segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

2021: Uma Montanha Russa de Reviravoltas!

Fim do ano significa, invariavelmente, tempo de reflexão. Independentemente do ano a que nos estejamos a referir.  É hora de fazer um balanço de tudo o que aconteceu este ano, de projetar o ano que está a chegar e as 365 oportunidades (para sermos ainda melhores pessoas!) que tem para nos oferecer. 

É tempo de olhar para dentro e de perceber em que aspetos posso melhorar como pessoa e que contributo quero dar ao mundo. Reavaliar e redefinir o meu propósito de vida.

O fantástico pôr-do-sol de sexta-feira passada captado pela lente do meu Samsung

Ora, aqui vai o meu 2021 em 12 meses de alguma dor, umas quantas desilusões, mas também de muitas aprendizagens:

Janeiro: Comecei o ano com o "pé direito", num projeto a que me entreguei de corpo e alma. Já vinha de 2020 e nele continuei a aplicar-me e a dar tudo o que de bom tinha, de forma a contribuir para a redução da desigualdade no acesso à Educação. O 2º período escolar no segundo ciclo iniciou em regime presencial nas primeiras três semanas, mas manteve-se, daí em diante e até ao 3º período em regime online. 

Fevereiro: Foi de grande adaptação ao E@D e de redefinição do meu propósito no projeto da escola. Foi de aprofundamento de conhecimentos e de crescimento profissional. Foi de alegrias e de expectativas, mas também de algumas frutrações e (re)construções. Tive de descontruir muitas formas de atuar para voltar a construir e seguir em diante.

Março: Este mês foi de uma grande reviravolta em termos emocionais. Pensava que tinha voltado a apaixonar-me mas, infelizmente, não passou tudo de uma grande desilusão. E só viria a pecebê-lo uns bons meses depois. Podia ter-me poupado ao sofrimento mas decidi acreditar, mais uma vez e estupidamente, no lado "bom" de alguém. 

Abril - Maio - Junho:  Pouco há a dizer sobre estes meses; continuava envolvida de alma e coração num projeto educacional em que acreditava (e ainda acredito!) e sentia-me satisfeita no plano profissional, embora soubesse que poderia estar melhor ainda (afinal podemos estar sempre melhores, certo?). Continuei a ter formação e a invesir numa área de que não pretendo desistir. Em termos emocionais pensava eu que vivia um conto de fadas e decidia ignorar as "red flags". Afinal o bom sobrepõe-se ao mau... só que não. E viria a descobrir volvido um mês.

Julho: O mês da grande transformação do meu ano. Mudei de trabalho e terminei um relacionamento. Levei o maior "abanão" da minha vida nos dois âmbitos - profissional e emocional -  e encontrei forças em mim que nem sabia que existiam! A minha vida deu uma volta de 180º e tive de me reinventar. Mais uma vez, uma força superior me disse: "Ana, caramba, onde está o teu amor-próprio? Acorda para a VIDA, pá!!"

Agosto: Reconstruí-me emocionalmente e deixei para trás o que não me levava para a frente. Foi um processo longo e duro mas tive de o fazer sozinha. Agora posso dizer que estou, finalmente, em paz. No âmbito profissional não fiquei parada nem agarrada ao passado. "Arregacei as mangas" e envolvi-me num novo projeto profissional.

Setembro: Continuei uma longa caminhada de autoconhecimento. Reconectei-me comigo mesma e hoje trato por "Tu" termos como: "Manipulação emocional", "Love Bombing", "Relação Tóxica"; "Ciclo Vicioso", "Narcisismo", "Psicopatia", "Transtornos obsessivo-compulsivos", "Vicios", e tantos outros termos (tóxicos) que tais. Sei o que são as cinco feridas emocionais e encontrei formas para curar as minhas. Ainda estou nesse processo de cura e vou continuar a percorrê-lo até ao dia em que falecer.

Outubro: Mais uma reviravolta profissional muito boa e gratificante. Continuei com o projeto iniciado em agosto e sinto-me profissionalmente realizada. 

Novembro: (Quase) inverno como estação de ano mas primavera no meu interior. Consciente das minhas forças e das minhas fraquezas, mantive o foco no que realmente vale a pena e continuo a percorrer o interminável caminho de crescimento pessoal. Quase curada, comprometi-me a quebrar um ciclo de sofrimento que parecia não ter fim à vista.

"Dezembro-me" o melhor! Estou, de momento, a colher os frutos de todas as sementes deixadas pelo caminho este ano. Sei que o melhor de mim está ainda por chegar e, por isso, deixo-vos com a bonita canção da Mariza!

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Porque julgamos tanto?

Todos os dias deparamo-nos com julgamentos; sejam nossos, sejam por parte de familiares, sejam de terceiros. Julgamos as pessoas pelo seu aspeto físico, pela sua forma de falar, pelo modo como andam ou como se apresentam. Julgamos pela aparências, sem nos darmos ao trabalho de tentar perceber o que está nos "bastidores" do que, muitas vezes, aparenta ser.

Fonte: https://www.escolasanti.com.br/
É muito mais fácil olhar para o exterior, para os outros, do que para o interior, para nós mesmos. É muito mais simples apontar erros nos outros, criticar sem apresentar soluções, do que tomar consciência daquilo que somos e daquilo que precisamos de melhorar em nós. É muito mais fácil "apontar o dedo" de uma forma destrutiva a tentar compreender o que está por detrás de determinada atitude, de determinado comportamento do outro. É mais fácil julgar o que não se conhece e alimentar "pré-conceitos" do que efetivamente dar-se ao trabalho de conhecer o outro na sua plenitude e com uma atitude empática.

