sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Segunda edição do "Jovens Autores de Histórias Ilustradas" arranca esta sexta-feira

Fonte: 

A segunda edição do concurso “Jovens Autores de Histórias Ilustradas” é anunciada esta sexta-feira, em Lisboa. A partir da proxima semana, quando os alunos regressarem às aulas, depois das férias do Carnaval, vão poder começar a pensar na melhor maneira de participarem.
 
A partir de dia 6 de Março, os estudantes do ensino secundário que gostem de escrever ou de desenhar podem juntar-se para imaginar uma história ou um poema sobre "Um futuro, zero emissões" e como ilustrar.

Esta sexta-feira, os vencedores da primeira edição vão ver o seu trabalho, pela primeira vez, em livro. O lançamento da obra que junta as histórias e as ilustrações de cerca de duas dezenas de alunos que ganharam o concurso no ano passado vai ser às 17h, na livraria Buchholz, em Lisboa.

O concurso chegou às escolas portuguesas, pela primeira vez, no passado ano lectivo pela mão da Nissan mas, no Japão, a ideia já tem três décadas. A empresa tem, naquele país, os prémios Children's Storybook e Children’s Picture Book. Portugal é o primeiro país que adoptou a ideia e criou o concurso que tem como parceiros a editora Leya, o Plano Nacional de Leitura (PNL), além do PÚBLICO. 

Este ano, a revista Fórum Estudante junta-se como media partner. O ano passado, nove equipas conquistaram o direito a viajar até Londres para conhecer a cidade e a Nissan Design Europe.
 
Do prémio faz ainda parte a publicação dos trabalhos premiados em livro. Os dois alunos vencedores de cada uma das vertentes, da escrita e do desenho, vão ter a possibilidade de criar uma história e de editar um livro em conjunto. Esta sexta-feira, na Buchholz, é conhecido o resultado do trabalho dos vencedores da primeira edição do concurso. Além dos alunos vencedores, vão estar presentes no lançamento Guillaume Pelletreau, presidente da Nissan Iberia; António Pereira Joaquim, director de comunicação da Nissan; Fernando Pinto do Amaral, comissário do PNL; e o secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário João Grancho; e alguns dos jurados do ano anterior.
 
Condições para participar
 
Os alunos podem participar desde que estejam no secundário e tenham até 21 anos. O concurso decorre na escola, e em duas fases. Na primeira, as histórias são escritas e apresentadas a um júri do estabelecimento de ensino, que selecciona a melhor. Depois, cabe a escola avança com o concurso de ilustração da história vencedora, seleccionando o melhor trabalho. De acordo com o regulamento, também são admitidos projectos produzidos por dois alunos, um que escreve o texto e outro que o ilustra. Cada trabalho não poderá ter mais de dez páginas e deverão ser enviados por correio electrónico, prontos a serem editados.
 
Ainda esta sexta-feira, o concurso é divulgado em todas as escolas, através do PNL. Até dia 1 de Junho, os trabalhos podem ser elaborados, escolhidos um por escola e enviados para o júri nacional. Este, de 2 a 16 do mesmo mês, vai analisar e seleccionar os trabalhos. Haverá um deles que será escolhido pela comunidade do Facebook da Nissan.

A 17 de Junho, os trabalhos serão divulgados nos meios próprios dos parceiros e por e-mail institucional. Os vencedores integrarão a edição em livro. Por fim, de 1 e 7 de Julho vai realizar-se a cerimónia de entrega de prémios aos trabalhos vencedores.

