domingo, 18 de dezembro de 2022

Fotografias Que Perpetuam Momentos Felizes

 "3, 2, 1, SMILE!". Os movimentos paralisam, os sorrisos abrem-se e o flash dispara. O momento é aquele e fica gravado para a posterioridade para ser recordado um dia mais tarde. As fotografias servem para isso mesmo, perpetuar momentos felizes. Contudo, nem sempre estamos felizes quando somos "captados" pela fotografias e lá forçamos um "Sorriso Amarelo" para ficar bem e não parecer mal. 

 Mural nos Jardins do Palácio de Cristal
As fotografias captadas pela lente de uma câmara profissional ou por uma pequena lente de telemóvel são a prova de que, efetivamente, melhor ou pior, aquele momento aconteceu. Estas nem sempre espelham o que vai na alma de quem para elas sorri, pois por vezes esse tal sorriso pode ser forçado por via das circunstâncias. Não somos obrigados a estar sempre felizes, muito menos no momento em que dispara o flash. Contudo, queremos perpetuar momentos felizes que, não raras vezes, não passam de uma fachada. 

Podem ser selfies ou fotografias captadas por terceiros. O que interessa é que o momento fique registado, como se quisesse congela-lo. Felizes ou tristes esforçamo-nos para esboçar aquele sorriso que "fica bonito". Mais uma vez, nada mostra a fotografia o que vai no coração da pessoa que é fotografada por si mesmo ou por outro. 

Agora já não se "revelam" fotografias de rolo como há 20 anos se fazia. Agora guardam-se as imagens captadas na drive, na cloud, no cartão de memória, no computador ou no disco externo. E não é preciso "revelar-se" o rolo quando apenas se pretende meia duzia de fotos imprimidas, algumas delas com retoques de edição. As imperfeições vão-se e ficam apenas na memória gravados 'momentos perfeitos'. Como se alguma coisa fosse realmente PERFEITA. 

Consegui segurar a estrela ao fim de inúmeras tentativas...
Depois de imprimidas ou de guardadas numa pasta do PC, chega o momento de olhar para as fotos. Ver, entrar em contacto com o momento em que foram captadas. 'Ai esses "desfocados"'. 'Ai esse enquadramento'. 'Ai esses tremelicos''. A edição não faz milagres mas ajuda a aperfeiçoar. Por vezes uma escala de cinzentos quase que faz milagres e uma "saturação" mais carregada ajuda a "puxar" pelas cores que a câmara não captou. 

Depois de fechados os pormenores técnicos, é hora de recordar o momento, olhando para essas fotos de sorrisos. Aquelas que surgem com vários enquadramentos e poses, até acertar nos perfeitos: enquadramento e pose finais. Mas isso não interessa. Valeu, foi divertido. Recorda-se o momento esquecendo as inúmeras tentativas frustradas de captação. O que interessa é relembrar momentos felizes, já que é somente isso que levamos desta vida. 

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Ou Tenho Conversas Profundas ou Não Falo. Simples Assim.

A criatividade não abunda por estes lados mas, como não escrevo há algum tempo, irei tentar escrever umas linhas sobre um assunto que ainda não abordei com profundidade. Ou tenho conversas profundas ou não falo. Sempre fui assim, sou e penso continuar a ser porque só assim faz sentido para mim.

Fonte: Pinterest
"Olá, tudo bem?", "O que fazes?", "Como estás?" - estes podem ser inícios previsíveis de conversas da treta ou de conversas profundas. Depende sempre de quem pergunta e de quem responde. Eu não gosto de "conversa fiada" sem substância. Falar por falar não é a minha "cena". Se falo é para dizer algo de jeito, com sentido, com profundidade. 

E gosto de ter conversas de horas. Profundas, com argumentos consistentes e verdadeiras, com sentido. E claro, com pessoas significativas e com caráter. Obviamente não falarei de forma profunda com alguém com quem não tenho grande confiança; mas fa-lo-ei se a pessoa demonstrar que merece a minha confiança. Gosto de ter conversas infindáveis, de horas agradáveis, com amigas que me dizem muito. São duas ou três mas são as mais importantes, as que me entendem e que conseguem acompanhar-me nos meus devaneios audazes. 

Escolho o que digo e a quem o digo. É necessário separar "o trigo do joio" e ter cuidado em quem se confia. Já me desiludi demasiado para continuar a "partir a cara". Já chega! Nem todos querem o nosso bem, nem todos aplaudem os nossos feitos e o "olho gordo" por vezes está em quem menos se espera. Muito cuidado da hora de falar, de desabafar, de abrir o livro da tua vida. Nem todos estão aí para te ouvir de forma desinteressada. Alguns querem usar informações tuas contra ti. Muita atenção na hora de abrir o coração!

Fonte: Pinterest
Ou tenho conversas profundas ou não falo. O tempo é precioso e não deve ser desperdiçado com qualquer tipo de conversa. Nem de pessoa! Falo com quem me ouve, desabafo com quem atinge a profundidade das minhas reflexões. E não há muitas pessoas capazes disso. Apesar de boa ouvinte, não me considero boa conselheira, pois acredito que só quem vivencia as situações, as sente na pele, é que sabe o que deve fazer, com as ferramentas de que dispõem. 

Não tenho tempo a perder com conversas vazias de sentido, as comumemente designadas "conversas da treta". Não tenho de aborrecer ninguém com os meus desabafos nem tenho de estar a ouvir quando não tenho disponibilidade mental para tal. Devo é respeitar se quero ser respeitada. Devo ouvir com empatia e aconselhar quando solicitada. Devo responsabilizar-me pelo que digo e pelo que faço, mas o que os outros dizem ou fazem nada tem que ver comigo. Cada um oferece o que leva no coração. A escolha é de cada um. 

Gosto, sempre gostei e continuarei a gostar de conversas profundas, repletas de algo. Continuarei a tê-las com as poucas pessoas que as entendem. Quando me chamarem, ouvirei com empatia, sem garantias de aconselhar bem. Mas darei o meu melhor, tal como sei que o meu ouvinte dará o seu melhor. 

domingo, 30 de outubro de 2022

Work Hard, Play Hard, Work Hard, Play Hard

O título está em inglês mas o post encontra-se em português, não se assuntem! E o tema de hoje é... é isso mesmo! * Work Hard - Play Hard - Work Hard - Play Hard * que pode ser aplicado a diversas áreas da vida... E à intensidade com que ela se vive! Inspirado na música de David Guetta.