Mas porquê que julgamos tanto? Julgamos porque estranhamos o novo, o diferente. Preferimos manter-nos em segurança, na zona de conforto e, muitas vezes, limitamo-nos a ser resistentes à mudança sem dar, sequer, uma oportunidade para fazer a mudança acontecer. Julgamos porque estamos "formatados" para não arriscar, para nos mantermos nos mesmos lugares-comuns que conhecemos e não nos permitem atingir a zona de crescimento. Julgamos porque o "diferente" trás algum desconforto. E preferimos manter-nos quietos e sossegados no conforto da nossa ignorância. Ignorância essa que nos limita e nos atrofia a mente. E aí o preconceito encontra espaço para reprodir-se vezes sem conta...

Se somos o espelho uns dos outros, sejamos capazes de ver aquilo que criticamos nos outros. Muitas vezes, o que pretendemos que os outros mudem, é na realidade aquilo que precisamos de mudar em nós. Se não dermos o primeiro passo, é certo que ninguém o dará. É importante, mais uma vez, investirmos em nós, no nosso auto-conhecimento, no nosso aperfeiçoamento como seres humanos, na auto-gestão emocional e na cura das feridas emocionais.

Só olhando para dentro conseguimos contribuir para alterar a nossa realidade externa. De nada nos vale apontar os erros nos outros sem que nada façamos para mudar, para melhorar, para crescer como seres humanos. Muito daquilo que criticamos nos outros é algo com que não conseguimos lidar, que não permitimos melhorar em nós. De nada nos vale esperar que os outros "mudem" se somos nós quem não quer mudar, se somos nós que não reconhecemos que precisamos, efetivamente, de mudar.

Vamos lá começar a olhar mais para dentro e menos para fora. A verdadeira transformação começa dentro de cada um de nós. De dentro para fora. Só melhorando-nos conseguimos melhorar o que nos é exterior. Até porque cada um é responsável por aquilo que diz ou que faz. Cada um deve responsabilizar-se pelas suas atitudes e pelas suas ações. Eu não sou responsável por aquilo que o outro diz ou faz. Eu não tenho de suportar as dores do outros como se das minhas se tratassem nem tenho de "salvar" ninguém. 

Posso ser boa ouvinte. Posse ser boa conselheira. Posso, até, ser boa amiga. No entanto, não deixo de ser a única responsável por aquilo que penso, que digo e que faço. Nada nem ninguém deve assumir tais responsabilidades por mim. É por mim que estudo. É por mim que trabalho. É por mim que sou independente. É por mim que procuro conhecer-me, cada dia, melhor. E só assim poderei ter a certeza do que sou e não deixar que nada nem ninguém me faça duvidar de mim própria!

Observem-se internamente e sejam felizes!

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

A Violência Normalizada "Na Porta ao Lado"

Helena. Marta. Ana. Estes são os nomes das três protagonistas da triologia de filmes da SIC, "Na Porta ao Lado". Estes são os três rostos (ficcionados mas, ao mesmo tempo, tão reais) da violência doméstica que a SIC escolheu para dar visibilidade a este flagelo social. Estes são os nomes de três vítimas que tão bem retratam a violência de que são alvo as mulheres - e muitos homens, não os esqueçamos, mesmo que em número significativamente mais reduzido - NA PORTA AO LADO. 

         Foto: Direitos Reservados

Violência doméstica. Violência contra as mulheres. Violência contra as crianças. Violência contra os homens. Violência só e apenas. Temos de falar sobre isto. Temos de estar atentos ao que realmente se passa "na porta ao lado". Na nossa rua. Na nossa vizinhança. No nosso círculo de amigos. É preciso parar para refletir sobre isto. É preciso denunciar porque sim, "entre marido e mulher mete-se a colher"!

Em três telefilmes muito realistas, a SIC "toca na ferida" e retrata um crime hediondo que não pode ser ignorado - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. Em particular a violência contra as mulheres. "Esperança", "Amor" e "Medo" são os nomes dos três episódios que arrepiam, de tão desconfortáveis que são. Cada um retrata um relacionamento diferente e tem em conta as suas particularidades, mas o objetivo é comum: sensibilizar para a denúncia. No final de cada filme pode ver-se, em números de um branco de esperança 116-006, o número para o qual se deve fazer uso e denunciar.

Estamos em pleno século XXI e são aterradores os números de violência doméstica em Portugal; basta abrir o site da APAV para perceber que as mulheres e as crianças são as principais vítimas deste crime que é público desde 1995. E o artigo 152º do Decreto-Lei n.º 48/95 do Código Penal prevê um enquadramento legal que regula as punições aplicáveis à prática deste crime. 

Voltemos à trilogia perturbadora dos telefilmes da SIC. Custou-me especialmente assistir ao último da trilogia "O Medo". Neste, a vítima e protagonista "Ana", tia de uma menina cuja mãe tinha sido esfaqueada pelo marido (para mim um monstro, diga-se!), suportava todos os tipos de abusos psicológicos, emocionais e físicos. E certamente estão a perguntar-se, porquê? Porque é que ela não saia de casa? Porque é que as vítimas de violência doméstica não fogem, simplesmente?

Não é assim tão linear. Elas ficam por dependências. Ficam por medo. Ficam porque não têm outra opção. Ficam por apego emocional. Ficam porque pensam que eles vão mudar. Ficam porque acreditam que não são ninguém sem eles. Ficam porque acreditam que precisam deles. Ficam porque têm medo que eles as MATEM. É por isso que ficam e não vão embora. Vivem no ciclo vicioso de um relacionamento tóxico:

Fonte: Life is cool
Mais uma vez, quem é independente financeiramente é independente de tudo o resto. A "Ana", protagonista deste filme, vivia com o marido, Presidente de Junta, os filhos, a sobrinha e os sogros.  Trabalhava no café destes e não era paga por isso. Sempre que era agredida pelo marido e as suas feridas abertas expostas ao "olho gordo" da sogra, esta ainda lhe dizia que "alguma deves ter feito para ele te ter deixado nesse estado!" Sim, porque as mulheres, em vez de se ajudarem, julgam-se umas às outras e contribuem até para perpetuar o ciclo de violência contra o mesmo género. Um ciclo que precisa de ser rompido!