O júri nacional é constituído pelos escritores António Torrado e Alice Vieira, e elementos de todos os parceiros do projecto, além de representantes da Sociedade Portuguesa de Autores e da Sociedade Portuguesa de Belas Artes.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Igreja Evangélica vai ocupar antigo Cinema Quarteto

Fonte:  http://www.publico.pt/local/noticia/igreja-evangelica-vai-ocupar-antigo-cinema-quarteto-1626256

Cinema emblemático de Lisboa, dos anos 1980 e 1990, estava fechado desde 2007.Uma sala de culto da Igreja Plenitude de Cristo vai ocupar o edifício onde funcionava o antigo Cinema Quarteto, em Lisboa, que fechou em 2007. As obras estão a decorrer e ainda não há datas para a mudança.

O edifício localizado na Rua Flores do Lima, n.º 16, paralela à Avenida dos Estados Unidos da América, que anteriormente era um local de peregrinação dos apreciadores de cinema, vai garantir, depois das obras de adaptação, a ampliação das instalações da congregação liderada por um pastor brasileiro.

“As duas salas do piso inferior, das quatro que constituíam o conjunto, já foram integralmente destruídas e as suas cadeiras deitadas fora. As salas do piso superior foram unidas, após se ter procedido ao derrube da parede que as separava, e albergarão as cerimónias religiosas”, adianta o site noticioso O Corvo, que avançou a notícia.

Quando contactado pelo PÚBLICO, o responsável pela congregação, que pediu anonimato, não adiantou qualquer informação, referindo apenas que, “de momento, não é possível dar qualquer esclarecimento sobre o assunto devido a ordens de superiores”. Actualmente a sede da sala de culto da Igreja Plenitude de Cristo situa-se no edifício número 14 da mesma Rua Flores de Lima, perto do Quarteto.

O antigo cinema, fundado e gerido por Pedro Bandeira Freire, foi inaugurado a 21 Novembro de 1975 e encerrou a 16 de Novembro de 2007. O espaço esteve, primeiro, para arrendar, mas desde 2008 foi colocado à venda. Este foi o primeiro cinema multiplex do país que ficou conhecido pelo seu slogan: "4 Salas / 4 Filmes." Foi sobretudo a variedade do seu cartaz, que trazia a Portugal muitos dos filmes que não passavam noutras salas de cinema, que garantiu o seu êxito, sobretudo nas décadas de 1980 e 1990, altura em que se realizavam as famosas maratonas de 24 horas de cinema. As condições não eram as melhores, pois o ar condicionado andava sempre às avessas com a estação do ano e as salas e os ecrãs eram pequenos, mas os incómodos eram ultrapassados pela qualidade da oferta cinéfila.

Nagisa Oshima, Martin Scorsese, Francis Ford Coppola ou Ridley Scott estão entre os vários realizadores que povoaram o espaço e muitos cinéfilos relembram exibições como A Religiosa (1966), de Jacques Rivette, e a estreia do All That Jazz (1979), de Bob Fosse.

De acordo com informações divulgadas pel’O Corvo, o prédio era propriedade de uma família da região de Tomar. Depois das obras, apenas deverão permanecer as paredes e as cadeiras das salas de cima. As que se encontravam nas salas que existiam na cave tiveram de ser deitadas para o lixo, pois estavam completamente estragadas pela humidade. A bomba hidráulica que assegurava a extracção da água acumulada nas fundações do edifício – em contacto com um lençol freático – estava, há muito, avariada, razão pela qual ambas as salas se viram inundadas, inutilizando o seu recheio.

O cinema Quarteto fechou em 2007 por ordem da Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC), por não garantir as condições de segurança exigidas por lei. Problemas como a falta de um sistema automático de detecção de incêndios ou a ausência de obras de manutenção do recinto, principalmente ao nível das instalações eléctricas, determinaram o encerramento. A IGAC garantia, na altura, que o fecho duraria “até as anomalias serem corrigidas”, mas isso nunca aconteceu.

