quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Pombalenses estão pouco optimistas para 2015

Já aí está o ano novo e com ele chegaram novos cortes na educação e impostos mais gravosos sobre os combustíveis, o tabaco e as bebidas alcoólicas. Muita da austeridade de 2014 vai manter-se e com ela também prevalecem medidas que desfavorecem a função pública, de que é exemplo o congelamento das progressões de carreira.  

Chega 2015 e, com ele, novos impostos. Os combustíveis, o tabaco e o álcool são os principais alvos de aumentos. Os cortes na educação e no abono de família vão agravar as dificuldades sociais. As boas notícias vão para os reformados e os pensionistas, que apenas vão cooperar com a contribuição extraordinária de solidariedade se auferirem um rendimento superior a 4.611,42 euros. Os funcionários públicos vão ver devolvidos 20% dos cortes salariais.

Há menos dinheiro para o abono de família porque o Orçamento de Estado para 2015 canaliza menos 6,49 milhões de euros para esta prestação social, o que significa que há famílias que a vão perder ou ver reduzido o valor. O maior corte da despesa do Estado para o Orçamento do próximo ano é de aproximadamente 750 milhões de euros na educação, ao nível do ensino básico e secundário. O preço dos combustíveis vai subir: trata-se de um aumento de 20 euros por cada mil litros de gasolina, gasóleo e GPL que visa as gasolineiras que acabam por fazer refletir o que pagam ao estado no que cobram aos contribuintes. O imposto sobre o tabaco já existe, mas vai ser alargado ao rapé (pó para inalar), tabaco de mascar, tabaco aquecido, cigarros electrónicos, charutos e cigarrilhas.
           
As poucas boas notícias vão ser para os reformados, que apenas vão contribuir para a CES (contribuição extraordinária de solidariedade) se auferirem um rendimento superior a 4.611,42 euros. Também os funcionários públicos vão reaver 20% dos cortes salariais. Descem, ainda, o IRC e as taxas moderadoras.    


Os funcionários públicos vão reaver 20% dos cortes salariais. O aumento das pensões mínimas de invalidez e de velhice é mínimo, de apenas 1%, o que equivale a mais 2,59 euros na carteira ao final do mês. Por sua vez, a contribuição extraordinária de solidariedade (CES), que até aqui penalizava as pensões de 1.500 euros, continua a existir, mas só para pensões a partir de 4.611,42 euros.
                          
Estas medidas vão pesar na carteira e na vida dos pombalenses. Com mais ou menos influência, todos vão sentir a diferença. Afinal quais são as perspectivas para 2015? O que pensam acerca do novo ano? Como vão responder às dificuldades que se lhes vão impôr?

Opiniões_________________________________________


Fernanda Alegrete, 58 anos Professora do 1º ciclo aposentada

Ao tomar conhecimento do Orçamento de Estado para o ano 2015, do montante do corte na área da Educação e dos ciclos (básicos e secundário) em que estes iam incidir, pensei “o ensino básico ainda é grande pobre da educação”. Mais uma vez se confirma. Com a redução das verbas acrescem as dificuldades para todos os envolvidos: pessoal docente e não docente, pais e encarregados de educação. Apesar do meu optimismo, a minha opinião pessoal é que 2015 não vai ser um ano melhor, infelizmente! Com estas pespectivas quem trabalha por gosto e com gosto? Eu não trabalhava! 
Os reformados e os aposentados vão ser bastante beneficiados porque vai desaparecer a contribuição extraordinária de solidariedade (CES). Nesse aspecto, eu e muitos na minha situação irão sair beneficiados. Também irá beneficiar a função pública por causa dos 20% da reposição dos salários. Penso que serão poucas das coisas positivas que aí vêm.


Paulo Ferro, 45 anos Funcionário Público da Câmara Municipal de Pombal

Em relação à questão dos cortes nos abonos de família é evidente que esta situação se vai reflectir no bolso de muitas famílias, além do custo de vida estar já excessivamente caro há menos apoios no que diz respeito a pessoas que têm filhos nas escolas. O aumento indirecto dos combustíveis é muito mau, principalmente para quem trabalha ou cuja vida profissional depende de veículos, em relação aos combustíveis, porque vai fazer com que aumente muito mais as coisas que nós adquirimos, nomeadamente os bens essenciais. Eu nunca concordei muito com “o imposto mais fácil” sobre o tabaco, porque as pessoas não deixam de fumar efectivamente pelo preço tabaco subir, muito pelo contrário, continuam a fumar na mesma. Sendo uma pessoa da área da cultura, eu noto que as pessoas que continuam a fumar cortam noutros bens, como por exemplo na área cultural: deixam de ir ver espectáculos e teatros, porque o dinheiro não dá para tudo. 


Mikael Lopes, 27 anos Professor de Música na Big’s School

Eu penso que não vai ser um ano muito facilitado, mas creio que poderá haver algumas melhorias. Aquilo que eu acho é que principalmente cada vez mais as pessoas acabam por optar pela qualidade. Quem trabalha e tenha alguma qualidade no que faz, irá vingar no mercado de trabalho mais tarde. Hoje em dia é tudo incerto: temos famílias que estão bem e conseguem ter os filhos a ter aulas de música, e dar-lhes alguns luxos e, de um momento para o outro ficam desempregados, com muitas contas por pagar e é um pouco incerto. A perspectiva para o ano que vem é quase sempre a mesma, não espero ter mais nem menos.         
           

Liliana Domingues, 29 anos Animadora Sócio-Cultural

Eu penso que as pessoas estão a tentar recuperar em termos económicos e eu espero que o ano seja verdadeiramente positivo, mesmo sendo filha de pais comerciantes. O que eu vejo é que torna-se mais fácil se todos gastarmos um tostãozinho, para que a economia volte à normalidade. Penso que em 2015 isso vai ser possível, pelo menos melhor. Com a actualização na contribuição para a CES penso que a economia poderá dar uma reviravolta, uma vez que as pessoas reformadas vão ficar com um maior poder de compra. Gostava de continuar a trabalhar como animadora, neste momento estou a trabalhar temporariamente, vamos ver o que o futuro me reserva, mas espero que coisas boas.

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