sábado, 31 de maio de 2014

Espaço Lusófono: uma comunidade heterógena e multirracial?

"Espaço Lusófono" em debate na Calouste Gulbenkian
Esta questão estiveram em cima da mesa durante a conferência “Espaço Lusófono
(1974-2014): Trajetórias Económicas e Políticas” na Fundação Calouste Gulbenkian entre os dias 29 e 31 de maio. Entre os painéis mais importantes destacaram-se: “Mobilidades, Culturas e Identidades” e “Lusofonias/Lusotopias”. Segundo os oradores, o espaço lusófono é mais do que um espaço delimitado geograficamente. É uma comunidade heterógena e multirracial unida por uma língua comum: a língua portuguesa.

Durante o painel “Mobilidades, Culturas e Identidades”, três oradores e a plateia discutiram a visão do espaço lusófono e muitos deles concordaram com a mesma ideia de que o espaço lusófono não é apenas constituído pelos países da língua portuguesa, mas também é formado pelas comunidades falantes da língua portuguesa. 

Joanna Mormul, doutoranda da Universidade de Jagiellonian na Polónia, falou do seu trabalho sobre emigrantes dos países do Chifre da África que passam por Moçambique com o objetivo de seguir rumo à África do Sul. Defendeu que muitos destes emigrantes fixam-se em Moçambique pois demoram anos para atravessar as fronteiras e chegar ao seu destino, e assim, são influenciados pela cultura moçambicana. Joana ilustra que o espaço lusófono não só é constituído pelas pessoas que nasceram no país falante da língua, mas também pelos seus imigrantes. 

Por sua vez, Kimberly Holton da Universidade de Rutgers em Nova York, compartilhou o seu estudo etnográfico e antropológico com a comunidade de “Retornados” angolanos e portugueses que hoje vivem em Nova Jersey, EUA. Ao contrário de Joanna Mormul, Kimberly sublinhou a importância dos emigrantes de países falantes da língua portuguesa na criação de uma comunidade multifacetada para os países para onde se deslocaram.

“Os emigrantes de países falantes da língua portuguesa criaram uma comunidade heterógena e multirracial nos locais para onde migraram” – Kimberly Holton.

Para finalizar este painel, Pedro Candeias do ISCTE-IUL, e investigador membro do SOCIUS-ISEGE/ULisboa, mostrou informações mais quantitativas sobre a emigração portuguesa desde os anos de 1975. À semelhança da pesquisa de Kimberly Holton, Pedro mostrou diversos gráficos e tabelas que ilustravam o aumento da emigração portuguesa para o Brasil, Angola, Moçambique, e até mesmo para o Reino Unido e EUA desde 1974. 
Os três académicos mostraram que as comunidades falantes da língua portuguesa também pertencem ao “espaço lusófono”. Apesar de não viverem em países que falam a língua portuguesa, estão ligados através de vínculos históricos que os unem. 

No painel “Lusofonia/Lusotopia”, dois oradores discutiram o significado da palavra “Lusofonia” e como esta pode-se definir dentro do espaço lusófono. 

Michel Cahen, professor do Centre Les Afriques dans le Monde e Sciences Po Bordeaux, utilizou o termo “lusotopia”, ao invés de “lusofonia”, para definir os vínculos entre as comunidades que falam português. Ressalta que, “lusofonia é uma mera dilatação da lusitaniedade, que se assemelha muito ao imperialismo cultural. A língua portuguesa é uma identidade comum”. 

Por sua vez, Ana Paula Labourinho, professora da FL/ULisboa e Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, reforça o argumento de Cahen ao dizer que a língua portuguesa deveria ser um instrumento de conhecimento e unificação entre os falantes. Mas, a professora também reforça:“ ‘Lusofonia’ é um império material. Existe uma procura da reconstituição do império português através da Língua Portuguesa. Acredito que esta é um meio de comunicação, um instrumento comum para conectar os países falantes da língua”.
 
Os dois oradores apontaram que o termo lusofonia revela um sentimento que nos traz ao passado e que não deve ser utilizado no presente ou no futuro. 

