sexta-feira, 20 de março de 2020

Uma reflexão chamada CORONAVÍRUS

Coronavírus. Covid-19. Epidemia. Pandemia. Doença. Infetados. Mortes. Estas e tantas outras palavras fazem parte do vocabulário atual de todos nós, um pouco por todo o mundo. Todos os dias a comunicação social dá conta de mais uma de morte por Covid-19 ou de um aumento esponencial do número alucinante de casos por contágio desta "doença". Todos os dias somos alertados acerca de como agir perante este vírus e a Direção Geral de Saúde (DGS) envia, incansavelmente, diretivas claras com vista à contenção desta epidemia mundial. Há informação e contra-informação. É preciso atuar todos os dias para tentar conter um mal que a todos afeta, que não escolhe géneros, idades, sexos ou estatutos sociais. "Estamos todos no mesmo barco".

O que temos feito durante este tempo de quarentena? Como temos agido diariamente? Acerca do que temos refletido quando, agora, finalmente, temos tanto tempo livre? 

Lavar as mãos várias vezes ao dia, desinfetar superfícies propícias à disseminação do vírus, ficar em casa, ficar em casa, FICAR EM CASA, evitar locais com muita gente, restringir as saídas à rua às idas às farmácias e aos supermercados, seguir à risca as medidas indicadas pelas autoridades de saúde e resguardar-se o maior tempo possível DENTRO DE CASA. Isto e tudo o resto em termos "físicos" e "visíveis".

Mas, e em termos PSICOLÓGICOS e COMPORTAMENTAIS? Que alterações temos feito quanto à nossa forma de pensar, de agir e de atuar durante um tempo que também serve para REFLETIR?

Estamos em casa. De quarentena. Enquanto muitos arriscam, todos os dias, a vida para salvar tantos quanto possível. Médicos, enfermeiros, polícias, camionistas, operadores de bombas de combustível, operadoras de caixas de supermercado, até pequenos comerciantes em mercearias... Todos aqueles que exercem funções indispensáveis ao dia-a-dia (salutar) de todos. Estes e mais alguns não podem ficar em casa e merecem o reconhecimento de todos nós. 

Este é um tempo de reflexão e de prevenção. Tenhamos consciência disso. Que este vírus sem fim à vista nos permita ver a vida de uma outra forma. Consciencializarmo-nos de que não precisamos de consumir tanto, de que "MENOS É MAIS". Alertarmo-nos de que o ambiente precisa de respirar, não precisa de tantos combustíveis fósseis, nem de inúmeros gases tóxicos. Darmo-nos o tal "ABANÃO" para que abramos os olhos a uma ameaça que é real e que está presente HOJE. Que este tempo de reflexão nos proporcione estratégias conscientes para alterar hábitos, reduzir o consumo, mudar a nossa forma de pensar relativamente ao único planeta em que vivemos e que tem recursos escassos e finitos (não infinitos, ao contrário do que muitos pensam...).

E... REFLETIR, REFLETIR, REFLETIR. Se nunca temos tempo para nada por causa de rotinas estonteantes, ritmos de vida a "1000" e TEMPO para o que realmente importa, que esta "paragem forçada" nos abra os olhos para aquilo que é essencial, pois "o essencial é invisível aos olhos". Que esta seja uma lição de vida, o abanão de que todos precisávamos para mudar e, assim, continuar em frente!