quarta-feira, 27 de julho de 2016

Quem corre por gosto não cansa...

Céu azul, sol, bom tempo, mar, praia, gelados e... corridas!


"Quem corre por gosto não cansa"...Ai cansa cansa! E de que maneira! Mais ainda quando se corre por debaixo de um sol abrasador, característico destes longos dias de verão. Se estavam a pensar que hoje ia falar de corridas, BINGO! É mesmo esse o assunto deste "post".

Correr... "Quem corre por gosto não cansa"... Desta frase feita posso depreender duas coisas: a primeira é o significado literal e denotativo da oração, mais de cem vezes repetida todos os dias. Sim, realmente quem gosta de desporto em geral e de correr em particular, "não se cansa". Ou então sim, isto porque a fisionomia humana, por mais resistente que seja e por mais resiliente que a mente do atleta seja, acaba sempre por sucumbir às suas próprias limitações físicas ... simplesmente porque "não somos de ferro"!

Depois há o sentido conotativo e subjectivo da frase que nos remete para outras dimensões da vida, não somente a corrida e o desporto. "Quem corre por gosto não cansa" se trabalhar na área de que mais gosta e se adoptar, todos os dias, a máxima "DO what you LOVE, LOVE what you DO". Penso que se fizermos aquilo de que gostamos, até nos empenhamos mais e os resultados acabam sempre por se traduzir na recompensa merecida. Dei como exemplo o trabalho, mas a família, os amigos, os hobbies e o trabalho voluntário são outras dimensões às quais é possível aplicar a frase feita "quem corre por gosto não cansa".

Mas era para falar de jogging, ou de corridas, que eu iniciei este post. Retomo, portanto, o "fio à meada" do assunto que iniciei nos primeiros dois parágrafos. Ora eu corro (mas só de vez em quando para não me cansar muito). Às vezes desisto demasiado depressa, mas a verdade é, não menosprezando o trabalho físico, tenho de trabalhar para fortalecer o meu psicológico. Se a mente for forte, o corpo vai resistir mais facilmente ao cansaço que o quer obrigar a parar. Não gosto muito de correr. Admito. E quando o faço sozinha é um sacrifício somente justificado pela necessidade, pois não são só as pessoas com peso a mais que devem correr.

Todos devemos correr e há quem me irrite quando me pergunta porque corro. Irritam-me mais ainda este género de comentários: "és tão magra! Tu não precisas!!!" - Mentira. Sou magra mas posso ter o colesterol elevado. Sou magra mas posso querer continuar a ter o metabolismo a funcionar bem. Sou magra, mas posso querer ter uma barriga mais definida. Sou magra, mas a quantidade de serotonina  - neurotransmissor com papel preponderante na inibição da ira, agressão, temperatura corporal, humor, sono, vómito e apetiteque liberto quando corro  ajuda-me a aliviar do stress do quotidiano e a ter um sono mais tranquilo.

Sim, são óbvios e inquestionáveis os benefícios do desporto em geral e da corrida em particular. Não sou de modas e sempre fui desportista, apesar dos anitos que tive de interregno. Mas, agora que (re)comecei numa nova modalidade, vou esforçar-me ao máximo para me manter activa e viva! E não, não corro para emagrecer. Corro para manter. A correr ou a andar, sozinha ou acompanhada, o que interessa é não para nunca!

sábado, 16 de julho de 2016

"Só te divertes se beberes até caíres".

A afirmação é assertiva mas não deixa de me causar desconforto: "só te divertes se beberes até caíres". Querem mesmo saber porquê? Então não se reservem a ler os próximos parágrafos.

Esta reflexão surge na sequência de um episódio triste, em que a bebedeira interferiu negativamente na vida de uma pessoa que eu conheço. Aliás, devo conhecer várias pessoas cujo facto de beberem em demasia acabou por as prejudicar de alguma forma. Mas agora falo de um caso muito concreto, que tive a infelicidade de presenciar.

Apesar de o conhecer mal, sei que é bom rapaz. No entanto, no que toca a copos, não se reserva a beber "só mais um", de preferência "até cair". Não falo em "beber socialmente", o que implica que a pessoa esteja consciente daquilo que está a fazer e saiba perfeitamente quando parar, mesmo que "os amigos" lhe perguntem porque não bebe mais um copo.

Falo de um "beber-até-cair-como-se-não-houvesse-amanhã". Em sentido literal. E sim, os alcoólicos, tal como os fumadores, sempre me causaram uma certa revolta, principalmente quando deixam que o(S) vício(S) interfiram directamente na minha vida. Confesso. Apesar de já ter experimentado beber um copo, ou o fumar um cigarrito "socialmente" sempre considerei que esses "vícios" devem ter "conta-peso-e-medida".

Será que só te divertes mesmo se beberes até caires? Será mesmo? Muito sinceramente eu acho que não. Eu divirto-me se estiver com pessoas de quem gosto, a conversar, a correr, a conviver, mesmo com uma garrafa de água na mão.

