terça-feira, 29 de dezembro de 2015

37 Mil Euros para o parque de lazer e desporto

O Lar da Felicidade localizado em Meirinhas foi uma das 54 instituições a ver a candidatura ao projecto “Sénior Mais Ativo” aprovado. O valor de cerca de 37 mil euros atribuído pelo programa “Mais Para Todos” permitiu a construção de um parque exterior de lazer adaptado às necessidades pessoas idosas bem como a de uma churrasqueira anexa ao edifício, e uma mini-horta que servirá os tempos de lazer e de convívio dos utentes.

“A nossa instituição não tinha condições para criar um espaço de desporto e de lazer. Os idosos estavam limitados ao espaço interior. Conseguimos, através dos financiamentos, aproveitar três zonas: uma zona de lazer, uma de ginástica e uma de horta e de churrasqueira”, afirmou a directora da instituição, Cristina Ribeiro, reportando-se à candidatura que fez em Dezembro do ano passado.

O projecto “Sénior Mais Activo” permitiu construir um parque de desporto com máquinas adequadas aos idosos e às suas dificuldades motoras, bem como uma zona de lazer com churrasqueira. Desporto, lazer e um espaço de agricultura são actividades que o projecto permitiu oferecer aos utentes. “Temos um utente que apenas tinha apoio domiciliário mas começou a vir para o Centro de Dia devido à vertente do desporto”, sublinhou Cristina Ribeiro.

“Penso que este projecto tem todo o interesse para os idosos. É algo que fazia falta para que eles tivessem um espaço de lazer, para que saíssem do interior do edifício, principalmente nos dias soalheiros”, justificou o presidente da Junta de Freguesia de Meirinhas Avelino António. “Esta foi uma candidatura bastante oportuna”, acrescentou.

A obra, que ficou concluída em inícios de Setembro deste ano, quer permitir a “angariação de novos utentes e quer ser o aval para o bem estar físico, motor e psicológico”, declarou Cristina Ribeiro. Por sua vez, o Presidente da Direção da associação Lar da Felicidade, Américo Ferreira, afirmou que “foi uma grande ajuda e uma grande ideia da comissão que agarrou este grande projecto. É preciso olhar mais para a terceira idade”, concluiu.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Dia Internacional do Voluntariado celebrado em Pombal

O Banco de Voluntariado “Dar as Mãos” assinalou o dia Internacional do Voluntariado, que foi celebrado no passado dia 05 de Dezembro. No evento, que decorreu na sexta-feira, 27 de Novembro, no mini-auditório do Teatro-Cine de Pombal, esteve presente o Presidente da Associação “Comunidade Vida e Paz”, Henrique Joaquim. A partilha de experiências de voluntários pombalenses mereceu a atenção do público.

“Potenciar o desenvolvimento da sociedade civil, melhorar serviços de voluntariado e promover acções de formação” foram alguns dos objectivos com que foi assinado o protocolo para iniciar o banco de voluntariado “Dar as Mãos”, em Pombal, em Fevereiro de 2012. O psicólogo Paulo Marques é o responsável por este projecto da APEPI.

Para falar sobre o voluntariado, Henrique Joaquim, o Presidente da Associação “Comunidade Vida e Paz”, que presta apoio aos sem-abrigo em Lisboa começou por questionar o papel do voluntário. Falou, ainda, no facto de o voluntário ter sempre um interesse associado à sua acção, sendo que “o ser humano age pelo que ganha mais e perde menos”.

Com 27 anos de idade, a Comunidade Vida e Paz mobiliza, neste momento, 550 voluntários e 120 colaboradores remunerados. “O voluntariado é o cimento que nos une como humanidade”, frisou Henrique Joaquim, Por sua vez, frisou ainda a importância de “educar consciências para que a indiferença diminua”. 

A responsável pela área de negócio de recursos humanos do Grupo CH, Carolina Leite, levou a debate o conceito de “voluntariado corporativo” cujo objectivo é “reflectir e promover a responsabilidade social”. Este tipo de voluntariado é exercido durante as horas de trabalho, implica gratuitidade e responsabilidade e consiste num “conjunto de iniciativas realizadas por empresas no âmbito de responsabilidade social, tendo em conta as competências dos funcionários em prol do bem-estar geral”, explicou.

No fim, o voluntário pombalense Abílio Sintra e o médico Válter Santos partilharam as suas experiências enquanto voluntários, o último na Delegação Centro da Associação Alzheimer Portugal e o primeiro como o braço direito de pessoas idosas acamadas. 

domingo, 20 de dezembro de 2015

O Natal, os jantares e as outras coisas boas

Dezembro é um mês igual a tantos outros só que com mais publicidade agressiva e consumismo. Contudo, este tem sido um mês diferente de todos os outros. Este tem sido, para mim, o mês repleto de coisas boas. Começando pelos jantares, passando pelas pessoas que tenho conhecido e terminando nas trocas de olhares intensas, tem sido um mês recheado. Um Dezembro sem igual. 

Tudo começou no passado dia 9, o primeiro jantar de Natal de um dos meus trabalhos. Aconteceu numa noite gélida de Dezembro, na Quinta de Sant'Ana. Um buffet que incluiu uns copos a mais e umas piadas "secas" foram a receita ideal para aquecer o bom ambiente que prevaleceu, na noite, após um dia de trabalho árduo. Foi bom conviver com pessoas que se vêem todos os dias mas que mal conhecemos. Foi bom sentir o "à vontade" alheio à rotina do quotidiano. Foi excelente renovar amizades e fortalecer laços. Foi assim, o serão de 9 de Dezembro.


Na sexta feira seguinte, 11, foi tempo de dar largas à criatividade na festa de Natal dos pequenitos da EB1 de Vicentes. Os mais velhos tiveram a oportunidade de apreciar o trabalho preparado com afinco, de professores e de alunos. Claro que, a par das representações teatrais, dos poemas decorados em dois dias e das danças treinadas em poucas horas com a professora de educação física, não faltaram músicas em inglês para desejar as Boas Festas na festa daquele início de noite. Os aplausos fizeram-se ouvir longamente, demonstrando o contentamento dos familiares. Gostei imenso de participar, pela segunda vez consecutiva, num evento que tanto diz a pequenos e graúdos.

Depois foi a vez do jantar dos adultos, organizado pela Junta de Freguesia de Pombal, onde estiveram presentes todos os funcionários daquela entidade. Eu, a Noémia, a Cláudia e todos os outros professores das Actividade de Enriquecimento Curricular (AEC's) não recusaram o convite para estarem presentes num jantar, que mais do que de Natal, foi de convívio e de confraternização. Sem demoras e com alguma moderação diverti-me à "brava". O "Pai Natal" disfarçado de Pedro Pimpão (ou o Pedro Pimpão disfarçado de "Pai Natal"?), levou sorrisos e presentes aos mais novos. Tive a oportunidade de conhecer colegas com quem nunca tinha falado e de conviver com as que já conheço há uns meses.

