É isso mesmo que eu quero dizer. "Por favor, não romantizem esta pandemia! Sim, sei que as crises são ciclicas; as crises económicas são ciclicas, as crises políticas são ciclicas e as crises pandémicas também. Muito se tem escrito, dito, lido e refletido acerca do momento atual. Desta pandemia que virou do avesso todas as nossas vidas. Desta pandemia que adiou sonhos e cancelou planos. Desta pandemia que veio para ficar (não se sabe por quanto tempo) e que alterou a forma como nos relacionamos uns com os outros.
Temos vários exemplos de crises pandémicas que, ao longo dos séculos, assolaram países, desolaram sociedades e ceifaram inúmeras vidas.
Temos o exemplo da Peste Negra, também conhecida como Peste Bubónica, Grande Peste, Peste ou Praga que, até à data, foi a pandemia mais devastadora registada na história humana, tendo resultado na morte de 75 a 200 milhões de pessoas, atingindo o pico na Europa entre os anos de 1347 e 1351 (meados do século XIV). Temos o exemplo da Gripe Espanhola, também conhecida como gripe de 1918, que foi uma vasta e mortal pandemia do vírus influenza. De janeiro de 1918 a dezembro de 1920, infectou 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época. Temos um exemplo mais recente da pandemia de gripe A de 2009, que foi uma pandemia de uma variante de gripe suína cujos primeiros casos ocorreram no México em meados do mês de março de 2009.Veio a espalhar-se pelo mundo, tendo começado pela América do Norte, atingindo pouco tempo depois a Europa e a Oceania.
Com uma duração de cerca de 20 meses, de janeiro de 2009 a agosto de 2010, foi a segunda das duas pandemias que envolveu o vírus da gripe H1N1 - a primeira foi a pandemia de gripe espanhola de 1918–1920. O vírus foi identificado como uma nova cepa do já conhecido Influenza A subtipo H1N1, o mesmo vírus responsável pelo maior número de casos de gripe entre humanos, o que tornou possível também a designação nova gripe A, em oposição à gripe A comum.
Temos estes e outros exemplos. E temos a pandemia de hoje. O Coronavirus, o Covid-19. Tal como disse uns parágrafos atrás, muito se tem dito e escrito acerca deste assunto. Muito se tem romantizado este assunto. Eu acho isso ridículo. Não vejo nada de "romântico" nas vidas que este vírus levou. Não vejo nada de "romântico" nos infetados que este virus continua a "eleger". Não vejo nada de "romântico" no facto de ter de ir às compras de máscara e de viseira. Não vejo nada de "romântico" no facto de não poder viver em LIBERDADE. Não vejo nada de "romântico" no desemprego que este virus causou e continua a causar.
E é acerca disso que quero refletir. Tal como eu, há imensas pessoas desempregadas à conta deste vírus. Pessoas a quem foi levado o direito de trabalhar, de ter um salário ao final do mês e uma vida digna de quem suou muitas horas para receber (por vezes uns trocos) ao final do mês. Ah e tal, "vê na crise uma oportunidade". Ah e tal, "porque não começas o teu próprio negócio?". Ah e tal, "aguarda, que melhores dias virão". Ah e tal, "estamos mal mas podia ser pior".
O quê??? Please, é fácil falar quando se está empregado, quando se está em teletrabalho ou quando ainda se mantém alguma fonte de rendimento (mesmo que mais reduzida) em tempos de pandemia. Dizem-me que "melhores dias virão". Então e como continuo a pagar as minhas despesas, sem um salário ao final do mês? Boa vontade aqui não resulta, meus amigos, desculpem-me. Estamos mal mas podíamos estar pior. Claro, podíamos sempre estar pior... Começar o meu próprio negócio? Como? Se nem experiência de vida e de trabalho tenho neste momento? Ver na crise uma oportunidade? Qual? Digam-me, por favor, talvez assim fique mais animada.
Agora, por favor, PAREM DE ROMANTIZAR ESTA PANDEMIA.

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