Fonte: Pinterest
Hoje falo sobre um novo hábito que integrei na minha rotina em Outubro, o GINÁSIO. Era um projeto que estava "na gaveta", mas, finalmente e com muita força de vontade lá saio para me arrancar da estagnação e do sedentarismo. A par de outras atividades em "regime pós-laboral" que tenho, adicionei o Ginásio! E cá estou eu, forte e feliz, após um mês deste novo e saudável hábito. 

Muitas vezes se diz que "o que custa é começar", e e este é apenas mais um exemplo. Só custou começar porque quanto mais vou, mais tenho vontade de continuar a ir. E não são apenas nos benefícios físicos em que penso enquanto escrevo este texto. Refiro-me aos efeitos psicológicos imediatos e benéficos  que o exercício físico regular incutiu em mim. Sinto-me mais leve e relaxada após 45 minutos intensos de cycling ou de jump. Sinto uma imensa leveza de alma após sair do Pilates e, após todas as aulas, sinto-me simplesmente bem por ter feito algo por mim. 

Consistência e persistência são os principais segredos para não desistir. Se o objetivo é ir três vezes por semana ao ginásio, não irei duas nem uma vez. São as três vezes e, se possível, uma quarta de quando em vez. O compromisso é comigo mesma e não posso falhar. Portanto é assumir um compromisso com as idas ao ginásio, tal com se assume com as metas do trabalho. É ir sem desistir e continuar a persistir. "No pain, no gain" - sem dor não há ganho e sem consistência não há resultados. 

Fonte: Pinterest
Mais do que os efeitos físicos, que para já não se veêm com nitidez, os efeitos psicológicos e emocionais são imediatos. O exercícios físico ajuda a aliviar a tensão e o stresse  acumulados do dia-a-dia, permite gerir a energia, de acordo com a intensidade requerida em cada exercício, ajuda a manter o foco e permite uma eficaz gestão e regulação emocional. 

Se há escolhas inteligentes, uma delas é, sem dúvida, praticar exercício físico regular, dentro ou fora do ginásio. Com a época outono-inverno que já está aí, o ginásio apresenta-se como uma alternativa viável para trocar as voltas à chuva e ao frio. Aquela desculpa de "hoje está a chover", não funciona no ginásio. Todos os dias são bons para ir ao ginásio, por isso não há mais desculpas para permanecer no sedentarismo. 

domingo, 16 de outubro de 2022

Falta de Tempo ou Falta de Interesse?

Boa questão para um domingo à tarde, ou melhor, um domingo preguiçosão à tarde. Já pensaste nisto? Já pensaste na desculpa ideal para cada "não tenho tempo"? Já pensaste do que vais fazer em vez daquilo a que te propuseste? Já pensaste no motivo que te leva a falhar aos teus compromissos? Já pensaste que a tua falta de tempo pode, afinal, ser falta de interesse?

Dá ouvidos à tua intuição
Uma desculpa "esfarrapada" para cada compromisso adiado. Um "faço depois" para cada "tarefa aborrecida" que tem de ser feita; limpar a casa, mudar a areia dos gatos, cozinhar o jantar, tirar aquelas ervas daninhas do jardim... enfim, quantas a estas tarefas "chatas" mas, ao mesmo tempo, inevitáveis podemos adicionar?

Penso que não existe "falta de tempo"; existe, sim, falta de interesse e de vontade. Existe sim procrastinação e tédio. Quando existe vontade, não há falta de tempo. Quando há interesse prioriza-se. Quando é agradável, não há desculpas. Assim é. A "falta de tempo" é desculpa para a "falta de vontade". Tempo arranja-se sempre que a vontade é voraz. Mas interesse... Esse só quando há algo muito forte que move  sujeito e o impele à ação. 

E então? O que te move? O que te leva a não adiar? O que faz com que transformes a quarta-feira num sábado e a noite em dia? O que te motiva a acordar todos os dias? O que priorizas? Já pensaste nisto?

Provavelmente e devido ao "piloto automático" com que, muitas vezes, conduzes a tua vida, ainda não pensaste em nada disto. Mas às vezes é importante abrandar, parar e refletir no que, afinal, queres para ti. Pensar no que andas cá a fazer e no teu life path. Olhar para dentro com os olhos do coração e ouvir a intuição, pois ela terá, certamente, as respostas mais corretas.

O que priorizo é verdadeiramente importante? Faz-me feliz? É o que eu quero para a minha VIDA? Motiva-me a crescer mais emocional e intelectualmente? - Às vezes é preciso parar para redirecionar objetivos e estabelecer metas atingíveis. É preciso apender com o que nos faz sofrer e deixarmo-nos guiar pela LUZ. 

A tua falta de tempo é, muitas vezes falta de interesse. Talvez porque vives em "piloto automático", talvez porque não dás ouvidos à voz do coração, talvez porque a tua energia mental se sobrepõe à emocional. Abranda. Pára. Respira Fundo. Afinal, o que andas cá tu a fazer?

Música elocidativa dos Deolinda que demonstra o que acontece quando tens falta de interesse.

sábado, 8 de outubro de 2022

Netflix : O que é que Dahmer, Liv, Ada e Alex têm em comum?

Abondono, Rejeição, Injustiça, Traição e Humilhação. As cinco feridas emocionais de que fala a ensaísta Lise Bourbeau encontram-se espelhadas em algumas séries lançadas recentemente na plataforma de streaming Netflix, das quais destaco: "Respira Fundo", "A Criada", "Um Novo Eu" e "Dahmer: O Monstro - A História de Jeffrey Dahmer". 

O que têm os protagonistas destas séries em comum? Infâncias tristes, negligenciadas, atribuladas. Todos os protagonistas destas produções cinematográficas viveram "meninices" infelizes e marcadas por algum tipo de abuso e por muito sofrimento. 

A  criança ferida tem muita influência sobre a nossa vida
Comecemos por "Respira Fundo". Liv ( personagem interpretada por Melissa Barrera) para se manter viva numa ilha deserta, após o despenhamento do avião em que seguia, precisa de responder a todos os desafios impostos pela natureza ao redor e de libertar-se dos traumas do passado. Trata-se de uma história ficcionada que mostra como as marcas de uma mãe narcisista e prepotente podem condicionar o presente e o futuro de uma pessoa que luta constantemente para se libertar dos condicionamentos impostos pela privação do amor materno. 