Agora... Agora, agora!... Estou a "ressacar" do jantar de aniversário da Noémia da noite passada. Depois de um dia de muito trabalho formal e informal, desfrutei de uma noite sem igual. Depois de ter sido a última convidada a chegar, dei-me de caras com pessoas totalmente estranhas. Levei a cabo uma surpresa premeditada à aniversariante: com uma notas desafinadas, presenteei-a ao tocar os "Parabéns", e depois, uma "Noite Feliz"! E depois... foram os copos e o álcool disfarçado do licor Beirão... E depois... um fim de noite maravilhoso!

A manhã e meia tarde de hoje foram passadas a trabalhar, mas agora é tempo de descanso e de reflexão. Estou a adorar um mês que, normalmente, nem me diz muito, mas que me tem deixado feliz estes últimos dias. Mais do que bens materiais, tem-me dado um imenso preenchimento d'Alma. Mais jantares e outras surpresas se avizinham e, claro, espero que 2016 traga, além de toda aquela lista de pedidos infindáveis, típicos das invariáveis resoluções de Ano Novo, paz(es), saúde(s) e alegia(s).

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

D. Dinis Park Eventos promete criar harmonia entre edifício e natureza

A ideia de construir um espaço de organização de eventos que privilegiasse a partilha simultânea entre a natureza e uma infraestrutura surgiu há cerca de seis anos. A cargo do engenheiro civil de 40 anos, Dinis Martins, a D. Dinis Park Eventos abriu no sábado, 21, e quer ser um espaço de convívio e uma mais-valia para a freguesia de Abiúl.

“Queria oferecer às pessoas um espaço onde pudessem ter contacto com a natureza e usufruíssem de infra-estruturas que dessem apoio quando vêm de fora”, afirmou o gerente Dinis Martins, acerca de um espaço que quer diferenciar-se por uma oferta distintiva. “Há seis anos andamos a tentar melhorar o local”, frisou.

O feedback da população tem sido muito positivo, já que esta infraestrutura é “uma mais valia na freguesia de Abiúl e no concelho de Pombal”, acrescentou o responsável. “Todas as pessoas que vieram visitar o espaço elogiaram-nos por conseguirmos obter uma solução que não existia muito perto”, sublinhou. Já há marcações para 2016 e os baptizados, os casamentos e outros eventos de índoles semelhantes são os que constam dos serviços prestados pela D. Dinis Park Eventos. “Este é um espaço de organização de eventos, quer sejam no interior, quer sejam no exterior do edifício”, continuou.

No que se refere à danceteria, ao bar e à restauração, “j já fomos abordados várias vezes para organizar eventos. Quanto à passagem de ano realizá-la-emos só em 2016”. Neste momento já foram levados a cabo, “ao nível do exterior, jogos radicais, já que temos um parceria com a Radical Aventura e com a Culnatur”, frisou a forma como dinamizam o espaço, “que é de todos”.

“Temos cinco hectares de terreno e uma construção de 400 metros quadrados de edificação”, referiu Dinis Martins. Expandir e melhorar o espaço, recuperar uma casa antiga e construir novos bungalows, são os objectivos do responsável. “Queremos proporcionar às pessoas que vêm de fora um espaço onde possam dormir”, afirmou. “Também é um objectivo futuro construir uma piscina, para que os visitantes tenham algo que lhes chame à atenção”, continuou.

“Em termos de acessibilidades temos estado em conversações com a Câmara Municipal e com a Junta de Freguesia de Pombal, já nos foi dito que iriam começar a resolver a questão dos acessos”, continuou. No que se refere ao balanço de seis anos de actividade, o gerente declarou que foram de “muito trabalho, dedicação e empenho”. O espaço funciona às sextas à noite como danceteria, aos sábados como bar e os restantes dias estão reservados a eventos por marcação, mas na época de Verão a intenção é abrir durante mais tempo. “Se vierem visitar o nosso espaço, de certeza que vão voltar. É um espaço que oferece muita natureza às pessoas”, concluiu Dinis Martins.

O último evento a ter lugar no D. Dinis Park Eventos foi o encontro de equipas cinotécnicas de Bombeiros no dias 11, 12 e 13 de Dezembro, num convívio aberto ao público. 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

“Fui despertando uma curiosidade em (re)imaginar aquilo que me rodeava”

É designer e viveu os primeiros anos de vida na Ilha. Neste momento é em Leiria que dá vida à marca de design de moda, “Noise Goods”. Filho de Maria Rosário Pereira e de Manuel Fernandes, Pedro Fernandes, de 32 anos, fala da sua formação, do gosto que nutre pelo design e de como é possível dar a volta à crise económico- financeira que ainda assola muitos negócios.

“Desde muito novo e com o gosto pelo desenho, fui despertando uma curiosidade pela criação e em re-imaginar aquilo que me rodeava”, começou por explicar o designer acerca do gosto que nutre pela área da moda. “Todos pensamos num mundo melhor e acho que, com o desenho, eu percebi que era mais fácil imaginar novas possibilidades”, continuou.

Não se assume como uma pessoa “socialmente activa” na Ilha, mas sabe que todos sabem quem ele é. Pai e mãe são conhecidos na aldeia: “a minha mãe é a Maria do Rosário Pereira, da famílias dos Helenos, e o meu pai é o Manuel Fernandes; muitos lembram-se dele pelo seu contributo no futebol da Ilha e de outros clubes da região de Leiria”, frisou Pedro Fernandes.


Licenciado em design de equipamento pela Escola Universitária das Artes de Coimbra - ARCA, lançou-se ao projecto “Noise Goods” nos finais de 2013. “Começou como um projeto pessoal, sem objectivos comerciais. Explorava a criação de acessórios, carteiras e outros pequenos objectos de bolso”, começou por explicar. As motivações pessoais impulsionaram o negócio. “Achei que poderia melhorar a oferta do mercado, procurando criar melhores condições para um produto mais honesto e com materiais mais naturais”, afirmou. “Perceber que as outras pessoas acreditavam no mesmo que eu, foi a aceitação de que precisava para trabalhar numa marca”, sublinhou.

Neste momento a “Noise Goods” está sedeada na Ilha, mas a sua acção abrange toda região centro e vai além-fronteira. Depois da ideia, a empresa foi estabelecida em 2014, com a ajuda de Nuno Pinto e de Armindo Alberto, ambos da Ilha.“A pesquisa dos materiais, todo o processo de manufatura, e, mais tarde, a publicação dos resultados online foi a combinação que me levou a crer que os pequenos objectos de bolso  faziam sentido para outras pessoas. As pessoas começaram a querer o produto antes de ser um objecto comercial”, continuou o mentor do projecto.

