Há quase um ano a Escola Portuguesa de Moçambique –
Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) conta com o artesão Pissarra
Baptista Janela que está a cuidar, a limpar e a preservar as obras de arte da
instituição.
Contratado pela direcção da EPM-CELP em Abril do ano passado, trabalha às terças e quintas oito horas por dia. “Encontrei as obras de arte em mau estado, algumas cujas peças estavam partidas. Não foi fácil compor tudo”, frisa. Conta que teve de preparar algumas peças em casa para as trabalhar na escola. “Todas as peças que estavam partidas foram recuperadas, mas há ainda algumas que precisam de alguma manutenção”, continua.
Pissarra Janela procura dar uma vida criativa à matéria bruta, transformando-a
em algo belo.
“Quando o meu pai
faleceu fiquei a dar aulas aos funcionários da Artes Maconde [loja localizada
na baixa de Maputo] que queriam aprender a trabalhar com pau preto e sândalo”,
conta. “Foi nessa altura que comecei a fazer uns trabalhos como freelancer".
"Entretanto conheci
pessoas na Embaixada de Portugal em Moçambique. Aí fiz e vendi uns trabalhos
há cerca de 15 anos. Na escola estou a
trabalhar desde o início de 2017”, destaca, acrescentando que foi numa
exposição na Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição em Maputo que surgiu a
oportunidade de começar a trabalhar na EPM-CELP.
Porquê preservar as
obras de arte?
É preciso manter e limpar as obras de arte para que não
percam a qualidade e a beleza valorizando, assim, o sacrifício do artista e
preservando os artifícios. Esta é a primeira vez que há uma intervenção nas
obras de arte da escola: “o meu trabalho é fundamental para manter as obras em
bom estado”, afirma Pissarra Janela.
Um dos processos de manutenção e preservação é o polimento
com um pano seco. É preciso ter em conta que algumas peças usam pomada
transparente, outras preta e outras cera. As obras não podem apanhar água,
correndo o risco de perderem o brilho ou de ficarem manchadas. Depois de uma
intervenção mais aprofundada é preciso ir mantendo todo o espólio, com a
limpeza do pó, de seis em seis meses.
“Vou ser artesão para sempre mas tenho um sonho: recolher os
meninos de rua, dar aulas e poder exportar as obras de arte para fora, de forma a ter verbas para ajudá-los”, declara Janela.
Acredita que “as artes deveriam ter mais apoio por parte do Governo. As artes plásticas deveriam movimentar-se mais para fora porque não tem muita saída dentro do país. O negócio poderia andar melhor se fossem concedidos apoios por parte do Governo para exportar para fora do país e aumentar as vendas”, conclui.
Acredita que “as artes deveriam ter mais apoio por parte do Governo. As artes plásticas deveriam movimentar-se mais para fora porque não tem muita saída dentro do país. O negócio poderia andar melhor se fossem concedidos apoios por parte do Governo para exportar para fora do país e aumentar as vendas”, conclui.
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