Foi o culminar de um declínio que começou muitos anos antes. "Foi quando os 32 distribuidores que existiam passaram a seis e eu deixei de poder escolher os filmes que queria exibir e passei a comprar os americanos que me impunham", desabafava na altura ao Diário de Notícias Pedro Bandeira.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

São já quatro os "Café Memória" para quem quer falar sobre Alzheimer ou demência

Fonte:  http://www.publico.pt/local/noticia/sao-ja-quatro-os-cafe-memoria-para-quem-quer-falar-sobre-alzheimer-ou-demencia-1624361

Associação Alzheimer Portugal e Sonae Sierra abrem em parceria com a Santa Casa mais dois espaços

Tem problemas de memória? Tem algum familiar com Alzheimer, com falhas de memória ou diagnóstico de demência? Não tem com quem falar sobre o tema? A Associação Alzheimer Portugal e a Sonae Sierra (do universo Sonae, detentora do PÚBLICO) assinaram, na tarde desta quarta-feira, um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) para a abertura de dois novos "Café Memória", na capital.

O projecto nasceu em Abril passado e consiste em ter locais de encontro, para partilhar experiências e apoiar pessoas com problemas de memória ou demência, os seus familiares e cuidadores. O objectivo é contribuir para a melhoria da qualidade de vida e redução do isolamento social a que estas pessoas, muitas vezes, estão sujeitas.

Assim, nos primeiros e terceiros sábados de cada mês, nos restaurantes Portugália do Centro Colombo, em Lisboa, e do CascaiShopping, em Cascais, respectivamente, o "Café Memória" abre-se para receber os interessados. De acordo com Catarina Alvarez, coordenadora do projecto, de Abril a Dezembro, o Café Memória contou com 120 participantes. Destes mais de 70 são cuidadores ou familiares de pessoas com problemas de memória ou com diagnóstico de demência. O número de participantes no projecto está a aumentar, garante. Nesta primeira fase, o programa realizou 22 sessões.

Agora, com a assinatura do protocolo com a SCML, o "Café Memória" vai estar disponível em Lisboa em mais dois espaços: nos segundos sábados de cada mês estará aberto na cafetaria do Museu de São Roque, no Chiado; nos quartos sábados do mês o Espaço Santa Casa, no Campo de Santa Clara. Desta forma, aumentam para quatro os "Café Memória".

Quando o projecto começou, a equipa tinha seis voluntários e dois técnicos de saúde que acompanhavam as sessões. Hoje são já “30 os voluntários formados para o efeito”, informa Catarina Alvarez. Para se ser voluntário desta iniciativa deve ter-se “sensibilidade, compromisso e sentido de responsabilidade”, acrescenta.

Actividades lúdicas e apoio emocional

“Oferecemos apoio emocional, informações úteis e promovemos a participação das pessoas em jogos de memória, associação de palavras e de orientação, e actividades de expressão plástica e musical”, explica a coordenadora do projecto.

Nestes locais também se realizam “sessões de esclarecimento com especialistas que falam sobre temas específicos relacionados com a problemática das demências”, continua. “A participação dos entendidos é um aspecto importante e o motivo pelo qual as pessoas nos visitam”, sublinha. Com estas actividades “pretendemos não só estimular o funcionamento cognitivo como também contribuir para o bem-estar dos participantes”, ressalva.

A criação do "Café Memória” faz parte do projecto Cuidar Melhor que visa o apoio aos cuidadores de pessoas com demência, também da responsabilidade da Associação Alzheimer Portugal e da Sonae Sierra, além de vários parceiros institucionais como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação Montepio e o Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa. A SCML junta-se agora a esta rede que conta, ainda, com o apoio dos restaurantes Portugália, da Optimus, da Delta Cafés, do Sumol+Compal, do Celeiro e CPP; e conta ainda com o apoio das câmaras de Cascais, Oeiras e Sintra.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Camila pensava que ia para o hospital mas foi ao oceanário

Fonte:  http://www.publico.pt/sociedade/noticia/camila-pensava-que-ia-para-o-hospital-mas-foi-ao-oceanario-1623537

Com o desejo da Camila, uma criança com cancro que pela primeira vez foi ao Oceanário, já são 326 desejos os realizados em Portugal pela fundação Make-a-Wish”. Ainda há 90 por realizar.