Na mesma linha está a história da protagonista da "Criada", na qual Margaret Qualley veste a pele de "Alex", uma jovem cheia de sonhos que vive uma história de violência doméstica com uma filha pequena nas mãos. Sem qualquer tipo de suporte familiar e neglienciada por uma mãe bipolar e narcisista, Alex vê-se obrigada a reconstruir uma vida com a filha longe de tudo e de todos. Esta série leva-nos a refletir sobre como crescer numa família disfuncional pode fazer com que nos tornemos codependentes do "amor" de alguém abusivo e sem escrúpulos que, se permitirmos, facilmente e sem remorços destrói a nossa vida por completo. 

Na série turca "Um Novo Eu", três amigas partem à descoberta de si mesmas. Meditação e Constelações Familiares encontram o equilíbrio perfeito nesta viagem ao interior, ao passado e aos traumas de cada uma das três amigas turcas. Destaco a personagem "Ada" (interpretada pela atriz Tuba Büyüküstün) que é desafiada a remexer no passado de uma família "construída" com base no desamor e na traição. É no presente que Ada se depara com relações amorosas disfuncionais explicadas, em grande parte, por uma infância turbulenta e marcada, essencialmente, pelo abandono da figura materna. 

Finalmente temos a série "Dahmer: O Monstro - A História de Jeffrey Dahmer". Esta série de 10 episódios conta a história de Jeffrey Dahmer, o serial killer norte-americano que, entre 1978 e 1991, matou, desmembrou e comeu 17 homens. O "modus operandi" era sempre o mesmo; aliciar as vítimas (todas do sexo masculino e pertencentes a minorias étnicas) em bares gay com promessas de recompensas financeiras por uma sessão fotográfica. Depois de os conquistar,  levava as vítimas para casa, oferecia-lhes uma bebida com uma substância psicotrópica que as deixava inconscientes, asfixiava-as e, por fim, desmembrava-as e comia-as (em vários sentidos...). 

Ora, sobre esta última série, é preciso ver para a além do óbvio. O que fará alguém matar outras pessoas? O que vai na cabeça de algém que comete a preversidade de comer cadáveres humanos? Porquê que alguém sente atração por orgãos humanos? 

O poder da cura está dentro de nós 
E tudo começou dentro do ventre materno. Jeffrey Dahmer era filho de uma mãe depressiva e de um pai explosivo e incompreensivo. Durante a gravidez, a mãe de Jeff "encharcava-se" em medicação. É certo que o feto se recentia e também sentia as inconstantes oscilações de humor da mãe. Quando nasceu Jeff as coisas não melhoraram; o casal estava permanentemente focado nos seus problemas e negligenciava as necessidades da criança que, por inúmeras vezes, se sentiu abandonada (quer pelo pai como pela mãe). 

À medida que foi crescendo sem amor nem afeto, Dahmer construiu um  Transtorno de Personalidade Borderline que se traduzia numa grande incapacidade de estar sozinho e de lidar com a frustração. As atitudes intempestivas quando contrariado retratam o turbilhão que ia no interior desta pessoa que acabou por não saber como ser "pessoa". Faltou um modelo saudável de uma família com estrutura. Faltou amor. Faltou quase tudo. 

Em comum todas estas personagens trazem dentro de si uma criança ferida. Uma criança cujas necessidades não foram atendidas, uma criança que apenas suplicava por amor. Uma criança negligenciada e que necessitava do abraço da mãe e do suporte do pai. 

Também nós muitas vezes negligenciamos essa criança ferida que carregamos dentro de nós e que precisa de ser curada.  Ouçamo-la e curemo-la. 

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Quanto vale para ti um bom ambiente de trabalho?

É com esta pergunta provocadora que inicio este texto. 

As linhas que se seguem serão sobre inteligência emocional e a aplicação das soft skills no local de trabalho. É este o tema que me trás hoje até cá. Começo, então, por perguntar: como te relacionas com as pessoas com quem trabalhas? Quantas vezes já te deu vontade de gritar e barafustar com os teus colegas de trabalho? Quantas vezes já foste para casa com aquele desânimo incapacitante?

Bom ambiente de trabalho aumenta bem-estar e produtividade
Pois é, muitas vezes temos essas e outras sensações tão desfavoráveis ao bem-estar e que acabam por afetar a nossas tarefas diárias no local de trabalho. Gestão emocional. Essa é a resposta. E, para a termos, precisamos de ter inteligência emocional e um auto-conhecimento bem consolidado. Tudo isso se trabalha. 

São as situações de tensão, de ruptura ou de quebra que nos levam a colocar as coisas em perspectiva.  Qualquer crise faz com que, pelo menos, pensemos naquilo que "andamos cá a fazer" e por que motivos aconteceram essas tais situações desagradáveis. No fim, mudamos. Porque se deu aquela crise? O que poderia eu ter feito para a evitar? 

E é aqui que chegamos ao ponto do "Eu" - de me responsabilizar a mim porque aquilo que fiz, por aquilo que não fiz ou pelo que devia ter feito de outra forma. Talvez a mudança fosse mesmo necessária. Atribuir as responsabilidades a mim mesma é ter maturidade suficiente para perceber que nem tudo o que acontece é causado por fatores externos a mim. Nem sempre o Universo conspira contra mim. Eu não sou uma vítima. Assumir responsabilidades por aquilo que não fiz bem ou podia ter feito de outra forma é, além de reconhecer que não sou perfeita, um indício de que quero crescer e que tenho disponibilidade e humildade para aprender um pouco mais todos os dias.  

Não é fácil reconhecermos que temos a "quota parte" da culpa da crise sucedida. Seja no local de trabalho ou na vida pessoal. E não fazer nada é consentir, mesmo que por vezes seja para "evitar o conflito". Há conflitos necessários e é preciso agir e fazer diferente. É preciso colocar a inteligência emocional em ação e as nossas melhores softskills em funcionamento.

Comunicar com empatia é fundamental 

Ai, as softskills... aquelas de que ninguém fala e cada vez mais importantes no mercado de trabalho! Cada vez mais valorizadas pelas entidades empregadoras, cada vez mais necessárias para lidarmos, de forma positiva, com os colegas de trabalho. Cada vez mais fundamentais num ambiente de trabalho saudável. 

Mas, de que se traram as softskills? - São as nossas habilidades comportamentais. Complementares às hardskills, as competências técnicas, as softskills consistem na capacidade que temos para nos relacionarmos com as pessoas. No trabalho, na vida pessoal, em comunidade. Exemplos de softskills são a empatia, a escuta ativa, a liderança, a resiliência, a determinação, a preserverança, a comunicação não-violenta. E estas são fundamentais para criar relações positivas com as pessoas que nos rodeiam.