Revolucionar o mundo da publicidade e da moda não é um objectivo do designer. Quer, por sua vez, dar respostas a necessidades que o mercado não dá. “A maioria da indústria, internacionalmente e de quase todas as áreas, está deslocada das motivações das pessoas de dentro e de fora das empresas ou marcas”, justificou. Na era da Internet, as pessoas dispõem de todas as informações à distância de um clique e, portanto, “se as entidades corporativas não descobrirem porque é que fazem o que fazem, porque é que acordam de manhã para trabalhar naquilo que fazem, não vão conseguir convencer ninguém a adquirir os resultados”.

Um negócio com os olhos postos além-fronteiras

À semelhança de muitos outros jovens que iniciam um negócio próprio, também Pedro Fernandes trabalhou como designer e ilustrador em algumas zonas do pais. “Trabalhei numa fábrica de móveis em Soure como designer. Depois, como ilustrador independente em Lisboa, e, recentemente, numa empresa de importação de produtos promocionais em Cantanhede, como designer”, disse.

A “Noise Goods” funciona, actualmente, como uma sociedade, com o mentor Pedro Fernandes e os sócios Nuno Pinto e Armindo Alberto. “Na gestão da empresa estou apenas eu, o único funcionário, mas conto com a ajuda de artesãos de Alcanena, Manteigas e Braga para obter materiais e mão-de- obra.

No que se refere aos clientes, são maioritariamente do sexo masculino, vivem em grandes metrópoles, de que são exemplo, Nova Iorque, São Francisco, Londres, Amesterdão e Tóquio. Estes consumidores “têm um gosto mais fundamentado, estão informados e actualizados relativamente às tendências e às correntes da moda”.

Quanto a desafios, como a marca é “muito nova e precisa de se afirmar”, colocá-la “nas grandes metrópoles mundiais é o grande desafio neste momento para conseguir essa afirmação”, revelou Pedro Fernandes.

“Arriscar é perceber que a crise abala qualquer negócio, são as pessoas que sofrem e precisamos de todos para a combater. Temos de contribuir para uma sociedade que não é para nós, é para todos”, afirmou, em jeito de conclusão, o designer. “À medida que vou avançando fico mais convencido de que contribuir para os que nos rodeiam é melhor do que retirar”, finalizou.

Para ficar a conhecer melhor a “Noise Goods” e os productos e serviços que oferece, basta aceder ao site http://noisegoods.com/.

domingo, 6 de dezembro de 2015

O Natal e os constantes apelos ao consumo desmedido


Chegou Dezembro que, consigo, trouxe as luzes cintilantes, os cheiros estonteantes e os sons melódicos nas músicas que se fazem ouvir na rádio, na cidade. Chegou o mês da gratuitidade, do voluntariado, do dar sem esperar nada em troca. Chegou o mês do nascimento do menino Jesus e da chegada do Pai Natal, tão ansiado pela crianças, durante todo o ano. Chegou o mês que nos lembra como é importante ajudar o próximo sem ter, necessariamente, de tirar dividendos das boas acções. Chegou o mês do frio insuportável e da lareira aconchegante. Chegou o mês de pedir desculpa a alguém que magoámos. Chegou o mês de agradecer a quem nos fez o bem e de esquecer as mágoas que os inimigos nos infligiram. Chegou o mês em que tudo é bonitinho.

Mas como não há bela sem senão, chegou o outro lado de Dezembro. O mês, por excelência, do consumismo. O mês dos extravagantes jantares e das compras desmedidas. O mês do subsídio de Natal que, sem queremos, gastamos num estalar de dedos. O mês em que pensamos na mães, no pai, nos irmãos, nos tios, nos primos, nos avós e nos netos. Mas esquecemos-nos que eles existem durante todo o ano. O mês em que, vezes sem conta e mais do que o habitual, somos constantemente "bombeados" com publicidades de perfumes, de roupas, de brinquedos e de bombons. A publicidades, mais agressivas que nos outros meses do ano, entram-nos casa a dentro e sem pedir autorização pela Internet, pela televisão, pela rádio, pelo tablet e pelos demais mais que possam imaginar (e de que não me recordo agora).

E este é o lado menos natalício do Natal. O lado do consumo desmedido e das compras precipitadas. Comprar como se não houvesse amanhã e não esquecer as prendas do cão e do gato são algumas regras que reinam na cabeça de algumas pessoas. Ok. Há coisas que estão em promoção e, por isso, ficam mais baratas. Ok. Fica sempre bem dar a tal prendinha para que o amigo não se esqueça, ou como forma de agradecer o facto de estar, o ano todo, ao nosso lado. Mas, caramba! Há limites para a decência. E, apesar de saber que as promoções dos supermercados são sempre um chamariz ao consumo, não percebo como é que, durante a semana, certas superfícies comerciais estão, literalmente, "às moscas" e, aos fins de semana, quase não se consegue entrar. Pessoas, distribuam-se!

E é assim que acontece o consumismo desmedido. Numa altura em que as pessoas supostamente vivem em 'crise' e não têm dinheiro para os bens básicos à sobrevivência. E assim se vive num Natal de contrastes: aquele, em que, por um lado, é suposto ser uma época de solidariedade, de gratuitidade e de dar sem esperar nada em troca e o outro, o "Natal" do consumo desmedido e dos gastos precipitados e desnecessários. - Ah, e tal. Mas 'tá em promoção. E? - Se não preciso não sou "obrigada" a levar. Será a necessidade que obriga? Ou a publicidade que cria as necessidades que, na realidade, não existem e que, realmente, obrigam?

Eu cá fico-me na minha. Adoptando a filosofia da lista de compras, tento não me deixar levar por publicidades, além de manipuladoras e, por vezes, falaciosas, desnecessárias à minha sobrevivência e à minha felicidade. E não me considerem uma moralista ou (pior que isso, falsa moralista). Exponho somente aquilo que sinto nesta época e a tristeza por sentir que, infelizmente, para muita gente, o Natal, o verdadeiro Natal! Sim, esse Natal do fazer o bem e do dar sem esperar nada em troca não acontece todos os dias... Ou melhor, nem no DIA DE NATAL, existe! Afinal "Natal não é em Dezembro/ Nem noutro dia qualquer/ Natal é sempre que o Homem/ Sempre que o Homem quiser"...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

122º aniversário recebeu banda brasileira em Vermoil

A celebração do 122º aniversário da Sociedade Filarmónica Vermoilense (SFV) contou com uma convidada especial, a Banda Municipal De Laranjal Paulista. Os 400 lugares da sede da filarmónica foram insuficientes para sentar o público. No fim e de acordo com as palavras do presidente Filipe Leitão, o balanço do concerto e do intercâmbio foram “muito positivos”.



“O intercâmbio foi uma experiência que marcou a SFV, as famílias de acolhimento e os músicos. Acredito que esta história ainda está a meio. Não poderá ser de outra forma”, afirmou o presidente Filipe Leitão frisando a importância da partilha de culturas. Foram 23 as famílias vermoilenses que acolheram os músicos brasileiros, durante uma semana, em suas casas. “Desde domingo, 15, temos vivido momentos únicos”, destacou Filipe Leitão acerca da experiência de intercâmbio.