O evento que contou com a presença de mais de 40 pessoas surgiu para promover um debate acerca do “Espaço Lusófono” e perceber como tem evoluído ao longo dos 40 anos do pós-25 de Abril. Entre oradores e ouvintes, o espaço encheu-se de pensamentos, ideias, e questões das dimensões económicas, políticas e culturais do espaço lusófono. 

com Rodrigo de Moraes

sexta-feira, 23 de maio de 2014

“Re-estudar”: regressar aos livros depois dos 30

Como é estudar depois dos 30? O que leva as pessoas a voltarem aos livros depois de já estarem a trabalhar? Quais são as principais dificuldades com que se deparam? Albertino Veigas, Andreia Fernandes, Rafaela Silva e Miguel Almeida são as vozes de quem quer reciclar conhecimentos com o regresso aos livros.

Albertino Veigas, 40 anos, decidiu estudar depois de já ser proprietário de um stand de automóveis, em Sintra. "Não sabia muito sobre marketing e foi isso que me levou a adquirir mais bases para continuar a desenvolver mais o meu negócio", explica. Resolveu investir no curso de publicidade e marketing na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS) depois de se ter apercebido de que o negócio já não estava a render.

Acredita que as experiências de vida são cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho. "Com novos conhecimentos a pessoa vai acrescentar algum conhecimento à empresa, e, por isso, vai investir no local onde trabalha", afirma. "A conjugação de um curso e da experiência de vida é cada vez mais importante: é isso que vai acrescentar valor às instituições", afirma. Acredita que deveria haver equilíbrio entre as duas partes: por parte do licenciado e por parte da empresa. "Um jovem que acaba um curso não tem a mínima noção de como se vai apresentar numa entrevista de trabalho", refere.

No que respeita a esta questão Andreia Fernandes, 35 anos, também estudante de publicidade e marketing, reconhece que cada vez é mais acentuada a valorização do know-how por parte dos empregadores. "Neste momento as empresas estão mais exigentes e pedem cada vez mais requisitos: não basta ter só experiência profissional. Uma pessoa mais completa tem as duas variantes: a de experiência profissional e a de experiência pessoal", sublinha.

Rafaela Silva, 30 anos, estudante de literatura medieval, deixou de trabalhar para se dedicar exclusivamente ao doutoramento. Reconhece a importância dos estudos, mas ressalva a importância da experiência. "Aquilo que vem nos livros nem sempre se aplica à vida do dia-a-dia, pelo que tem de se ter a capacidade de adaptar o conhecimento teórico à realidade", acrescenta.

Na sua opinião, as universidades deviam estabelecer mais acordos com empresas que possibilitem uma aplicação prática daquilo que se aprende. A estudante na Faculdade de Letras do Porto propõe ainda a criação de uma "comissão que se encarregue de aproximar o mercado de trabalho às universidades."

Criar métodos de estudo

Andreia Fernandes trabalhava no ramo automóvel quando ficou desempregada há dois anos. Sem alternativas, decidiu reciclar os estudos. O mais complicado foi reaprender a estudar e a adaptar-se aos colegas mais novos: "Tento reencontrar um método de estudo e motivação para aprender temas que já são conhecidos ou que considero que não têm muita relevância. Tive também dificuldade em me adaptar a colegas de 18 e 19 anos de idade, uma vez que já não estou habituada a fazer trabalhos de grupo, mas sim a liderar equipas".

De acordo com um estudo levado a cabo pelo pesquisador dinamarquês Lars Larsen, da Universidade de Aarhus, a inteligência mantém-se estável após os 20 anos de idade e, em alguns casos, pode aumentar com a idade. Uma motivação para Andreia regressar aos livros: afinal o conhecimento não está apenas ao alcance dos mais novos.

Já para Albertino Veigas a integração num ambiente com colegas mais novos foi fácil: "sou encarado como um colega igual, em termos de conversas e de brincadeiras". Reaprender a estudar foi mais difícil, mas concluiu o primeiro semestre sem dificuldade. Admite que o método mais eficaz que encontrou foi o de "entender aquilo que está a escrever." Os trabalhos de grupo não são tarefa fácil porque não domina as novas tecnologias. Afirma, no entanto, que acha engraçado fazê-los pelo Facebook.

