quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Porta Aberta reaviva zona histórica da cidade


Seis jovens, uma vontade de empreender e uma “Porta Aberta”. Foi com estes ingredientes que se deu início ao projecto que está a reavivar a zona histórica de Pombal, desde 25 de Julho de 2014. O desafio lançado pelo Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Pombal (CMP) proporcionou a abertura de seis lojas. A partilha de experiências, de despesas e de sinergias já deram os primeiros frutos.

A Culnatur é uma das primeiras lojas com que nos deparamos assim que passamos pelo rés-do-chão do nº37 da Rua Miguel Bombarda. A cargo de Rui Rua, 25 anos, é uma empresa de animação turística que quer unir os conceitos “cultura” e “natureza”. Foi quando fez um estágio na CMP que surgiu a oportunidade de criar o próprio negócio: “vendo recordações, valorizo o artesanato local e associo isso às caminhadas e aos eventos no âmbito do programa de animação turística da empresa”, explicou o responsável ao Pombal Jornal.

Pinturas de azulejo, arte do bracejo, produtos artesanais, trapologia, cabaças, canecas e postais são alguns dos produtos que se podem encontrar no interior, mas com uma particularidade: são tudo bens produzidos por artistas locais. “A oferta era muito escassa na zona histórica de Pombal: acabei por criar dois negócios distintos, a venda de artesanato e a empresa de animação turística”, afirmou. Sobre a última revelou que “o principal objectivo é utilizar os recursos que temos no nosso território para as pessoas ocuparem os tempos livres de uma forma enriquecedora”. 


O balanço de um ano de actividade “é positivo” e, “aos poucos vou conhecendo mais os interesses do meu público-alvo para ir ao encontro daquilo que quer receber”. No que toca à zona histórica “acabámos por vir para uma zona difícil porque algumas pessoas ainda não sabem que existimos”. E projectos para os próximos tempos? “Queremos utilizar as infraestruturas existentes no concelho, como a Praça de Touros, onde vamos realizar a segunda edição do torneio de petanca” já no fim do mês de Agosto. A intenção é para que, também este mês as caminhadas de final de dia se estendam aos concelhos vizinhos.

Partilhar o espaço com Ana Carvalho da Mercearia da Praça acaba por ser uma vantagem para os dois: “quem aqui vem comprar um produto regional para comer, tem, aqui ao lado, uma recordação para levar”, afirmou ressalvando o facto de as vantagens não se restringirem à partilha do aluguer da loja. “Desde logo nos demos bem e, além de criarmos um espírito de entre ajuda, estamos abertos à hora do almoço”, explicou Rui Rua acerca do espaço que está aberto de segunda a sábado das 10 às 19h30.  

Há iguarias a serem descobertas

Os biscoitos com dizeres de Portugal, os sabonetes vintage, as conservas portuguesas, os licores, as ginjas, as caipirinhas e os vinhos novos enchem a alma e os olhos de quem passa pela Mercearia da Praça. “As pessoas acham tudo muito giro, talvez pelo toque de tradicionalidade da loja”, realçou Ana Carvalho. Dos oito aos 80 são várias as pessoas que por lá passam devido ao trabalho de divulgação que a CMP tem vindo a realizar. 


A vereadora com o Pelouro da Cultura, Ana Gonçalves, frisou a importância da Praça Marquês de Pombal e falou nos eventos que o Município tem estado empenhado em desenvolver: “é um dos pontos da cidade que congrega história, património e modernidade. Para além da animação que temos promovido na Praça, a instalação de uma esplanada no período de verão (concessão) tem dado uma nova vida a esta zona”.

Provar o pão, o chouriço, os presuntos de cura, os queijos tradicionais e as gomas é possível a partir do momento em que se entra na Mercearia da Praça. Está já marcada uma degustação de produtos para Agosto: “queijos, licores da zona e vinhos do Douro” vão ser algumas das atracções gastronómicas a experimentar.  

Aqui, o design convive com a Alfaiataria Portuguesa
Depois de se passar pela Culnatur e pela Mercearia na Praça, o convite é para dobrar a esquina e aprender um pouco sobre design. A cargo de Francisco Marques, a FRAMA encontra-se localizada em frente à Farmácia Barros. “Apesar de já estar a trabalhar, este foi um negócio próprio em que tenho estado a desenvolver com o meu sócio Mário. Temos mais duas pessoas a colaborar connosco: uma encarrega-se do vídeo e outra da web”, afirmou o responsável.

“Houve uma aceitação muito grande e, desde o ano passado, contamos já com 40 clientes”, afirmou Francisco Marques sobre o trabalho ao qual se dedica aos fins-de-semana e aos finais de dia. Em termos de projectos “queremos trabalhar com clientes portugueses e estrangeiros e, ao nível da montra, queremos mostrar os trabalhos que temos desenvolvido”, disse.


E o que por aqui se faz? “Trabalhamos ao nível do design, com clientes muito diferentes, entre os quais o ginásio Pulse”, afirmou Francisco Marques, acrescentando que esta foi uma oportunidade que tiveram de trabalhar ao nível do produto, da escolha dos materiais para o interior, do desenvolvimento do logótipo, do outdoor e das publicidades: “é um sítio onde não fazemos sempre a mesma coisa, mas trabalhamos em áreas muito diferentes, desde a reabilitação do prédio de um cliente às rotulagens de embalagens de licores de Gin”, explicou o mentor. 


Ao contrário dos proprietários das lojas vizinhas, na opinião de Francisco Marques, não passam mais pessoas na zona histórica de Pombal comparativamente ao que acontecia entes de as lojas por lá se terem fixado. Apesar disso e acerca do primeiro ano existência das novas lojas, a vereadora Ana Gonçalves, falou de um “balanço bastante positivo, pela experiência, pela partilha e pelo sucesso dos negócios”. Por sua vez quis frisar “a criação de novas ofertas e as lojas "Porta Aberta" conseguiram apresentar produtos e conceitos que atraem novos clientes”. 

O percurso termina com o espaço da loja de brinquedos Ran Tan Plan que divide o espaço com o Bombons do Marquês, onde se podem saborear todos os tipos de chocolates: trufas, amêndoas, bombons de chocolate artesanais locais, chocolate quente, ginja em copo de chocolate e muitos outros produtos doces e personalizados. Basta parar para se deliciar!

2 comentários:

  1. Saúda-se o empreendedorismo, em tempos antevi fazer algo na área do merchandising urbano a replicar também noutros municípios (uma vez com a fórmula na mão torna-se mais fácil replicá-la), vejo aí uma possível génese,... além disso as sinergias podem começar com um retorno baixo, mas têm tendência a fortalecer-se por multiplicação. Força! Qualquer dia passo por aí e olho com mais atenção,... normalmente é sempre a "correr".

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  2. Boa tarde Ana Isabel Mendes!

    A Ran Tan Plan é mais do que uma loja de brinquedos. É um espaço onde se pensam e desenvolvem jogos. É pena que não tenha passado por cá para conhecer o nosso projecto.

    Obrigada,
    David Mendes

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