Os olhos da Camila, uma menina cabo-verdiana de dez anos, doente oncológica, não escondem o espanto assim que se depara com o Oceanário de Lisboa. É a primeira vez que vai ver “os peixes”. O desejo de Camila foi realizado este mês de Fevereiro e faz parte de uma longa lista de “sonhos” que têm sido realizados pela Fundação Make-a-Wish.

Este é um dia diferente para Camila. Levantou-se à mesma hora de sempre mas em vez de seguir para um tratamento de quimioterapia no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, seguiu para o Oriente, rumo ao Oceanário. Em vez da habitual corrida casa-hospital, hospital-casa, desta vez o destino foi um enorme aquário.

“Olha a Dory do Nemo”, exclama assim que entra no oceanário e se depara com um peixe-azul na água, aludindo a uma das personagens do filme que foi sucesso de bilheteira em 2003. Pede para se levantar da cadeira de rodas e, quase como que por impulso, encosta a pequena mão ao vidro do grande aquário, para tocar na Dory. A aventura de Camila em Portugal começou em Junho de 2012 quando deixou Cabo-Verde por causa de um tumor no sistema nervoso central.

No país africano, os médicos não conseguiam descobrir de que forma poderiam ajudar Camila, apesar dos muitos exames que fez. Foi por essa razão que, mediante a avaliação do caso clínico, a encaminharam para Portugal há dois anos. Entre tratamentos de quimioterapia, que lhe fizeram perder o cabelo, e de fisioterapia, durante todas as semanas, a menina quase não tem tempo para brincar. Também não contacta com pessoas da sua idade, uma vez que ainda não frequenta a escola. “Primeiro tivemos alguns problemas porque não havia professores. Depois não havia transporte”, afirma a mãe, Antónia Fontes.

Mas, neste dia de Fevereiro, Camila está contente. Afinal não é todos os dias que vai a um sítio novo. “Pensava que ia para o hospital mas vim ao oceanário”, diz com um sorriso nos lábios. Foi através do Instituto Português de Oncologia (IPO) que Antónia Fontes conheceu uma forma de surpreender a filha. “Falei com a assistente social que me deu um papel e entraram em contacto com a Camila e comigo. Perguntaram-me que tipo de actividades gostava de realizar e foi então que entrei em contacto com a Leila Gomes e com a Sara Ribeiro da fundação Make-a-Wish”, explica.

 Leila Gomes explica que Camila estava indecisa entre uma visita ao Oceanário ou ao Jardim Zoológico. “A Camila gosta muito de peixes e disse que nunca tinha visto”, diz uma das voluntárias que acompanhou o desejo da menina cabo-verdiana.

Um dia mágico

“O IPO de Lisboa fala sobre a Make-a-Wish às crianças e estas formulam um desejo. Esta instituição é o intermediário entre as crianças e as organizações; os voluntários falam com as famílias e perguntam-lhes de que forma podem tornar mágico o dia da criança”, explica Sofia Pascoal, do Gabinete de Comunicação da Make-a-Wish.

No caso específico da Camila, a ajuda resultou de um trabalho conjunto entre a Make-a-Wish e a Best Doctors, uma empresa privada com o objectivo de oferecer a todos os que enfrentam problemas de saúde o acesso privilegiado aos melhores médicos do mundo, que ajudou com apoio monetário e divulgação pelos media. “A primeira parceria que temos é com a Make-a-Wish”, afirma Joana Andresen, da Best Doctors. A parceria começou em Dezembro de 2013. “O valor monetário é dado para várias acções e escolhemos os desejos em que achamos que nos enquadramos melhor”, acrescenta Joana.