Rafaela Silva utiliza outros métodos de estudo que pensa responderem à exigência de um doutoramento. "Tornei-me assídua nas bibliotecas, faço fichas de leitura de forma a organizar ao máximo as minhas pesquisas e estudo", explica.

Quando se tem pouco tempo para estudar, é preciso fazer uma boa gestão do tempo. Miguel Almeida, trabalhador-estudante na Faculdade de Direito de Lisboa, afirma que "um método que não dispensa na aprendizagem é a presença nas aulas". Aos fins-de-semana tenta planificar o tempo de acordo com o nível de dificuldade das cadeiras: "dou prioridade a matérias mais complexas deixando as mais simples de analisar para o fim". Recorre a esquemas porque o "curso requer obrigatoriamente a necessidade de leituras extensivas e morosas". Lê apontamentos e sebentas, muitas vezes disponíveis da Internet ou na reprografia da faculdade.

Ensino superior e mercado de trabalho

Encontrar um curso num horário pós-laboral que seja compatível com o horário profissional é outra dificuldade encontrada quando se estuda depois dos 30.

"A questão dos horários é bastante discutida mas não existem alternativas. Quem, durante o dia, exerce uma atividade profissional, só pode frequentar aulas à noite", refere Miguel Almeida. Propõe uma solução a esta falha: "as universidades deviam permitir que todos os cursos fossem em regime diurno e noturno." Lamenta o facto de isso não acontecer.

Miguel aponta ainda o desfasamento entre as universidades e as exigências do mercado de trabalho. "O ensino nas universidades é, ainda, muito teórico", afirma, pelo que é preciso existir uma maior articulação entre o mercado de trabalho e o ensino universitário.

"Hoje em dia, é o licenciado que mostra à empresa qual é a sua mais-valia na mesma. A empresa fica à espera que sejam as pessoas a mostrar as suas capacidades e não diz o que espera do licenciado", diz Albertino Veigas. Admite, ainda, que o facto de as empresas procurarem licenciados com uma grande experiência na área, acaba por limitar os jovens que acabam de se licenciar e não têm qualquer prática. Surge, agora, outro tipo de recrutadores: "aqueles que preferem a falta da experiência profissional, com o intuito de não levar determinados vícios do emprego anterior".

Estas são as vozes de quem não desiste de investir em si, de quem já trabalha, mesmo depois de ter mais de 30 anos. De quem, em duas palavras: recicla conhecimentos.

domingo, 11 de maio de 2014

Fantasy Brass Quintet soma aplausos em curso de Pombal

Um músico tem poucas oportunidades para mostrar aquilo que vale. É difícil singrar no mundo da música. Para desmistificar estigmas associados a esta arte, eis alguns exemplos de sucesso que mostram que, de facto, vale a pena lutar por aquilo de que realmente se gosta. 
 


 O Fantasy Brass Quintet

A ideia de formar um grupo musical surgiu por acaso, em 2008. Barthélemy Jusselme, Christophe Eliot, Ilan Sousa, Nicolas Chatenet e Vincent Brard já se conheciam quando pensaram em formar um projecto em comum. Todos estudavam no Conservatório Superior de Paris. Juntaram-se no festival Video Games Live, realizado em França, há quase três anos e, desde então, prevalecem unidos como quinteto. “Foi num salão de jogos que decidimos que íamos formar um quinteto de metais”, afirma Ilan Sousa, trompista. Foi então que, a partir de 2009, começaram a crescer como grupo musical, organizado em quinteto.
Algumas músicas pop, as músicas de filmes e músicas de videojogos conhecidos são as mais trabalhadas pelo Fantasy Brass Quintet. Christophe Eliot, o líder do grupo, compõe todos os arranjos que são, posteriormente, executados pelo quinteto parisiense.

A música é uma constante na vida dos cinco elementos. Ocupam todo o seu tempo na actividade. Desde a participação na Orquestra das Forças Armadas Francesas até à participação na Orquestra Associativa de Colonne (França), passando pela participação na Música na Polícia em Paris e pelo ensino da música em conservatórios, a vida dos elementos do grupo musical é pautada por sucessos, nas mais diversas áreas, que respeitam à arte musical. 

