Tem
33 anos de idade mas já é o oitavo ano lectivo que leciona aulas de música na
Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM –
CELP). Casada, mãe de dois gémeos e de uma menina, Leandra dos Reis não se cansa de elogiar a
cidade africana que a acolheu em 2009.
A oportunidade de trabalhar em Moçambique surgiu numa altura em que o marido queria enveredar por um conjunto de projectos pessoais e profissionais num país com o qual se identificava. A vontade de “fazer algo diferente e ter uma experiência profissional internacional desafiante” foram motivos mais que suficientes para fazer voar Leandra Reis e o marido, Pedro Lopes.
“Em
Portugal tens muita facilidade em arranjar uma casa, em ter um custo de vida
diferente e em ter acesso a condições de vida que aqui não tens”, destaca a
professora de música Educação Musical acerca do dia-a-dia. “As pessoas aqui veem
as coisas de uma forma específica e o ritmo de resolução de problemas é muito diferente
do de Portugal”, diz, reconhecendo que Leiria e Maputo são “realidades
incomparáveis”.
“A
mudança para cá tem um impacto positivo mesmo que se estranhe inicialmente. Com
o passar do tempo encontras soluções para os problemas”, afirma. Profissionalmente
sente-se realizada numa “escola com boas condições, que valoriza as artes, e
que tem muito potencial”. Por outro lado, “contactar com pessoas de diversas
culturas e países, tanto colegas como alunos de várias nacionalidades, é muito
enriquecedor”, frisa. “Por encontrarmos pessoas que viveram em vários pontos do
mundo acabamos por nos aperceber de que o mundo é pequeno”, acrescenta.
Emigrar
não é uma decisão que se tome de “ânimo leve” e a professora acredita que é
importante “ponderar prós e contras” e “não ter medo de arriscar, planeando
sempre as coisas, pois nem tudo é como imaginamos lá fora”. Quando questionada
sobre o que para ela significa Maputo, um “constante movimento” é a expressão
que lhe vem aos lábios num sorriso aberto.
Moçambique
Maputo
Maputo
Fundação 1782
Habitantes 1 766 823 habitantes (Censos 2007)
Curiosidades O Rio Maputo dá o nome à província que marca parte da fronteira sul do país e que,
durante a guerra pela
independência de Moçambique,
adquirira grande ressonância através do slogan "Viva Moçambique
unido do Rovuma ao Maputo". Até
13 de março de 1976, o nome da cidade era "Lourenço Marques" em
homenagem ao explorador português homónimo. Entre
1980 e 1988, a cidade de Maputo incluiu a cidade da Matola, formando o Grande Maputo, com uma área de
633 quilómetros quadrados.
O melhor por cá
O melhor por cá
Leandra
é da opinião de que as paisagens, o “clima tropical e as temperaturas elevadas
que temos” e que “nos permitem andar vestidos ‘à verão’ o ano inteiro”, bem
como o acolhimento que nos é dado, são o melhor que Moçambique tem para dar.
O pior por cá
“A
falta de civismo no trânsito e a demora na resolução de questões do dia-a-dia”
são as questões que a professora de Educação Musical considera mais desafiantes
no quotidiano.
O mais surpreendente
Foi
no seu local de trabalho e em Maputo que Leandra se apercebeu de “como o mundo
é pequeno”. Isto porque “cá acabas por conhecer pessoas que sempre estiveram
perto de ti”.

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