A mãe de Camila tenciona regressar com a filha ao país de origem, quando os tratamentos terminarem. “É lá que tenho dois filhos que estão na escola; tenho lá a minha vida e o meu trabalho”, diz acrescentando que ainda não tem data marcada para regressar.

Do Papa a Cristiano Ronaldo

Agora, por cá, os sons de fundo dos animais marinhos do oceanário enchem os ouvidos de Camila enquanto os olhos se regalam com espécies de peixes diferentes. Uns bonitos, outros feios. Uns estranhos, outros comuns. “O que é isto, Camila?”, questiona Leila Gomes enquanto aponta para um peixe branco.  A menina, que está na cadeira de rodas, encolhe os ombros sem conseguir identificar o peixe-lua. Não faz muitas perguntas, mas nota-se que está interessada em conhecer melhor os seres vivos que habitam o oceanário.

Leila Gomes e Sara Ribeiro são duas dos 230 voluntários que estão espalhados por todo o país. A Make-a-Wish estende a sua acção a hospitais da zona metropolitana de Lisboa e do Porto, aos IPO das zonas metropolitanas, ao Hospital Pediátrico de Coimbra, ao Hospital de Faro e Portimão e, mais recentemente, com os Hospitais de Viseu, Torres Novas, Funchal e Angra do Heroísmo.

“Com o desejo da Camila, já são 326 desejos os realizados pela Make-a-Wish”, afirma a responsável pela comunicação da Make-a-Wish, Sofia Pascoal. Entre os desejos mais invulgares, Sofia conta a história de duas crianças que visitaram o Papa Bento XVI, em 2012 e o Papa Francisco, em 2013. Entre os desejos mais pedidos e que já foram realizados está a vontade, sobretudo de rapazes, em conhecer diferentes jogadores de futebol, entre os mais procurados está, claro, Cristiano Ronaldo.

Apesar de já ter sido realizado um número considerável de desejos pela Make-a-Wish, “a instituição tem ainda 90 por realizar”, acrescenta Sofia Pascoal. Na lista dos desejos que ainda não se concretizaram contam-se uma “ida à Euro Disney e o contacto com os cantores da banda juvenil One Directon”, afirma. Por vezes, há crianças que querem ter um objecto novo mas, ao mesmo tempo, querem realizar um desejo. Sofia Pascoal exemplifica a forma como o processo decorre. “Nunca damos só um objecto. Já tivemos um caso de uma menina que queria uma Playstation, mas que no futuro gostaria de ser bombeira. Fizemos com que fosse um bombeiro a oferecer-lhe uma Playstation”.

Foi em 2007 que a Make-a-Wish iniciou a sua actividade em Portugal. Há 34 anos nasceu nos EUA e já realizou 330 mil desejos em todo o mundo. “A cada 23 minutos, um desejo Make-a-Wish é realizado no mundo”, afirma Sofia Pascoal.

A surpresa não se resumiu a uma ida ao Oceanário. Camila teve ainda direito a dois presentes, um Pato Donald e a uma Barbie. No final da visita Camila estava cansada mas satisfeita. “Estou muito contente com o dia de hoje”, disse com um sorriso de entusiasmo no rosto.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Sindicalistas estiveram junto ao MEC para pressionar Nuno Crato


Fonte: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/sindicalistas-estiveram-junto-ao-mec-para-pressionar-nuno-crato-1623630

Intimar o Ministério da Educação a cumprir a lei e reclamar a execução das quatro reuniões agendadas recentemente pelo Ministro da Educação Nuno Crato foram os principais motivos que levaram cerca de trinta sindicalistas à porta do Ministério da Educação e Ciência nesta tarde. 

Entregar dois documentos a Nuno Crato era o objectivo dos sindicalistas que estavam concentrados junto à porta do Ministério da Educação e Ciência [MEC] à espera de serem recebidos pelo Ministro da Educação. 
  