Um "copo a mais" pode ser tão mau para o desempenho profissional de uma pessoa no dia seguinte, principalmente quando a ressaca reina, quanto para a imagem com que os outros ficam dessa mesma pessoa. Entenda-se que "outros" são os amigos-da-onça que insistem para que ele ou ela beba mais um copo, mesmo sabendo que essa pessoa não está em condições, sequer, de raciocinar, para tomar uma decisão consciente. Ou para dizer "não" a um "copito", que é sempre o último.

Aflige-me saber que os amigos dos copos, ou pelo menos, alguns deles, não são verdadeiros. Querem que o amigo "bêbado" beba mais um para gozarem com ele. E isso é triste de se ver, acreditem. Mais triste ainda é ver que a pessoa, no dia seguinte, ainda não recuperou, e tem a seu cargo tarefas de responsabilidade inadiáveis. É triste a triplicar.

Beber como se não houvesse amanhã tem muito que se lhe diga. Repugnam-me as pessoas que estão sempre com o copito na mão: quer seja por influência de "amigos", quer seja para que o grupo não o coloque de parte; quer seja porque se gosta. Como se esse fosse o único objectivo de vida. 

"E se não aguentares não vales nada", dizem os "amigos-da-onça". Pessoas ainda mais desprezíveis que incentivam à degradação do amigo a quem pagam "mais um copo" para o tornarem inconsciente e puderem fazer a chacota que bem lhes apetecer porque, no dia seguinte, de certeza que o gozado não se vai lembrar.

O sol, o calor e o Verão convidam ao consumo abusivo, desmesurado e impensado de bebidas alcoólicas. Eu, que detesto álcool (e mesmo que não detestasse...), apelo apenas à consciência daqueles que bebem, para não se fazerem à estrada, de modo a evitarem ceifar vidas inocentes, sacrificadas pelas suas acções impensadas!

sábado, 9 de julho de 2016

“Porta Aberta” incentiva empreendedores a dinamizar zona histórica

Há dois anos eram sete e vinham de áreas tão diferentes como turismo, comércio, design, entretenimento ou, até mesmo, doçaria. Partilhavam um objetivo em comum: reavivar a zona histórica da cidade de Pombal. Desses, apenas três mantém-se “vivos” desde o dia 25 de Julho de 2014. Agora, outros novos espaços estão a abrir portas.

A Culnatur é uma das primeiras lojas com que nos deparamos assim que passamos pelo rés-do-chão do nº37 da Rua Miguel Bombarda. A cargo de Rui Rua é uma empresa de animação turística que quer unir os conceitos “cultura” e “natureza”. Foi quando fez um estágio na Câmara Municipal de Pombal (CMP) que surgiu a oportunidade de criar o próprio negócio: “vendo recordações, valorizo o artesanato local e associo isso às caminhadas e aos eventos no âmbito do programa de animação turística da empresa”, explica o responsável ao REGIÃO DE LEIRIA.

O balanço de dois anos de atividade “é positivo” e, “já começo a colher os frutos do trabalho que iniciei em 2014”. Tem sido a contratação de serviços por terceiros, o fator preponderante para o mentor continuar a manter o espaço físico, localizado em frente à sapataria Mónaco. “Organizei um peddy-papper para uma festa de anos, no Vale do Poio, que proporcionou às crianças a descoberta da flora e da fauna do local enquanto brincavam”, revela acerca de um dos projetos mais recentes.

E planos? “Vamos começar com as caminhadas municipais aos domingos de manhã”, explicou acrescentando a importância do protocolo que estabelece com a CMP para “apoiar pessoas com mobilidade reduzida através de uma joelette”. Este verão a Culnatur dinamiza, também, algumas atividades no âmbito da iniciativa do município para ocupar os tempos livres dos mais pequenos, o programa “Férias Ativas”.

“Partilhar o espaço com a Ana Carvalho da Mercearia da Praça acaba por ser uma vantagem para os dois: “quem aqui vem comprar um produto regional para comer, tem, ao lado, uma recordação para levar”, afirma ressalvando o facto de as vantagens não se limitam à partilha do aluguer da loja. “É interessante ver que as pessoas levam cabazes para oferecer, isto é, aliam o artesanato aos produtos regionais”, explica Rui Rua acerca do espaço que está aberto de segunda a sábado das 10 às 19h30.

Os biscoitos com dizeres de Portugal, os sabonetes vintage, as conservas portuguesas, os licores, as ginjas, as caipirinhas e os vinhos novos enchem a alma e os olhos de quem passa pela Mercearia da Praça. “As pessoas acham tudo muito giro, talvez pelo toque de tradicionalidade da loja”, realça Ana Carvalho. Dos oito aos 80 são várias as pessoas que por lá passam.

Dois anos depois do lançamento do programa de incentivo ao arrendamento jovem, a vereadora com o pelouro da cultura, Ana Gonçalves, acredita que este se assume comogerador de confiança e de inovação para a zona histórica da cidade”, uma vez que esta zona da cidade carecia de regeneração e de dinamização.

