domingo, 3 de dezembro de 2017

Livro recupera história da Escola Portuguesa de Maputo “entre o arquivo e a memória”

O lançamento do livro “A Escola Portuguesa de Maputo (1985-1999) – Um contributo para a sua História (entre o arquivo e a memória)”, teve lugar no átrio central no final da cerimónia solene do 18º aniversário da EPM-CELP, no passado dia 24 de novembro. A obra, da autoria da docente Teresa Paulo, é o resultado da sua tese de mestrado e recupera memórias da Escola Portuguesa de Maputo – Cooperativa de Ensino, escola de direito privado que antecedeu a atual Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP). 

“A ideia surgiu por me terem agradado e interessado as temáticas e conteúdos abordados na cadeira de História da Educação, na parte curricular do Curso de Mestrado em Educação ", começou por explicar Teresa Paulo. “Fiquei a saber que já havia histórias sobre muitas instituições educativas em Portugal, teses de Mestrado e de Doutoramento, e fiquei com muita vontade de escrever sobre a escola antecessora da nossa atual escola”, destacou, acrescentando que “era preciso preservar memórias individuais e coletivas” de uma escola que já não existe fisicamente – a Escola Portuguesa de Maputo”. 

Reconhecer o processo de criação daquela antiga instituição de ensino, descrever o percurso da Escola Portuguesa de Maputo – Cooperativa de Ensino, CRL, de 1985 a 1999, analisar a dinâmica da própria escola, sistematizar o itinerário da vida da instituição na sua multidimensionalidade, recuperar algumas fontes de informação arquivadas e contribuir para o (re)conhecimento dessa escola foram os principais objetivos de um trabalho intensivo de dois anos, que resultou numa tese defendida em 2009, dez anos após o encerramento da Escola Portuguesa de Maputo. 

Teresa Paulo falou no processo de redação da tese: “tive muito gosto e prazer em fazer tal trabalho, todavia houve muitas portas que se fecharam, não foi fácil”, disse. “A última direção da cooperativa não tinha interesse nenhum em que eu investigasse, não se disponibilizaram para a entrevista nem autorizaram a consulta dos arquivos”, acrescentou. No entanto e contrariando todos os dissabores, depois da consulta de diversas fontes documentais, orais, escritas e fotográficas, a obra nasceu.  

Como se pode ler na contracapa do livro, “este projeto de investigação incidiu na história da Escola Portuguesa de Maputo – Cooperativa de Ensino, CRL, primeira Instituição de Ensino Português em Maputo, após a independência de Moçambique. Foi criada em janeiro de 1986 e encerrou em agosto de 1999, sendo, por conseguinte, a escola antecessora da atual EPM-CELP, para onde transitaram os alunos e o pessoal docente e não docente, em outubro do mesmo ano”.  

No prefácio pode ler-se, ainda, que o trabalho consiste num “estudo de caso histórico, na medida em que visa conhecer o passado da instituição, recuperando as memórias individuais e coletivas, desenvolveu-se como estudo descritivo, narrativo, etnográfico e biográfico, tendo participado nele aproximadamente cinquenta agentes educativos que exerceram diversas funções na instituição alvo do estudo”. 

Para a professora, “a EPM constituiu os alicerces, a raiz do embondeiro em que se transformou a EPM-CELP, realçando que, sem o espírito altruísta e o abnegado trabalho de todos, agentes educativos e comunidade escolar, não teria sido possível aspirar-se por instalações próprias, um direito de todos quantos, servindo a diáspora, promoveram a expansão da língua e da cultura portuguesas". 

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