço da loja de brinquedos Ran Tan Plan que divide o espaço com o Bombons do Marquês, onde se podem saborear todos os tipos de chocolates: trufas, amêndoas, bombons de chocolate artesanais locais, chocolate quente, ginja em copo de chocolate e muitos outros produtos doces e personalizados. Basta parar para se deliciar!