Os pilares de um bom ambiente de trabalho são as relações positivas, a confiança, o apoio, o "vestir a camisola", a consistência, o "remamos todos na mesma direção para um objetivo comum". Só como base nestas características e em muitas outras que poderiam aqui ser acrescentadas, é que é possível ter um excelente ambiente de trabalho. 

E quando aos benefícios de um bom ambiente de trabalho? Boa disposição, bem-estar (pessoal e social) e um consequente aumento da produtividade!

E para ti, quanto vale ter um bom ambiente de trabalho?

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Vives para Postar ou Postas Para Viver?

Depende dos momentos e das disposições. Nada é assim tão linear. Às vezes vivo para postar, outras posto para viver, embora não me identifique a 100% com nenhuma destas 'opções'. Vivo e posto quando me apetece mas não vivo necessariamente para postar. Nem posto necessariamente para viver. 

Numa época em que vivemos quase 100% online, estamos sempre ligados à Internet e quase nunca ficamos off, é normal que publiquemos fotografias, pensamentos, "histórias" e outras publicações nas redes sociais. Às vezes mal nos apercebemos e a "história" que era para ficar exclusivamente no Instagram já foi parar à "história" do Facebook. Basta um clique para o que era privado se tornar publico para sempre. 

E se não publicamos vemos as publicações do outros e mantemo-nos online na mesma. 

Fonte: Pinterest

Numa altura em que se vive online, quem não tem uma rede social "não existe". Quem não se conecta, parece que perde atualidade, que não fica a par das notícias, das piadas deste, dos desabafos daquele. Sim, nas redes sociais tudo se confunde um pouco; na mesma "parede", o mural,  onde podes ter acesso ao link para uma notícia, podes também ver as fotos do casamento de a, b ou c, identificares-te com o desabafo de alguém ou rires-te da postagem daquele amigo abonado em sentido de humor.

Podes "conversar" nos diversos chats que tens à disposição e comentar as publicações "postadas" pelos outros. 

Num espaço "público" em que não existe tristeza nem dificuldades, as vidas de fachadas são "perfeitas" e os retoques nas fotos editadas realçam o melhor (do físico) de cada um, é difícil "não viver para postar".  É difícil ser-se fiel à sua essência sem ser julgado, pois "parece mal" fugir ao padrão standardizado das "vidas perfeitas" que as redes sociais mostram. E depois resta o vazio...

O vazio de uma era em que todos temos tantos meios de comunicação à disposição e em que as pessoas se sentem mais sós e solitárias. Isto faz-me questionar se as redes sociais afinal são benéficas ou prejudiciais na nossa evolução enquanto espécie humana. (Mas isso dava assunto para outros 500, sobre os quais possa vir, um dia, a refletir).

Comparar-me ao outro? Porquê? Para quê? Em que contribui isso para a minha felicidade? 

Numa era em que parece que são as aparências que "imperam" e que ditam o que deves ou não vestir, o que deves ou não ter, como te deves ou não comportar, como deves ou não ser, como tens ou não de te sentir, é importante focarmo-nos no que é essencial. Ser a excepção da regra e a "ovelha" negra do rebanho - normalmente é essa que pensa diferente, que vai além do obvio e vê o que os outros não veem. 

Como em tudo na vida é necessária moderação; quer para viver para postar, quer para postar para viver. Eu escolho ser fiel à minha essência independentemente daquilo que faça: viva para postar ou poste para viver... ou não faça nada disto!...*

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

'Isto Acaba Aqui'

Hoje acabei de ler o romance "Isto Acaba Aqui" da escritora norte-americana Colleen Hoover. Ao longo de 331 páginas encontrei encanto, sonho, alegria, felicidade, desilusão, violência (física, emocional e psicológica), dissonância cognitiva, confusão mental, esperança e, por fim, a quebra de um ciclo familiar tóxico.  

Resumidamente, este livro conta-nos a história de Lily, uma jovem de 25 anos e de Ryle, o cirurgião por quem se apaixona perdidamente. Ambos se conhecem num terraço de um edifício, local onde Lily se refugia para pensar após o falecimento do pai. A conversa entre ambos desenrola-se e trocam contactos. Passado pouco tempo começam a namorar e o pedido de casamento não tarda em tornar-se real. E, pouco tempo depois, após o início de uma história de amor aparentemente perfeita, chega a violência e uma gravidez não planeada.

Primeiro, a violência inicia subtilmente, com umas palavras menos simpáticas e um "empurrãzito aqui, outro acolá". Depois, de uma forma indisfarçavelmente atroz, a violência que se torna física, coloca a protagonista desta história no hospital. Escusado será dizer que os pedidos de desculpa sucedem-se após cada episódio violento. [Como é habitual na vida real].

Lily assistira, na infância, aos maus tratos que o pai dava à mãe. Presenciara as palavras insultuosas, os empurrões desproporcionados e a brutalidade dos murros inflingidos no seu corpo. Assistira à violência nas suas diversas formas e isso provocara-lhe uma dor interna imensa e uma revolta indescritível por a mãe, apesar de toda a violência que vivia, não se divorciar do pai. Não sair de casa e iniciar uma nova vida. Agora, era a Lily que se deparava com um marido abusivo e violento. [será que Lily dará a volta à sua vida?]

É uma história ficcionada que pode ser real. Pode ser a de qualquer um que lê estas linhas. De qualquer homem, de qualquer mulher. [Tristemente] É a história de homens reais, de mulheres reais. Infelizmente ninguém está imune a este flagelo social, que precisa de ser travado e denunciado.

Mais do que de sofrimento e de dor, esta é uma história de coragem e de superação. Não escolhemos a família em que nascemos e muitas vezes, reproduzimos, na vida adulta, padrões que nos são familiares e que trazemos gravados no nosso íntimo, desde a infância. Mesmo que digamos que "Não quero ser como a minha mãe", "Não vou tolerar os comportamentos que o meu pai tolerava", "O meu filho/a nunca passará tão mal como eu passei", só é possível quebrar padrões familiares tóxicos quando tomamos consciência de que estes existem, que nos prejudicam e que condicionam a nossa vida. 

Só depois de identificar as causas do mal-estar familiar e ir à raíz do mesmo, procurando conhecer, por exemplo, a história dos nossos antepassados, é que se torna possível desconstruir e libertarmo-nos de problemas geracionais. Não basta falar ou mentalizar o que queremos/o que não queremos. É preciso atuar na origem do problema, perceber, aceitar e curar para não voltar a repeti-lo.

