Assemelha-se
a uma casa, mas nunca o foi. O aspeto imponente e a ancestralidade do edifício
que se
ergue entre o rio Arunca, na ponte D. Maria, e a linha ferroviária que
atravessa Pombal, conta a história de um armazém multifuncional, que foi
edificado nos anos 30 do século passado.
Com
projecto datado de 1924 e assinatura do arquiteto Ernesto Korrodi, a Casa
Varela foi construída em
pleno centro histórico da cidade do Marquês. Pensada para fins habitacionais,
foi acolhimento, numa
fase inicial, do armazém “Varela & Irmão”. De armazém de vendas a retalho a
sala de ensaios, de Escola o principal comerciante da vila Industrial e
Comercial a sede da Associação
Desportiva de Pombal, o edifício teve inúmeras utilizações, e por lá já viu
passar vários
rostos.
Vista exterior da Casa Varela (década de 80/90) |
Nos
últimos anos tem servido para fins culturais, ocasionalmente. O futuro do edifício
está nas mãos da Câmara Municipal de Pombal (CMP), que quer dar uma nova vida
aos espaço, através
da dinamização de diversas actividades.
O imóvel é composto por cave, rés-do-chão, dois pisos e sótão, tem uma área de implantação ao nível da cave de 255 metros quadrados e uma área bruta de construção de 776.20. O espaço esteve essencialmente ao serviço dos setores secundário – indústria - e terciário – comércio e serviços, mas também albergou outras actividades de interesse público.
Foi Alfredo Dias Varela Pinto, reputado comerciante da vila, quem primeiro deu vida àquele que começou por ser um grande armazém de venda a retalho, com influência e clientes espalhados por todo o concelho e localidades periféricas, na zona interior da região.
O imóvel é composto por cave, rés-do-chão, dois pisos e sótão, tem uma área de implantação ao nível da cave de 255 metros quadrados e uma área bruta de construção de 776.20. O espaço esteve essencialmente ao serviço dos setores secundário – indústria - e terciário – comércio e serviços, mas também albergou outras actividades de interesse público.
Foi Alfredo Dias Varela Pinto, reputado comerciante da vila, quem primeiro deu vida àquele que começou por ser um grande armazém de venda a retalho, com influência e clientes espalhados por todo o concelho e localidades periféricas, na zona interior da região.
De “Varela &
Irmão” a “Armazém Varela & Filhos”
Fotos antigas cedidas por Vitor Varela |
Mais
tarde, já nos anos 50, a Casa albergou a escola Industrial e Comercial de
Pombal e a respetiva cantina.
Das funções multifacetadas do depois designado “Armazém Varela & Filhos” há
a destacar a
representação de marcas notáveis, como a Bayer, bem como de grupos financeiros,
onde se faziam
depósitos e pagamentos.
Estabelecia,
também, protocolos com agências de seguros. A atividade comercial abrangia uma vasta
gama de produtos e aí chegou- se a fazer torrefação de café, cevada e amendoim.
Mas a atividade no
armazém estava longe de se esgotar aqui; as parcerias com papelarias, drogarias
e outros estabelecimentos faziam as delícias dos clientes e promoviam a entrada
de receitas, dinamizando a economia local.
Nos
anos 80, a Casa Varela era já propriedade de Vítor Manuel da Luz Varela Pinto,
neto do anfitrião; nessa
altura foi sede de algumas empresas e do PPD (atual PSD) e do PS de Pombal.
Sabe-se, ainda,
que numa das últimas ocupações, serviu de restaurante e de talho.
Um
ano depois de ter sido adquirida pelo município de Pombal, por 279 mil euros, a
Casa dos Varelas foi classificada como monumento de interesse público,
recebendo depois importantes obras de reabilitação, seguindo
as características iniciais do edifício.
Têm
surgido várias ideias em torno do destino a dar ao edifício: “pousada da
juventude”, “hostel”
ou “espaço de co-work” foram algumas das propostas já apresentadas à CMP. Por
outro lado,
nos últimos anos, a “Casa Varela”
tem sido palco de espetáculos como
o “Partituras Insólitas”, em
2014, e de exposições que
homenagearam a emigração portuguesa
no âmbito do projeto
“Rupturas – história da emigração
portuguesa” durante as
Festas do Bodo, que decorrem na
cidade nos últimos dias do mês
de julho.
Com
uma história rica que se
cruza com a vida de Pombal, a
antiga loja de fazendas, que também
foi retrosaria e sala de ensaios
do “Conjunto Kinzé Varella”-
em 1966, uma das principais bandas
da região - prepara-se agora
para viver uma nova página
aos serviço do interesse público.
Casa Varela vai ser espaço versátil
A Câmara
quer transformar o antigo
armazém num espaço cultural
da cidade, ao abrigo de um
projecto que irá concorrer a verbas
comunitárias. Vítor
Varela, hoje com 82 anos
de
idade e último gerente do armazém,
acredita que “o espaço tem
de ser aproveitado pela CMP, nem
que seja para lá se colocar um
museu”, refere ao REGIÃO DE
LEIRIA.
“Fizeram
obras exteriores”, menciona
o ex-gerente da casa quando
relembra a data em que o
município adquiriu o espaço. Frisa
a boa localização de uma “construção
maravilhosa, um edifício
bem conservado”. A aposta
do município passa por requalificar
o interior com a instalação
de placas em betão armado,
rede elétrica, elevadores e
preparação da cave para ser
um espaço “destinado à restauração”.
Vista exterior atual do edifício |
Para
a autarquia, este é mais um
passo para a “revitalização da
frente ribeirinha” de Pombal. O
espaço vai receber as “obras que
têm um prazo de execução de
365 dias”, num projecto candidato
a apoios em “80% de financiamento
europeu, no âmbito do
Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano
(PEDU), Programa
Operacional Regional Centro
2020”. Ao abrigo desta candidatura,
o município irá investir cerca
de “765 mil euros” na
revitalização do edifício, de acordo
com nota de imprensa enviada ao REGIÃO
DE
LEIRIA.
A
cave edifício do será destinada à restauração, que
servirá as empresas e
os artistas que se venham a
fixar, mas também a comunidade local.
“A Casa Varela será um
espaço que terá uma função expositiva
e demonstrativa, um
local de produção cultural e
ainda um espaço de co-work, e
também de incubação de empresas”, destaca
o Presidente do Município Diogo
Mateus.