quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Sobre Reciprocidade.

Voltei, ao fim de algum tempo sem escrever por aqui. Hoje venho falar sobre R-E-C-I-P-R-O-C-I-D-A-D-E.  É tão fácil pronunciar e parece tão difícil de praticar... Porquê?


No dicionário online Priberam encontro a seguinte definição para esta palavra: 

re·ci·pro·ci·da·de
(latim reciprocitas, -atis)
nome feminino

1. Carácter do que é recíproco.

2. Mutualidade.

Passemos ao ponto 2, o da Mutualidade. Falamos de retribuir aquilo que recebemos "na mesma moeda". É agradecer em forma de ação, não só de palavras, o que outro nos ofereceu ou fez por nós. Reciprocidade é sobre Amor, é sobre Apreço, é sobre Zelo, é sobre Consideração.

E é tão fácil fazer, mas infelizmente, cada vez mais raro de se ver. Porquê? Porque achamos que o outro tem alguma obrigação ou está em dívida para connosco? Porque nos colocamos num pedestral tal que nos consideramos superiores e mais merecedores do que os outros? Porque não ser agradecido e recíproco se isso é tão fácil?

Claro que a reciprocidade pode ter dois lados: o bom, alicerçado no respeito, no amor, no apreço e na consideração pela boa ação do outro e o mau, alimentado pela raiva, pelo desgosto, pela desilusão em relação a algo que um terceiro nos tenha feito. Prefiro alimentar a reciprocidade boa e, em relação ao que é mau, aprendi que o melhor é remeter-me ao silêncio e à indiferença. Essa é a arma mais eficaz.

Afinal, tudo o que desejamos ao outro, a nós volta em dobro. Por isso desejo que, quem me fez mal no passado, seja feliz com as escolhas que faz no presente. Desejo que quem vive na escuridão encontre a luz e que quem se sente "perdido" encontre uma orientação. Se não recebermos do outro uma benção, será uma lição. 

Na minha perspetiva, a RECIPROCIDADE não é nada mais nada menos, do que uma relação de casualidade entre dois eventos consecutivos. Escolho sempre a reciprocidade e a mutualidade boas em prejuizo da vingança, do desamor, da raiva e do ódio.