Dos sete negócios que se iniciaram há dois anos, só três se mantêm de pé. “O Folhas Soltas, uma loja de comercialização de chás, optou por se centrar no ciclo produtivo e na comercialização do produto final em diferentes canais de distribuição; também o projeto PYTHAGORAS, que acabou por se deslocalizar, desenvolve conteúdos e jogos educativos com temas de história e cultura de Portugal e do mundo” afirma Ana Gonçalves acerca de alguns projectos que agora seguem o seu caminho "fora de portas". Também a FRAMA e a Alfaiataria Portuguesa acabaram por se deslocalizar para outras zonas para darem continuidade ao trabalho iniciado no “Porta Aberta”.

Para compensar estas ausências, há espaços que foram a concurso até meados deste mês, para encontrar novos interessados, e que podem ser vistos com “novas oportunidades para outros empreendedores”.

Bombons e crepes convivem no mesmo espaço

O percurso continua e, mesmo em frente à Farmácia Barros, está um espaço por ocupar: pertencia à loja de jogos RanTanPlan. A 6ª fase de candidaturas do Programa de Incentivo ao Arrendamento Comercial a jovens na Zona Histórica da Cidade de Pombal decorreu de 1 a 15 de Junho. Quem se candidatou vai beneficiar dos apoios do município, entre os quais, benefícios nos preços das rendas e isenções de algumas taxas.

Nesse mesmo edifício localizam-se duas lojas ligadas ao setor doceiro. A cargo de Carla Brandão, a Qsabores, um negócio de venda de crepes, gelados e sobremesas, que conta apenas oito meses de existência, localiza-se ao lado do Bombons do Marquês. “A resolução do problema do desemprego, o gosto pela área da doçaria e a oferta de uma alternativa aos doces de fabrico industrial, que contribuem para promover os produtos locais” foram fatores determinantes para a mentora ponderar concorrer à quarta fase de candidaturas do “Porta Aberta”.

Mas não é só de crepes e de doces conventuais que vive a Qsabores. Os néctares naturais (manga/laranja, cenoura, maçã, papaia/laranja), os batidos e os smothies de diversas frutas, fazem parte da oferta da doçaria artesanal. Entre os doces de sobremesa contam-se a mousse de limão, a de manga, a de maracujá, a de chocolate, o semifrio e os bolos de fatia: amendôa c/ merengue, brigadeiro, noz c/ doce de ovos, cheesecake de frutos vermelhos, maracujá, lima, e morango.

Porquê Qsabores? “O nome resulta precisamente do facto de as pessoas perguntarem o que por cá tenho, logo, que sabores há”, frisa a responsável pelo espaço. Além da presença no espaço das 11h00 às 19h30, Carla Brandão já participou em eventos gastronómicas, como o que decorreu recentemente em Alvaiázere, a Feira do Chícharo e vai estar nas Tasquinhas de Pombal, em setembro.

Do lado direito estão os “Bombons do Marquês”, a cargo de Ilda Mendes. Aqui pode saborear-se todos os géneros de chocolates: trufas, amêndoas, bombons de chocolate artesanais locais, chocolate quente, ginja em copo de chocolate e muitos outros doces personalizados.

Na altura em que esteve desempregada, conta a administrativa, fez um workshop de bombons de chocolate e trufas “para experimentar”. Foi nessa altura que viu divulgado o incentivo da CMP e que, então, se aventurou no mundo dos chocolates. Tudo o que vende é produzido artesanalmente e é, principalmente na Páscoa e no Natal, que o público mais acorre à loja. Os dias especiais (como o da criança, o dos namorados, o do pai e o da mãe) são, também, os pretextos perfeitos para que as vendas subam a pique na loja.

Além das participações recorrentes em eventos gastronómicos, Ilda Mendes realiza workshops em escolas, e colabora com as “Férias Ativas” dinamizadas pela CMP, até porque uma das condições para os empreendedores beneficiarem dos apoios do município é “colaborar na realização de atividades de animação cultural, artística e temática que se venham a realizar na zona histórica”, como se pode ler numa das cláusulas do programa.

Volvidos dois anos desde o início do “Porta Aberta”, a vereadora Ana Gonçalves acredita que “verificaram-se novas dinâmicas na ocupação de espaços comerciais na zona histórica da cidade”. Por sua vez admite que, “a instalação do projecto “Porta Aberta”, a produção de várias atividades de cariz cultural, as instalações artísticas realizadas em parceria com os comerciantes, escolas e IPSS, os incentivos fiscais atribuídos aos proprietários e a deslocalização da feira semanal para o largo do Arnado, contribuíram para o renascer desta zona da cidade”.

Em breve está prevista a extensão do “Porta Aberta” às freguesias do concelho, “para darem continuidade ao projecto, em espaços comerciais nas sedes das suas freguesias”, adianta, ainda, Ana Gonçalves.

Números:


02 anos é o tempo que existe o programa “Porta Aberta”
04
projetos estão a funcionar atualmente
07 foram os projetos que iniciaram no âmbito do programa