É aterrador pensar que isto acontece diariamente. Na sociedade machista em que, infelizmente vivemos, que maltrata as suas mulheres e os seus idosos e que protege os agressores, somos expectadores passivos deste "cancro social" que não deveria deixar ninguém indiferente. Somos o grito mudo que prefere consentir a agir. Somos os ouvidos surdos que preferem ignorar em vez de ajudar. E somos as mulheres ignorantes que, em vez de denunciarem os animais, desculpabilizam constantemente os comportamentos dos meninos, como se os homens fossem uns atrasados mentais.

Muitos são. Mas outros são NARCISISTAS, MANIPULADORES, SOCIOPATAS ou PSICOPATAS que deviam bem tratar quem tanto se dedica à relação. Revolta-me saber que a violência é socialmente aceite e está tão normalizada na nossa sociedade. Enquanto os agressores não forem expostos, denunciados e responsabilizados pelos seus atos, podemos dizer que algo muito errado se passa. 

Chega de normalizar a violência. Chega de passar "paninhos quentes" na "cabeça dos meninos, que coitadinhos, não sabem o que fazem". Chega de responsabilizar as vítimas pela dor de que são alvo. Chega de as culpabilizar. Elas não são culpadas de NADA. Nada do que lhes acontece teve que ver com algum erro que tenham cometido. Não, elas não provocam. Não, elas não se "comportam mal". Não, elas não têm de aceitar tudo nem de se diminuírem para caber no mundo limitado dos monstros.

Elas têm voz. Elas têm uma opinião. Elas nem sempre concordam com tudo o que o companheiro diz. E se é companheiro, verdadeiro companheiro, ele devia aceitar e respeitar o ponto de vista dela, que não é nem tem de ser igual ao dele. Nada, nada, absolutamente NADA justifica a violência. Seja de que género for - psicológica, emocional, financeira, social, física e por aí fora.

Se não estás bem, muda-te. Vai-te embora. Deixa-a ir, mas não lhe batas!

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Em caso de dúvida, ESCOLHE-TE

Em caso de dúvida, escolhe-te. Escolhe-te porque tu és a tua prioridade. És tu quem cria a tua própria realidade. És tu quem toma as rédeas da tua própria vida. És tu quem desenha o teu futuro. E, se não és, deverias ser. 

Escolhe-te. Acredita que os teus pensamentos têm poder e são eles que criam a tua realidade. Pensa na tua mente como se de um jardim se tratasse: planta flores ou semeia ervas daninhas. A escolha é e será sempre tua. 

Fonte: https://www.pensamentosdefabs.com.br/2019/02/
nao-priorize-quem-nao-te-prioriza-tanto.html
Tornares-te independente de sentimentos e de pessoas é o primeiro passo. Pratica o desapego emocional e sê a tua própria fonte de rendimento. O caminho é por aí. Desapega-te das pessoas e dos sentimentos (por vezes obsessivos e tóxicos) que nutres por elas. Lembra-te: pessoas no mundo há muitas; elas vêm e vão-se. Mas tu tens-te e ter-te-ás sempre a ti próprio e, com a tua companhia, nunca estarás sozinho. É importante gostarmos de outras pessoas, mas mais importante ainda é sabermos valorizar-nos e não aceitarmos menos do que aquilo que merecemos. Valoriza-te e não deixes que ninguém te calque, NUNCA!

Cuida-te como cuidas o teu melhor amigo, pois tu deves ser o centro e a prioridade da tua vida. Tenta, também, não seres financeiramente dependente de ninguem, isto é, do teu núcleo familiar ou do teu companheiro/a. Cria a tua própria independência financeira e, se possível, encontra mais do que uma fonte de rendimento. É importante teres o teu próprio dinheiro e as tuas próprias contas bancárias. Não permitas que ninguém te domine a esse nível, pois para seres independente precisas de ser auto-suficiente. 

Para mim os dois princípios para criares a tua verdade, a tua realidade, são precisamente a independência emocional e a independência financeira. Tive de o aprender da forma mais cruel possível e, com as lições que a vida me tem dado, tenho aprendido abruptamente que o centro da minha vida SOU EU

Não permitas que te manipulem. Não deixes que sobre ti exerçam coação psicológica. Não permitas que te levem a duvidar de ti mesmo/a nem das tuas capacidades. Afinal, antes de aquela pessoa aparecer na tua vida, tu já eras completo/a. Tu já tinhas conquistado várias coisas em diversas dimensões (pessoais e profissionais). Porquê que agora ele/ela te fazem duvidar das tuas próprias capacidades?

Não deixes que o OUTRO passe a ser o foco da tua vida. Não deixes que te domine. Não deixes que te desvalorize. Não deixes que te menospreze. Não permitas que te diminua pois, se tiveres de te diminuir para caber no "mundo" de alguém, certamente estarás a trilhar o caminho errado. Não deixes que o outro faça escolhas por ti e te tente modificar. Se não podes ser tu mesmo/a, deverás repensar o teu percurso. 

Valoriza-te e presta atenção às "red flags" (em português têm esse sentido literal e figurado - as bandeiras vermelhas - os perigos de uma relação, os comportamentos prejudiciais)  que, muitas vezes, cegos/as pelo amor, o hábito e o apego emocional, teimamos em não ver. Acredito que também seja por falta de conhecimento, mas os padrões repetem-se e é preciso estar atento/a para ter consciência dos mesmos e ter o poder de os quebrar. 

