sexta-feira, 13 de março de 2015

Jaime Pascoal assume direcção artística

 Jaime Pascoal, aos 33 anos, dedica a sua vida à música
Desde Janeiro deste ano a Sociedade Filarmónica Vermoilense tem um novo maestro. Depois de 17 anos de direcção artística da banda, pelo maestro Paulo Clemente, hoje a batuta pertence ao maestro Jaime Ferreira Pascoal. Aos 33 anos de idade, o trombonista agarra este novo desafio sem medo de arriscar.

O convite para assegurar a direcção artística da Sociedade Filarmónica Vermoilense surgiu por acaso no final de Novembro do ano passado. “A direcção da banda telefonou-me a dizer que queria falar comigo. Quando fizemos uma reunião disseram-me qual era o interesse deles. Aceitei: é um novo projecto”, disse Jaime Pascoal ao Pombal Jornal. Coincidência ou não foi no início desse mês que começou a ter aulas de regência com o maestro Alberto Roque na Sociedade Artística Musical dos Pousos – SAMP. “Já tinha tido outras experiências de direcção, mas nunca como responsável”, admitiu.

Desde o ano lectivo 2013-2014 dava aulas na escola de música da mesma filarmónica. Trombone, bombardino e tuba são os instrumentos que estão a seu cargo. Mas não é só na escola de música que dá aulas: “neste momento dou aulas em Tomar na Canto Firme, em Ourém na Ouriarte, na Filarmónica de Ansião às quartas à tarde, em Vermoil aos sábados de manhã e na Filarmónica da Guia aos sábados à tarde”, declarou.

A Sociedade Filarmónica Vermoilense conta, neste momento, com cerca de 43 elementos. “A banda é totalmente jovem, a média de idades deve rondar os 15 ou 16 anos”, admitiu o maestro. Apesar do receio inicial em agarrar um projecto desta índole, pois “quando há mudanças de maestro, muitas das vezes, não são pacíficas”, Jaime Pascoal revelou que ficou “surpreendido pela positiva porque a banda demonstrou um nível bastante bom”, assim que ensaiou pela primeira vez.

“Há um trabalho muito grande a desenvolver e espero conseguir fazê-lo. Quero chegar a determinados níveis de qualidade que penso que é possível atingir”, assegurou. Apesar de saber que os objectivos a que quer chegar implicam um esforço muito grande, “há muita coisa a trabalhar em termos de conjunto e há que desenvolver um reportório de forma a fazermos bons concertos”, mencionou o maestro.

Para que seja possível evoluir e crescer musicalmente Jaime acredita que é necessário sair da “zona de conforto”. “A minha atitude vai passar um pouco por frequentar alguns encontros de bandas fora do concelho e concursos de bandas que são tudo coisas que ajudam a motivar os músicos e a desenvolver mais qualidade”, explicou.

O balanço do primeiro mês de trabalho é, nas palavras do maestro, bastante positivo: “ainda só passou um mês e poucos ensaios mas deu já para ver que dá para desenvolver um bom trabalho. Estou contente com o trabalho realizado neste pouco tempo e espero continuar assim.” Os ensaios da Sociedade Filarmónica Vermoilense decorrem na sede da instituição, aos sábados, das 21h às 23h. E, para mostrar o trabalho dos músicos e apresentar o novo maestro, vai realizar-se um concerto, às 21 horas na sede da filarmónica.

Mas não é só na filarmónica que o trombonista desenvolve um trabalho notável: pertence a um projecto que iniciou em Leiria, há três anos, com uns amigos, a Farratuga e frequenta a Orquestra de Jazz de Leiria.

“É um pouco complicado conciliar a direcção da filarmónica com outras actividades que tenho, mas há que gerir o tempo que há, e fazer as coisas sempre da melhor forma”, explica. Uma das propostas de que teve de prescindir para agarrar o projecto foi a de dar aulas de trombone na escola de música da filarmónica da Ilha. “Como são todas actividades relacionadas com o mundo do espectáculo pode haver colisão de datas. É preciso chegar a um consenso e viabilizar as coisas: se por um lado é cansativo, por outro acaba por ser compensador.” Acredita que é necessário estabelecer um plano prévio para cada semana: “as coisas são planeadas muito tempo antes e não de um dia para o outro, de outra forma não dá para chegarmos onde queremos”, declarou o maestro acerca do seu método de organização.

Currículo Musical
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Jaime Ferreira Pascoal iniciou os seus estudos aos nove anos de idade na Filarmónica Artística Pombalense. Aos 18 anos entrou no conservatório de Coimbra na qualidade de trombone. É licenciado em música, variante trombone, pela Escola Superior de Música de Lisboa desde 2013 e, neste momento, frequenta o mestrado em ensino de música na mesma escola. Frequentou diversos master class com trombonistas portugueses e estrangeiros de referência. Participou em estágios de orquestras, trabalhando com maestros como portugueses e estrangeiros. É membro da Orquestra de Jazz de Leiria e da Farratuga. Lecciona a disciplina de trombone em Ourém, na Ourearte e em Tomar, na Escola de Canto Firme desde o ano lectivo 2011/2012. Desde o ano 2000 dá aulas em diversas filarmónicas do concelho de Leiria, de Pombal e de Ansião. 

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