domingo, 11 de setembro de 2016

Projeto pioneiro alerta para defesa da floresta

A Câmara Municipal de Pombal (CMP) apresentou a oferta pública de aquisição (OPA) de terrenos florestais na segunda-feira, 05 de setembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Com esta medida, a Câmara pretende assumir-se como proprietária de terrenos florestais onde vai procurar assegurar questões como a biodiversidade, a valorização económica e a diminuição do risco de incêndios.

“Pretendemos constituir um espaço para fazer plantações de um conjunto de espécies arbóreas existentes no nosso concelho, ao mesmo tempo que promovemos a sustentabilidade social, económica e ambiental”, explicou o presidente do município, Diogo Mateus. Desta forma, “pensamos na salvaguarda da biodiversidade e na beneficiação dos recursos hídricos, que favorecem a constituição de corredores ecológicos de conectividade”, continuou.

Segundo o autarca, esta será uma oportunidade para se começar a pensar na criação de uma zona de intervenção florestal, que até agora não foi possível existir, uma vez que no território florestal pombalense predomina o minifúndio.

O orçamento de 150 mil euros prevê a aquisição de terrenos com valores compreendidos entre os 40 cêntimos e um euro por metro quadrado. Prédios rústicos percorridos por incêndios florestais, hidrografia, rede viária florestal, ocupação florestal do solo e proximidade de infraestruturas e áreas edificadas, declives e exposição solar contam-se entre os critérios estabelecidos para a avaliação realizada pelo município.

Diogo Mateus frisou a importância de veicular os financiamentos municipais “em nome do interesse público” e explicou, ainda, que o município quer apresentar, de forma faseada, “a oportunidade a todas as 13 freguesias do concelho de Pombal”. Afirmou que, neste momento, os esforços estão concentrados em dar resposta às “grandes parcelas sem exploração que são fruto do abandono pós-incêndio”.

O Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Amândio Torres, que presidiu à cerimónia acredita que “estamos num momento de viragem em que a evidência dos factos demonstra que a febre de plantar sem gerir conduz à abertura de um flanco muito permeável à reação dos ecossistemas que nos rodeiam”. Frisou que “o desígnio final e futuro é que as entidades públicas passem a ter um olhar efetivo sobre o seu território, e não propriamente sobre questões de urbanização”.

Os proprietários de terrenos rústicos com áreas superiores a um hectare podem apresentar as suas propostas através de requerimento, dirigido ao Presidente de Câmara, com os elementos de identificação do requerente e do prédio proposto. Os documentos podem ser entregues nos Balcões de Atendimento Municipais das freguesias e do Município. Depois de aprovadas, a CMP suportará todos os custos das aquisições.

52%
Do concelho de Pombal é ocupado por espaços florestais; contudo, só 10% desses espaços pertencem ao domínio público. O pinheiro bravo é a espécie predominante e a segunda com maior relevância é o eucalipto. A área florestal e os meios naturais representam cerca de 70% de ocupação do território concelhio, o que corresponde a cerca de 45 mil hectares, dos quais quase 30 mil correspondem a povoamentos florestais, num concelho com 62.600 hectares.

Sem comentários:

Enviar um comentário