Nicolas Chatenet, trompetista, é um dos exemplos de sucesso no seio do quinteto. Na segunda-feira, 18 de Abril, foi admitido no lugar de trompete solista pela orquestra Nacional de Lorraine. Mas o sucesso individual de cada músico não se fica por aqui. Após um árduo trabalho de cerca de oito anos, no ensino superior, Christophe Eliot, a par de Nicolas Chatenet, dá aulas de trompete num conservatório francês. São necessários quatro anos de estudo num determinado instrumento musical (neste caso, trompete) e, posteriormente, quatro anos no ensino para dar aulas de música em França.

A escolha do quinteto a integrar o estágio não foi feita de forma aleatória. De facto, o coordenador do estágio, Carlos Fonseca, já havia conhecido o porta-voz do grupo, há dois anos, no VI Estágio Internacional de Orquestra em Leiria. Logo reconheceu em Christophe Eliot um enorme potencial em termos musicais. 

A escolha de um grupo jovem e, ao mesmo tempo, com uma grande qualidade musical fez Carlos Fonseca acreditar que esta seria a melhor opção. Não queria, de todo, “defraudar nenhum dos alunos inscritos”, afirma.  

À semelhança do que ocorre em Portugal, também em França o mundo da música é muito competitivo. Mas com muito esforço e dedicação é possível singrar musicalmente. Nas palavras de Ilan, trompista, “para se atingir o sucesso no mundo da música é preciso muito trabalho e persistência”. 

Em França as pessoas não valorizam muito as artes. No que toca ao género de música do quinteto, como afirma Ilan, “ em concertos em que actuamos vemos muitos idosos e poucas pessoas jovens”. Os jovens nem sempre estão sensibilizados para estes géneros musicais.

A escolha da palavra adequada para definir a música, não foi fácil; contudo, os cinco músicos chegaram a cinco conclusões diferentes mas igualmente profundas. “Emoção”, “sonho”, “trabalho”, “universalidade” e “divertimento” são as palavras que cada um utiliza para caracterizar a chamada “sétima arte”.

Projectos futuros

Apesar de se ter formado há apenas dois anos e de não ter uma extensa lista de eventos agendados, alguns são os projectos que, futuramente, o grupo espera vir a desenvolver. O I Estágio de Metais e Precursão organizado em Pombal foi, ainda, o primeiro grande evento em que participou o grupo.      
                                                                           
O Fantasy Brass Quintet tem alguns projectos em vista, já confirmados, entre os quais, a participação na festa da música, dia 21 de Junho em Paris e um festival no Sul de França a 21 de Agosto deste ano. Ainda no dia 15 de Maio do presente ano vão desenvolver um projecto que consiste na adaptação da música de um filme a um videojogo, “que ainda não podem desvendar”, dizem, sorrindo. 
  
Acerca do curso

Apesar das dificuldades inicialmente sentidas pelo coordenador do estágio, Carlos Fonseca, na divulgação do evento, a experiência da realização do curso, em Pombal, foi muito gratificante.                                                                                                                                                     
O primeiro aspecto a realçar foi a dissolução das dificuldades relativas à comunicação. Todos consideraram que a barreira da linguagem pôde ser ultrapassada facilmente. De facto, “a língua não foi uma dificuldade, porque a música é universal”, de acordo as impressões de André Peixoto, tubista. A gestualidade e a utilização de uma outra língua em alternativa facilitaram a troca de saberes entre alunos e professores.  

“Para o grupo tem sido uma óptima experiência contactar com pessoas com uma língua diferente da nossa”, afirma Ilan Sousa, conhecedor da língua portuguesa. Relativamente aos alunos guarda uma boa recordação; de facto os professores pensam que estes se esforçaram, ao longo do tempo em que estiveram juntos, por entender o que lhes era transmitido. Nicolas Chatenet diz até que os alunos portugueses têm, por vezes, mais facilidade em entender o que lhes é pedido do que o alguns dos seus alunos franceses.
A opinião dos alunos vai ao encontro daquela que os professores formam sobre a comunicação. Como afirma Cláudia Domingues, trompetista, no que se refere à forma como interagia com os professores, “comunicava por gestos, tentava falar em inglês. Eles conseguiam transmitir a sua mensagem de forma eficiente”, afirma.

