segunda-feira, 2 de maio de 2022

Porquê que é tão desafiante olhar para dentro?

Consciência. É sobre Consciência que escrevo hoje, sobre a sua importância e a necessidade que temos de a possuir. Afinal quem somos nós sem Consciência? Seres irracionais que se regem por impulsos reptilianos? Seres acéfalos que (re)agem por instinto para satisfazer só e apenas as suas necessidades básicas?  - Sim, sem Consciência pouco ou quase nada somos. De racional pouco nos resta se não refletimos sobre quem somos, sobre o que estamos cá a fazer e, acima de tudo, se não olharmos para dentro de nós mesmos.

Fonte: Pinterest
Incomoda, claro que sim. Olhar para dentro requer tempo, paciência, equilíbrio, disciplina e uma enorme vontade de evoluir como ser humano racional, emocional e pensante. Olhar para dentro de si mesmo é desconfortável; afinal que prazer dá mexer nos traumas e nos receios, refletir sobre o que nos fez mal no passado e tocar nas feridas emocionais que, muitas vezes desde a infância, se encontram por sarar? Nenhum, daí "olhar para dentro" ser tão repulsivo e causar tanta dor. Mas é uma dor necessária; é preciso tocar nela para a curar.

Ter consciência sobre quem somos, o que andamos a fazer por esta Vida, quais são as nossas forças e as nossas fraquezas - falo quase de uma análise SWOT - Strengths, Weaknesses, Oportunities and Treaths - é essencial para efetivamente melhorarmos a nossa qualidade de vida. Ter um interior limpo, leve e livre eleva a nossa frequência vibracional e, por acréscimo, iremos atrair pessoas e situações que vibrarão na mesma frequência. Convém que seja elevada, para que os impulsos primários não nos toldem os sentidos nem nos levem a fazer decisões precipitadas nem desfavoráveis ao nosso bem-estar. 

É a Consciência, movida pela Intuição e pelo Coração, que nos alerta para situações de perigo, para pessoas tóxicas, para coisas que não nos fazem bem. É a Consciência que nos permite ter noção do bem e do mal, do certo e do errado, do agradável e do desagradável e do código ético e moral através do qual desenvolvemos as nossas ações. É também a Consciência daquilo que queremos para a nossa vida e a Consciência acerca do que merecemos que nos permite estabelecer limites.

Limites! Tão importantes são em qualquer tipo de relação; com os colegas de trabalho, nas relações familiares e de amizade, no amor. É bom que tenhamos esta noção; limites são necessários sempre, tal como é a ética e a moral. Só quando nos conhecemos, podemos conhecer também os nossos limites. Aí distinguimos o que é negociável e o que não é negociável no relacionamento com os outros. Sem o Conhecimento de nós mesmos e sem Consciência não é possível estabelecer limites.

E porque é tão desafiante olhar para dentro de nós mesmos? Porque é mais fácil ver os erros dos outros do que os nossos; no entanto esquecemo-nos de que somos o espelho uns dos outros. Critico no outro aquilo que mais me incomoda em mim. É no outro que vejo os meus defeitos. Muitas vezes é também o outro que põe a descoberto as minhas fragilidades e as minhas feridas emocionais. Daí ser tão desafiante parar, olhar, pensar e refletir sobre o meu interior. Meditar.

Fonte: Pinterest
É fácil apontar um dedo; esquecemo-nos de que um está apontado para o outro, quatro para nós mesmos. Criticar o outro à luz do que pensamos ser correto e sem conhecer a sua história, parece-me injusto. Antes de ter empatia para com o outro preciso de a ter para comigo mesmo(a). Só depois será possível "calçar os sapatos" do outro. E só assim será possível ver com mais clareza, compreensão e imparcialidade o ponto de vista do outro.

As relações humanas são complexas, mais ainda se fugirmos de nós mesmos e não nos permitirmos olhar para dentro. Se não estivermos dispostos a conhecermo-nos, a conhecer as nossas fragilidades e as nossas virtudes, a ter empatia connosco mesmos, nem a trabalhar sobre nós, como poderemos ajudar outros? Compreendê-los? - Não é possível de todo. 

Muitos dos problemas das relações entre as pessoas vêm precisamente da falta de Autoconhecimento e de Consciência. Eu própria estou a fazer o meu precurso. É um processo demorado, contínuo, com altos e baixos, que requer tempo, paciência e muita disponibilidade mental. Nem toda a gente está disposta a "tocar na ferida" nem a curá-la, porque acha que isto é tudo uma treta. 

Ainda bem que não pensamos todos da mesma forma e, porque não pretendo arruinar a minha vida, decido olhar para dentro para que possa autoconhecer-me, ter mais Consciência sobre quem sou e o que quero para a minha Vida, poder elevar a minha vibração e atrair apenas quem e aquilo que me faz bem. Transformar-me, em primeiro lugar.

O nosso corpo é a nossa primeira casa. Cuidemos do nosso interior, com meditação,  tal como cuidamos do nosso físico, com as idas ao ginásio. 

Sem comentários:

Enviar um comentário