Foi há três anos que o maestro da SFV, na altura Paulo Clemente e o da Banda Municipal De Laranjal Paulista, Fluvio Scarme se iniciaram na aventura dos intercâmbios que, mais tarde, se estendeu às respectivas bandas e que, neste momento, está a dar os seus frutos. 

“Esta é uma forma de demonstrar que a música não tem nacionalidade”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Pombal, Diogo Mateus, aquando do momento das intervenções. Por sua vez, esta foi a primeira vez que uma banda do Brasil esteve em Portugal e no concelho de Leiria. O presidente da Junta de Freguesia, Ilídio da Mota, não ficou indiferente ao trabalho da banda, afirmando que esta “é a embaixadora da cultura da Freguesia de Vermoil”.

Além do concerto e do almoço de aniversário de domingo passado, 22, a celebração do aniversário da banda iniciou com a abertura da exposição fotográfica “Momentos...” e a actuação do projecto de Jazz, no domingo, 15 e na quarta-feira, 19, respectivamente, ambos na sede da Banda. Na sexta à noite, 20, o Teatro-Cine de Pombal foi presenteado com um concerto conjunto das duas bandas. Na segunda-feira, 23, realizou-se o magusto de despedida da Banda Laranjal Paulista na sede da SFV.

A SFV é constituída por 42 músicos, 85% destes com menos de 15 anos. No que se refere aos projectos da instituição, a “introdução do zumba, as aulas de ginástica e de artes marciais, o projecto de Jazz, a música para crianças dos três aos cinco anos, o centro de explicações” são as valências deste ano, “sempre com a preocupação de encontrar soluções para a nossa comunidade”, destacou Filipe Leitão. Para já, está em estudo a possibilidade de ir além-fronteiras:“temos a intenção de trilhar um caminho no intuito de sermos recebidos pela Banda Laranjal Paulista, quem sabe no seu 14º ou 15º aniversário”, concluiu o presidente.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

"O envelhecimento é um dos maiores desafios do Serviço Social”

Assistente social na Ilha há 17 anos e com uma vida dedicada às pessoas, Maria Eduarda Duarte tem 44 anos e já trabalhou em algumas zonas do país, como Alentejo ou Porto de Mós. Natural de Chão de Couce, é licenciada em Serviço Social pela Universidade Miguel Torga, em Coimbra. Ao RodIlha falou sobre a importância da actividade e os desafios que enfrenta no dia-a-dia. 



RodIlha: Apesar de residir em Pombal, é à Ilha que tem dedicado o seu trabalho. A que mudanças tem assistido desde há 17 anos até aos dias de hoje, na localidade onde labora?

Maria Eduarda Duarte (MED): A sociedade em geral está em mudança. O conceito de família tradicional já não é o mesmo, com o desemprego e a emigração assistimos a um maior número de famílias monoparentais. O envelhecimento da população cresce a passos largos, não só porque são os mais jovens a emigrar, mas também devido à redução da taxa de natalidade. Os filhos saem cada vez mais tarde da casa dos pais, têm filhos mais tarde e apenas têm um ou dois. Também o aumento da esperança média de vida está a aumentar contribuindo para a total inversão da pirâmide de idades. A humanidade enfrenta o maior envelhecimento da história. Passámos de muitos netos e poucos avós para muitos avós e poucos netos. Por outro lado, vivemos numa sociedade marcada pelo medo, pelo individualismo, e estes factores desencadeiam insegurança, ansiedade e depressão.

RodIlha: Quais são os principais desafios com que se depara, actualmente, ao nível do serviço social?

MED: Numa sociedade em profunda mutação, onde as regras e valores já não possuem a mesma rigidez de há uns anos, será um dos principais desafios do serviço social na transição em que se encontram as sociedades actuais, o de contribuir como uma alternativa, em termos de visão teórica e prática interventiva, pautada por princípios éticos e por um olhar responsável sobre o mundo, cruzando várias vertentes, sem esquecer a singularidade individual. Outro grande desafio será no domínio das políticas sociais, dado que as respostas têm de ser cada vez mais diversificadas e o trabalho a realizar tem que ser executado e reflectido de um ponto de vista multidisciplinar. Também perante a realidade do envelhecimento das populações, as sociedades deparam-se com o problema de não saberem o que fazer aos que atingem idades avançadas, com tudo o que isso implica, aumento do número de pensionistas, evolução das incapacidades, doenças crónicas e doenças fortemente incapacitantes, as doenças degenerativas. As implicações do envelhecimento por si só representam um dos desafios mais importantes deste século e, nomeadamente, do serviço social.

RodIlha: Neste momento trabalha em que instituição? Com que faixas-etárias? 

MED: Em 1998 quando conclui a Licenciatura tive conhecimento de uma vaga para Assistente Social nesta instituição e concorri, contudo, não cheguei a tempo. A vaga tinha sido preenchida no dia anterior. Nesta altura eu já tinha colocação no Alentejo e foi lá que iniciei a minha prática profissional. Um ano depois a Direcção do Centro Social contactou-me para saber se tinha disponibilidade para vir trabalhar na Ilha. Aceitei de imediato. Quando cheguei em Março de 1999 esta instituição desenvolvia o apoio à população idosa na freguesia da Ilha, Guia, Mata Mourisca, Carriço e Carnide, através de duas respostas sociais: Centro de Convívio e Serviço de Apoio Domiciliário. Devido ao empreendedorismo e empenho na acção social por parte da Direcção da instituição, ainda no mesmo ano passamos a ter Centro de Dia e Centro de Actividades de tempos Livres que incluíam as férias na praia no mês de Julho. Esta actividade ainda hoje se mantém estando aberta a todas as crianças da comunidade. Em 2002 foram abertas as novas instalações do Centro Social, construídas de raiz e a abertura da Creche. Em 2012 esta instituição abriu portas a uma Estrutura Residencial Para Pessoas Idosas. A minha prática profissional é hoje mais abrangente pelo aumento de respostas que a instituição integra.

RodIlha: O serviço social é uma escolha ou uma vocação?

MED: Sem dúvida uma vocação. O meu pai gostaria que eu fosse enfermeira, mas não me sentia vocacionada e por mais que tentasse enganar os testes psicotécnicos, eles recaiam sempre na área social. Também cheguei a pensar ir para o ensino, mas tive uma professora de história que me desencaminhou. 

RodIlha: O serviço social é fulcral na vida das pessoas. Quais são os principais desafios e obstáculos com que se depara um assistente social actualmente?

MED: O Serviço Social é uma disciplina científica no âmbito das ciências sociais que tem como objectivo estudar e agir com vista à diminuição das condições de desigualdade, promovendo a justiça social e a cidadania. Por outro lado, o Assistente Social é um profissional especializado na área das ciências sociais e humanas que recorre a procedimentos específicos e age com o propósito de identificar e resolver os problemas dos indivíduos e da comunidade. Perante a sociedade contemporânea, pensar o serviço social é sobretudo pensar as condições e os pressupostos inerentes à sua readequação e pertinência a esta sociedade. O compromisso com a mudança, no sentido do desenvolvimento e da justiça social, e a abertura à inovação constituem o ponto central de um serviço social capaz de se afirmar como elemento estratégico na construção de sociedades alternativas, sócio-economicamente justas e equilibradas. Os recursos são cada vez mais escassos e as necessidades cada vez maiores.