Quem te ama valoriza-te. Espera por ti. Aceita as tuas escolhas. Incentiva-te a evoluires como pessoa. Quer que vás mais além e apoia-te. Caminha ao teu lado e faz-te aceditar que és capaz de mais, mais e MAIS. Não re proíbe. Não te restringe. Não te pisa. Valoriza-se e valoriza-te tal como TU MERECES!

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

O medo é o teu pior (e único!) inimigo

O medo é o teu pior e único inimigo. As tuas crenças limitadoras levam-te a pensar que não consegues e a acreditar que a procrastinação é o único caminho. O medo impede-te de avançar e de alargares a tua zona de conforto. A tua mente pode ser a tua melhor amiga ou a tua pior inimiga e, novidade das novidades... És tu que decides isso!

Fonte: o-cidadao-de-bem-e-a-prisao-social.html
A mente é como um guarda-chuva; apenas funciona aberta. Fechada, pode ser a tua maior prisão e quantas vezes mais prejudicial do que o teu pior inimigo (aqui falo de pessoa tóxica)!... É a tua mente que guia o teu caminho, alimenta os teus sonhos e desenha o teu futuro. É, também, a tua mente que te diz "não consigo", "isto não é para mim", "tenho medo". É ela que pode significar a tua insubstituível liberdade ou a tua eterna prisão. E, mais uma vez, és tu que decides.

Os últimos meses têm sido, para mim, de introspeção. Tenho olhado todos os dias para dentro. Tenho analisado e refletido sobre os meus traumas e sobre os meus receios. Tenho tentado perceber o porquê de algumas coisas falharem e de tantas outras não resultarem. E tenho chegado a conclusões incríveis; muito do que me acontece (e que acaba por não resultar) está intimamente ligado ao medo que eu sinto, às minhas crenças limitadoras, à dificuldade de encarar o futuro com coragem e sem receios.

Além do medo, a negatividade e o pessimismo são os meus segundo e terceiro piores inimigos. O medo não me deixa avançar; a negatividade impede-me de olhar para um presente e um futuro risonhos e o pessimismo não me permite ver o lado positivo de tudo o que me acontece. A verdade é que nada acontece por acaso e tudo são experiências de vida. Lições duras ou momentos prazerosos. Porque a vida é mesmo assim, uma montanha russa de altos e baixos.

Olhar para dentro de mim mesma e mergulhar no fundo das minhas questões mais sensíveis e profundas, tem-me permitido identificar os aspetos menos bons e as áreas que preciso de limar. É a tomada de consciência, proporcionada pelo autoconhecimento, que nos permite escolher sermos ou não melhores pessoas. É, também, a olhar para os nossos "calcanhares de Aquiles"  e a aceitá-los que vamos parar de projetar nos outros os nossos defeitos. É urgente investir tempo a tornarmo-nos melhores pessoas pois só assim conseguiremos viver na plenitude a nossa essência.

Feridas emocionais como a rejeição, o abandono, o orgulho, a injustiça e a traição, oriundas muitas vezes da infância, fazem com que criemos máscaras para nos protegermos do sofrimento causado por essas mágoas. Ao criarmos estas máscaras estamos, necesssariamente, a afastarmo-nos do "eu genuíno", do "eu verdadeiro". Máscaras que funcionam como "escudo de proteção" impedem-nos de viver libertos do medo que nos prende; esse medo de sofrer e de não ser feliz. Contudo, só quando aceitamos os nossos traumas e nos libertamos desse "falso eu" é que conseguiremos ser felizes e plenos na alegria de desfrutar do "verdadeiro eu".

Fonte: pt.vecteezy.com/arte-vetorial/
"O medo é o teu único Deus". Acredito mais ou menos nisto. Acredito na lei do retorno e no facto de recebermos aquilo que atraímos. Pensamentos negativos geram situações tóxicas. Situações toxicas trazem gente que vibra baixo. E assim começa um ciclo de sofrimento que só termina quando tomarmos consciência daquilo que verdadeiramente somos e daquilo que queremos para as nossas vidas. Até lá esquecemo-nos de quem somos e deixamo-nos arrastar para situações desagradáveis e até perigosas.

Liberta-te dos medos. Liberta-te dos anseios. Liberta-te do "falso eu" e dessas máscaras que te consomem. Estuda-te. Acolhe os teus traumas. Aceita-te. Abre a mente. Toma consciência de quem tu és. Sê tu mesmo(a) e vive o teu "eu genuíno"! Só assim conseguirás ser feliz e contagiar todos os que estão à tua volta com esse sorriso de "orelha a orelha".

Aproveita o início de um novo mês para te tornares melhor. Rejuvenesce. Aprende. Descobre. Abre-te ao autoconhecimento. Lê. Entende os teus receios. Aceita-te tal como és. É um novo mês! É uma nova oportunidade para seres feliz. Eu vou continuar a investir em mim. Lembra-te: quando o teu mundo parecer desabar, terás sempre alguém. Ter-te-ás sempre porque TU és a pessoa mais IMPORTANTE da TUA VIDA. Por isso, CUIDA-TE.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Este lápis não é da cor da minha pele

Chega setembro e consigo vem a azáfama do regresso às aulas. Os supermercados enchem-se de pais e crianças ansiosos por adequirir os materiais escolares constantes nas listas fornecidas pelos professores. O silêncio dos corredores das escolas transforma-se em barulho com mais um regresso da pequenada aos edifícios educativos. Os recreios são, novamente, o espaço de convívio por excelência, onde as crianças aprendem a socializar e a ser pessoas. As saudades dos colegas vão embora aos poucos e o regresso às salas de aula avivam e resignificam a alma da escola. 