Falo de ciclos familiares tóxicos que se perpetuam ao longo de gerações. São pedaços de sofrimento insconscientes que se repetem de formas muito parecidas e incessantes até que um membro da família os descontrua e lhes coloque um ponto final. Normalmente esse membro é "a ovelha negra" que não segue o "modus operanti" instituído na sua família. Diz o que pensa e denuncia o que não está bem. É o que normalmente está "do contra" e tem uma forma muito peculiar de ver a vida, muito diferente da dos outros membros da família. Não aceita "verdades absolutas" e questona tudo.

'Isto Acaba Aqui' mostra-nos que é possível desconstruir ciclos familiares tóxicos e viver feliz. Os ciclos existem porque é extremamente doloroso quebrá-los . É necessária uma quantidade astronómica de dor e de coragem para quebrar um padrão que nos é familiar. Por vezes, parece mais fácil continuar a funcionar de acordo com os mesmos ciclos que já são familiares ao invés de enfrentar o medo de dar o salto e de possivelmente não aterrar de pé. 

Mas qual será o melhor caminho? Aceitar a dor e o sofrimento "porque a minhã mãe/o meu pai até passaram por pior" e acomodarmo-nos à infelicidade ou colocar um ponto final e ser realmente feliz? - o caminho mais saudável nem sempre é o mais fácil, mas é o que certamente nos libertará das amarras do passado. Quebremos um ciclo opressor e não sejamos o próximo elemento da família a perpetuar uma história infeliz. 

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Ter Razão ou Estar em Paz?

Eu escolho estar em Paz. Assim começo e assim terminarei este post. Estar em Paz para mim é muito mais importante do que ter Razão. E porquê? Porque a paz é insubstítível e ter razão é subjetivo. Escolho e escolherei ficaz em paz. O outro que com ele leve a razão, se assim se sente melhor, se isso lhe faz bem. Prefiro a Paz e a Saúde Mental para que a vida flua a meu favor. 

A paz em forma de pôr-do-sol

Escolho a Paz porque de guerra está o mundo cheio. Se não partir de nós, de cada um individualmente, como podemos pensar em ter paz no coletivo? Se o mundo interior de cada um se encontra num caos, como pensamos nós que vai ser possível ter paz no mundo experior, no plural? Estou certa de que se cada um fizer a sua parte e cuidar do seu interior, juntos, será possível termos paz coletivamente. 

A razão é subjetiva e depende sempre de uma perspetiva de colocar as coisas bem como da pessoa que as avalia. E, muitas vezes, os nossos julgamentos constroem-se como base nas nossas experiências de vida, na nossa moralidade, nas nossas convicções. O grau de subjstividade da "Razão" aí acentua-se mais. Se nem sempre as Ciências Exatas têm "Razão", tendo por base as suas teorias e as suas demonstrações matemáticas, como terá apenas um indivíduo por si mesmo?

Acredito que ninguém é dono da Razão. Nem da Verdade Dogmática. Porque dogmas só existem na Filosofia. (E será que existem mesmo?...) . Cada um, dono de si, é dono da sua Verdade, da sua Razão que, por sua vez, pode ser questionada por outro. A Razão, por si só, nua, crua e infundamentada, não existe. Existe mais do que uma razão, mais uma vez, baseada no indivíduo que avalia, de acordo com as suas crenças, valores, moralidade e prespetivas de ver a vida. E a minha forma de avaliar a vida pode ser diferente da tua. E está tudo bem.

Mais uma vez prefiro estar em Paz a ter Razão. Ambas são subjectivas, ambas têm razão à sua maneira. Mas para quê ter Razão se depois vou ficar mal como o outro? Em guerra comigo mesmo(a)? De mal como a vida? De que é que isso vale?

Prefiro a Paz à Razão. A Paz liberta, dá saúde mental, proporciona bem estar consigo mesmo e com os outros. A Paz é livre e independente, sonhadora e consistente. Proporciona tudo aquilo que a Razão nem sempre permite. A Paz deve ser alimentada e crescer a cada dia que passa, para que o bem floresça, primeiro no interior de cada um, depois na comunidade como um todo.

Eu escolho estar em Paz. Sempre. 

quinta-feira, 28 de julho de 2022

A Maior Lição Que a Vida Me Deu....

Ui, já não escrevo neste blogue desde o meu dia de Anos! Tanto tempo, nossa... É verdade, tenho estado bastante ocupada com outras atividades e sim, admito que tenho negligenciado esta tão nobre atividade que é escrever! Portanto hoje volto com a inspiração possível, com a vontade de digitar que me move, no momento da vida em que me encontro.

Encontro, desencontro, reencontro. Encanto, desencanto, "reencanto" (será que existe)? Ilusão, desilusão, "re"ilusão. "Love bombing", Desvalorização, Descarte. Estas últimas destoam na frase mas entoaram na minha vida quando ainda não tinha o nível de consciência que hoje tenho. Felizmente tenho aprendido imenso ao longo deste ano. 

Tenho aprendido a ser por Mim. A Trabalhar por MIM. A Estudar por MIM. A Passear por MIM. A aproveitar os momentos de lazer por MIM. A cuidar-me por MIM. A priorizar-me por MIM. A Trabalhar por MIM, e a fazer tudo e mais alguma coisa por MIM. E se não aprendi esta lição a bem, tive de aprender a mal: a SER por MIM, não pelo outro.

A minha solitude num dos meus locais preferidos
A maior lição que a vida me proporcionou neste último ano foi a SOLITUDE. Diferente da desesperada solidão, a SOLITUDE não aceita qualquer tipo de companhia. A SOLITUDE sabe ser autossuficiente, sabe ser por si. Distante do apego emocional e da consequente dependência emocional da triste "solidão", a SOLITUDE sabe que o maior vazio é sentir-se sozinho junto de alguém. A SOLITUDE basta-se a si mesma e só deixa de ser por si quando encontra uma alma que queira caminhar a seu lado, sem a apagar. A SOLITUDE é sobre valorização e autorrespeito. A SOLITUDE é sobre ser-se sozinho enquanto não aparece alguém que queira caminhar ao lado, sem desrespeitar, sem desvalorizar, sem diminuir.

A SOLITUDE é a minha melhor amiga neste momento. Ensina-me que eu devo ser por mim e sabe que não me devo diminuir para estar ao lado de quem quer que seja. Como um sapato um número abaixo do teu (ou acima): se não te serve, não vale a pena insistir. A SOLITUDE tem-me mostrado que o autocuidado tem de ser contínuo e consistente. É necessário ao bem-estar físico, emocional e psíquico de qualquer indivíduo. A SOLITUDE coloca-me no centro da minha vida e obriga-me a olhar para dentro, para as minhas virtudes e para tantas áreas que em mim preciso de trabalhar. Obriga-me a remexer nos traumas para os curar. Por isso é tão indesejada por taaaaaanta gente!