O primeiro tem que ver com as questões do amianto. Pretende que Nuno Crato responda por questões relacionadas com o financiamento dos colégios privados, questões relacionadas com o funcionamento das escolas e com a vida dos professores. “Há necessidade de eles [governo] divulgarem as escolas onde há amianto, pois é obrigatoriamente removido”, revelou Mário Nogueira, Secretário-Geral da Federação Nacional de professores. Uma vez que já estamos em 2014 e que Nuno Crato não revelou quais são as mais de 700 escolas que têm amianto, “nós iremos hoje entregar porque, se no prazo de 10 dias não tivermos resposta, iremos ao Tribunal Constitucional para que este intime o ministério a dizer quais são as instituições”, ressalvou.

O segundo prende-se com a marcação de reuniões que têm como objectivo resolver assuntos directamente relacionados com os professores. “Nós vamos tentar ver se o Ministério, de facto, vai marcar reuniões para resolver questões tão simples como o cumprimento de uma directiva comunitária que manda vincular os professores, as questões do amianto, as questões da preparação do próximo ano lectivo, o financiamento público dos colégios privados, é um conjunto de matérias que cada vez vai sendo maior”, sublinhou Mário Nogueira. 

Por volta das 15h30 decidiu-se que, como o Ministro da Educação Nuno Crato não ia marcar presença junto ao MEC por estar numa reunião no Palácio das Laranjeiras, os manifestantes dirigir-se-iam a esse local para lhe entregar o documento em mãos. No entanto, o acto foi recusado, pelo que Mário Nogueira teve apenas oportunidade para falar com a assessora de imprensa de Nuno Crato. 

Acerca de o facto de o Ministro da Educação marcar uma conferência de imprensa para a mesma hora em que deveria reunir com a FENPROF, Mário Nogueira pronunciou-se, “esta fuga do Senhor Ministro da Educação tem que ver com o facto de, não tendo respostas para nos dar, decidir fazer qualquer coisa na hora em que deveria ouvir os professores e a FENPROF.” Revelou que, para atenuar a pressão, Nuno Crato, que já não reúne com o sindicato desde o dia 22 de Março do ano passado, “marcou mais reuniões do que aquelas que tinha marcado nos últimos 6 meses.”

A reunião de 25 e de 28 de Fevereiro tem como objectivo a discussão do regime de concurso de vinculação extraordinária de professores. A reunião do dia 26 de Fevereiro com a Fenprof e a Federação Nacional da Educação (FNE) tem como mote a discussão de “três assuntos”, entre os quais “os currículos escolares, as actividades de enriquecimento extracurricular (AECS) e as questões da educação especial” e na reunião do dia 4 de Março, pretende-se discutir “as questões dos concursos”, sublinhou Mário Nogueira.  
  
Os manifestantes esperaram durante duas horas junto ao Junto à porta do Teatro Thalia. Um contingente policial avolumado estava presente.

 “O Sr. Ministro não pode estar um ano sem aparecer, mesmo falando de assuntos como a praxe que têm importância, mas que não são tão relevantes como o do Ensino Superior”, ressalvou Mário Nogueira.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Refugiados realizam sonho de aprender em português



Dotar os refugiados de conhecimentos de português que lhes facultem um acesso mais facilitado ao mercado do trabalho cá é o objectivo da formação que decorre até Março no Centro de Formação Profissional de Alverca.


Alpha Barry tem 22 anos, era professor de Química quando teve que fugir da Guiné-Conacri. Sonha com uma actividade relacionada com a sua área mas o primeiro passo tem mesmo que ser a aprendizagem da língua. “O meu sonho é saber falar bem a língua”, diz com um sorriso nos olhos. É um dos cerca de 30 alunos que escutam atentamente a formadora na sua primeira aula de português no Centro de Formação Profissional de Alverca. 


