É uma palavra que aparece sem pedir autorização
Entranha-se em nós ao de leve
Até que toma a forma de uma dor insuportável
Ao ponto de nos doer fisicamente.
Vai crescendo, lentamente,
Sem avisar que vai magoar.
E assim que chega, temos de acolhê-la como se de uma coisa boa se tratasse.
Chega, fica, intensifica-se de dia para dia.
Porquê? Porque doí tanto?
Porque é aquela palavra que existe exclusivamente em Língua Portuguesa
Porque quando a mencionamos sentimos precisamente o seu significado
Porque dói, dói muito, quando o passado foi feliz,
Reviver? Complicado! Esquecer? Impossível!
Ai saudade, saudade... Porque existes se o meu passado foi tão feliz?
Porque me fazes querer ter lá ficado em vez de me transportares dolorosamente
Para um presente que eu preferia desconhecer?
Saudade, saudade... Deixas-me deprimida e entristecida
Mas também me dás a certeza de que no passado ficou um final feliz.
Complicado, mas fervorosamente feliz.
Indubitavelmente aquilo que gostaria de estar hoje a viver.
Saudade, ai saudade...
Traz-me de volta o passado que não permitiu que eu fosse triste.
Traz-me de volta o passado que me quer ver bem.
Traz-me de volta o passado que não me deixou verter uma lágrima,
Mas que hoje não me deixa dormir descansada.
Sê simpática, trás de volta a felicidade.
Não permitas que a solidão habite os meus dias sombrios!
Traz-me coisas boas....
Saudade, ilude-me e faz-me ser parte de ti...
Sem comentários:
Enviar um comentário