Natural do
Carriço, concelho de Pombal e distrito de Leiria, Lénia Simões tem 35 anos e reside atualmente em
Sion, Suiça. Foi em 2007, quando estava a terminar o curso de Anatomia Patológica,
que decidiu emigrar. Na altura, Portugal não lhe oferecia oportunidades de
trabalho na área de formação.
Com os pais a
residir na Suiça, foi com oito anos de idade que lá esteve pela primeira vez, por
isso não foi com surpresa que se deparou com uma nova realidade quando emigrou.
“Quando estava a terminar o curso vi que em Genéve existia uma escola
especifica de citologia, onde se formam pessoas de forma intensiva durante um
ano, obtendo-se, assim, a experiência necessária para trabalhar em citologia,
sem a formação continua no laboratório”, explica.
Lénia aproveitou o
facto de os pais morarem perto de Genéve para mudar o rumo à sua vida: “inscrevi-me
na escola de citologia e fui aceite. Durante essa formação tive a oportunidade
de estagiar em Sion e, no final do estágio, propuseram-me um emprego. Tendo em
conta a situação complicada em Portugal, aceitei e por cá fiquei”.
A residir atualmente em Sion,
Lénia não se arrepende das escolhas que tem feito. “Morar noutro país faz com que
vejamos outras culturas, e tenhamos outros horizontes”, acredita. No “inicio, quando vinha
a Portugal, fazia escalas noutras cidades Europeias. É muito interessante”,
destaca.
Da Suiça gosta
da centralidade na Europa, da diversidade de atividades que o país oferece e
das paisagens. “Moro a duas horas de Milão, Turim e a uma hora de Evian”, diz. Com o mar a cerca de quatro horas de distância,
aproveita as potencialidades da montanha “que oferece uma infinidade de opções,
entre o ski, as caminhadas, curvas para andar de mota, entre outros”. As
paisagens, essas, são maravilhosas: “em cada canto do país há um lago, e as
paisagens são fantasticas. É como se vivesse num postal”, realça.
E de Leiria, do
que sente saudades? As praias... é das praias que sente mais falta mas não só. Lénia também sente falta da “cidade em si e do estilo de vida que a acompanha. Adoro
ir à praça Rodrigues Lobo beber um café à tarde ou um copo a noite. A
gastronomia também deixa imensas saudades”, sublinha Lénia.
Por agora, Lénia
não faz planos futuros; apesar de os pais terem regressado a Portugal e de a
família estar toda por terras lusas, tem o coração na Suiça, pois, para além do
trabalho, apaixonou-se por um suiço. Apesar disso, continua aberta a todas as
oportunidades que a vida dá. "O meu namorado já disse que quando chegar
a reforma, quer ir morar para Portugal”, conclui.
Sion, Suiça
Área: 25,58 km²
População: 27 592 habitantes
Características: Sion é o centro económico e político de toda a região e é atravessada pelo rio Ródano.Possui dois castelos localizados em duas próximas uma das outras: La Valère e Tourbillon.Sion possui um património histórico e religioso datado desde os tempos medieviais até agora, como o Hotel de Ville e a Catedral da Nossa Senhora de Valére.
O melhor por lá...
Para Lénia, o melhor na Suiça é a diversidade. “Na Suiça vivem pessoas
de muitas nacionalidades diferentes, o que me permitiu conhecer várias culturas
ao mesmo tempo”.
O pior por lá...
“O preconceito” é, de acordo com a citotécnica, o pior do país.
O mais
surpreendente por lá...
“A relação com a natureza” é
para Lénia o mais surpreendente no país.