quinta-feira, 5 de maio de 2016

É preciso ter terminado o curso há 3 anos para ir pela primeira vez à queima

Bem verdade... Terminei a minha licenciatura há três anos, mas nunca fui a nenhuma Queima. Nem à de Leiria, nem à de Lisboa, nem à do Porto, nem à da nostálgica Coimbra! Verdade, verdadinha. Contudo, não me importo. Afinal nunca fui uma pessoa de grandes folias e aventuras... Apesar de ter participado nas praxes, de ter uma madrinha de curso e de ter sido "baptizada", nunca trajei. Não abusei nos festejos académicos nem, como é óbvio, benzi a pasta. Mas não é por isso que sou mais triste do que as outras pessoas...

Afinal, aproveitei a "vida académica" à minha maneira. Essencialmente, a estudar e a concentrar-me em terminar o curso em três anos. É verdade que não saía à noite. Mas também não fazia "directas" a estudar nem a terminar trabalhos. É verdade que não tive uma "vida académica" convencional: com as loucuras, com os excessos e com as bebedeiras típicas do comum dos caloiros. Mas a escolha foi minha. E isso não faz de mim uma "ave rara".

"Até na questão do traje foste diferente da tua irmã. Porque é que não quiseste trajar?" - pergunta-me a mãe. "Mãe, a escolha foi minha. Eu aproveitei a faculdade como quis e sinto-me feliz por isso" - responde a filha. Sim, penso que não é um traje, umas noites mal dormidas, umas bebedeiras desnorteadas e umas valentes loucuras que fazem de mim melhor ou pior pessoa, mais ou menos experiente. Tive as minhas experiências, os jantares de amigos e algumas noites sem excessos. Estudei, foquei-me nos meus objectivos, tal como continuo, hoje, a fazer. E, agora, começo a colher os frutos do meu trabalho.

E como a vida não se resume a trabalho, este ano vou aproveitar para "curtir" pelo menos, uma noite da Queima. Não interessa para onde vou nem o que vou ver ou ouvir. Vou fazer uma viagem no tempo e pensar que tenho 19 anos. Vou relembrar 2010 e trazer à memória momentos bem passados, junto a pessoas inesquecíveis. Vou ser pré-adulta só mais uma vez. (não é que seja muito adulta agora, mas vou ver se chamo os anos idos, só para recordar o que era para ser e não foi). 

Queima, queima, queima... Curiosidade essa que me atordoa os sentidos. Boémia, música, risos, amigas, bebedeiras, recordações, muuuuitas pessoas, multidões avassaladoras de jovens e moribundos "doutores" que, de "doutores" pouco ou nada têm. As expectativas estão ao rubro e eu quero sentir todas as emoções (que ainda estou por viver) à flor da pele. 

Não, não vou reencontrar colegas da faculdade. Talvez seja até uma oportunidade para conhecer pessoas novas. Não vou fazer amigos para a vida nem ter aventuras levianas. Vou saborear cada momento como se do último de tratasse e vou trazê-lo, comigo, de volta a casa. Vou aproveitar sem criar demasiadas expectativas. Vou num transporte público para ter a certeza de que chego viva a casa. E a C vai comigo, para zelar pelo meu bem estar.

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