sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

"Je suis Charlie"

Foi há dois dias, no passado 7 de Janeiro, quarta-feira num jornal francês satírico "Charlie Hebdo", que ocorreu um ataque terrorista no interior das  instalações. A informação veiculada pelos meios de comunicação social nacionais e internacionais mostrou um ataque infame, levado a cabo por jihadistas franceses, cujo objectivo seria o de "vingar Maomé". Ora, penso que nenhuma crença, nenhuma religião e muito menos nenhum profeta desejaria que se morresse em nome dele. Falamos de extremistas, quando nos referimos àqueles que levam a crença tão longe, que a veneram, amam-na mais do que a própria vida, e sacrificam-na em nome da religião. Três extremistas vitimaram cerca de 12 pessoas, duas das quais polícias. Foi há dois dias. Mas a memória prevalece viva, presente e ferida.

A recordação tem de permanecer presente e estar actual. Ontem, hoje e sempre. Isto para bem e em nome da liberdade de expressão que, mais uma vez, foi ameaçada. Não podemos ter medo, nós, os ocidentais que tanto lutámos pela liberdade. É preciso agirmos e não nos calarmos perante as armas que tentam aniquilar os lápis destemidos. A sátira inconveniente. A verdade incómoda. Continuo a acreditar que o lápis e a liberdade de expressão são as melhores (e as maiores!) armas que uma sociedade dita livre e democrática pode ter. Mesmo que menos poderosas que as armas aterrorizadoras dos que não têm argumentos para combater a liberdade de expressão e que as usam, impiedosamente, contra os que lutam por uma conquista não muito antiga.

Perante aquele que foi um ataque crasso aos ideais que estão subjacentes à revolução francesa de 1789, liberté, égualité et fraternité, tenho a dizer que, numa sociedade democrática, é mais do que inaceitável. Dizer "não" a qualquer tipo de extremismo, quer seja de direita, quer seja de esquerda, é gritar "sim" à e pela democracia. 

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