domingo, 15 de novembro de 2015

Banda Filarmónica Ilhense soprou as velas pela 91ª vez

Eram 21h29 de sábado, 7 de Novembro, quando o som das trompetes rompeu o silêncio do Salão Paroquial da Ilha. Aos poucos, as madeiras e outros metais aliaram-se à musica, o que resultou num concerto com mais de uma centena de espectadores. 

A voz de Serenela Duarte e o ressoar do acordeão de Carina Sousa juntaram-se à banda para presentearem o público com um espectáculo que respondeu aos níveis de qualidade e de exigência que são já esperados pelos amantes desta arte. “Este é um projecto de continuidade. Estamos sempre a tentar evoluir para sermos melhores, apesar de sabermos que nem sempre é possível devido à grande onda de emigração”, começou por explicar o presidente da Banda Filarmónica Ilhense, Nilton Leopoldo. 


Com cerca de 50 músicos e uma faixa etária compreendida entre os 10 e os 57 anos, uma das prioridades na banda é cativar pessoas mais jovens para a aprendizagem da música. “É difícil cativar miúdos a ingressar na filarmónica, num momento em que a diversidade de oferta é muito vasta”, continuou o presidente. “Através dos concertos tentamos fazer com que os mais velhos tragam os mais novos”, disse. Por outro lado, “temos em estudo a ideia de fazer um ensaio aberto, para que as crianças possam experimentar os diferentes instrumentos”, desvendou.

Mas não é só os mais novos a quem pretendem levar a música: “este ano, às quartas à noite, temos uma turma com oito adultos”. Por sua vez, Nilton Leopoldo, explicou que “o objectivo é proporcionar um contacto diferente com a música às pessoas que não tiveram a oportunidade de aprender quando eram crianças”. Apesar de as inscrições já terem fechado, ainda há oportunidade para quem quiser ir assistir a uma aula.

“As filarmónicas têm evoluído muito ao nível nacional. Somos uma banda que consegue fazer este tipo de concertos, coisa que não se pensava fazer há uns anos”, frisou o director da instituição. As surpresas da noite foram o eclodir de um trabalho constante e do cumprimento da “pontualidade britânica” incutida pelo maestro aos músicos. 

No que se refere aos projectos para a Banda Filarmónica, pretende-se criar mais ensembles para além do de trompetes, os “Sinuata”, bem como divulgar a banda cá dentro e lá fora. “As pessoas que aparecem com o folheto do concerto de aniversário, no estrangeiro, são amigos ou ex-músicos”, contou o director, sobre o projecto da divulgação da banda no Facebook. “Nós somos todo o mundo e todo o mundo é nosso também.” A promessa ficou no ar: “espero que consigamos fazer uma emissão em directo do concerto no próximo ano para os que estão lá fora”, prometeu Nilton. Quanto aos sócios, pretende-se cativá-los através de “protocolos com empresas para que as pessoas tenham descontos na saúde". 

O balanço do concerto foi, nas palavras de Nilton Leopoldo, muito positivo. “A Banda Filarmónica da Ilha tem mostrado ao longo dos tempos que tem qualidade e sabe o que faz. As pessoas gostam de boa música”, finalizou o presidente.

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