Estes são refugiados esperançosos de que as aulas de português lhes possam facultar um acesso mais facilitado ao mundo do trabalho. Alpha diz apenas que fugiu devido “aos problemas políticos no [meu] país”. Nota-se que não se quer alongar em mais explicações mas o estatuto de refugiado só é dado a pessoas que no seu país são “ perseguidas em virtude da sua raça, religião, nacionalidade, filiação em certo grupo social ou das suas opiniões políticas”, de acordo com a Convenção de Genebra de 1951, relativa ao Estatuto de Refugiado.

“São pessoas que têm dificuldades na compreensão da Língua Portuguesa, e a formação tem como objectivo ajudá-los a ultrapassar as dificuldades no português, durante as suas rotinas diárias”, afirma Sofia Ferreira, a única formadora do Instituto de Emprego e Formação Profissional de Alverca (IEFP). Apesar das dificuldades encontradas por algumas pessoas, a formadora, considera que “vontade não lhes falta”, que as pessoas estão motivadas e são “muito pontuais”.


A formação é obrigatória para a manutenção do Rendimento Social de Inserção. No caso de os refugiados faltarem o subsídio é suspenso. Acerca desta temática, Susana Marques, Directora de Serviços de Emprego e Formação Profissional da Delegação da Região de Lisboa e Vale do Tejo refere que “este trabalho não foi desenvolvido para testar a sua aceitação da formação profissional. É uma prática que decorre das obrigações dos candidatos enquanto perceptores de apoio social”, tratando-se somente de um processo burocrático aplicado também por outras instituições. 


O acordo celebrado entre o Instituto da Segurança Social, o Conselho Português para os Refugiados, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o Alto Comissariado Para a Imigração e Diálogo Intercultural e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa destina-se a abranger todos os refugiados e requerentes de protecção internacional titulares de autorização de residência, independentemente do ano da sua chegada a Portugal.


A formadora acredita que este género de programas tem uma importância acrescida, porque, para além da vantagem que os alunos têm em aprender a língua portuguesa são recebidos por alguém que os apoia. “Nós quando vamos para um país geralmente temos um amigo, alguém que conhecemos para nos receber e ajudar-nos. Eles não têm e precisam. Nós damos-lhes ferramentas para isso”, exemplifica com um brilho nos olhos.


Bambo Drame tem 18 anos e, tal como Alpha Barry, vem da Guiné-Conacri, onde a língua que usava no dia-a-dia era o francês. Apesar de reconhecer a dificuldade em aprender a língua portuguesa, acredita que no nosso país lhe pode oferecer “melhores condições de vida”. Quer aprender a nossa língua para trabalhar na agricultura. Sabe que se aprender bem o português, “vai ser mais fácil” entrar no mercado de trabalho. 


Gabriela Granito, técnica do IEFP e coordenadora da acção, sublinha a importância da aprendizagem da língua materna do país para facilitar a construção de um “projecto de vida.” O objectivo desta formação é “dar condições para que eles aprendam bem numa acção de ‘Português para Todos’ para que tenham uma aprendizagem do português e que possam integrar-se bem na nossa sociedade”, refere. 


O PPT tem como objectivo facultar um conjunto de conhecimentos indispensáveis a uma inserção de pleno direito na sociedade portuguesa à população imigrante. Pretende promover a capacidade de expressão e de compreensão da língua portuguesa e o conhecimento dos direitos básicos de cidadania, entendidos como componentes essenciais a um processo de integração adequado, com um conjunto de acções de formação em língua portuguesa. 


Esta formação teve uma duração de 150 horas ao longo das quais foram abordados seis tópicos distintos, cada um com 25 horas. Foram eles, “eu e a minha rotina diária”, “hábitos alimentares, cultura e lazer”, “o corpo humano, saúde e serviços”, “eu e o mundo do trabalho”, “o meu passado e o meu presente”, “comunicação e vida em sociedade”. 