Às vezes o sofrimento e a dor aparecem porque são necessários. Às vezes não, SEMPRE! São as "red flags" que te desafiam a mudar. O sofrimento é necessário para que a evolução aconteça. Sem dor não há mudança. Quem se quer mudar se, no final de contas, está bem?

Aceito que os desafios que encontrei, encontro e encontrarei por essa vida fora apareceram, aparecem, aparecerão por uma razão. Não há coincidências. As pessoas que encontramos também não aparecem ao acaso; vêm para nos abrir os olhos ou para nos ensinar o AMOR. Encontramo-las, sem dúvida, para que possamos evoluir, já que esse é um processo contínuo, que só deve terminar no dia em que fecharmos eternamente os olhos. 

Sim, acredito que somos as pessoas que conhecemos, os livros que lemos, as viagens que fazemos, a forma como nos alimentamos e as experiência de vida que nos moldam. Somos tudo isto e muito mais. Somos tudo aquilo que nos permitimos viver, sofrer e trabalhar em nós mesmos. Cada um de nós é uma história diferente do outro, por isso haverá mais de sete biliões de histórias e "estórias" diferentes por contar por esse mundo fora e mais além!

E viva a SOLITUDE!

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Frida Kahlo - Um Exemplo de Resiliência e de Superação

"Frida Kahlo - A Vida de um Ícone" é uma das exposições que está patente na Alfândega do Porto desde março e até agosto (salvo erro). A experiência imersiva de 365º convida-nos a "entrar" dentro da vida de uma mediática pintora mexicana que muito nos ensina sobre resiliência e superação. Aceitei o convite e deixei-me envolver por um trabalho inovador e inspirador, digno de ser visitado e revisitado vezes sem conta. 

Fui desafiada a pintar a Frida. 
Heis a minha obra de arte ;)

Frida Kahlo é o nome artístico de Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, uma pintora mexicana que estudou medicina. Do signo caranguejo, como eu, nasceu na vila de Coyoacán, no México, no dia 6 de julho de 1907. 

Filha de pai alemão e mãe espanhola, desde pequena teve uma saúde debilitada. Aos seis anos de idade contraiu poliomielite, que lhe deixou uma sequela no pé. Aos 18 anos, sofreu um grave acidente de autocarro que a deixou um longo período no hospital.

Apesar de deprimida e incapacitada de andar, Frida passou a pintar sua imagem, com um espelho pendurado na sua frente e um cavalete adaptado para que pudesse pintar deitada. Encontrou nas dificuldades um talento - a pintura. Dizia: “Para que preciso de pés quando tenho asas para voar”. Era na pintura que se evadia, escapava às vicissitudes da vida e permitia que a imaginação a levasse para além da sua própria realidade. 

Viveu apenas 47 anos, mas viveu-os de uma forma muito intensa;  no plano emocional casou-se com o mesmo homem duas vezes, Diego Rivera, um importante pintor do “Muralismo Mexicano", teve cerca de 3 abortos espontâneos e nunca conseguiu engravidar devido às mazelas que o acidente deixou no seu sistema reprodutor.

Dona de si mesma, Frida separou-se definitivamente de Diogo Rivera em 1939, e afirmou: “Diego, houve dois grandes acidentes na minha vida: o autocarro e tu. Tu sem dúvida foste o pior deles”.  Nesse ano e já separada do ex-marido, Frida expõe em Nova Iorque e em Paris. Nessa época, entra em contato com Pablo Picasso e Wassily Kandinsky. O Museu do Louvre adquire um dos seus autorretratos.

O meu retrato "pintado" pela Frida
Apesar de ter passado por diversas cirurgias e das mazelas deixadas pelo acidente, a artista nunca parou de pintar. A sua obra recebia influência da arte indígena mexicana. Pintava paisagens mortas e cenas imaginárias. Usava cores fortes e vivas, explorando principalmente os autorretratos. Frida Kahlo era também apaixonada por fotografia, hábito que herdou do seu pai e do seu avô materno, ambos, fotógrafos profissionais.

Frida Kahlo foi uma defensora dos direitos das mulheres, tornando-se um símbolo do feminismo, não esqueçamos a famosa "monocelha" que teimava em não depilar que e desafiava os padrões convencionais de beleza feminina.

Deprimida, viveu os últimos anos de sua vida na Casa Azul, no México, que em 1958, passou a abrigar um museu em homenagem à pintora. Frida Kahlo faleceu em Coyoacán, no México, no dia 13 de julho de 1954.

Estas são algumas das suas obras mais mediáticas

  • Autorretrato com Um Vestido de Veludo (1926)
  • Retrato de Miguel N. Lira (1927)
  • Retrato de Alicia Galant (1927)
  • Retrato de Minha Irmã Cristina (1928)
  • O Ônibus (1929)
  • Frida e a Cesárea (1931)
  • Meu Nascimento (1932)
  • Hospital Henry Ford (1932)
  • As Duas Fridas (1939)
  • Diego em Meu Pensamento (1943)
  • Autorretrato de Cabelos Soltos (1944)
  • A Coluna Partida (1944)
  • Autorretrato com Macaco (1945)
  • Retrato do Meu Pai Wilhem Kahlo (1952)
  • Viva a Vida (1954)
Algumas fotos da exposição









quarta-feira, 22 de junho de 2022

A Cura Pela Escrita (by amiga inspiradora que sabe quem é!)

Paz. Sossego. Amor no Coração! É tão fácil e tão simples! Porquê que complicamos? Porque é que tornamos as coisas tão complexas? Porquê que vivemos em conflito (com os outros e pior, connosco mesmos), se estamos por aqui só de passagem?  - Paz. Sossego. Amor no Coração! Esta é a resposta. Tão genuína e tão pura quanto é a minha Cura Pela Escrita.

Imagem que vi hoje no Facebook e e cuja fonte 
não faço a mais pálida ideia  :)
Escolhi a Escrita. Escolhi-a como Terapia antes de a escolher como percurso profissional. Na realidade, atualmente não lhe dou grande relevância como a segunda hipótese. Mas sempre lhe dei e darei a devida importância como TERAPIA. Escrever liberta-me, liberta os meus pensamentos e permite com que seja somente Eu Mesma. Genuína, Criativa, Solta! Eu. Dona do meu Destino.

