terça-feira, 4 de agosto de 2015

“Estou focado no Mont-Blanc”

Nuno Silva, natural do Reguengo, vai participar na ultra-maratona em Mont-Blanc que decorre já no próximo dia 30 de Agosto. O empenho, a dedicação e as várias horas de trabalho são, segundo o atleta, os ingredientes necessários para atingir o sucesso. 

Tem 29 anos, treina praticamente todos os dias mas nunca foi federado em atletismo. O seu percurso desportivo iniciou-se no futebol distrital e, só aos 21 anos, decidiu começar a correr à noite, entre cinco e oito quilómetros. Até então a única experiência de atletismo que tinha tido era em corta-matos escolares. 

Apesar de ter passado pelo BTT é nos Trail Running que tem somado vitórias, tendo conquistado o segundo lugar no Ultra Trail de Pombal, que aconteceu a 26 de Abril. Entre as conquistas que constam no currículo de Nuno Silva estão o 12º lugar no Torneio de Mont-Blanc do ano passado e o segundo lugar numa prova nacional. 


“Foi em 2008 que me aventurei a fazer uma prova de BTT e a participar na Meia-Maratona do Bodo pela primeira vez”, afirmou Nuno Silva acerca do seu início no atletismo. “A partir daí comecei a fazer umas provas de 10km”, disse, mencionando a primeira experiência de Trail em 2010, “numa prova de 30 km em Terras de Sicó”. Desde então nunca mais parou, tendo conquistado o segundo lugar no Trail Running de Pombal de Abril deste ano. “A prova foi excelente desde o abastecimento à selecção do percurso”, uma vez que a escolha recaiu sobre “um percurso bastante heterogéneo, da serra à cidade”, afirmou o atleta com satisfação. Por sua vez, frisou o facto de “esta ser uma forma de mostrar o que de melhor tem Pombal para oferecer”. Iniciativas como aquela acabam por “revitalizar o caminho pedreste que liga Pombal à Redinha”, frisou o ultra-maratonista.

A ultra-maratona que se vai realizar de 24 a 30 de Agosto em Mont-Blanc (Alpes Franceses) é o foco do atleta neste momento. “A preparação passa um pouco pelo que tenho feito em anos anteriores, isto é, tendo conhecimento do meu corpo já sei em que preciso de trabalhar”, admitiu Nuno Silva. Reconhece, contudo, que apesar das variações de temperaturas, vai “apostar no nível técnico”. Já em Março deste ano participou na ultra das Canárias e sabe, por isso, que pode ter “algum cansaço acumulado”. A prova, que vai ter uma grande variedade de terreno, terá cerca de 170 km que vão ser feitos a correr e a caminhar.

No que se refere aos principais obstáculos com que o atleta se depara, a falta de patrocínios quando sai de Portugal, principalmente “ao nível da logística e do alojamento” é uma realidade. Quanto às provas, cujas distâncias são variáveis, são “a ausência de uma equipa de apoio, pois quando estamos sozinhos contamos só connosco”. O relacionamento com os colegas não deixa de ser solidário mesmo em provas de alta competição: “os atletas que são melhores do que nós obrigam-nos a melhorar”. 

Para a prova de Mont-Blanc Nuno Silva vai contar com os apoios da Berg Outdoor, do Clube Desnível Positivo (um clube localizado em Caminha), Suunto (relógios de GPS) e do Hotel Cardal, “que me vai proporcionar a estadia em Mont-Blanc”, frisou.

As intenções do engenheiro mecânico para o futuro são as de continuar a competir, para atingir o World Trail, que consiste em 12 provas ao longo do ano todo, de 100 km para cima, e que acontecem ao nível mundial. “O objectivo é tentar pontuar, quanto mais melhor”, finalizou.

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