segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Porque julgamos tanto?

Todos os dias deparamo-nos com julgamentos; sejam nossos, sejam por parte de familiares, sejam de terceiros. Julgamos as pessoas pelo seu aspeto físico, pela sua forma de falar, pelo modo como andam ou como se apresentam. Julgamos pela aparências, sem nos darmos ao trabalho de tentar perceber o que está nos "bastidores" do que, muitas vezes, aparenta ser.

Fonte: https://www.escolasanti.com.br/
É muito mais fácil olhar para o exterior, para os outros, do que para o interior, para nós mesmos. É muito mais simples apontar erros nos outros, criticar sem apresentar soluções, do que tomar consciência daquilo que somos e daquilo que precisamos de melhorar em nós. É muito mais fácil "apontar o dedo" de uma forma destrutiva a tentar compreender o que está por detrás de determinada atitude, de determinado comportamento do outro. É mais fácil julgar o que não se conhece e alimentar "pré-conceitos" do que efetivamente dar-se ao trabalho de conhecer o outro na sua plenitude e com uma atitude empática.

Mas porquê que julgamos tanto? Julgamos porque estranhamos o novo, o diferente. Preferimos manter-nos em segurança, na zona de conforto e, muitas vezes, limitamo-nos a ser resistentes à mudança sem dar, sequer, uma oportunidade para fazer a mudança acontecer. Julgamos porque estamos "formatados" para não arriscar, para nos mantermos nos mesmos lugares-comuns que conhecemos e não nos permitem atingir a zona de crescimento. Julgamos porque o "diferente" trás algum desconforto. E preferimos manter-nos quietos e sossegados no conforto da nossa ignorância. Ignorância essa que nos limita e nos atrofia a mente. E aí o preconceito encontra espaço para reprodir-se vezes sem conta...

Se somos o espelho uns dos outros, sejamos capazes de ver aquilo que criticamos nos outros. Muitas vezes, o que pretendemos que os outros mudem, é na realidade aquilo que precisamos de mudar em nós. Se não dermos o primeiro passo, é certo que ninguém o dará. É importante, mais uma vez, investirmos em nós, no nosso auto-conhecimento, no nosso aperfeiçoamento como seres humanos, na auto-gestão emocional e na cura das feridas emocionais.

Só olhando para dentro conseguimos contribuir para alterar a nossa realidade externa. De nada nos vale apontar os erros nos outros sem que nada façamos para mudar, para melhorar, para crescer como seres humanos. Muito daquilo que criticamos nos outros é algo com que não conseguimos lidar, que não permitimos melhorar em nós. De nada nos vale esperar que os outros "mudem" se somos nós quem não quer mudar, se somos nós que não reconhecemos que precisamos, efetivamente, de mudar.

Vamos lá começar a olhar mais para dentro e menos para fora. A verdadeira transformação começa dentro de cada um de nós. De dentro para fora. Só melhorando-nos conseguimos melhorar o que nos é exterior. Até porque cada um é responsável por aquilo que diz ou que faz. Cada um deve responsabilizar-se pelas suas atitudes e pelas suas ações. Eu não sou responsável por aquilo que o outro diz ou faz. Eu não tenho de suportar as dores do outros como se das minhas se tratassem nem tenho de "salvar" ninguém. 

Posso ser boa ouvinte. Posse ser boa conselheira. Posso, até, ser boa amiga. No entanto, não deixo de ser a única responsável por aquilo que penso, que digo e que faço. Nada nem ninguém deve assumir tais responsabilidades por mim. É por mim que estudo. É por mim que trabalho. É por mim que sou independente. É por mim que procuro conhecer-me, cada dia, melhor. E só assim poderei ter a certeza do que sou e não deixar que nada nem ninguém me faça duvidar de mim própria!

Observem-se internamente e sejam felizes!