Há algum tempo ando a pensar em escrever sobre uma das redes sociais mais badaladas do momento. Mas o momento certo ainda não tinha surgido. Por estarem a "meio-gás", a imaginação e as minhas capacidades mentais de abstracção não haviam, antes, proporcionado meios para escrever algo criativo. Não quer dizer que agora o seja. Mas vou tentar.
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| DR |
Com mais de 11 anos de existência, a rede social Facebook revolucionou, sem sombra de dúvidas, a comunicação digital e veio trazer uma lufada de ar fresco à forma como as pessoas se relacionam entre si. Muitas conversas acontecem online, muitos bem e mal entendidos também acontecem online e, tal como já acontecia antes desta mediática rede social existir, as pessoas continuam a conhecer-se online. Parece que a praça pública greco-romana encontrou na Internet um novo espaço de difusão de ideias, de conhecimentos, de argumentos e até mesmo, de discussões.
E é aqui que entra a questão dos comentários e dos famosos "like(s)". Afinal, qual é o valor de um "Like"? Coloca-se "like" por isto e por aquilo. Por isto, quando se gosta, quando se concorda e quando a opinião pessoal vai ao encontro do que foi exposto, quer seja numa notícia, numa fotografia ou numa imagem com uma frase inspiradora. Por exemplo, eu "gosto" de uma notícia de alguém que descobriu a cura para o cancro, "gosto" de uma fotografia de grupo tirada num solarengo dia de Verão, "gosto" de uma frase que lembre que a vida é linda e maravilhosa. No fundo, concorda-se com o que se vê.
Contudo, o like pode, por vezes, assumir um sentido perverso. Eu, afinal, não gosto de tudo aquilo em que coloco like. Passo a exemplificar: eu até posso gostar do facto de o conteúdo informativo de uma notícia do Jornal de Notícias me informar de que um feto de um bébé recém-nascido foi encontrado num cano de esgoto. No entanto, essa é uma notícia triste, repugnante que mostra que, efectivamente, há quem não saiba dar o devido valor a uma vida humana. Eu não gosto. Mas para mostrar a minha indignação até coloco um like e faço um comentário juncoso à atitude de quem, efectivamente de uma forma desumana, roubou, aquela que estava para ser uma vida humana.
Por outro lado, eu não gosto de touradas. Não gosto de violência, seja ela de que tipo for. Não gosto de abandonos. Não gosto de tudo aquilo que muita gente não gosta. Vejo um vídeo da CMTV e não hesito em partilhá-lo no Facebook depois de, claro, colocar um like bem visível. É que esse vídeo contém formas inspiradoras de vingar do ex-namorado. Afinal, nunca se sabe quando poderá ser uma útil fonte de inspiração. Não é que ache justo esse tipo de violência gratuita física ou emocional; mas coloco um like e faço uma partilha em tom de aviso.
Likes e dislikes têm muito que se lhe diga. Ups!, peço desculpa. Dislikes não existem. Porque será? Talvez uma forma de dissuasão humana? Uma forma de manipulação da opinião pública? Uma maneira de levar a que não mostremos aquilo com que, efectivamente, não concordamos? Respondam-me. Talvez seja uma forma de ser mais feliz. Afinal, ninguém me aponta uma pistola à cabeça somente por não gostar. Se não gosto, não coloco like nenhum. Nem faço nenhum comentário. Certamente, andarei com o rato para baixo, a ver se no feed de notícias aparece algo mais apetecível aos olhos e que, realmente, valha a pena ler para reflectir e colocar like.
Likes e dislikes têm muito que se lhe diga. Ups!, peço desculpa. Dislikes não existem. Porque será? Talvez uma forma de dissuasão humana? Uma forma de manipulação da opinião pública? Uma maneira de levar a que não mostremos aquilo com que, efectivamente, não concordamos? Respondam-me. Talvez seja uma forma de ser mais feliz. Afinal, ninguém me aponta uma pistola à cabeça somente por não gostar. Se não gosto, não coloco like nenhum. Nem faço nenhum comentário. Certamente, andarei com o rato para baixo, a ver se no feed de notícias aparece algo mais apetecível aos olhos e que, realmente, valha a pena ler para reflectir e colocar like.
No fundo vai tudo para o Facebook. Tudo o que as pessoas publicam e divulgam. Cabe a cada um de nós separar o acessório daquilo que realmente interessa. Mas como nem sempre há paciência para ler o desenvolvimento de uma notícia com um título extremamente sensacionalista, mais vale ficar-mo-nos pela rama do assunto, saber que aquilo aconteceu e mandar umas larachas sobre o que não se leu, colocar um like e, se até calhar, fazer uma partilha.
Agora pergunto: qual é, afinal, o valor de um like?

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