A escola deixa, novamente, de ser um edifício triste e sem vida e ganha alegria com as conversas dos professores que se (re)veêm, dos assistentes operacionais que cumprimentam os pais junto aos portões da escola e das crianças que encontram os seus pares e falam das novidades do verão que ontem terminou.

É hora de voltar às salas de aula e de pintar ou de fazer um desenho na primeira página do caderno. As folhas novas dos cadernos escolares por abrir têm o típico cheiro "a novo" que nos transporta à nossa infância. O cheiro de voltar a ser criança. E os lápis de cor, em breve, darão o colorido a um novo ano escolar que se desenha. 

Fonte: provoca-arte.pt

- Quem me empresta o lápis cor-de-pele? - ouve-se um aluno que se encontra junto à secetária da professora. 

- Desculpe? Lápis cor-de-pele? Mas qual? - retribui com umas quantas perguntas a professora que deixa o aluno, totalmente desarmado, a refletir nessa questão. A professora poderia ser eu e o aluno poderia ser qualquer um da minha sala de aula. 

A questão é que, para mim, não existe lápis "cor-de-pele". "Cor-de-pele" não é uma cor como é o "vermelho", o "preto", o "amarelo", o "roxo" e por aí em diante. "Peles" existem de todas as cores e texturas. A tal "cor de pele" pode ser "beje", "negro", "amarelo", "castanho". Sim, as peles têm diferentes cores e não são necessariamente "beje" ou "negra". Há peles de todas as cores mas não existe o lápis "cor-de-pele".

Faz sentido um aluno negro pedir emprestado o lápis "cor-de-pele"? - Não, jamais. Só se especificar que é o lápis da cor da SUA pele. Ainda assim, chega a ser absurdo. "Cor-de-pele" é a cor que cada um tem

Ao assumirmos que existe um lápis "cor-de-pele" não estaremos, mesmo que inconscientemente, a ter uma atitude racista e etnocêntrica que sobrevaloriza a primazia da "raça caucasiana" sobre as outras?

Reflitam. Esse lápis não é da cor da minha pele. Na minha sala de aula não existe "cor-de-pele".

sábado, 28 de agosto de 2021

Vitamina SEA

         

Sol, calor, praia, areia e mar. Estes são, para mim, os ingredientes perfeitos para uma pausa de excelência. Nem falo em férias pois a minha situação é um pouco dúbia neste momento. Pausa. Uma pausa mais ou menos perlongada e repleta de vitamina SEA. A vitamina que eu mesma inventei e que tem preenchido os meus dias de alegria, paz e tranquilidade.

Vitamina SEA (vitamina mar) e a ajuda da vitamina D para (re)ativar toda a minha melanina. As hormonas do bem-estar a saltitarem sempre que coloco os pés na areia. O sol e as caminhadas na areia a ajudarem a secar o corpo molhado pelos mergulhos salgados. Como são as coisas simples que me fazem sentir feliz, bem me sinto com tudo o que o verão tem para oferecer, não fosse esta a minha estação do ano preferida.

"Olhá bola de berlim!" - ouço lá ao fundo o senhor das bolas de berlim, cuja propaganda acompanha com umas buzinadelas e colunas com um som divertido. Não passa despercebido a ninguém e eu poucas vezes resisto a comprar uma bolinha. Faz parte da dieta e dos longos dias de praia. Com os mergulhos de água salgada a abrir o apetite e o sol a convidar a intermináveis passeios pela areia, culpa comer bolas de berlim é "uma cena que não me assiste".

Crianças a correr pela paia fora, pais desesperados por tirá-las a tremelicar da água que, parecendo que não, está gelada... Adolescentes a jogar à bola, numa espécie de vólei de praia... Adultos a ler livros, revistas ou jornais ou agarrados aos inevitáveis smartphones... Praias cheias durante a semana como se do fim-de-semana se tratasse. E heis o cenário perfeito de um mês chamado agosto, digno desse nome.


19h e a vontade de ficar mais uma hora prevalece. O sol vai-se escondendo por entre as nuvéns e desaparecendo por detrás do mar. Fica o sabor a pouco e o desejo de regressar no dia seguinte... e depois... e depois. E já lá vão quatro dias de praia durante a semana, que a avaliar pela quantidade de pessoas que estendem a toalha a areia, parece um fim-de-semana de quatro dias.

É hora de regressar a casa. Como um dia alguém disse "a tristeza conta os minutos enquanto que a felicidade perde-se nas horas!" Exato. E a vontade era que o dia não terminasse. Mas, depois dos banhos de sol e de mar é preciso cuidar da pele e do cabelo. Primeiro é hora de banho, depois segue-se a hidratação da pele com aftersun, o jantar, a secagem do cabelo, a novela e cama!

sábado, 21 de agosto de 2021

Já provou o novo Martini Fiero?

 "Já provou o novo Martini Fiero?" - é com esta pergunta que abordo as pessoas que pelo expositor da Martini passam nos fins-de-semana de agosto. Comunicar, apresentar o produto e dá-lo a conhecer ao cliente a fim de o adquirir, é a minha missão durante os fins-de-semana que se estendem por quatro dias. Criar empatia e simpatia fazem com que o sucesso da acção seja real. Este é o meu propósito sempre que "visto a camisola". E este post serve precisamente para dar a conhecer (um pouco) da minha experência como promotora.

Trabalho a part-time, gratificante q.b e surpreendente às vezes. Há dias que correm bem, em que os clientes estão receptivos e que as vendas se traduzem em números incríveis. Noutros, ouvimos um "não consumo bebidas alcoolicas", ou um "como não posso provar não vou arriscar" ou ainda um "já provei mas não gostei". Ok, entendo quem não consuma bebidas alcoólicas pois eu mesma mal lhes toco. De momento, devido à situação pandémica, realmente não é possível fazer degustação das bebidas e, quanto a quem já provou e não gosta, nada posso fazer.

