quarta-feira, 14 de março de 2018

“Um Sorriso, Mil Emoções” proporcionou uma tarde diferente aos meninos da “Cidadela das Crianças”


Sob o tema "Um Sorriso, Mil Emoções", alunos do 9º ano da turma A da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) deslocaram-se, na sexta-feira, 09 de março, ao Orfanato e Escola Primária "Cidadela das Crianças", localizada à saída de Maputo, na Costa do Sol, para proporcionar um dia diferente aos meninos da instituição.


A visita dos alunos da turma A do 9º ano à “Cidadela das Crianças” faz parte do Plano Anual de Atividades e teve como objetivos envolver os alunos em projetos de solidariedade como estratégias de ensino-aprendizagem, reconhecer a diversidade cultural como contributo fundamental na preservação do respeito e na qualidade de vida e perceber a importância do impacto das ações no outro e na sociedade em geral.

Dança, jogos, pinturas e desporto fizeram as delicias de cerca de 30 meninos que participaram nas atividades organizadas pelos alunos da EPM-CELP. Foram distribuídos afetos, abraços e sorrisos durante toda a tarde. No fim os alunos distribuíram, ainda, uma pequena lembrança na forma de roupa, comida ou materiais escolares, aos meninos, resultado de uma recolha feita na EPM-CELP.

Débora Queimada, 15 anos, aluna da EPM-CELP destacou que a experiência foi “muito boa porque ajudar faz as pessoas sentirem-se úteis. Acho que o que dou é muito pouco para equiparar ao que recebo”, disse acerca da atividade que teve o seu início no ano letivo 2016/2017, com a mesma turma, com a professora de espanhol, Marta Ribeiro.

No início da tarde, os meninos do orfanato foram divididos em três grupos: música, artes e desporto, pelos alunos da EPM-CELP. Em locais apropriados como a sala de música, a sala das artes e o campo desportivo, realizaram diferentes tarefas, de forma rotativa, lideradas pelos alunos do 9ºA.

“Gostei muito do desporto e da dança. Os meninos da escola portuguesa deviam voltar”, comentou Aissa Niese, de 15 anos, que frequenta a 7ª classe do sistema de ensino moçambicano.

O diretor da instituição, Américo Nhalungo, fez um balanço positivo da visita dos alunos da escola portuguesa ao orfanato, que quebrou a rotina. “É uma iniciativa muito importante, que estimula os meninos do orfanato a evoluírem. Vão ganhar alguma experiência com os ensinamentos dados pelos meninos da escola portuguesa”, disse.

A Cidadela das Crianças foi fundada em 1990 com o objetivo de acolher crianças em situações precárias. Mais tarde, para viabilizar a utilização do espaço, foram admitidas crianças de famílias de bairros circunvizinhos. Dos seis aos 23 anos de idade do orfanato fazem 420 crianças e jovens: 40 internos (ou residentes) e 380 alunos frequentam a Escola Primária Completa lá existente.

Crianças órfãs e crianças de famílias problemáticas são membros da “Cidadela das Crianças”. De acordo com Américo Nhalungo, “não vão à escola e às vezes são abandonadas pela família. Algumas famílias são agressivas. Quando são violentadas, as crianças acabam por sair de casa e quando lhes é perguntado o nome próprio inventam outro para que a família não as encontre”.

O orfanato aposta na “reintegração familiar” que depende da localização da família da criança. “Quando localizamos há um processo em que nos informamos sobre o porquê de a criança ter abandonado a família. Depois falamos com a criança sobre se quer voltar para a família”, explicou o diretor da instituição. Depois de fazerem o acompanhamento durante um período de tempo para averiguar o estado em que a criança se encontra de forma a integra-la no seio familiar, a aposta recai no regresso à família.

Quando não é possível localizar a família, mesmo que termine a 7ª classe, o aluno não é mandado embora; é reencaminhado para escolas de formação secundária e superior para terminar a sua formação. Desde a fundação do orfanato, 75 indivíduos que por lá passaram já estão integrados no mercado de trabalho. Alguns trabalham como professores, outros frequentam licenciaturas na escola de Artes Visuais e outros trabalham em instituições do Governo.

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