quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Sandra Lee Carapinha, EUA: “Quero ajudar os emigrantes a manterem o Português vivo em suas casas”

Sandra Lee Carapinha nasceu nos Estados Unidos da América (EUA) mas, aos nove anos de idade, mudou-se com os pais para as Caldas da Rainha, distrito de Leiria. Aí residiu até 2011, altura em que a crise ditou que regressasse com o marido e com os dois filhos ao país que a viu nascer. Atualmente vive em Santa Mónica, Califórnia, EUA.

"Acima de tudo queríamos ter a experiência de viver num novo país”, destaca Sandra acerca dos motivos que a levaram a emigrar. Beneficiando da dupla nacionalidade portuguesa e americana, Sandra viu facilitada a sua decisão. Na altura os filhos tinham “um e cinco anos de idade”, pelo que “pareceu-nos a altura ideal para fazermos uma mudança de vida”, destaca.

Formada em Publicidade e Marketing, Sandra desenvolve atualmente o projeto Learn European Portuguese Online, uma plataforma de conteúdos focada no Português Europeu. Dá “aulas online e presencialmente” uma vez que, “há uma crescente procura na aprendizagem do Português Europeu, por isso, lancei o projecto na altura certa”.

O regresso a Portugal está, por agora, fora de questão e os planos de Sandra passam por “fazer crescer o projecto” além fronteiras. Focada em “ajudar os emigrantes a manterem a Língua Portuguesa viva em suas casas e dar a conhecer a língua de Camões, aproveitando a onda de popularidade de Portugal”, a empreendedora encontra motivos que a fazem continuar em Santa Mónica.

Das Caldas da Rainha sente saudades “dos amigos, da família, da comida e do estilo de vida”. Exemplifica, “o ir jantar fora tarde, beber um copo, estar com amigos na esplanada”. Isto porque nos EUA “tudo acontece muito cedo. Se, por um lado, é bom porque o dia começa cedinho e já tens muitas coisas para fazer, por outro já estás a pôr as crianças na cama às 20h30, uma coisa impensável em Portugal”.


Arrependida da mudança? Não. Sandra acredita que “mudar de país não é fácil, há grandes barreiras culturais diárias que nos fazem ver que nem tudo tem de ser feito como no nosso país de origem”. Acredita que a exposição cultural a que os filhos estão sujeitos no dia-a-dia é benéfica; “gosto que os meus filhos cresçam num meio onde são expostos a outras culturas, línguas e religiões e que respeitem a individualidade de cada um”, sublinha Sandra.

A um candidato a emigrante Sandra aconselha a tomar uma decisão informada. “Se a balança tombar para os prós, acho que deve tentar”, afirma. “Voltar a Portugal é sempre uma hipótese, por isso não custa tentar, especialmente se quer viver uma experiência de vida nova”, conclui.


Para ficar a conhecer o projeto basta aceder ao site www.learneuropeanportugueseonline.com.

Santa Mónica, California
EUA

Fundação: 3 de agosto de 1769
Área: 21,8 km²
População: 89 736 habitantes (censos em 2010)

Curiosidades:
Santa Mónica é uma cidade costeira localizada no estado norte-americano da Califórnia no oeste da região metropolitana da cidade de Los Angeles e é banhada pelo Oceano Pacífico. Foi incorporada em 30 de novembro de 1886. Por ter um clima agradável, Santa Mónica tornou-se destino turístico antes do século XX, mas foi a partir da década de 1980, com a revitalização de atrações turísticas, que a cidade se consolidou como pólo turístico e de oportunidades de emprego.

O melhor dos EUA
“A iniciativa, o fazer acontecer” é, para Sandra, o melhor do país onde reside.

O pior dos EUA
De acordo com a formadora, o “sistema de saúde” nos EUA não funciona da maneira mais eficaz.

O mais surpreendente dos EUA

“O voluntariado, o pôr as mãos à obra e não esperar que seja o Estado a resolver tudo” é, para Sandra, o mais surpreendente do país onde reside.

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