Como em todos os trabalhos que implicam vendas, há dias bons e há dias menos bons. Os brindes oferecidos aquando da realização da ação são um extra, mas acredito que não sejam determinantes para a decisão final acerca da compra do produto. Como tudo na vida, ou se gosta ou não se gosta. Ou se aprecia ou não se aprecia. Ou se "arrisca ou não se petisca". 

Vida de promotora passa por passar cerca de quatro a oito horas de pé a abordar pessoas na tentativa de ouvir um "sim, levo duas" ou um "sim, nunca tinha ouvido falar mas vou experimentar" ou ainda um "sim, já experimentei, gostei e vou levar outro". Quem não bebe bebidas alcoólicas pode sempre levar o Martini sem álcool. Quem já experimentou o Fiero e o considerou muito doce, pode sempre misturar água tónica. Comprar uma bebida nova é sempre um risco, principalmente quando não se conhece, quando não se tem qualquer feedback ou quando o "original", neste caso o Martini Rosso é O MARTINI por excelência e como esse não há igual.

É bom inovar, mas claro está que a inovação acarreta sempre alguns riscos, principalmente para clientes que estão acostumados ao MARTINI ROSSO e que nao fazem questão, sequer, de experimentar novos sabores. Introduzir um novo produto no mercado trás sempre vantagens e desvantagens. Experimentar o novo e o desconhecido não, não é para todos. E tal como não o é nas bebidas, também não o é na vida das pessoas.

Sempre que algo novo se apresenta como inovador e disruptivo, seja um novo produto no mercado, uma nova profissão, um novo desafio pessoal ou qualquer coisa diferente que, de certa forma, altere o nosso dia-a-dia, a nossa rotina e que vá "contra" a ordem pré-estipulada, deparamo-nos, muitas vezes, com a desconfiança e com a resistência. Mas com o tempo, com a experiência e com as provas de que realmente é possível mudar para melhor, a "velha guarda" dá lugar à novidade e à criatividade.  Como popularmente se diz "primeiro estranha-se, depois entranha-se".

E vida de promotora não é fácil nem é difícil. É o que é. E, como tudo na vida, o mais importante é gostar daquilo que se faz e tirar algum prazer das atividades que nos dão (algum) sustento. Como se costuma dizer, no fim do dia é importante "juntar o útil ao agradável".

domingo, 14 de março de 2021

“Aprendi que não preciso de estar sempre no mesmo sítio para trabalhar”

A aventura internacional de Claúdio Silva, web designer de 31 anos, começou em 2012 quando, pela primeira vez, viajou até Londres. Este foi apenas o início de um percurso rico e completo que tem levado este jovem profissional natural da Guia, concelho de Pombal e distrito de Leiria, a somar experiências profissionais e de vida em países tão diversos como Reino Unido, Alemanha, República Checa, Eslováquia, Itália, França, Holanda, Bulgária, Azerbaijão e Espanha. 

“A primeira vez que viajei de avião foi para emigrar”, recorda Cláudio sobre quando viajou para trabalhar a “virar hambúrgueres” no McDonalds em Londres. “O nervosismo de ir viver para um país diferente, a excitação de andar de avião e a preocupação de não saber o que o meu futuro me reservava foram alguns dos sentimentos que me passaram pelo coração”, acrescenta.

A falta de emprego em Design Industrial, área em que é formado, o conselho do então Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho para que os jovens emigrassem devido à situação económica em que o país se encontrava e o espírito de aventura foram os motivos que “empurraram” Cláudio para fora de Portugal. “Pensei: se é para trabalhar num restaurante ou numa loja, vou para Londres, aprendo outra língua e obtenho alguma experiência de vida”, admite.

Depois de três anos a viver e a trabalhar em Londres, o web designer decidiu procurar um lugar mais calmo e com melhor qualidade de vida para morar. Foi então que em 2015 se instalou em Amsterdão, por um ano, altura em que trabalhou como web designer nos escritórios europeus da Staples. “A primeira coisa que fiz foi comprar uma bicicleta em segunda mão e morei alguns meses num barco encorado num lago nos subúrbios, provavelmente o lugar mais calmo onde alguma vez viverei”, conta.

As saudades dos amigos, da família e do bom tempo trouxeram Cláudio de volta a Portugal. Mas “foi com este saltitar de um lado para o outro que aprendi que não preciso de estar sempre no mesmo sítio para trabalhar”, explica. “Só preciso de um computador e de Internet”, assume. “Tenho trabalhado remotamente como web designer para uma empresa Suíça, enquanto viajo por esse mundo fora feito nómada digital”.

E é como “nómada digital” que Claúdio trabalha remotamente e viaja por países que nunca tinha “imaginado antes” e conhece lugares incríveis. “Um bunker soviético abandonado na Bulgária, vulcões de lama no Azerbaijão e as dunas de Maspalomas, um pequeno deserto nas ilhas Canarias onde raramente chove”, exemplifica.

O agora “nómada digital” não pensa voltar a trabalhar num escritório. “A liberdade de trabalhar onde quero e quando quero é algo que valorizo imenso”, afirma. “Continuar a viajar está nos meus planos e neste momento estou também a restaurar uma carrinha para poder conduzir estrada fora e trabalhar ao mesmo tempo, uma espécie de escritório ambulante”, conclui.

 

O melhor de ser um Nómada Digital… “Não perder tempo em deslocações para o trabalho e poder estar onde é Verão o ano inteiro”, diz.