RodIlha: Na sua opinião, que características deve reunir um bom assistente social, para que responda positivamente às tarefas a que se propõe?

MED: Um Técnico de Serviço Social deve ter sensibilidade social, deve ter convicção e confiança nas pessoas e nas suas capacidades de realização e resolução de problemas, o assistente social deve ter capacidade para a motivação e estimulo. Por outro lado, é um profissional que deve ter aptidão para o relacionamento humano, na medida em que vai trabalhar com pessoas, deve possuir maturidade humana, distanciamento, pragmatismo e criatividade, capacidade de avaliação e estratégia.

RodIlha: Se pudesse, o que mudaria hoje na sua profissão?

MED: Muita Coisa. As origens do serviço social têm por base princípios humanitários e democráticos. As principais preocupações centram-se na satisfação das necessidades humanas e tem como principal objectivo provocar mudanças sociais e trabalhar para potenciar o bem-estar e a realização pessoal dos indivíduos, tendo como pano de fundo a justiça social. Contudo, a profissão terá passado alguns períodos conturbados, nomeadamente pelas conjunturas sociais e pelas mentalidades um pouco deturpadas, uma vez que o serviço social foi durante muitos anos confundido com o assistencialismo. A formação, a evolução e a afirmação do ensino da profissão, com licenciatura e mais tarde o doutoramento, têm contribuído para uma melhor especialização e profissionalização dos assistentes sociais. Há sempre alguma coisa a mudar.

sábado, 21 de novembro de 2015

”A Cor do Poema” associa pintura à escrita


Quem passar pela galeria do café-concerto de Pombal, até ao final de Janeiro, encontra a exposição que associa os poemas de José Adalberto às telas de Lídia Carrola, “A Cor do Poema”. O amor é o tema vigente em cada verso e que inspira os quadros da pintora. 


“Leonardo Da Vinci disse um dia que a pintura era a poesia silenciosa e foi, de facto, muito fácil juntar a poesia à minha pintura”, começou por explicar a pintora Lídia Carrola. E foi assim que, pela primeira vez, o poeta José Adalberto e a pintora Lídia Carrola associaram os versos às telas. “Dos poemas que ele escreve e que estão no livro, escolhi alguns e pintei uma imagem falada sobre eles”, destacou.  

O amor é o tema predominante: “José Adalberto escreve sobre as pequenas coisas da vida: o mar, as gaivotas ou o amante que pensa na amada que está longe” frisou a artista. Cada quadro tem uma mensagem diferente e o objectivo da autora é o de que o quadro fale não só a si, mas também às pessoas que visitam a exposição. “Apesar de transmitirem mensagens semelhantes, cada um dos quadros me fala de uma forma diferente”, sublinhou Lídia Carrola. 

E quanto às fontes de inspiração? “Na altura em que comecei a pintar fui beber a vários estilos. Gosto muito do impressionismo de Marc Chagall e de Van Gogh e do surrealismo de Salvador Dalí, que não tem nada que ver comigo. Não sigo corrente nenhuma, apenas tenho técnicas que vou aplicando. Mas confesso que uma das minhas correntes preferidas é o impressionismo”, explicou a pintora.

“Ao sair de um internamento, inspirei-me nas expressões das pessoas com que me cruzei num hospital, para pintar”, assumiu a artista acerca daquilo que, no dia-a-dia mais a inspira. As pedras da calçada, os minerais, os granitos e as pequenas coisas do quotidiano são os elementos onde a pintora se inspira.

No que se refere ao significado que a pintura tem para a autora, fala “de um prazer que se não o tivesse estaria muito triste”. Os trabalhos acabam por assumir significados diferentes para as pessoas: “um quadro, para mim, é um companheiro que me faz pensar e reflectir, apesar de poder ser horrendo ou feio”, continuou a pintura. “Um quadro não pode ser uma peça morta”, frisou ainda.

“Li e reli os poemas para pintar os quadros desta exposição”, declarou a pintora. A pintura de sentimentos que não se transmitem por palavras é um das coisas que Lídia Carrola mais gosta de retratar: “o prazer, o amor, a dor que acontecem no dia-a-dia”. A pintora admite que não tem prazos para terminar as telas: “depende do quadro que pinto. Em média demoro cerca de um mês”. 

Trabalhar muito antes de expor é o conselho que a pintora quer deixar aos aspirantes à profissão. “É preciso pensar muito o quadro e a tela para se mostrar. É uma actividade em que não se pode parar, pois se isso acontecer, perde-se a mão. É um trabalho que exige esforço e dedicação”. Não há uma técnica ou um estilo ideal para todos: “acaba por ser um trabalho de tentativa-erro”.

Um ano e três meses foi o tempo que passou até que os 15 quadros estivessem prontos a expor. Por agora o objectivo é levar a exposição a outras cidades, assumindo um carácter itinerante. “Apesar de não termos datas estipuladas, já sabemos em que cidades vamos expor, em Portugal e no estrangeiro. O meu desejo é que sejamos tão bem recebidos quanto fomos na inauguração da exposição em Pombal”, concluiu.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Jogos Ecológicos deram o mote às comemorações do Eco-Escolas

O Dia Internacional Eco-escolas, que decorreu na segunda-feira, 09 de Novembro, recebeu uma atenção especial no Colégio João de Barros, localizado em Meirinhas. À semelhança das comemorações que sucederam em anos anteriores, os objectivos foram os de sensibilizar a população estudantil para a importância da preservação do meio ambiente e desenvolver as actividades preparadas pelos estudantes envolvidos no projecto dinamizado pela professora de ciências naturais, Cláudia Ferreira.

“Esta é um data muito importante para nós. Aproveitámos para hastear a bandeira do Eco-escolas hoje”, revelou a professora. “Este ano resolvemos envolver os vários alunos da escola nas actividades preparadas pelos elementos envolvidos no clube do ambiente: desenvolvemos jogos tradicionais associados à vertente ecológica, como o jogo da força, o jogo do limbo, o jogo do estica, um jogo de perguntas e respostas, entre outros”, continuou a responsável pelo clube do ambiente.

Foi com a orientação da professora Cláudia Ferreira que as propostas de actividades foram levadas a cabo. “Até os cartuchos das castanhas foram elaborados por eles”, revelou a docente. “Este é um dia muito importante: é o futuro do meio-ambiente que está em jogo e eles [os alunos] são o nosso futuro. É muito importante que tenham uma consciência sustentável”, afirmou a professora.