Susana Marques, directora de Serviços de Emprego e Formação Profissional da Delegação da Região de Lisboa e Vale do Tejo, diz que “neste caso, estas pessoas foram sinalizadas para cursos de português mas há quem seja encaminhado para medidas activas de emprego [porque já dominam a língua] ”. Está prevista a extensão do programa a dois Centros de Emprego e de Formação Profissional em Lisboa, dependendo do número de candidatos que forem sinalizados.


“A aula está a decorrer muito bem” revela Sofia Ferreira acerca do primeiro dia de formação. “Eles estão muito motivados porque querem aprender”, ressalva a formadora. Exemplo de entusiasmo é Salifou Sylla, guineense de 19 anos. “Quero trabalhar na área da carpintaria ou da agricultura”, diz, com algumas dificuldades em se expressar, mas com entusiasmo. Para ele, o português é uma língua “fácil de aprender”.


O objectivo é que, no final, “eles [os formandos] estejam aptos a conseguirem preencher um documento e a fazer uma leitura de um horário. Estas são actividades que são simples para os nativos da língua, mas para eles é complicado”, sublinha a formadora. 


Além das aulas de língua portuguesa, as medidas de inserção dos refugiados incluem “a participação em programas de ocupação ou outros de carácter temporário, a tempo parcial ou completo, que favoreçam a inserção no mercado de trabalho ou prossigam objectivos socialmente necessários ou úteis para a comunidade”, explica Joana Matos do Instituto de Segurança Social. Este género de formações surgiu de uma “rede alargada de instituições para o acolhimento e a integração de refugiados com o objectivo de diminuir a exclusão social e promover a integração e o bom acolhimento da população em Portugal”.


A Guiné-Conacri, o Afeganistão, a Colômbia, a Somália, a Etiópia, o Congo, a Eriteia, o Irão, a Líbia, a Rússia, a Bósnia, a Bielorrússia, a Roménia e a Sri Lanka e a Arménia encontram-se entre os 15 países que o programa abrange. Os refugiados que são contemplados pelo curso que se vai prolongar até ao dia 26 de Março vivem, maioritariamente, nos arredores de Lisboa.

Refugiados iniciam aulas de português

Fonte:  http://www.publico.pt/sociedade/noticia/refugiados-iniciam-aulas-de-portugues-1622109

Começa esta segunda-feira em Alverca uma acção de formação de língua portuguesa destinada a cidadãos refugiados residentes em Portugal. 

O objectivo da iniciativa, que abrange uma centena de pessoas divididas por duas turmas e decorrerá no Centro de Formação de Alverca, é abolir as barreiras linguísticas que dificultam a inserção no mercado de trabalho. 

A formação é obrigatória para a manutenção do Rendimento Social de Inserção. No caso de os refugiados faltarem à formação – que se insere num protocolo entre o Instituto da Segurança Social, o Conselho Português para os Refugiados, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o Alto Comissariado Para a Imigração e Diálogo Intercultural e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa – ser-lhes-á suspenso o subsídio. O acordo destina-se a abranger todos os refugiados e requerentes de protecção internacional titulares de autorização de residência, independentemente do ano da sua chegada a Portugal.

A acção de formação resulta “da necessidade identificada no âmbito do acompanhamento social” e, por outro, “das expectativas demonstradas por alguns destes cidadãos”, diz Joana Matos, do Instituto da Segurança Social. “O domínio da língua portuguesa do país de acolhimento é uma condição transversal a qualquer vertente da integração de um cidadão estrangeiro”, refere ainda este organismo.
 
Os alunos que residem longe do local da formação vão ter apoio financeiro para transportes, que equivale ao valor do passe social, dependendo do local de residência de cada um. Além das aulas de língua português, as medidas de inserção dos refugiados incluem “a participação em programas de ocupação ou outros de carácter temporário, a tempo parcial ou completo, que favoreçam a inserção no mercado de trabalho ou prossigam objectivos socialmente necessários ou úteis para a comunidade”, explica a Segurança Social.