O que há em comum entre a Branca
de Neve e os Sete Anões, o Capuchinho Vermelho e o Lobo Mau, a Rapunzel, o
Aladino e a Jasmin? Este foi o mote para a apresentação de um espetáculo levado
a cabo pela quarta vez pela Big’s School.
Nos dias 6 e 7 de agosto o teatro-cine recebeu, pelas 22h15, os protagonistas
d’ “A verdadeira história da Branca de Neve” que juntou no espaço cerca de 300
espectadores.
A voz do narrador, os intervalos
para a música, as luzes e as cores, todos os pormenores fizeram parte de uma
noite diferente: aquela em que os mais novos mostraram aos familiares todo um
trabalho que têm vindo a realizar desde Dezembro do ano passado. “Tentamos
sempre inovar e apresentar espetáculos diferentes”, referiu o responsável pela
academia de música sedeada no Louriçal, Micael Lopes. Pretende, com este género
de espetáculos, “quebrar o ritmo das famosas audições das escolas de música,
que são conhecidas por um aluno tocar uma peça num instrumento e os pais
estarem horas a fio, a ver as audições, à espera que o seu filho toque”.Quem são e de onde vêm estes alunos? Paião, Guia, Louriçal e Pombal são os locais para onde a escola tem “vindo a alargar os seus horizontes” em termos de uma maior abrangência de alunos. Qualquer pessoa se pode inscrever na Big’s School e não há restrições de idades: é caso para dizer que esta é uma academia que acolhe dos oito aos 80.
Rotina é uma palavra que não existe no dicionário do grupo. “Pretendemos dar a estes alunos a oportunidade de terem lembranças no futuro e momentos inesquecíveis como este em que participaram num musical”, afirmou o diretor da escola. Por outro lado, “é óbvio que queremos agradar aos pais”. Os cinco professores que lecionam na escola querem “dinamismo e iniciativas novas. Queremos mostrar aos pais que eles têm lá os seus educandos, que queremos agarrar neles e lançá-los no mundo da música”.
“O sonho do meu filho é seguir música”
José Cardoso, 49 anos, é um dos pais de um dos cerca de 130 alunos que frequenta a Big’s School. Conhecia Micael Lopes quando o filho, Renato Cardoso, 13 anos, lhe pediu para entrar na academia, há cerca de dois anos. Toca teclado e, desde então, a música tem sido o motor da mudança: “ao nível da educação, da música; não há dúvidas de que tem sido tempo bem aproveitado”, José Cardoso fala com orgulho, do único dos três filhos que decidiu aprender música. Sabe que, afinal, o sonho do seu “filho é seguir música”. “Tem um excelente professor [Micael] e penso que ele também é um bom aluno”, admite.
Licenciado em música pela Escola
Superior de Educação de Coimbra e finalista do 8º grau do conservatório de
música, Micael Lopes, 27 anos, está certo de que quer fazer da vida música. “A Big’s School é um projeto que iniciou em
2010. Quando terminei a licenciatura já andava com a ideia de criar uma
academia de música no Louriçal com um teor diferente”. Esta foi a quarta
apresentação de um trabalho realizado por alunos com idades compreendidas entre
os três e os 70 anos. A academia pretende ser a continuação de um outro projeto
que os pais iniciaram nos anos 80, denominado “Tropical 98”. A ideia de criar um musical com a história da Branca de Neve não surgiu em vão: “eu sempre quis conseguir fazer algo diferente com os alunos e algo que estivesse relacionado com uma história infantil. Daí surgir a ideia da Branca de Neve, de nós conseguirmos alterar a história e termos ali personagens de outras misturadas, criar um cenário diferente e engraçado”. Entre narrativas, apresentações e momentos musicais, o espetáculo que durou cerca de uma hora e meia contou com a criatividade dos mais novos e dos séniores.
Piano, guitarra, baixo, bateria, flauta transversal, canto, acordeão e a concertina (vertente tradicional) são os instrumentos que o aluno pode escolher aprender. Claro, não esquecendo a vertente da formação musical. “Na escola temos uma forma diferente de trabalhar: pretendemos sempre ir ao encontro do gosto musical dos alunos”, refere Micael Lopes. A academia prima pela singularidade com que se adapta ao ensino de cada aluno: “qualquer aluno anda mais motivado se conseguir tocar uma música que passe o dia todo a ouvir e que goste. Moldamo-nos e adaptamos os nossos conhecimentos e a nossa teoria musical para ensinar ao aluno aquele tipo de música”.
No final do evento houve tempo para os agradecimentos. Micael Lopes não pôde deixar de destacar os patrocínios da Câmara Municipal de Pombal, da Freguesia do Louriçal, do Sindotex e da Papelaria Marques que forneceram alguns materiais para o cenário.
Eventos e novas iniciativas
Além da apresentação no
teatro-cine de Pombal, este foi o primeiro ano em que se realizou o jantar
anual da academia de música da Big´s
School, que juntou cerca de 348 pessoas, na Páscoa. “Fizemos uma festa dos
anos 80 com os alunos e tocámos apenas música portuguesa dessa altura”, afirma
o organizador Micael Lopes acerca do evento que se realizou no Louriçal.
O projecto associa-se, ainda, aos escuteiros do Louriçal, com quem já realizaram algumas actividades. “A academia de música da Big’s School tem uma parceria com os escuteiros do Louriçal, em que um dia por semana, três alunos da escola se deslocam à sede dos escuteiros do Louriçal e vamos trabalhar com eles”. O balanço desta parceria é bastante positivo: “já foram tocar a uma missa, a Missa das Promessas no Louriçal”, afirma acerca dos alunos participantes.
Foi no ano letivo 2010-2011 que o projeto iniciou com um novo fôlego, com o tema “Audição de Verão” e já no Centro de Estudos Musicais Big’s School. No ano seguinte o tema “Uma viagem pelo mundo” foi o aval do espetáculo de verão. Com uma expressão bem mais acentuada, “Uma viagem pelo tempo da música” foi o tema do ano letivo 2012/2013 que fez alunos e espectadores recuarem no tempo para perceberem como era a música na pré-história e como tem evoluído até aos dias de hoje.
Durante o ano há alguns eventos. Um exemplo é o do Natal. O tema do ano passado foi “Música Portuguesa dos Anos 80”. “Os pais vão, sentam-se numa mesinha e assistem a músicas da atualidade, pop/rock e bebem um café, uma água e são os próprios filhos que animam aquela noite”, explica Micael Lopes. “Temos tido sempre sala cheia, a última vez foi na associação do Louriçal. A lotação esgotou”, conclui com orgulho.
(publicado na edição de Setembro do "Notícias da Sua Terra")

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