As actividades, organizadas pelos alunos do projecto eco-escolas com idades compreendidas entre os 13 e os 15 anos, tiveram, no fim, um balanço muito positivo. “Eu penso que as actividades correram muito bem. Todos os alunos se divertiram; desde os participantes aos organizadores. E isso valeu muito a pena”, sublinhou Cláudia Ferreira. 

O clube do ambiente

Orientado pela professora de ciências naturais Cláudia Ferreira, o clube funciona duas vezes por semana, às segundas-feiras das 12h40 às 13h30 e às quintas-feiras das 8h30 às 9h15. “É um clube que já existe há vários anos, os alunos conhecem, e têm vontade de pertencer”, declarou a responsável. O clube está aberto a todos os alunos, desde que tenham horário compatível. 

E o que fazem? “Preparamos actividades que tentam dinamizar a escola, organizamos projectos de solidariedade, com a recolha de tampas e a recolha de papel, contamos com a colaboração das turmas e fazemos a contagem para que saibam qual é a turma que está à frente em termos de materiais recicláveis”, continuou a docente. Por sua vez, os materiais recicláveis recolhidos são doados a instituições para projectos solidários.   

Quanto aos projectos organizados pelos elementos do clube, haverá, em breve, “uma palestra para os alunos do 5º e 6º ano sobre a reciclagem. Mais à frente teremos uma palestra sobre a alimentação saudável e, os alunos, gostariam ainda de fazer outra em que abordassem o problema do bullying”, revelou a docente. Normalmente o ano lectivo fecha com chave de ouro: “organizamos uma visita de estudo só com os alunos do clube. De manhã fazemos a limpeza da praia e jogos desportivos no Osso da Baleia e, à tarde, passamos pelo Parque Aventura da Figueira da Foz”, finalizou Cláudia Ferreira. 

domingo, 15 de novembro de 2015

Banda Filarmónica Ilhense soprou as velas pela 91ª vez

Eram 21h29 de sábado, 7 de Novembro, quando o som das trompetes rompeu o silêncio do Salão Paroquial da Ilha. Aos poucos, as madeiras e outros metais aliaram-se à musica, o que resultou num concerto com mais de uma centena de espectadores. 

A voz de Serenela Duarte e o ressoar do acordeão de Carina Sousa juntaram-se à banda para presentearem o público com um espectáculo que respondeu aos níveis de qualidade e de exigência que são já esperados pelos amantes desta arte. “Este é um projecto de continuidade. Estamos sempre a tentar evoluir para sermos melhores, apesar de sabermos que nem sempre é possível devido à grande onda de emigração”, começou por explicar o presidente da Banda Filarmónica Ilhense, Nilton Leopoldo. 


Com cerca de 50 músicos e uma faixa etária compreendida entre os 10 e os 57 anos, uma das prioridades na banda é cativar pessoas mais jovens para a aprendizagem da música. “É difícil cativar miúdos a ingressar na filarmónica, num momento em que a diversidade de oferta é muito vasta”, continuou o presidente. “Através dos concertos tentamos fazer com que os mais velhos tragam os mais novos”, disse. Por outro lado, “temos em estudo a ideia de fazer um ensaio aberto, para que as crianças possam experimentar os diferentes instrumentos”, desvendou.

Mas não é só os mais novos a quem pretendem levar a música: “este ano, às quartas à noite, temos uma turma com oito adultos”. Por sua vez, Nilton Leopoldo, explicou que “o objectivo é proporcionar um contacto diferente com a música às pessoas que não tiveram a oportunidade de aprender quando eram crianças”. Apesar de as inscrições já terem fechado, ainda há oportunidade para quem quiser ir assistir a uma aula.

“As filarmónicas têm evoluído muito ao nível nacional. Somos uma banda que consegue fazer este tipo de concertos, coisa que não se pensava fazer há uns anos”, frisou o director da instituição. As surpresas da noite foram o eclodir de um trabalho constante e do cumprimento da “pontualidade britânica” incutida pelo maestro aos músicos. 

No que se refere aos projectos para a Banda Filarmónica, pretende-se criar mais ensembles para além do de trompetes, os “Sinuata”, bem como divulgar a banda cá dentro e lá fora. “As pessoas que aparecem com o folheto do concerto de aniversário, no estrangeiro, são amigos ou ex-músicos”, contou o director, sobre o projecto da divulgação da banda no Facebook. “Nós somos todo o mundo e todo o mundo é nosso também.” A promessa ficou no ar: “espero que consigamos fazer uma emissão em directo do concerto no próximo ano para os que estão lá fora”, prometeu Nilton. Quanto aos sócios, pretende-se cativá-los através de “protocolos com empresas para que as pessoas tenham descontos na saúde". 

O balanço do concerto foi, nas palavras de Nilton Leopoldo, muito positivo. “A Banda Filarmónica da Ilha tem mostrado ao longo dos tempos que tem qualidade e sabe o que faz. As pessoas gostam de boa música”, finalizou o presidente.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Rita Guerra (en)canta com estreia de "No Meu Canto"

Já perdeu a conta às vezes em que actuou em Pombal, mas presenteou a cidade, no âmbito das comemorações do Dia do Município, com o arranque da Tour dos 30 anos de carreira, "No Meu Canto". Entre os sucessos mais recentes daquela que é considerada uma das melhores vozes portuguesas estão o álbum "Sentimento", lançado a 24 de Setembro de 2007 e que, actualmente já Disco de Ouro; o prémio Top Choice Award, na categoria de Top International Female Singer 2009, que tem por base a votação da comunidade portuguesa residente no estrangeiro, em 2009;  e a edição do álbum "Luar", em 2010. Com 48 anos de idade, Rita Guerra aventura-se, pela primeira vez, no mundo da composição. O Aqui há Notícia falou com a cantora sobre o concerto e acerca do sucesso.

Ana Isabel Mendes (AIM) - Pombal foi a cidade escolhida para Rita Guerra começar a Tour dos 30 anos de carreira. Que balanço faz da noite do espectáculo no Teatro-Cine?

Rita Guerra (RG) - Toda a gente nos recebe muito bem, tanto no Norte como no Sul. Sei que cá por cima há uma vontade muito grande em que eu esteja presente, embora me tenha mantido, ultimamente, pelo Sul do país. Fomos recebidos com um calor muito grande. Estrear aqui foi bom, pois as salas estão muito bem apetrechadas acusticamente, o piano é maravilhoso, o som estava óptimo, a sala estava cheia de pessoas que participaram [no concerto] quando tinham de o fazer, e, apesar de estar um pouco doente, penso que correu bem.

AIM - Como e quando surgiu o gosto pela música, em geral e pelo canto, em particular?

RG - Pela música em geral surgiu em casa por grande influência dos meus pais e dos meus irmãos, pois lá sempre se ouviu música a toda a hora, de várias origens. O meu pai gosta muito de música sinfónica e a minha mãe de música clássica, especialmente de óperas e de operetas. Os meus irmãos gostam muito de pop e de rock. Sempre houve muita música lá em casa e, daquela toda que havia, gostava muito de algumas que me influenciaram ao longo do percurso artístico. Sou sensível à música, sou sensível às boas composições. Cantar começou como brincadeira de criança nas escadas do prédio, onde tinha uma melhor acústica. Cantava tudo e mais alguma coisa: Os Abba, bocadinhos de Ópera, Elton John, entre outros, de que nem me lembro bem.