O pior de ser um Nómada Digital… “Andar sempre de mala às costas e não ter aquele espaço a que possa chamar «a minha casa»”, reconhece.

O mais surpreendente de ser um Nómada Digital… “As pessoas que vamos conhecendo, alguns com ideologias diferentes das nossas que, de certa forma, nos fazem ver o mundo de outros pontos de vista”, explica.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Chaves, Carteira, Telemóvel, Garrafa de Água...E Máscara!

 ... Estamos prontos para sair!


Estes foram, além do outfit propício à prática desportiva, os "adereços" que levei comigo para caminhar até à Foz do Douro. Não me esqueci nem dos fones nem das sapatilhas; infelizmente o calçado que eu pensava ser adequado a uma caminhada de longa duração não evitou que se formasse uma pequena bolha no dedo do pé.  

Decidi saudar o sol, tão bonito que hoje estava, com uma caminhada higiénica até ao Castelo do Queijo. Ao longo 6,2 quilómetros e cerca de uma hora e 14 minutos caminhei até à Praia do Castelo do Queijo. Desta vez não fiz "batota" e não apanhei o autocarro a meio do caminho. Deixei-me levar pelos pensamentos deambulatórios enquanto me concentrava nos passos firmes que dava para atingir o meu objetivo. Com foco e determinação decidi que hoje iria ser capaz de mais. E assim foi. 

Depois de uma longa caminhada ao sol, decidi deleitar-me com os pequenos prazeres proporcionados pela maresia das ondas pacíficas. Sentada numa rocha, deixei que aquele azul e bem-cheiroso mar me bejiasse a par do vento moderadamente agitado. Não me permitiu falar ao telefone; era um sinal de que, realmente, estava na hora de "desligar" da tecnologia e de (re)conectar com a natureza. E tão bem que soube! Claro que não me deixei ficar apenas perto do Castelo de Queijo; aproveitei para caminhar na areia, bem junto ao terapeutico mar, por aquela marginal fora de Matosinhos.

A ideia de caminhar até à praia hoje foi pensada desde ontem. Apesar de o clima ter-se revelado pouco convidativo a passeios ontem, fui também até à praia. Só que de autocarro. Mas decidi regressar a pé. E hoje, fui e voltei a pé! Superei-me. Mesmo com o pequeno imprevisto da bolha, sinto que consegui. Reconheço os efeitos indubitavelmente benéficos destas longas caminhadas. O corpo e a mente agradecem. Agradeceram. E, com o sol a ajudar, tudo se tornou mais fácil e agradável.

Feitas as contas foram mais de 12,4 km caminhados em mais de duas horas e 28 minutos. Foi, sem dúvida, a melhor decisão que tomei hoje. Aliviei o corpo de "stress", limpei a alma de mágoas e recarreguei baterias para a nova semana que não tarda em chegar. Aconselho a quem me perguntar e asseguro que vou fazê-lo mais vezes. Em dias de confinamento obrigatório urge encontrar alternativas ao nosso bem-estar físico, mental e psicológico. Com ginásios fechados e espaços ao ar livre a convidar, do que mais precisamos para ir caminhar, correr ou andar de bicicleta ou patins?

domingo, 17 de janeiro de 2021

O meu primeiro voto antecipado

Hoje, pela primeira vez, votei de "forma antecipada". Decidi fazê-lo devido às atuais restrições de circulação entre concelhos impostas pelo Governo e consequência da atual situação pandémica que vivemos em Portugal. Estou recenseada em Pombal mas votei no Porto. Mesmo que no próximo fim-de-semana me desloque até Pombal, sinto que já cumpri para com os meus direitos e deveres cívicos.  

Votei para eleger o próximo Presidente da República Portuguesa. Escolhi votar e não abster-me pois, desde os 18 anos, sei que posso ter uma voz política. Faço-o sempre porque, mais do que um direito adquirido, é um dever que tenho como cidadã portuguesa. Sim ao voto, não à abstenção! Afinal, se tantos outros sofreram, foram presos, viveram ostracizados e exilados, sacrificaram-se e morreram para que HOJE pudéssemos votar, porque não fazê-lo?

Escolhi votar e não abster-me pois considero assustadoras as atuais taxas de abstenção; de acordo com a PORDATA, a taxa de abstenção nas eleições para a Presidência da República em 2016 foi de 51,3% contra as de 24,6% em 1976 (pós-25 de abril de 1974). Desinteresse? Apatia? Desconfiança? Políticos descredibilizados? Afinal o que se passa?

Penso que só quem vota, só quem tem uma voz ativa, só quem exerce os seus direitos e deveres democráticos pode opinar sobre o que está bem ou o que está mal. Quem se abstém, quem não vota, quem prefere ficar a assistir em vez de agir fica automaticamente destituído do direito de opinar nesta matéria. 

Hoje fiquei satisfeita; não por ter de aguardar numa fila durante uma hora para votar, mas sim porque vi que há imensas pessoas que (ainda) vão votar. Muitas pessoas foram votar antecipadamente. Estas pessoas escolheram não ficar em casa. Estas pessoas escolheram agir. Estas pessoas escolheram não ficar indiferentes. Estas pessoas não encontraram desculpas para não irem votar. Nem o Covid-19 as demoveu.  Estas pessoas que decidiram fazer ouvir a sua VOZ.

Nos últimos tempos vi algumas frases interessantes, das quais destaco: "o sofá não precisa do teu rabo, mas a democracia precisa do teu voto". Verdade! Espero que todos aqueles quantos leiam este artigo não se abstenham do direito democrático que tanto custou a muitos conquistar. Não se afastem das vossas responsabilidades políticas. É preferível votar nulo ou em branco do que, efetivamente, não votar. 

