quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Wicla promove mobilidade inclusiva

A Wicla é o projecto mais recente de dezanove alunos do Mestrado de Design Integrado do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Feito de madeira, com sistema eléctrico incorporado e cestos incluídos, o triciclo quer levar uma lufada de ar fresco à industria de Viana do Castelo e ao mundo da tecnologia.


A bicicleta de madeira nasceu do “Projecto Raiooo” que se iniciou no segundo semestre do ano lectivo 2013/2014, “tendo vindo a crescer, posteriormente, através da divulgação e do seu reconhecimento por parte do mundo do ciclismo e do design”, pode ler-se na página do Facebook “Raiooo Wicla”.

Coordenado pelos professores Ermanno Aparo e Manuel Ribeiro, o projecto “consistiu na execução de uma bicicleta que transmitisse reflexões sobre a sociedade actual e o ciclismo”, referiu André Claro, um dos alunos de Mestrado e natural da Ilha. “Este é um meio de transporte citadino, uma vez que facilita a deslocação em locais onde predominam automóveis, tendo também a possibilidade de transportar cargas reduzidas. Por outro lado, torna-se ideal para pessoas com mobilidade reduzida ou que não saibam andar de bicicleta”, continuou.
Mas afinal, o que difere este triciclo dos demais? Se por um lado, este é um triciclo requintado devido aos “painéis de madeira e aos componentes em aglomerado de cortiça expandida que surgem para proteger o corpo da bicicleta e ao selim também produzido nesse aglomerado de cortiça”, por outro, a Wicla tem “incorporado um motor que trabalha devido a uma bateria alimentada com iões de lítio, na roda dianteira, de forma a facilitar a sua deslocação”, explicou André Claro.

As alternativas ecológicas têm-se multiplicado em todo o mundo, mas a Wicla prima por olhar para o desenvolvimento industrial como uma alternativa na criação de postos de trabalho, assim como por ser uma hipótese sustentável feita em materiais nacionais. “O nosso objectivo passa principalmente por criar um meio de transporte que se adequa às necessidades na sociedade, e isso passa também pela sustentabilidade ecológica”, destacou o aluno do Mestrado em Design Integrado do Instituto Politécnico de Viana do Castelo.

O protótipo Wicla pesa cerca de 38 quilos, mas a nova versão não terá o mesmo peso”, explicou André Claro. Quanto ao preço, “estima-se que rondará os 2500 e os 3000 euros”. Para já a Wicla ainda não está à venda, embora a sua comercialização esteja prevista para um futuro breve com a criação de uma spin-off.

Um projecto que vai além-fronteiras

A Wicla já foi apresentada em Feiras Internacionais com a XVIII Bienal de Cerveira, a Feira 100% Alto Minho e o evento 2015 Berliner Fahrradschau, na Alemanha. Os mentores do projecto querem continuar a desbravar caminho rumo ao sucesso. “A curiosidade pela Wicla foi imensa, despertando o interesse pela harmonia dos materiais e por ser uma bicicleta eléctrica”, referiu André Claro. Por sua vez, a receptividade do público e das entidades nacionais e internacionais tem sido muito boa, tendo o projecto um impacto significativo nos meios de comunicação social que acabam por levá-lo mais longe através da divulgação. “Neste momento estão a concentrar-se todos os esforços para a criação de uma Spin-off que surgiu devido ao impacto do projecto “Raiooo”, referiu André Claro.

Dezanove alunos participaram na projecção da Wicla e fazem parte do “Projecto Raiooo”, a partir do qual foi concebido o triciclo. “A envolvência de tantos alunos deve-se ao facto de este projecto ter sido realizado numa unidade curricular do Mestrado em Design Integrado, envolvendo todos os alunos da turma”, explicou o estudante.

Bárbara Costa, Daniel Oliveira e André Claro farão parte da criação de uma Spin-off, que tem como conceito a produção e comercialização de uma nova versão da Wicla e de materiais para as outras bicicletas. O próximo passo é encontrar investidores que possam pôr um projeto mais ambicioso da “Raiooo Wicla em movimento. Para saber mais sobre este projecto basta aceder à página no Facebook.

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