Uma Terapia para Mim. Quem sabe, também para quem me lê. Para quem gosta do que escrevo e me transmite feedback positivo e construtivo. Como comumente se diz, "não se pode agradar a Gregos e a Troianos"! Por isso tenciono apenas agradar a quem me lê, quem me segue sem eu saber. O resto, não interessa. Como também se diz "quem não gosta mete na borda do prato".

E ainda bem que assim é. É sinal de que tenho personalidade própria, não sou um camaleão nem uma pessoa de Máscaras, adaptável a todos. Isso nem pensar! Por perto só quero ter quem me faz bem. Que me leiam apenas as pessoas que tenham algo a acrescentar e que me permitam evoluir como ser humano. Por perto só quem me quer bem, porque o resto não interessa. 

Numa vibração elevada e com boas energias sinto que estes parágrafos escritos já me permitiram aliviar a tensão do Dia. A Cura Pela Escrita é real e terapêutica. Para mim. Tal como o é estar perto de gente que desperta o melhor de MIM; fazer algo significativo pelos outros que lhes permite ter esperança de que é possível; ter uma flor no quarto, um manjerico em cima da prateleira. Tudo isto é sobre autocuidado e cura. 

Quem sabe não estarei a ajudar quem me lê e não o diz. Quero acreditar que sim. Eu sinto que a minha missão nesta vida passa por deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrei. E tento fazê-lo diariamente, tendo por perto pessoas que curam, que me querem bem, que acrescentam.

Essência. Cura é sobre Essência. Sobre sermos fieis a nós mesmos. Sobre Plenitude e Gratidão. Cura é sobre Verdade e Amizade (ok, ok, usei esta palavra só para rimar!!! Admito :) ) AMIZADE!! VERDADE!! ESSÊNCIA!!

E como nada de especial tenho mais a escrever neste texto, vou ver uma série, que também é preciso, e continuar por esta linda caminhada chamada VIDA. Sempre com VERDADE, ESSÊNCIA, GRATIDÃO E PLENITUDE

sábado, 11 de junho de 2022

Cuida da Qualidade dos Teus Pensamentos :D

Uma conversa com uma amiga ontem fez-me pensar acerca da organização da minha mente. E acerca da influência que a arrumação do meu espaço físico, da minha casa, tem na minha própria mente. Pensei, reprensei que decidi escrever sobre isto. Porque me interessa e porque, realmente, a forma como arrumo a minha casa tem mesmo influência do modo como organizo os meus pensamentos. E, por incrível que pareca, na qualidade destes! 

Fonte: Pinterest

Imaginemos a nossa casa suja, desarrumada, desorganizada, com objetos partidos. As roupas estão espalhadas em cima do sofá; as tijelas do pequeno almoço, com resíduos de cereais, estão empilhadas, por lavar, em cima de pratos nojentos dentro da pia; os briquedos das crianças estão espalhados por toda a casa e alguns estão partidos; as "nuvéns de pó" aglomeram-se por debaixo dos armários, e os livros estão desorganizados em cima da estante. Desarrumação e sujidade; a combinação caótica para a desorganização mental de quem vive dentro daquela casa. Será possível viver assim?

Decidimos, então, arrumar a casa e, consequentemente, a mente. Limpamos as janelas, sacudimos o pó dos tapetes, aspiramos o chão da sala. Deslocamo-nos até à cozinha e lavamos e limpamos aquela louça empilhada e nojenta de 3 dias. No quarto, arrumamos a roupa nos locais devidos e organizamos os livros na estante. Apanham-se os brinquedos intactos do chão e colocam-se no lixo os que estão partidos. O próprio processo de arrumação e de limpeza é terapeutico. Que bem que sabe dar uma lufada de ar fresco ao espaço físico e à própria mente! Ao mesmo tempo que limpamos, arrumamos e organizamos o espaço físico, o mesmo fazemos na nossa mente, mesmo que de forma inconsciente. 

Agora deparamo-nos com um espaço físico arrumado e arejado. Janelas límpidas e brilhantes, que se refletem na clareza dos nossos pensamentos. Chão seco e cheiroso que se abre diante da nossa alma luzidia. Estante organizada e livros ordenados, que se espelha a qualidade dos nossos sentimentos. Uma fragância leve do incenso que aquece o coração e deixa que o sol entre pelas vitrines transparentes da essência. Essência! Essa que agora está limpa e cuidada. Pronta para ser quem realmente é; livre de preconceitos, sentimentos ruíns, máscaras! Despida de todo e qualquer julgamento ou constangimento. Ela mesma, nua, tal como é: fiel a si mesma. 

Acabámos de nos livrar do pó da casa, tal como do pó da mente. Da sujidade do chão tal como da sujidade dos pensamentos. Da nojeira da louça, tal como da nojeira dos sentimentos reprimidos, dos traumas. Agora voamos levemente, com uma gratidão imensa por termos acabado de lavar a alma das más energias, tal como lavámos da sujidade o espaço físico em que habitamos. 

A nossa mente é como um jardim. Alimentemos as flores e as plantas e não reguemos as ervas daninhas. Somos nós que escolhemos o que alimentamos o que, realmente, deve crescer na nossa mente, nos nossos pensamentos, no nosso JARDIM INTERNO. 

                                                               *****Gratidão*****

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Cuida da Criança que Existe Dentro de Ti!

1 de junho: Dia Mundial da Criança! Dia de escrever no blogue mesmo que a criatividade não abunde. Tentemos, talvez a escrita flua à medida que vou escrevendo...

Como não poderia deixar de ser, não ia deixar passar a data em branco, até porque este é um dia que merece ser celebrado todos os dias! E porque todos temos uma criança dentro de nós (mesmo que o neguem até à morte, ela está aí!!!), hoje vou falar da criança que reside dentro de cada adulto.

As crianças são anjos enviados por Deus

Sim, todos nós temos uma criança dentro. O adulto já foi criança, mas é com base nas feridas emocionais, nos traumas, nas memórias e nas experiências de vida que constrói a sua própria realidade. É com base na consciência que tem sobre si próprio que o adulto age e interage com os outros. É com base nos padrões familiares que observa na infância que o adulto se vai formando e desenhando o próprio presente. É com base no que nos foi ensinado na infância, com a socialização primária e, mais tarde, através da socialização secundária, que o adulto forma a sua personalidade e cria o seu próprio carácter.