Cuidado! Sejamos conscientes e estejamos alerta, pois a ditadura alimenta-se dos alienados...

domingo, 10 de janeiro de 2021

Os meus objetivos (concretizáveis) para 2021

No arranque deste novo ano propus-me a trabalhar mais e com maior qualidade em mim mesma, de forma a concretizar os meus objetivos pessoais e profissionais. Tal como (acredito eu) algumas pessoas, por vezes sinto-me perdida; mas não é isso que vai tirar o foco sobre o caminho que devo percorrer. A missão que tenho para cumprir. Tudo aquilo que quero fazer.

Acredito que só com metas atingíveis e propósitos realistas conseguirei afastar a frustração e aproximar-me da tal "felicidade", esse conceito tão abstrato e tão difícil de definir às vezes. 

Assim, para chegar onde pretendo em 2021, vou colocar em prática alguns todos estes tópicos:

1. Definir metas objetivas e reais diariamente.
2. Afastar de mim tudo aquilo que em nada me acrescenta. Isto incluí pessoas, rotinas, situações, hábitos e vícios;
3. Dar o meu melhor sempre, comparando apenas o meu "eu" de hoje com o meu "eu" de ontem. Não comparar-me constantemente aos outros, evitando assim criar situações de sofrimento evitáveis.
4. Ler mais, escrever mais,  meditar, distrair-me, e procurar outras atividades que me façam abstrair do quotidiano.
5. Cumprir todos os objetivos a que me proponho diariamente;
6. Ser fiel a mim mesma nunca perdendo a minha essência, mesmo que tenha de me moldar às situações que ocorrem diariamente;
7. Manter a mente aberta ao conhecimento e aceitar que o "novo" vem sempre acrescentar;
8. Manter a minha agenda organizada;
9. Manter o corpo e a mente saudáveis todos os dias;
10. Escrever pelo menos uma vez por semana neste blogue.

Será assim tão difícil cumprir estes dez objetivos? Vamos andando e vamos vendo...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Minimalismo: a arte de viver feliz com menos

Depois de alguns meses de interregno, volto hoje a escrever neste blogue. Um de Janeiro de 2021. O início de um novo mês, de um novo ano. Parece-me uma excelente data para (re)começar. E aqui estou eu, de regresso a uma das atividades que mais aprecio: ESCREVER. E hoje escrevo acerca do primeiro documentário que vi este ano, um original NETFLIX: "The Minimalists - Less is NOW".

Fonte: https://www.felizcomavida.com/minimalismo
Antes de ver este documentário já tinha ouvido falar nesta corrente, também nome de movimento artístico ou se lhe quiserem ainda chamar, estilo de vida. Admito que nunca tinha refletido aprofundadamente acerca do minimalismo até ver este documentário de 53 minutos que tão bem explica como é tão necessário e urgente pensar a cultura de consumo de hoje: agora é a hora de menos - "less is now".

Em menos de uma hora somos convidados a acompanhar as histórias de dois amigos norte-americanos que se viram "obrigados" a desapegar dos inúmeros bens materiais de que dispunham em suas casas para alcançarem a felicidade que tanto almejavam. Ao mesmo tempo é-nos dada uma perspetiva acerca da "pressão" que os media, através da publicidade e do marketing agressivos, exercem sobre nós para a aquisição de inúmeros produtos, muitos dos quais não precisamos, mas cuja necessidade nos é diariamente criada. Através dessa mesma propaganga é-nos "vendido" um estilo de vida "feliz e próspero" que só é concretizavel mediante a aquisição de certos bens de consumo.

Ora, neste documentário é-nos apresentada uma perspetiva minimalista da vida, partindo da premissa de que "menos é mais" ou "less is now". Somos convidados a desconstruir crenças e valores que, muitas vezes, estão assentes no materialismo e no consumismo exacerbados. Somos levados a questionarmo-nos sobre o propósito das coisas que temos e sobre a real utilidade dessas mesmas coisas. Será que precisamos realmente de todos os objetos que temos em casa?

Sei que tenho gavetas cheias de coisas de que não preciso neste momento mas que já utilizei; no entanto de nada me servem agora e estão simplesmente a ocupar espaço - um espaço que poderia ser utilizado de outra maneira - nas gavetas das minhas mesas de cabeceira. Esporadicamente limpo e arrumo o meu guarda-fatos; ainda assim tenho noção de que deixo ficar roupas que não uso, pois penso que "um dia vão ser-me úteis". Mas esse dia nunca chega e fico, simplesmente, com roupas "inúteis" guardadas no armário, a ocupar um espaço que podia estar mais "liberto". E assim funciona a acumulação de "coisa atrás de coisa" de que não preciso.

Talvez devido à forma como fui educada e aos valores que me foram transmitidos na infância, para mim a verdadeira felicidade nunca residiu nas coisas "que se compram", mas sim nas pessoas, nos animais de estimação, nas viagens, nos momentos únicos proporcionados pela beleza incrivel de um arco-íris ou num fim do dia oferecido por um único pôr-do-sol. É a natureza que, por si mesma, cria momentos de felicidade que nem sempre apreciamos devidamente. São as viagens que fazemos e as pessoas que conhecemos que, tantas vezes, nos dão aquilo de que realmente precisamos (e muitas vezes não sabemos)! Afinal é possível ser-se feliz com tão pouco.

"Destralhar", vender, doar, libertar espaço são os desafios colocados ao espectador no fim do documentário. Se, ao longo de 30 dias, colocarmos por dia, numa caixa, um objeto de que não precisamos, certamente teremos, ao fim desse mês, 30 objetos que antes consideravamos imprescindíveis. 

Viver bem com pouco. Viver feliz com menos. Viver somente com o mínimo indispensável - é esse o verdadeiro propósito do MINIMALISMO.