segunda-feira, 28 de abril de 2014

17 pessoas vítimas de tornados nos EUA


Os dois fortes tornados que atingiram o centro e sul dos Estados Unidos da América no domingo, por volta das 19h30 (hora local) mataram 17 pessoas, avança a agência AEF

No Arkansas morreram, pelo menos, dez pessoas. No entanto, as autoridades de algumas das cidades deste Estado acreditam que o número possa aumentar, até porque as localidades de Mayflower e Vilonia, a norte de Little Rock, ficaram totalmente destruídas. 

"Um bairro inteiro, com umas 50 casas, foi destruído. Muitos lares desapareceram completamente, excepto as fundações. Há mais devastação noutras partes do Arkansas", disse o legislador estadual, Tim Griffin, à Reuters.

O departamento de Gestão de Emergência de Arkansas anunciou 15 mortes relacionadas com a tempestade enquanto o serviço homólogo de Oklahoma afirmou que havia pelo menos duas vítimas mortais do tornado naquele Estado. 

“As nossas árvores caíram. Tínhamos uma caravana que foi arrastada até à casa e rebentou os vidros das janelas”, explicou um habitante.

“O centro da cidade parece ter sido completamente nivelado. Há poucos prédios parcialmente de pé, as tubulações de gás estão com grandes vazamentos”, afirmou James Farestone, prefeito da cidade de Velonia, Arkansas, ao canal CNN.

O serviço de meteorologia alertou os norte-americanos para o facto de serem esperados outros tornados, nos próximos dias, em todo o centro-sul dos Estados Unidos. 

Também o leste do Iowa, principalmente a cidade de Oklahoma, foi afectado por uma tempestade, onde pelo menos duas pessoas morreram. Este cenário deverá estender-se até à próxima terça-feira.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Manifestantes marcham entre o Marquês de Pombal e o Rossio para defenderem valores de Abril

Centenas de pessoas acorreram às ruas para protestarem contra as políticas do Governo e para darem voz aos valores democráticos conquistados há precisamente 40 anos. Em marcha da praça Marquês de Pombal ao Rossio, entre as 15 e as 19 horas, anónimos, inconformados, sindicalistas e políticos foram protagonistas das vozes que gritaram bem alto, a favor dos valores de Abril, durante a tarde desta sexta-feira.
Foi junto à rotunda do Marquês de Pombal que os manifestantes se concentraram
A defesa da escola pública, o direito à saúde e à igualdade de género são, nas palavras de alguns manifestantes, apenas três pilares sociais que só poderão sofrer alterações se o actual Governo se demitir e se for encontrada uma solução de esquerda que dê voz aos cidadãos. Esses objectivos só vão ser conseguidos se as pessoas saírem à rua e fizerem prevalecer a sua vontade sobre as políticas de direita. 
 
Joaquim Lopes tem 68 anos e, apesar de estar reformado desde 2011, é um exemplo de alguém que não se conforma. Saio à rua para defender os valores de Abril e exigir uma mudança que passa pela demissão do actual Governo. “Tenho participado noutras manifestações contra o Governo porque tem estado contra Portugal e contra os portugueses. Por isso é mais que justificável estar neste momento a comemorar os 40 anos do 25 de Abril porque parece-me que o actual Governo e o Presidente da República não têm nada que ver com o 25 de Abril”, explica. 

Realizar uma nova revolução apesar de ser, nas palavras do aposentado, uma utopia, parece ser uma solução razoável. A saída do Governo pelos métodos normais seria uma solução aceitável. “ Está completamente desligado da realidade portuguesa: progresso não é isto, isto é retrocesso e, portanto, as coisas deverão ser postas no seu devido lugar.” Apesar de ter sido eleito, o Governo deverá actuar em conformidade com o povo e não contra quem o elegeu.
Joaquim Lopes acredita que as mudanças começam pela saída dos mais jovens à rua
O ex-combatente na guerra colonial é da opinião de que os valores de Abril estão a ser violados pelo actual Governo e quase não há sector que escape, “o direito à saúde é aquilo que a gente vê. Tinha uma consulta marcada para o Hospital Pulido Valente no mês de Setembro; entretanto alguma coisa se passa, inclusivamente querem-no fechar. Eu recebi uma carta à muito pouco tempo para ir para Santa Maria e a consulta já passou para Janeiro”, exemplifica. 

Fala também acerca da educação e dos transportes: “o Governo investe nos privados e diz que não há dinheiro para a escola pública”. Quanto aos transportes, o tempo de espera é muito longo: “está-se uma hora à espera do autocarro aos fins-de-semana. Se perdemos um autocarro à meia-noite, só voltamos a ter outro às sete da manhã”. Acredita que está tudo a ser feito contra as pessoas e não a favor, o que seria de esperar de um Governo eleito pelos seus cidadãos. 