AIM - Em que estilos musicais se inspira para escrever as suas músicas? Tem alguma preferência num estilo ou num cantor em particular?

RG - Nas baladas rock e na música pop em geral. Em termos de cantores, confesso que me inspiro em artistas internacionais como Lara Fabian ou George Michael. Em termos de artistas nacionais, o Agir, o Paulo de Carvalho e o Rui Veloso são aqueles que estão entre as minhas preferências. 

AIM - Ao longo dos anos tem vindo a evoluir e a promover o seu trabalho cá dentro e lá fora. Quais são os principais ingredientes para se chegar ao Disco de Ouro?

RG - Aconselho que quem cante seja persistente, que o faça por amor à camisola e à música e não com o objectivo de se tornar figura pública e vedeta. Uma coisa é ser-se bom músico e outra é ser-se famoso. Pode ser-se famoso pelas razões erradas. Por isso, o que quer que façam, façam-no o melhor que puderem, sempre com humildade porque para aprendermos devemos ouvir os outros e não nos acharmos os detentores da razão. Ao nível bocal, é importante ter um bom acompanhamento profissional, uma boa colocação e uma boa respiração para não fazer asneiras. 

AIM - Neste último single, qual é a música que elege?

RG - Não vou eleger nenhuma. Se o fizesse escolheria o meu tema, a minha primeira composição, "No Meu Canto". Retrata o meu estado de alma numa tarde; marca o início da fase enquanto compositora, daí ser tão importante. Mas para mim todas as músicas são igualmente valiosas, embora sejam diferentes umas das outras. 

AIM - Em 2011 lançou o álbum "Retrato", e cantou com Michael Bolton no Pavilhão Atlântico e no Coliseu do Porto, interpretando Over the Rainbow e Make You Feel My Love. Em 2012 participou nos discos de Mastiksoul, com o tema I Can Feel Your Love, e de Mickael Carreira, com "Volto a Ti" . Qual é o segredo para se atingir o sucesso?

RG - Ser-se persistente, não desistir à primeira dificuldade, ser-se verdadeiro e ter-se muito amor ao que se faz. 

Texto e fotos: Ana Isabel Mendes

terça-feira, 10 de novembro de 2015

"Sejam realmente bons profissionalmente mas nunca descurem os valores humanos"

Tem 24 anos mas já é notícia por ter sido aprovada com a melhor nota ao nível nacional no exame de estágio da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução. Com 17 valores, a jovem solicitadora admite que, quando pensou em ingressar na universidade, Solicitadoria não foi a primeira opção. Marlene Santos fala sobre as metas já atingidas e os planos que tem para o futuro.

Ana Isabel Mendes (AIM) - Terminado o ensino secundário, concorreu ao superior. Qual foi a sua primeira opção? O que se imaginava a fazer na altura?

Marlene Santos (MS) - Sempre tive uma grande propensão para as nobres causas e, à medida que fui pensando naquilo que realmente gostava de exercer a nível profissional, decidi que teria de ser algo direccionado para essa vertente. Tinha feito voluntariado no Centro de Acolhimento Temporário de Crianças e também no Lar de Idosos Rainha Santa Isabel, da Santa Casa da Misericórdia de Pombal, e ambas as experiências me deram mais certezas de que seriam as áreas de Educação Social ou Serviço Social que pretendia seguir no ensino superior. Nessa sequência, a minha primeira opção foi Educação Social, a segunda Serviço Social e, só depois, Solicitadoria, tendo ficado logo excluídas as duas primeiras, dado que não tive vaga em 2ª fase.

AIM - A área social estava entre as suas opções. Já pensou, de alguma forma, conciliar os dois gostos que tem: a Solicitadoria e a Educação Social?

MS – Posso dizer que não estruturei essa conciliação. Acho, no fundo, que a minha vontade de ajudar o próximo pode ser feita através da minha profissão, como solicitadora, auxiliando os que pouco ou nada compreendem de leis, a ter acesso a elas e a exercerem os seus direitos. No entanto, sempre quis ir para os países subdesenvolvidos fazer voluntariado, nomeadamente dar aulas, e não deixo, de todo, essa hipótese de parte. Contudo, recordo sempre o que uma professora de ciências do nono ano me dizia: “não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar o mundo de alguém” e, por isso, é bom tentarmos fazer essa diferença naqueles que vivem mais próximos de nós ou que nos procuram.

AIM - Quando soube o resultado da candidatura, como lidou com a entrada na licenciatura em Solicitadoria? Foi uma surpresa? Como se sentiu na altura?

MS – Confesso que mal. Chorei muito, bati o pé porque não queria ir para um curso que nem sequer sabia do que tratava. Foi uma noite emocionalmente difícil aquela em que soube os resultados das colocações. Não foi uma surpresa propriamente dita já que sabia que o número de vagas restantes para a 2ª fase das colocações, nas minhas duas primeiras opções, eram muito reduzidas e a minha média de secundário não era nada de especial (14 valores, na área de Ciências e Tecnologias). Fiquei desiludida por não ter conseguido a primeira opção, ou a segunda pelo menos, e culpei-me porque poderia ter feito melhor no ensino secundário.

AIM - Já tinha tido algum contacto prévio com o mundo da Solicitadoria antes de ingressar no curso?

MS - Nenhum. Desconhecia completamente que portas é que esse curso poderia abrir e como estava o mercado de trabalho nessa área. Acabei por confiar no que a minha irmã mais velha me dizia quanto àquela profissão: que traria certamente mais oportunidades do que uma licenciatura na área social, e na verdade ela tinha razão, pois estou orgulhosa da minha opção.

AIM - Obteve a melhor média no exame final do estágio, ao nível nacional, de 17 valores. Como foi recebida a notícia por si e pela sua família?

MS – Todos sabiam que seria aquele o dia em que seriam publicados os resultados e a curiosidade e os nervos eram constantes. Mas eu sabia que passava, apesar de no primeiro dia de exames, um deles não me ter corrido muito bem (eu achava que não me tinha corrido bem e foi no que obtive melhor nota 18,25 valores). A minha primeira preocupação foi ver a nota da minha companheira de estudos e amiga – Leandra Lopes – pois estava preocupada, e fiquei radiante com o facto de ver a palavra “Aprovado” na lista. Depois é que fui verificar o meu resultado e efectivamente fiquei muito contente, mas só me apercebi que era a melhor nota a nível nacional mais tarde. Analisei as grelhas, vi as notas dos meus colegas da ESTG, fiquei triste por alguns que reprovaram, e então foi aí que verifiquei que realmente tinha sido a melhor. Lá em casa ficaram todos muito contentes e orgulhosos, embora cada um expresse à sua maneira. Acho que a expressão que mais ouvi foi “Não é nada que me surpreenda!”. Eles sabem que sou muito exigente comigo, e acaba por não ser uma surpresa. Não sei se isso é bom ou mau.

