domingo, 30 de outubro de 2022

Work Hard, Play Hard, Work Hard, Play Hard

O título está em inglês mas o post encontra-se em português, não se assuntem! E o tema de hoje é... é isso mesmo! * Work Hard - Play Hard - Work Hard - Play Hard * que pode ser aplicado a diversas áreas da vida... E à intensidade com que ela se vive! Inspirado na música de David Guetta.

Fonte: Pinterest
Hoje falo sobre um novo hábito que integrei na minha rotina em Outubro, o GINÁSIO. Era um projeto que estava "na gaveta", mas, finalmente e com muita força de vontade lá saio para me arrancar da estagnação e do sedentarismo. A par de outras atividades em "regime pós-laboral" que tenho, adicionei o Ginásio! E cá estou eu, forte e feliz, após um mês deste novo e saudável hábito. 

Muitas vezes se diz que "o que custa é começar", e e este é apenas mais um exemplo. Só custou começar porque quanto mais vou, mais tenho vontade de continuar a ir. E não são apenas nos benefícios físicos em que penso enquanto escrevo este texto. Refiro-me aos efeitos psicológicos imediatos e benéficos  que o exercício físico regular incutiu em mim. Sinto-me mais leve e relaxada após 45 minutos intensos de cycling ou de jump. Sinto uma imensa leveza de alma após sair do Pilates e, após todas as aulas, sinto-me simplesmente bem por ter feito algo por mim. 

Consistência e persistência são os principais segredos para não desistir. Se o objetivo é ir três vezes por semana ao ginásio, não irei duas nem uma vez. São as três vezes e, se possível, uma quarta de quando em vez. O compromisso é comigo mesma e não posso falhar. Portanto é assumir um compromisso com as idas ao ginásio, tal com se assume com as metas do trabalho. É ir sem desistir e continuar a persistir. "No pain, no gain" - sem dor não há ganho e sem consistência não há resultados. 

Fonte: Pinterest
Mais do que os efeitos físicos, que para já não se veêm com nitidez, os efeitos psicológicos e emocionais são imediatos. O exercícios físico ajuda a aliviar a tensão e o stresse  acumulados do dia-a-dia, permite gerir a energia, de acordo com a intensidade requerida em cada exercício, ajuda a manter o foco e permite uma eficaz gestão e regulação emocional. 

Se há escolhas inteligentes, uma delas é, sem dúvida, praticar exercício físico regular, dentro ou fora do ginásio. Com a época outono-inverno que já está aí, o ginásio apresenta-se como uma alternativa viável para trocar as voltas à chuva e ao frio. Aquela desculpa de "hoje está a chover", não funciona no ginásio. Todos os dias são bons para ir ao ginásio, por isso não há mais desculpas para permanecer no sedentarismo. 

domingo, 16 de outubro de 2022

Falta de Tempo ou Falta de Interesse?

Boa questão para um domingo à tarde, ou melhor, um domingo preguiçosão à tarde. Já pensaste nisto? Já pensaste na desculpa ideal para cada "não tenho tempo"? Já pensaste do que vais fazer em vez daquilo a que te propuseste? Já pensaste no motivo que te leva a falhar aos teus compromissos? Já pensaste que a tua falta de tempo pode, afinal, ser falta de interesse?

Dá ouvidos à tua intuição
Uma desculpa "esfarrapada" para cada compromisso adiado. Um "faço depois" para cada "tarefa aborrecida" que tem de ser feita; limpar a casa, mudar a areia dos gatos, cozinhar o jantar, tirar aquelas ervas daninhas do jardim... enfim, quantas a estas tarefas "chatas" mas, ao mesmo tempo, inevitáveis podemos adicionar?

Penso que não existe "falta de tempo"; existe, sim, falta de interesse e de vontade. Existe sim procrastinação e tédio. Quando existe vontade, não há falta de tempo. Quando há interesse prioriza-se. Quando é agradável, não há desculpas. Assim é. A "falta de tempo" é desculpa para a "falta de vontade". Tempo arranja-se sempre que a vontade é voraz. Mas interesse... Esse só quando há algo muito forte que move  sujeito e o impele à ação. 

E então? O que te move? O que te leva a não adiar? O que faz com que transformes a quarta-feira num sábado e a noite em dia? O que te motiva a acordar todos os dias? O que priorizas? Já pensaste nisto?

Provavelmente e devido ao "piloto automático" com que, muitas vezes, conduzes a tua vida, ainda não pensaste em nada disto. Mas às vezes é importante abrandar, parar e refletir no que, afinal, queres para ti. Pensar no que andas cá a fazer e no teu life path. Olhar para dentro com os olhos do coração e ouvir a intuição, pois ela terá, certamente, as respostas mais corretas.

O que priorizo é verdadeiramente importante? Faz-me feliz? É o que eu quero para a minha VIDA? Motiva-me a crescer mais emocional e intelectualmente? - Às vezes é preciso parar para redirecionar objetivos e estabelecer metas atingíveis. É preciso apender com o que nos faz sofrer e deixarmo-nos guiar pela LUZ. 