Para que a mudança se possa vir a concretizar gradualmente é preciso que as pessoas saiam à rua. O facto de os jovens ficarem em casa e de não se interessarem pelas questões políticas é uma das críticas de que Joaquim Lopes fala: “parece-me que esta praça esteve mais cheia de jovens no dia em que o Benfica ganhou o campeonato no domingo”, diz. Este é um dos motivos pelos quais “os governantes andam à vontade”. 
Para que a mudança se possa concretizar é preciso que as pessoas saiam à rua
Se houvesse mais pessoas na rua era muito mais fácil partir para a mudança, caso contrário volta tudo ao mesmo. “Os criminosos são soltos, o Governo está ligado de alma e coração e fisicamente ao BPN, o Presidente da República foi um dos que usufruiu com aquilo e depois uma série de amigos chegados a eles. A justiça faz por não funcionar.” As injustiças mantêm-se e são as pessoas mais fracas economicamente que acabam por ser prejudicadas, enquanto os mais poderosos continuam libertos: “o desgraçado que roubou uma galinha vai preso ou é-lhe aplicada uma multa de valor elevadíssimo”, explica.

Apesar de a afluência de jovens não ser tão grande como a que seria de esperar há quem saia à rua e partilhe, a par dos mais velhos, as mesmas preocupações. Elsa Severino tem apenas 19 anos, é estudante e pertencente à Juventude Comunista Portuguesa e é exemplo de uma jovem interessada. Saio à rua para defender os valores conquistados a 25 de Abril de 1974. “Este é o momento em que a juventude tem de defender os valores de Abril, seja o direito à educação, o direito à saúde e o direito ao trabalho”. Sentindo-se ameaçada de diversas formas, a juventude sai à rua lutar pelos nosso direitos e para afirmar Abril como os valores para o futuro.

Realça dois dos pilares que norteiam a luta da juventude comunista: o direito à educação e o direito ao trabalho. “As propinas aumentam, muitos dos estudantes do ensino secundário abandonam os estudos porque os pais não têm dinheiro para os ajudar no ensino superior, temos escolas degradadas, turmas com mais de 30 alunos, estudantes do ensino superior que abandonam todos os dias o ensino por não ter como pagar a alimentação e a habitação”, explica porque sai à rua. “Temos 42% de trabalhadores desempregados e aqueles que trabalham têm contratos precários.” Acredita que, por isso, e hoje mais do que nunca, todos devemos lutar pelos direitos e contra o ataque que temos vindo a sofrer por parte deste e dos antigos Governos.
Elsa Severino pertence à JCP e é da opinião de que o direito à educação e ao trabalho são fundamentais
Se pudesse dirigir-se ao presidente da República Cavaco Silva dir-lhe-ia para se demitir, tal como o diria ao Governo no seu todo. Aponta como solução para a saída da crise governamental, uma solução de esquerda: “o que nós precisamos é de uma política de esquerda e patriótica e só o PCP e a CDU, juntamente com os Verdes, é que poderão tirar o país desta miséria”. Apesar de acreditar que a solução passa pela mudança de ideologia política, Elsa Severino diz que só o povo na rua poderá provocar essa mudança.  “Não basta só a demissão do Governo; precisamos do povo na rua a exigir uma política de esquerda”, conclui. 

Em dia de protesto a União Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) não deixou de marcar presença. Almerinda Bento tem 62 anos é professora aposentada e membro da UMAR. Explica que todos os anos nesta altura a associação, que nasceu no pós-25 de Abril, sai à rua para relembrar os direitos das mulheres e para realçar e chamar a atenção para a prevalência do machismo e de atitudes discriminatórias na sociedade actual. 

“Nós precisámos de muitos anos para conseguir ver o aborto legalizado no nosso país e o papel da UMAR e de outras organizações de mulheres foi, de facto, muito importante, e por isso neste momento em toda a Europa está a haver um grande retrocesso dos direitos sexuais e reprodutivos, a UMAR, mais uma vez, quer estar na rua para relembrar que não há direitos adquiridos”, diz. Importa também sublinhar que “os direitos têm de ser conquistados, defendidos e aprofundados” pelo que nada pode ser dado como adquirido.
A UMAR luta pela igualdade de género e pela abolição do machismo
No trabalho, a precariedade e o desemprego imperam e é no género feminino que são mais notórios. “Entre as mulheres a precariedade é muito maior e, muitas vezes, com base na maternidade. Hoje em dia muitas jovens continuam a não ver o seu direito ao trabalho garantido, e a não serem empregadas porque podem vir a ser mães. Isso é uma violação total dos direitos humanos e das mulheres”, diz a professora reformada. “A precariedade, o desemprego, o abuso por parte do patronato relativamente aos direitos das mulheres é tremendo e nós queremos trazer na rua para a sociedade”, afirma acerca dos objectivos da associação.