AIM - Agora quer terminar o mestrado ao mesmo tempo que trabalha num gabinete de Solicitadoria. Onde trabalha actualmente? Quais são os seus planos futuros?

MS – Não trabalho num gabinete de Solicitadoria. Actualmente trabalho no escritório do Dr. Jorge Canelas, advogado em Pombal, há mais de 20 anos, e que teve um papel muito importante na minha obtenção destes resultados, pois desenvolvi algumas capacidades no contacto com a vida prática, e também alguma astúcia e perspicácia na consulta dos vários códigos. O mestrado trazer-me-á o grau que necessito para atingir um dos meus objectivos futuros: leccionar, numa(s) área(s) do Direito. Pretendo também, a longo prazo, estabelecer-me num escritório com alguns amigos de confiança, que serão certamente excelentes parceiros de trabalho, de modo a criar um gabinete de excelência e seriedade.

AIM - Que conselhos quer deixar a aspirantes a solicitadores?

MS – Batalhem pela melhor média na licenciatura em primeiro lugar. Não se resignem a notas baixas, não pensem em ser iguais a tantos outros, ser a “ovelha negra” nem sempre é mau, aliás, neste contexto fui uma ovelha negra com bastante sucesso. Mas nunca deixem de parte os vossos valores e ideais: não compitam com os colegas, mas convosco; mantenham o espírito de entreajuda e de partilha. Sejam realmente bons profissionalmente mas nunca descurem os valores humanos.

AIM - Quais são os principais ingredientes para se atingir o sucesso?

MS – Para mim sucesso não tem que ver somente com inteligência. É muito mais que isso! O principal ingrediente para o sucesso será, na minha opinião, a exigência! Sermos, em primeiro lugar, exigentes connosco. Claro que à exigência estão associadas outras características como a persistência, a dedicação, o esforço, a paixão e a fé.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Filarmónica celebrou 148 primaveras

Os instrumentos aliaram-se à dança e ao canto para abrilhantarem o serão de centenas de pessoas que passaram pelo Teatro-Cine de Pombal, na noite do sábado, 17 de Outubro, para se associarem às comemorações das 148 primaveras da Filarmónica Artística Pombalense. Os sorrisos de satisfação do público e dos músicos revelaram que, no fim, o balanço foi bastante positivo. 



Participação da FAP dança envolveu alunos de Patrícia Valente
Do pop ao rock, passando pelo popular e pelo tradicional. De géneros musicais para todos os gostos se realizou o concerto do 148º aniversário da Filarmónica Artística Pombalense (FAP). Com quase século e meio de existência, a instituição continua a cativar jovens motivados e predispostos a manterem a tradição de uma das instituições mais antigas da cidade. 

A primeira parte do concerto foi dedicada ao trabalho que Patrícia Valente, professora na FAPdança, realizou com os seus alunos. Os alunos da FAP dança, juntamente com a professora Patrícia Valente, fizeram as delícias da primeira parte do concerto. "O ensino da dança, com a recém criada FAP dança, conta com as valência de ballet, dance fusion, sapateado, jazz e hip-hop", mencionou um dos elementos da direcção, Piedade Machado, aquando da apresentação das valências da instituição.

A voz de Cristina Loureiro encantou todos os presentes
"A filarmónica tem participado, actualmente, em concertos, encontros de bandas e festas populares, contribuindo para que se preservem as tradições da instituição junto das massas populares", revelou Piedade Machado, aquando da uma das intervenções daquele serão. Mas não é só de instumentos e de dança que vive a filarmónica: a estas valências junta-se o canto, disciplina leccionada por Cristina Loureiro, directora pedagógica do Conservatório David de Sousa, que (en)cantou na segunda parte do concerto, a par da filarmónica e do maestro e solista  em saxofone soprano César Ramos.  

Actualmente, o ensino de música mantém "a sua Escola de Música, que se dedica ao ensino e ao aprefeiçoamento música, mantém uma parceria com os regimes articulados, livres e supletivos com o Agrupamento de Escolas de Pombal e Gualdim Pais, e o projecto de música no jardim de infância, que leva a música aos mais pequeninos", informou Piedade Machado. 

O sax-soprano de César Ramos fez as delícias do público
Entre as distinções recebidas pela instituição estão a da "Região de Turismo de Leiria - Rota do Sol, com medalha de prata, destinada às colectividades com mais de 100 anos de existência" e a da "Câmara Municipal de Pombal com a medalha de prata da cidade pelos serviços prestados ao ensino, aperfeiçoamento e divulgação da música", afirmou Piedade Machado aquando das intervenções durante o Concerto de Aniversário.

sábado, 7 de novembro de 2015

No dia de S. Martinho, vai um passeio(zinho)?

Dizia ontem o Instituto do Mar e da Atmosfera que hoje as temperaturas iriam atingir um valor superior a 20ºC. Comprova-se, não fosse esta a antevéspera do dia de São Martinho. Comemorada anualmente a 11 de Novembro, esta é uma das celebrações que marca o Outono e a tradição diz que é com “castanhas, pão e vinho” que se assinala a data num magusto.

Mas, afinal, que história é essa?


                                                                  DR
Reza a lenda que, certo dia, um soldado romano chamado Martinho, estava a caminho da sua terra natal. O tempo estava frio e o soldado encontrou um mendigo que tremia por não ter o que vestir, num dia tão gelado quanto aquele. Este pediu-lhe esmola: Martinho rasgou a sua capa em duas e deu uma parte ao mendigo. De repente, o frio parou e o tempo aqueceu. Acredita-se que este acontecimento sucedeu enquanto recompensa por Martinho ter sido bom para o mendigo. O bom tempo prolongou-se por três dias.

A tradição do Dia de São Martinho manda que se assem castanhas e que as acompanhem por um bom vinho, normalmente água-pé ou jeropiga, produzido com a colheita do Verão anterior. Como diz o ditado popular, “no dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”. Por norma, na véspera do dia 11 de Novembro, o tempo melhora e o sol aparece, tal como sucedeu na lenda. 

De acordo com alguns autores, como José Leite de Vasconcelos e Ernesto Veiga de Oliveira, a realização dos magustos remonta a uma antiga tradição de comemoração do Dia de Todos os Santos, onde se acendiam fogueiras e se assavam castanhas. 

E se o tempo melhora nos dias que antecedem o de São Martinho, porque não fazer algo diferente ou original? Ok, ok. Bem me apetecia ir à praia. Contudo, algumas tarefas domésticas gritam mais alto e a preguiça tende a reinar depois de uma manhã solarenga de trabalho. Portanto, além do tal magusto, porque não dar uma volta até lá fora e cuidar do jardim que, tão bem, embeleza o exterior de casa?