quarta-feira, 25 de outubro de 2017

“Emigrar torna-nos seres humanos melhores”

Natural de Pombal e com 28 anos de idade, Catarina Domingues já leva na bagagem uma experiência de vida rica. Há um ano e meio mudou-se para Maputo e é Terapeuta da Fala na Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM – CELP).

A oportunidade de viajar para Moçambique surgiu numa altura em que trabalhava em situação pouco estável na Lousã: “lembrei-me de uma amiga que tinha vindo para África e falei com ela”, conta a terapeuta. 

Decidiu tomar uma “decisão muito radical” no ano lectivo 2015/2016 e mudou-se em Agosto de 2015 para Maputo. “Lido com a imprevisibilidade de algumas situações num país em desenvolvimento”, afirma.

Apesar de não saber até quando vai ficar,
acredita que é necessária na escola, sendo
a única Terapeuta da Fala na EPM – CELP
e uma das poucas na capital de Moçambique. “Explicar o que é um terapeuta da fala e envolver as pessoas no meu trabalho contribui para que cada um dos meus dias tenha sucesso”, diz.

Entre os motivos que a fazem ficar estão
o clima e a diversidade cultural da capital moçambicana. Se, por um lado, os valores climáticos mais baixos que conhece foram 12 graus à noite, por outro, é a primeira vez que trabalha com alunos “que contactam com diversas línguas e dialectos”.

Em Portugal deixou a família e a memória de ter “uma rede de pessoas” mais disponível para a “ajudar a resolver problemas, nomeadamente em termos de casa”. As acessibilidades, nomeadamente aos bens alimentares, e a melhor relação “qualidade-
preço” no país-natal são aspectos que não esquece. 

Diz que “não há um perfil de emigrante” e pensa que “não é preciso ter pré-requisitos para emigrar”. Lembra que é importante a pessoa “afastar-se dos padrões a que estava habituado e chegar com a mente aberta ao país de acolhimento”. Só assim é possível “partilhar e receber experiências e formação bem como relativizar tudo o que acontece”.

O melhor por cá
O clima e a diversidade cultural são os dois aspectos mais positivos.

O pior por cá
A relação qualidade-preço dos alimentos é um dos aspectos mais condicionantes do quotidiano.

O mais surpreendente
O desafio profissional que a profissão exige. “Vejo-me como embaixadora da Terapia da Fala num país estrangeiro em que há um percurso para ser trilhado”, destaca.

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