Chega 2015 e, com ele, novos impostos. Os
combustíveis, o tabaco e o álcool são os principais alvos de aumentos. Os
cortes na educação e no abono de família vão agravar as dificuldades sociais.
As boas notícias vão para os reformados e os pensionistas, que apenas vão cooperar
com a contribuição extraordinária de solidariedade se auferirem um rendimento
superior a 4.611,42 euros. Os funcionários públicos vão ver devolvidos 20% dos
cortes salariais.
Há menos dinheiro para o abono de família porque o Orçamento de Estado para
2015 canaliza menos 6,49 milhões de euros para esta prestação social, o que
significa que há famílias que a vão perder ou ver reduzido o valor. O maior
corte da despesa do Estado para o Orçamento do próximo ano é de aproximadamente
750 milhões de euros na educação, ao nível do ensino básico e secundário. O
preço dos combustíveis vai subir: trata-se de um aumento de 20 euros por cada
mil litros de gasolina, gasóleo e GPL que visa as gasolineiras que acabam por
fazer refletir o que pagam ao estado no que cobram aos contribuintes. O imposto
sobre o tabaco já existe, mas vai ser alargado ao rapé (pó para inalar), tabaco
de mascar, tabaco aquecido, cigarros electrónicos, charutos e cigarrilhas.
As poucas boas notícias vão ser para os reformados, que apenas vão contribuir para a CES (contribuição extraordinária de solidariedade) se auferirem um rendimento superior a 4.611,42 euros. Também os funcionários públicos vão reaver 20% dos cortes salariais. Descem, ainda, o IRC e as taxas moderadoras.
Os funcionários
públicos vão reaver 20% dos cortes salariais. O aumento das pensões mínimas de
invalidez e de velhice é mínimo, de apenas 1%, o que equivale a mais 2,59 euros
na carteira ao final do mês. Por sua vez, a contribuição extraordinária de
solidariedade (CES), que até aqui penalizava as pensões de 1.500 euros,
continua a existir, mas só para pensões a partir de 4.611,42 euros.
Estas medidas
vão pesar na carteira e na vida dos pombalenses. Com mais ou menos influência,
todos vão sentir a diferença. Afinal quais são as perspectivas para 2015? O que
pensam acerca do novo ano? Como vão responder às dificuldades que se lhes vão impôr?
Opiniões_________________________________________
Fernanda Alegrete, 58 anos Professora do 1º ciclo aposentada
Ao tomar conhecimento do
Orçamento de Estado para o ano 2015, do montante do corte na área da Educação e
dos ciclos (básicos e secundário) em que estes iam incidir, pensei “o ensino
básico ainda é grande pobre da educação”. Mais uma vez se confirma. Com a
redução das verbas acrescem as dificuldades para todos os envolvidos: pessoal
docente e não docente, pais e encarregados de educação. Apesar do meu
optimismo, a minha opinião pessoal é que 2015 não vai ser um ano melhor,
infelizmente! Com estas pespectivas quem trabalha por gosto e com gosto? Eu não
trabalhava!
Os reformados e os aposentados vão
ser bastante beneficiados porque vai desaparecer a contribuição extraordinária
de solidariedade (CES). Nesse aspecto, eu e muitos na minha situação irão sair
beneficiados. Também irá beneficiar a função pública por causa dos 20% da
reposição dos salários. Penso que serão poucas das coisas positivas que aí vêm.
Paulo Ferro, 45 anos Funcionário Público da Câmara Municipal de Pombal
Em relação à questão dos cortes
nos abonos de família é evidente que esta situação se vai reflectir no bolso de
muitas famílias, além do custo de vida estar já excessivamente caro há menos
apoios no que diz respeito a pessoas que têm filhos nas escolas. O aumento indirecto dos
combustíveis é muito mau, principalmente para quem trabalha ou cuja vida
profissional depende de veículos, em relação aos combustíveis, porque vai fazer
com que aumente muito mais as coisas que nós adquirimos, nomeadamente os bens
essenciais. Eu nunca concordei muito com “o imposto mais fácil” sobre o tabaco,
porque as pessoas não deixam de fumar efectivamente pelo preço tabaco subir,
muito pelo contrário, continuam a fumar na mesma. Sendo uma pessoa da área da
cultura, eu noto que as pessoas que continuam a fumar cortam noutros bens, como
por exemplo na área cultural: deixam de ir ver espectáculos e teatros, porque o
dinheiro não dá para tudo.
Mikael Lopes, 27 anos Professor de Música na Big’s School
Eu penso que não vai ser um ano
muito facilitado, mas creio que poderá haver algumas melhorias. Aquilo que eu
acho é que principalmente cada vez mais as pessoas acabam por optar pela
qualidade. Quem trabalha e tenha alguma qualidade no que faz, irá vingar no mercado
de trabalho mais tarde. Hoje em dia é tudo incerto: temos famílias que estão
bem e conseguem ter os filhos a ter aulas de música, e dar-lhes alguns luxos e,
de um momento para o outro ficam desempregados, com muitas contas por pagar e é
um pouco incerto. A perspectiva para o ano que vem é quase sempre a mesma, não
espero ter mais nem menos.
Liliana Domingues, 29
anos Animadora Sócio-Cultural
Eu penso que as pessoas estão a
tentar recuperar em termos económicos e eu espero que o ano seja
verdadeiramente positivo, mesmo sendo filha de pais comerciantes. O que eu vejo
é que torna-se mais fácil se todos gastarmos um tostãozinho, para que a
economia volte à normalidade. Penso que em 2015 isso vai ser possível, pelo
menos melhor. Com a actualização na contribuição para a CES penso que a
economia poderá dar uma reviravolta, uma vez que as pessoas reformadas vão
ficar com um maior poder de compra. Gostava de continuar a trabalhar
como animadora, neste momento estou a trabalhar temporariamente, vamos ver o
que o futuro me reserva, mas espero que coisas boas.
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