A troca de conhecimentos não só a nível musical, como a nível linguístico foi, para todos os professores e alunos, um importante aspecto a ter em conta, ao longo do curso. Daniel Garcia, trompetista, partilha a mesma opinião. Quanto à forma de comunicar numa língua diferente pensa que “é bom porque sempre dá para treinar o inglês ou o francês, que já está um pouco esquecido”.

Um outro aspecto a sublinhar com a realização do curso culmina no reforço dos laços de amizade existentes entre os alunos de Pombal, os alunos de fora, e os próprios professores. De acordo com as declarações de Carlos Fonseca, coordenador do estágio, “as relações interpessoais tendem a fortalecer-se neste tipo de eventos.”                         

A par deste factor, existe ainda a possibilidade de estes eventos sensibilizarem educadores e alunos para o gosto pela música. “A educação deverá sempre integrar a música sob pena de não o fazer, perdermos irremediavelmente jovens com muita apetência musical”, considera o coordenador. Sublinha, ainda, a importância do “desenvolvimento interpessoal, sensorial e intelectual” das crianças e dos jovens através da música.   

A maioria dos jovens que integrou o estágio já participou em eventos do género ao longo dos anos. Mas a particularidade deste estágio residiu no facto de ser essencialmente direccionado a alunos de metais e a alunos de percussão. Privilegiou a formação de quintetos. De acordo com Filipe Almeida e Daniel Garcia, este foi um estágio diferente, já que apenas tinham participado em cursos com orquestra; “nunca tínhamos participado num estágio em que se trabalhasse em quinteto nem em música de câmara”. Acrescentam que a experiência na participação de um estágio que foge ao convencional foi óptima. Contudo, gostariam de ter contactado com mais quintetos no sentido de “debater ideias e reportórios”. 

Alguns pretendem, ainda, fazer da música a sua profissão. Filipe Almeida e Daniel Garcia, trompetistas, estudam trompete com o objectivo de prosseguir estudos em música; o primeiro vai concorrer para a universidade, em trompete, já este ano. O segundo está a terminar a licenciatura no mesmo instrumento. André Peixoto, tubista, pretende entrar na Orquestra do Exército, sabendo, contudo, que terá de estudar arduamente para conseguir ver o seu objectivo concretizado. 

Outros fazem intenções de continuar a participar em eventos do género. Nuno Justino, percussionista, diz que pretende participar em estágios desta índole ainda este ano; “já tenho cerca de quatro ou cinco estágios agendados para este ano”, refere. Quando questionada sobre a possibilidade de voltar a participar em cursos parecidos, Daniela Gonçalves, trompista, não hesita em afirmar que quer continuar a integrar tais eventos; para si “é uma óptima oportunidade para aprender mais”. 

Há, ainda, participantes que, embora gostem de música, preferem deixá-la para segundo plano, fazendo dela um escape ao stress do dia-a-dia, um passatempo, ou uma forma de relaxamento. Mas isso não quer dizer que desprezem a importância da realização destes eventos. Daniela Gonçalves, exemplo de quem não quer fazer da música a sua vida, pretende melhorar ao nível da musicalidade, do trabalho em conjunto. Reconhece a utilidade destes cursos, na medida em que lhe permitem melhorar alguns aspectos a nível individual e em conjunto.                                                                                                                                    
O balanço final do curso é positivo, tanto para os professores como para os alunos que participaram. O estágio valeu a pena por ter proporcionado novos conhecimentos, a troca de saberes e de experiências musicais, o aperfeiçoamento musical e um importante espaço de convívio entre formadores e formandos.                                                                                   
No que toca à realização de eventos do género, em anos posteriores, as expectativas estão em alta. O coordenador do estágio, Carlos Fonseca, sublinha a importância de promover cursos futuros em Pombal. Pretende que os estágios tragam cada vez mais jovens de todo o país à cidade e que “sejam uma referência e dêem a conhecer o trabalho à população de Pombal através dos concertos, quer de alunos, quer de professores,” conclui.