Ora, devemos questionar aquilo que nos é ensinado de forma (quase) inquestionável. Refletir em coisas que nos foram dadas como garantidas mas que não são verdades absolutas. Eu não acredito que existam dogmas; penso que tudo pode (e deve) ser questionável, mais ainda se falamos de educação, de valores, de crenças, de ideais. 

O amor puro e genuíno de um menino :)
Para questionar é preciso ter tempo e disposição psicológica. Desconstruir para voltar a construir é um processo complexo que precisa de uma dose bem avantajada de humildade para aceitar que não se sabe tudo. Que o que nos foi ensinado na infância não corresponde, necessariamente, àquilo que é certo. E o que é certo? O que é errado? Será tudo assim tão linear? - Don't think so. 

Colocar em causa, questionar, desconstruir é um processo demorado e doloroso. Por vezes, o choque de realidade, o despertar para coisas para as quais se estava antes adormecido abala-nos de uma forma avassaladora. Acorda para a VIDA, pá! - A vida ensina-nos com lições duras, às vezes aquelas que pensamos não ser capazes de suportar, mas caímos e reerguemo-nos. "Deus não te dá um fardo superior ao que consegues suportar" - E sabem que mais? Acredito nisto. 

Só quando se eleva a consciência e a frequência vibracional, quando os chakras estão alinhados e a mente aberta para perdoar, aceitar e deixar ir, aí sim, estás pronto para quebrar ciclos. QUEBRAR  CICLOS DE SOFRIMENTO! Isso é essencial para mudar o rumo das nossas vidas, romper com padrões familiares tóxicos e seguir no caminho da cura e da felicidade. 

As maravilhosas crianças da Escolinha Solidária
Crianças feridas em adultos instáveis, tantas há por aí. Máscaras para encobrirem sofrimentos indizíveis são inúmeras, e a dor que reside em adultos com crianças feridas dentro é inimaginável. É preciso resgatar a criança ferida que temos dentro, acolhê-la e afagá-la. É preciso abraçar o sofrimento com carinho para que se cure essa criança que reside dentro do adulto instável. 

São os adultos com crianças feridas dentro que magoam outros adultos. Todos temos traumas e ninguém é perfeito, mas lembrem-se que só quando estamos estabilizados emocionalmente, conhecemo-nos bem e somos felizes poderemos fazer os outros sentirem-se, também eles, felizes!

(a criatividade continua a não abundar, mas deixo-vos com as fotos das luminosas crianças de Moçambique <3)

domingo, 15 de maio de 2022

A (In)Dependência Emocional e a Inevitável Ferida do Abandono

Tão importante quanto outros tipos de independência é ter independência emocional. Praticar o desapego de coisas e de pessoas e focarmo-nos em nós, nas nossas necessidades, nos nossos objetivos, nas nossas metas, é fundamental para cuidar da independência emocional.

Fonte: Pinterest
E o que é, afinal, a independência emocional? Para entender esta questão talvez faça sentido começar por caracterizar a dependência emocional, que anda de mãos dadas ao apego. Ora, dependência emocional, é nada mais nada menos do que habituação à presença de uma pessoa, o hábito de a ter por perto e de estar com ela, o vício no outro. Tal como outras dependências, esta é altamente prejudicial e, muitas vezes, é confundida com Amor. Não, DEPENDÊNCIA EMOCIONAL não é AMOR nem nada que a isso se pareça. 

Tal como uma droga que nos tolda os sentidos, a dependência emocional não nos permite ver o outro tal como ele é; faz com que o vejamos tal como desejaríamos que fosse. Idealizamos uma pessoa à luz do que gostaríamos que ela fosse, e justificamos comportamentos abusivos e atitudes repulsivas porque esta dependência apenas nos permite ver o lado bom dessa pessoa. Só que não. Toda a gente tem um "lado lunar" e a tua 'cara-metade' não é excepção. 

A dependência emocional é, muitas vezes originada pela ferida emocional do abandono. Já escrevi sobre o assunto neste post embora que de forma mais superficial. A ferida do abandono está diretamente relacionada com uma mágoa, um trauma ou um outro assunto mal resolvido com o genitor do sexo oposto. Em algum momento na infância a pessoa que carrega a ferida emocional do abandono sentiu-se rejeitado(a) pelo pai (no caso da menina) ou pela mãe (no caso da menina). Mesmo que de forma inconsciente, a ferida desenvolveu-se (e agravou-se!) e não foi curada. Então esse vazio deu lugar à máscara do DEPENDENTE.

A pessoa emocionalmente dependente pode sê-lo em relação aos amigos, aos familiares mais chegados ou ao seu parceiro (a). O seu maior medo é a solidão; por vezes sujeita-se a uma "companhia qualquer" porque acredita não merecer mais do que aquilo. Não reconhece o seu valor e necessita, constantemente de validação externa. Sedento de atenção, o dependente emocional prende-se fisicamente aos outros. Para se curar precisa mesmo de ir à origem do problema, reconhecê-lo, aceitá-lo e curá-lo.

Só depois de ter consciência sobre a ferida emocional que carrega, de aceitá-la e de a curar é que este vai conseguir ir-se tornado, aos poucos, emocionalmente independente. O processo não é fácil e requer uma grande força de vontade. Caminho tumultuoso, pouco linear, repleto de altos e baixos mas que vale muitíssimo a pena. Afinal, só libertos de feridas que, muitas vezes, transitam de geração em geração, é que é possível cortar ciclos de sofrimento e sermos realmente felizes.

Fonte: Pinterest
A independência emocional é importantíssima para a manutenção da saúde mental. Praticar o desapego de pessoas ajuda-nos a proteger contra desilusões amorosas penosas. Arrisco dizer que ter independência emocional é tão importante quanto ter independência financeira. Estas permitem-nos ser exatamente quem somos, ser fieis à nossa essência e aos nossos princípios. As dependências são prisões e, ao longo do tempo, vão-de tornando cada vez mais prejudiciais porque acabam por nos condicionar e minar o nosso livre-arbítrio. E mais uma vez, os limites! Só com independência emocional poderemos coloca-los, definir até onde o outro pode ir e saber colocar um "STOP" quando o outro começa a invadir o nosso espaço pessoal e a tentar tomar as rédeas da nossa vida. 

Viver de essência e não de aparência. É isso o que realmente importa. Se estamos cá para aumentar o nível de consciência, que o façamos com foco na cura das mágoas que nos impedem de ser felizes. Usar máscaras atrás de máscaras só nos afasta da essência; por isso é preciso despertar e estarmos conscientes daquilo que realmente nos faz ser fieis à nossa essência.