O assédio sexual e moral no trabalho é cada vez uma realidade mais preocupante e que, por parte de quem é assediado é mais difícil de mostrar. “Este é outro problema que nós queremos colocar na agenda. Movimentos sociais e pessoas que defendem que é tão importante preservar a democracia e a liberdade”, diz.

Quanto à forma de contornar o problema, defende que “as soluções passam muito pela mobilização das pessoas e por não deixar cair estes problemas no esquecimento. Estamos juntos a outros movimentos sociais no sentido de dar corpo a outros sectores que nesta situação de grande precariedade e de ataque generalizado à democracia e à liberdade, é importante estarmos na rua por isso”.

Almerinda Bento acredita que os valores de Abril têm de ser "conquistados, defendidos e aprofundados"
Joana Sales, 33 anos, partilha a mesma opinião da colega. A técnica na UMAR defende que a luta pela liberdade, pela democracia e pelos direitos das mulheres deve ser uma constante. Neste momento, depois do 25 de Abril, há muitos direitos que ainda continuam a ser violados. A técnica na UMAR exemplifica: “há mulheres que continuam a ser despedidas por estarem grávidas, as mulheres receberem menos que os homens, mesmo desempenhando as mesmas tarefas, as tarefas domésticas ainda recaem muito mais sobre as mulheres.”

Também a violência doméstica é um parâmetro a ter em conta, já que os números não são nada animadores. “A violência doméstica mata cerca de 30 ou 40 mulheres em Portugal por ano”. Em suma, a desigualdade de género e o machismo estão muito latentes na sociedade portuguesa. Embora muito tenha evoluído depois do 25 de Abril, a sociedade portuguesa é ainda sexista. “Devido à crise, estamos a recuar ao nível dos direitos das mulheres”, diz a técnica da UMAR.

Para que exista mudança é preciso abolir o sexismo e promover a igualdade entre todas as pessoas. “No fundo é sempre uma questão de mudança de mentalidades, de novas políticas inclusivas, verdadeiramente sociais: tem de haver uma mudança ao nível das políticas, seja em Portugal ou ao nível da União Europeia. Deve também haver um esforço na consciencialização para a mudança das mentalidades”, conclui.
Joana Sales é técnica na UMAR e acredita que a mudança deve começar por uma modificação nas mentalidades
A manifestação que se alongou durante toda a tarde contou com a presença de alguns políticos, entre os quais o presidente da associação 25 de Abril Vasco Lourenço, o secretário-geral do PCP Jerónimo Sousa e os coordenadores do Bloco de Esquerda João Semedo e Catarina Martins.  
 
Também marcaram presença nos manifestos várias organizações sindicais entre as quais a CGTP, a UMAR, a JCP, a MURPI e a SPGL. Ao longo da jornada ouviu-se o ressoar da canção revolucionária Grândola, Vila Morena, a exortação à revolução com gritos como “a luta continua, Abril está na rua” e “o trabalho contra o capital, camaradas mantemo-nos unidos porque é nossa a vitória final”.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Atlético de Madrid e Chelsea lutam por vaga na final da Liga


O Atlético de Madrid e o Chelsea disputam, nesta noite, a primeira semi-final da Liga dos Campeões europeus.
  
O Atlético de Madrid, que chega pela primeira vez em 40 anos, a esta fase, defronta em casa, o campeão europeu da Champions de 2012.
  
Para os apoiantes brasileiros, este poderá ser o duelo entre o atacante brasileiro espanhol Diego Costa, principal destaque do Atlético de Madrid na temporada, e o zagueiro David Luiz. O brasileiro do Chelsea elogiou na passada segunda-feira, em entrevista conjunta, a força do Atlético Madrid, actual líder do campeonato espanhol, mas lembrou o bom futebol que o clube inglês vem apresentando.
  
Em campo estarão o zagueiro Miranda e o lateral esquerdo Filipe Luís, pelo Atlético de Madrid; Ramires, Óscar e William são os principais destaques do Chelsea.
  
A próxima semifinal da Liga dos Campeões da Europa acontece amanhã entre o Real Madrid e o Bayern de Munique, atual campeão da competição.