A tua falta de tempo é, muitas vezes falta de interesse. Talvez porque vives em "piloto automático", talvez porque não dás ouvidos à voz do coração, talvez porque a tua energia mental se sobrepõe à emocional. Abranda. Pára. Respira Fundo. Afinal, o que andas cá tu a fazer?

Música elocidativa dos Deolinda que demonstra o que acontece quando tens falta de interesse.

sábado, 8 de outubro de 2022

Netflix : O que é que Dahmer, Liv, Ada e Alex têm em comum?

Abondono, Rejeição, Injustiça, Traição e Humilhação. As cinco feridas emocionais de que fala a ensaísta Lise Bourbeau encontram-se espelhadas em algumas séries lançadas recentemente na plataforma de streaming Netflix, das quais destaco: "Respira Fundo", "A Criada", "Um Novo Eu" e "Dahmer: O Monstro - A História de Jeffrey Dahmer". 

O que têm os protagonistas destas séries em comum? Infâncias tristes, negligenciadas, atribuladas. Todos os protagonistas destas produções cinematográficas viveram "meninices" infelizes e marcadas por algum tipo de abuso e por muito sofrimento. 

A  criança ferida tem muita influência sobre a nossa vida
Comecemos por "Respira Fundo". Liv ( personagem interpretada por Melissa Barrera) para se manter viva numa ilha deserta, após o despenhamento do avião em que seguia, precisa de responder a todos os desafios impostos pela natureza ao redor e de libertar-se dos traumas do passado. Trata-se de uma história ficcionada que mostra como as marcas de uma mãe narcisista e prepotente podem condicionar o presente e o futuro de uma pessoa que luta constantemente para se libertar dos condicionamentos impostos pela privação do amor materno. 

Na mesma linha está a história da protagonista da "Criada", na qual Margaret Qualley veste a pele de "Alex", uma jovem cheia de sonhos que vive uma história de violência doméstica com uma filha pequena nas mãos. Sem qualquer tipo de suporte familiar e neglienciada por uma mãe bipolar e narcisista, Alex vê-se obrigada a reconstruir uma vida com a filha longe de tudo e de todos. Esta série leva-nos a refletir sobre como crescer numa família disfuncional pode fazer com que nos tornemos codependentes do "amor" de alguém abusivo e sem escrúpulos que, se permitirmos, facilmente e sem remorços destrói a nossa vida por completo. 

Na série turca "Um Novo Eu", três amigas partem à descoberta de si mesmas. Meditação e Constelações Familiares encontram o equilíbrio perfeito nesta viagem ao interior, ao passado e aos traumas de cada uma das três amigas turcas. Destaco a personagem "Ada" (interpretada pela atriz Tuba Büyüküstün) que é desafiada a remexer no passado de uma família "construída" com base no desamor e na traição. É no presente que Ada se depara com relações amorosas disfuncionais explicadas, em grande parte, por uma infância turbulenta e marcada, essencialmente, pelo abandono da figura materna. 

Finalmente temos a série "Dahmer: O Monstro - A História de Jeffrey Dahmer". Esta série de 10 episódios conta a história de Jeffrey Dahmer, o serial killer norte-americano que, entre 1978 e 1991, matou, desmembrou e comeu 17 homens. O "modus operandi" era sempre o mesmo; aliciar as vítimas (todas do sexo masculino e pertencentes a minorias étnicas) em bares gay com promessas de recompensas financeiras por uma sessão fotográfica. Depois de os conquistar,  levava as vítimas para casa, oferecia-lhes uma bebida com uma substância psicotrópica que as deixava inconscientes, asfixiava-as e, por fim, desmembrava-as e comia-as (em vários sentidos...). 

Ora, sobre esta última série, é preciso ver para a além do óbvio. O que fará alguém matar outras pessoas? O que vai na cabeça de algém que comete a preversidade de comer cadáveres humanos? Porquê que alguém sente atração por orgãos humanos? 

O poder da cura está dentro de nós 
E tudo começou dentro do ventre materno. Jeffrey Dahmer era filho de uma mãe depressiva e de um pai explosivo e incompreensivo. Durante a gravidez, a mãe de Jeff "encharcava-se" em medicação. É certo que o feto se recentia e também sentia as inconstantes oscilações de humor da mãe. Quando nasceu Jeff as coisas não melhoraram; o casal estava permanentemente focado nos seus problemas e negligenciava as necessidades da criança que, por inúmeras vezes, se sentiu abandonada (quer pelo pai como pela mãe). 

À medida que foi crescendo sem amor nem afeto, Dahmer construiu um  Transtorno de Personalidade Borderline que se traduzia numa grande incapacidade de estar sozinho e de lidar com a frustração. As atitudes intempestivas quando contrariado retratam o turbilhão que ia no interior desta pessoa que acabou por não saber como ser "pessoa". Faltou um modelo saudável de uma família com estrutura. Faltou amor. Faltou quase tudo. 

Em comum todas estas personagens trazem dentro de si uma criança ferida. Uma criança cujas necessidades não foram atendidas, uma criança que apenas suplicava por amor. Uma criança negligenciada e que necessitava do abraço da mãe e do suporte do pai. 

Também nós muitas vezes negligenciamos essa criança ferida que carregamos dentro de nós e que precisa de ser curada.  Ouçamo-la e curemo-la.